sábado, 17 de dezembro de 2016

Advento: uma consciência, um grito!


A Igreja de Cristo está vivendo o santo Tempo do Advento, quatro semanas que nos preparam para o Natal do Senhor e nos recordam que Ele virá um Dia.

No século XII, pregando aos seus monges neste tempo de Advento, São Bernardo de Claraval, falava em três vindas de Cristo: aquela na humildade de nossa humana condição, em Belém; aquela gloriosa, como Juiz, que aguardamos para o final dos tempos e mais uma: aquela vinda pequena e escondida, de cada dia. Isso mesