domingo, 11 de dezembro de 2016

2ª Pregação do Advento 2016: “O Espírito Santo e o discernimento".


BEBAMOS, SÓBRIOS, A EMBRIAGUEZ DO ESPÍRITO

Continuamos as nossas reflexões sobre a obra do Espírito Santo na vida do cristão. São Paulo menciona um carisma particular chamado de "discernimento dos espíritos" (1 Cor 12, 10). Originalmente, este termo tem um significado muito específico: indica o dom que permite distinguir, entre as palavras inspiradas ou proféticas pronunciadas durante uma assembleia, aquelas que vêm do Espírito de Cristo daquelas que vêm de outros espíritos, a saber, ou do espírito do homem, ou do espírito demoníaco, ou do espírito do mundo.

Também para o evangelista João este é o sentido fundamental. O discernimento consiste em "colocar à prova as inspirações a fim de testar se provêm realmente de Deus" (1 Jo 4,1-6). Para Paulo, o critério fundamental do discernimento é a confissão de Cristo como "Senhor" (1 Cor 12, 3); Para João é a confissão de que Jesus "veio na carne", ou seja, a encarnação. Já com ele o discernimento começa a ser usado em função teológica, como critério para discernir as verdadeiras das falsas doutrinas, a ortodoxia da heresia, o que será fundamental mais tarde.

1. O discernimento na vida eclesial

Existem dois campos nos quais se deve exercer esse dom do discernimento da voz do Espírito: o eclesial e o pessoal. No campo eclesial, o discernimento dos espíritos é exercido com autoridade pelo magistério, mas deve levar em conta, entre outros critérios, também o "senso dos fiéis", o "sensus fidelium".

Quero me concentrar em um ponto em particular, que pode ser útil na discussão atual na Igreja sobre alguns problemas particulares. Trata-se do discernimento dos sinais dos tempos. O concílio declarou:
"É dever permanente da Igreja perscrutar os sinais dos tempos e de interpreta-los à luz do Evangelho, de modo que em uma linguagem inteligível para cada geração, possa responder às questões perenes que os homens se fazem sobre o sentido desta vida presente e futura e sobre sua relação mútua "

É claro que, se a Igreja deve perscrutar os sinais dos tempos à luz do Evangelho, não é para aplicar aos "tempos", ou seja, às situações e aos novos problemas que surgem na sociedade, os remédios e as regras de sempre, mas sim para dar novas respostas a eles, “adequadas para cada geração", como diz o texto do concílio que acabamos de citar. A dificuldade encontrada neste caminho - e que deve ser tomada com toda a sua seriedade - é o medo de comprometer a autoridade do magistério, reconhecendo as mudanças em seus pronunciamentos.

Há uma consideração que pode ajudar, eu acho, a superar, em espírito de comunhão, esta dificuldade. A infalibilidade que a Igreja e o Papa reivindicam para si, não é certamente de grau superior à que se atribui à própria Escritura revelada. Bom, a inerrância bíblica garante que o Escritor sagrado expressa a verdade no modo e no grau em que ela podia ser expressada no momento em que escreve. Vemos que muitas verdades são formadas lentamente e gradualmente, como a da vida após a morte e da vida eterna.

Também no âmbito moral, muitos usos e leis anteriores são, em seguida, abandonados para dar lugar a leis e critérios mais correspondentes ao espírito da Aliança. Um exemplo entre todos: no Êxodo se afirma que Deus pune os pecados dos pais nos filhos (cf. Ex 34, 7), mas Jeremias e Ezequiel dirão o contrário, ou seja, que Deus não pune os pecados dos pais nos filhos, mas que cada um deverá responder pelas próprias ações (cf. Jer 31, 29-30; Ez 18,1ss).

No Antigo Testamento, o critério pelo qual são superadas as prescrições anteriores é o de uma melhor compreensão do espírito da Aliança e da Torá; na Igreja o critério é o de uma contínua releitura do Evangelho à luz das novas questões. "Scriptura cum legentibus crescit", dizia São Gregório Magno: A Escritura cresce com aqueles que a leem .

Agora sabemos que a regra constante da ação de Jesus no Evangelho, em termos de moralidade, é resumida em poucas palavras: "Não ao pecado, sim ao pecador”. Ninguém é mais severo do que ele para condenar a riqueza injusta, mas se auto-convida para a casa de Zaqueu e com a sua simples aproximação muda-lhe a vida. Condena o adultério, até mesmo o do coração, mas perdoa a adúltera e lhe dá de novo a esperança; reafirma a indissolubilidade do matrimônio, mas conversa com a Samaritana que havia tido cinco maridos e lhe revela o segredo que não havia dito a ninguém mais, de forma tão explícita: "Este sou eu (o Messias) que vos fala" (Jo 4 , 26).

Se nos perguntarmos como se justifica teologicamente uma distinção tão clara entre pecado e pecador, a resposta é simples: o pecador é uma criatura de Deus, feita à sua imagem, e preserva a própria dignidade, apesar de todas as aberrações; o pecado não é obra de Deus, não vem Dele, mas do inimigo. É a mesma razão pela qual Cristo se tornou "semelhante a nós em tudo, exceto no pecado" (Hb 4, 15).

Um fator importante para cumprir esta tarefa de discernir os sinais dos tempos é a colegialidade dos bispos. Diz um texto da Lumen Gentium, que essa colegialidade permite "decidir em comum todas as questões mais importantes, por meio de uma decisão que a opinião do conjunto permite equilibrar". O exercício efetivo da colegialidade traz como consequência o discernimento e à solução dos problemas a variedade das situações locais e dos pontos de vista, as luzes e os vários dons, dos quais cada Igreja e cada bispo é um portador.

Temos um claro exemplo disso precisamente no primeiro “concílio” da Igreja, o de Jerusalém. Lá se deu amplo espaço aos dois pontos de vista em contraste, o dos judaizantes e o dos favoráveis à abertura aos pagãos; houve uma “discussão acalorada”, mas, no fim isso lhes permitiu anunciar as decisões com aquela extraordinária fórmula: “Decidimos, o Espírito Santo e nós, ... (Atos 15, 6ss).

Percebe-se disso como o Espírito guia a Igreja de duas maneiras diferentes: às vezes diretamente e carismaticamente, através da revelação e inspiração proféticas; outras vezes, colegialmente, através do paciente e difícil confronto, e até mesmo o acordo, entre as partes e os diferentes pontos de vista. O discurso de Pedro no dia de Pentecostes e na casa de Cornélio é muito diferente daquele feito depois, para justificar a sua decisão diante dos anciãos (cf. Atos 11, 4-18; 15, 14); o primeiro é do tipo carismático, o segundo é do tipo colegial.

Devemos, portanto, ter confiança na capacidade do Espírito para realizar, no final, o acordo, embora às vezes pareça que todo o processo esteja saindo do controle. Toda vez que os pastores das Igrejas cristãs, a nível local ou universal, se reúnem para fazer discernimento ou tomar decisões importantes, deveria haver no coração de cada um a confiante certeza de que o Veni Creator está contido nos nossos dois versos: Ductore sic te praevio – vitemusomne noxium, “contigo, que es nosso guia, evitaremos todo mal”. 

João é a voz, Cristo é a Palavra


João era a voz, mas o Senhor era a Palavra desde o prin­ cípio. João era uma voz passageira; Cristo era desde o princípio a Palavra eterna.

Sem a palavra, que vem a ser a voz? Vazia de qualquer sentido inteligível, não é mais que um simples ruído. A voz sem a palavra entra nos ouvidos, mas não chega ao coração.

Entretanto, vejamos o que sucede na comunicação do nosso pensamento. Se penso no que vou dizer, já está a palavra presente em meu coração; mas se pretendo falar contigo, procuro o modo de fazer chegar ao teu coração o que já está no meu.

Então, para conseguir que chegue a ti e cale em teu coração a palavra que já está no meu, recorro à voz e, mediante ela, falo contigo. O som da voz leva ao teu espírito o sentido da minha palavra; e quando o som da voz te fez chegar o sentido da minha palavra, esse mesmo som desaparece; mas a palavra que o som te transmitiu está já em ti sem deixar de permanecer em mim.

Não te parece que esse som que te comunicou a minha palavra está dizendo: Convém que ela cresça e eu diminua? O som da voz fez-se sentir para cumprir a sua tarefa e desapareceu, como se dissesse: Com isto a minha alegria está completa. Retenhamos a palavra; não percamos essa palavra concebida no mais íntimo do nosso coração.

Queres ver como a voz passa, enquanto a divindade da Palavra permanece? Que foi feito do baptismo de João? Cumpriu a sua missão e desapareceu. Agora é o baptismo de Cristo que está em vigor. Todos acreditamos em Cristo, todos esperamos a salvação em Cristo. Foi isto que a voz anunciou.

Precisamente porque é difícil não confundir a palavra com a voz, tomaram João pelo Messias. A voz foi confundida com a Palavra. Mas a voz reconheceu-se a si mesma como tal, para não lesar a Palavra. Disse: Não sou Cristo, nem Elias, nem o Profeta. Quando lhe perguntaram: Então, quem és? Respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor. Voz do que clama no deserto, voz de quem quebra o silêncio. Preparai o caminho do Senhor, como se dissesse: Sou a voz que se faz ouvir apenas para introduzir a Palavra no vosso coração; mas Esta não se dignará entrar onde pretendo introduzi-la, se não preparardes o caminho.

Que quer dizer: Preparai o caminho, senão: «Suplicai insistentemente»? Que quer dizer: Preparai o caminho, senão:

«Sede humildes de coração»? Imitai o exemplo de humildade de João Baptista. Consideram-no o Messias, mas ele responde que não é o que julgam; não se aproveita do erro alheio para uma afirmação pessoal.

Se houvesse dito: «Eu sou o Messias», facilmente teriam acreditado na sua palavra, pois que já o tinham como tal antes de o haver dito. Mas não disse; antes, reconheceu o que era, disse o que não era, foi humilde.

Compreendeu donde lhe vinha a salvação; compreendeu que não era mais que uma tocha ardente e luminosa, e receou que o vento da soberba a pudesse apagar.


Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo 
Sermo 293, 3: PL 1328-1329 (Sec. V)

Você sabia que é possível ganhar indulgências com o Santo Rosário?


Muitas pessoas escreveram sobre o poder espiritual do Santo Rosário, mas talvez algo pouco conhecido é a graça da indulgência que é possível ganhar com esta devoção mariana que, segundo a tradição, foi dada pela própria Mãe de Deus.

São João Paulo II em sua Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae (Rosário da Virgem Maria, 37) assinalou que “para fomentar esta projeção eclesiástica do Rosário, a Igreja quis enriquecê-lo com santas indulgências para quem o recita com as devidas disposições”.

A respeito, a Concessão 17 da Enchiridion Indulgentiarum (Manual de Indulgências) da Penitenciária Apostólica do Vaticano, indica que “confere-se uma indulgência plenária se o Terço for rezado em uma igreja ou em um oratório público ou em família, em uma comunidade religiosa ou em piedosa associação”.

Do mesmo modo, a indulgência é concedida ao fiel que “se une devotamente à recitação dessa mesma devoção quando é feita pelo Supremo Pontífice e é transmitida através da televisão ou do rádio. Em outras circunstâncias ganha a indulgência parcial”.

Em seguida, explica que, “se a obra, enriquecida com a indulgência plenária, se pode dividir ajustadamente em partes (como o Rosário de Nossa Senhora em dezenas), quem por motivo razoável não terminou a obra por inteiro, pode ganhar a indulgência parcial pela parte que fez”.

Nesse sentido, destaca que no caso da oração vocal “deve acrescentar a devota meditação dos mistérios” e que na oração pública, “os mistérios devem ser meditados conforme o costume aprovado no local; mas na recitação privada, basta que o fiel acrescente à oração vocal a meditação dos mistérios”.

Como se sabe, só é possível ganhar uma indulgência plenária por dia (exceto em perigo de morte). É possível obtê-la se cumprir as devidas disposições que a Igreja pede, ou seja, a confissão sacramental, a comunhão eucarística e as orações pelas intenções do Papa. Se desejar, a indulgência pode-se ganhar a indulgência para um falecido. 

São Dâmaso I


Foi natural, ou pelo menos originário, da antiga Hispânia. O certo é que era um homem culto e instruído e que ocupou a cadeira papal entre os anos de 366 até 384. Era um firme defensor da fé e sua postura deu credibilidade ao papado. 

Sua eleição não foi tranquila, mas quando assumiu o governo da Igreja possibilitou o florescimento de ritos, orações e pregações durante seu mandato. Devem-se a ele, por exemplo, os estudos para a revisão dos textos da bíblia e a nova versão em latim feita pelo depois Santo Jerônimo, seu secretário. 

Viveu num período de grande agitação para a Igreja. No tempo de seu Pontificado, era Bispo de Milão o grande Santo Ambrósio e São Jerônimo punha sua formidável inteligência ao serviço da Igreja. São Dâmaso teve que enfrentar um cisma causado por um antipapa, isto no início do seu Pontificado. Infelizmente este não consistiu no único problema para Dâmaso, já que teve de combater o Arianismo, que negava a consubstancialidade de Cristo com o Pai. Sendo ele Papa, chegou quase a extinguir-se a heresia ariana. O Imperador Teodósio, se não encontrou nele um indomável mestre de moral como Santo Ambrósio, encontrou um Papa que afirmou sempre, com serena firmeza, a “autoridade da Sé Apostólica”. Dâmaso fez de tudo pela unidade da Igreja, e para deixar claro o Primado do Papa, pois foi o próprio Cristo quem quis: “E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16,18).

O Papa Dâmaso esteve no II Concílio Ecumênico onde aconteceu a definição dogmática sobre a Divindade do Espírito Santo. Foi ele quem encarregou São Jerônimo na tradução da Bíblia da língua original para o latim, língua oficial da Igreja. Conhecido como o “Papa das Catacumbas”, São Dâmaso foi responsável pela zelosa restauração das catacumbas dos mártires. Em Roma, conseguiu separar Estado e Paganismo. A sua obra foi paciente e oculta, mas não medíocre nem definhante. Soube ligar à Sé apostólica todas as Igrejas e obteve do poder civil o maior respeito.

Graças a ele as catacumbas foram recuperadas, com o próprio Papa percorrendo-as para identificar os túmulos dos mártires e dar-lhes as devidas honras. 

Dâmaso escolheu pessoalmente o túmulo no qual gostaria que fossem depositados seus restos mortais. Na Cripta dos Papas, localizada nas Catacumbas de São Calisto, ao término dos seus escritos em honra deles, deixou registrado: "Aqui, eu, Dâmaso, gostaria que fossem depositados meus espólios. Mas temo perturbar as piedosas cinzas dos mártires". 

Este Papa deu o melhor de si para manter viva a verdadeira religião católica, fazendo com que houvesse uma maior popularização dos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Restaurou catacumbas, organizou as relíquias dos mártires do cristianismo assim que o Império deixou de perseguir os cristãos. Grande foi o seu amor pela vossa Igreja, tudo fazendo para que ela se mantivesse unida em torno de uma mesma fé.

Morreu em 384 com quase oitenta anos de idade.



Deus, nosso Pai, celebramos hoje a memória do papa São Dâmaso. Fazei que nos descubramos como um povo comprometido convosco, com o vosso Reino e comprometidos com os nossos irmãos e com todo homem. Que o Vosso Espírito de Amor nos faça entender que somos chamados a viver em comunhão, ou seja, em união convosco em Jesus vosso Filho ressuscitado.

sábado, 10 de dezembro de 2016

Maria e a Igreja


O Filho de Deus é o primogénito entre muitos irmãos; sendo Filho único por natureza, associou a Si muitos pela graça, para que fossem um só com Ele; pois a quantos O recebem deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. 

Deste modo, constituído Filho do homem, a muitos constituiu filhos de Deus. Associou muitos a Si, Ele que é único na sua caridade e no seu poder. E todos esses, embora sejam muitos pela sua geração segundo a carne, são um só com Ele pela regeneração divina. 

Cristo é único, formando um todo a Cabeça e o Corpo: único como Filho do único Deus nos Céus e de uma única mãe na terra. Muitos filhos e um só Filho. Pois assim como a cabeça e os membros são um só Filho e ao mesmo tempo muitos filhos, assim também Maria e a Igreja são uma só Mãe e mais do que uma; uma só Virgem e mais do que uma. 

Ambas são mães e ambas são virgens; ambas concebem virginalmente do mesmo Espírito; ambas dão à luz, para Deus Pai, uma descendência sem pecado. Maria, imune de todo o pecado, deu à luz a Cabeça do corpo; a Igreja, para remissão de todos os pecados, deu à luz o corpo da Cabeça. Uma e outra é Mãe de Cristo, mas nenhuma delas, sem a outra, deu à luz o Cristo total. 

Por isso, nas Escrituras divinamente inspiradas, o que se atribui em geral à Igreja, Virgem e Mãe, aplica-se em especial à Virgem Maria; e o que se atribui em especial a Maria, Virgem e Mãe, aplica-se em geral à Igreja, Virgem e Mãe, e quando um texto fala de uma ou de outra, pode ser aplicado quase indistinta e indiferentemente a uma e à outra. Além disso, cada alma fiel é igualmente, a seu modo, esposa do Verbo de Deus, mãe de Cristo, filha e irmã, virgem e mãe fecunda. Tudo isso o refere a mesma Sabedoria de Deus, que é o Verbo do Pai, ora à Igreja em sentido universal, ora a Maria em sentido especial, ora a cada alma fiel em particular. 

Assim se lê na Escritura: E habitarei na herança do Senhor. A herança do Senhor é em termos universais a Igreja, em termos especiais Maria e em termos singulares cada alma fiel. No tabernáculo do ventre de Maria, Cristo habitou durante nove meses; no tabernáculo da fé da Igreja, permanecerá até ao fim do mundo; no conhecimento e amor da alma fiel habitará pelos séculos dos séculos.


Dos Sermões do bem-aventurado Isaac, abade do mosteiro da Estrela
(Sermo 51: PL 194, 1862-1863. 1865) (Sec. XII)

Catedrais góticas: façanha técnica maior que a das pirâmides do Egito

Nave central da catedral de Reims, França

A técnica é definida pela Escolástica, da mesma forma que as artes, como “recta ratio factibilium”. Quer dizer, a reta ordenação do trabalho, ou também, a ciência de trabalhar bem. 

Hoje, o mal uso da técnica, a empurra para produzir para além do que é bom, e espalhar instrumentos que afligem a vida dos homens.

Nos tempos em que o espírito do Evangelho penetrava todas as instituições, a técnica produziu frutos que vão além do tudo o que a Humanidade conheceu previamente.

E, dizem especialistas, criaram prédios portentosos que parecem um quebra-cabeça para a mais sofisticada tecnologia moderna. 

Um desses frutos inigualados foram as catedrais medievais.

A catedral de Colônia resistiu aos bombardeios que arrasaram a cidade na II Guerra Mundial.

Até hoje especialistas tentam decifrar como fizeram os arquitetos da Idade Média para, com tão pobres instrumentos, criar obras colossais que “humilham” as técnicas modernas mais avançadas.

Os técnicos das mais variadas especialidades da construção e também da física, da química e das matemáticas se debruçam para tentar descobrir como os medievais erigiram esses prodígios arquitetônicos.

Mergulham eles nos “mistérios das catedrais”.

Santa Joana de Chantal


Joana nasceu em uma família cristã com boas condições sociais. Ainda jovem enamorou-se do Barão de Chantal, de quem se fez esposa. Foi excelente mãe e zelava pela educação cristã dos filhos, do marido e dos empregados. 

Certo dia seu esposo foi caçar e morreu ferido, deixando-a ainda com 18 anos de idade e quatro filhos pequenos. Com muita oração, os filhos e ela foram aos poucos superando a ausência do pai. 

Quatro anos depois conheceu Francisco de Sales, bispo de Genebra, que se tornou seu diretor espiritual. Graças a ele, Joana e mais duas senhoras fundaram a Congregação da Visitação de Santa Maria. Transcorridos mais três anos, os filhos já criados, encaminhados na vida, entrou para o Convento que havia criado, abraçou os trabalhos da congregação e fundou muitos outros conventos na França. 

Morreu com fama de santidade em 1641. 



Concedei-nos, ó Deus, a sabedoria e o amor que inspirastes à vossa filha Santa Joana Francisca de Chantal, para que, seguindo seu exemplo de fidelidade, nos dediquemos ao vosso serviço, e vos agrademos pela fé e pelas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

O que esperar de um país que promove as mortes de inocentes?


Não é de hoje que a infamante tentativa de legalização do aborto espreita de maneira detestável a ordem pública.  E se a sua horrenda prática é repugnante quando defendida por uma militância que não sabe como anda e respira ao mesmo tempo, o que dirá quando a tentativa de legitimá-la parte de autoridades que, por dever de ofício, deveriam garantir a estabilidade e segurança social, com três agravantes:  o fazem ao arrepio da lei, de forma sorrateira e num dia em que a nação inteira foi abatida pela notícia de um trágico acidente aéreo?

Afinal, o que esperar de um país que promove a morte de inocentes?  A resposta não é tão simples e por mais louvável que seja observar e concluir que a sociedade hoje, em muitos aspectos, se assemelha a determinados contextos da história do povo de Israel, é urgente compreender como a legalização do aborto ameaça, gravemente, o futuro de todos nós e, por isso, é tão necessário combatê-la. 

O discurso definitivamente não é religioso, mas antes de tudo político e jurídico. 

Aborto

Não é recente a realização de seminários que tratam de estratégias para a descriminalização do aborto no Brasil, importando destacar que as organizações não governamentais, que defendem a sua legitimação, são financiadas por indústrias interessadas que, cada vez mais, mulheres adiram à prática.

Por essa razão é comum que tais ONGs não empenhem esforços na defesa e promoção de políticas públicas que beneficiem, efetivamente, o sexo feminino, sua dignidade e singularidade sob o ponto de vista humano e social, limitando-se a colocar as mulheres sempre em dicotomia com o sexo masculino, como se por imposição social restasse a elas apenas duas opções: se rebelarem contra o “sistema”, negando a sua natureza feminina, que é geradora de vida em todos os sentidos ou submeterem-se às mais diversas sortes de violência.

A verdade nua e crua é que os argumentos pró-aborto, geralmente pautados em pesquisas falaciosas, desenvolvidas sem qualquer critério científico, e comprovadamente com muitos erros técnicos (e éticos), por entidades partidárias de um determinado segmento comercial, ignoram o perfil procriador do sexo feminino, mutilando, assim, a sua integridade, já que faz parte do negócio incentivar as mulheres a repudiar aquele ser que ela concebeu, na plenitude de si, espoliando por via indireta os direitos, de um e de outro, que devem ser acolhidos e protegidos pela sociedade.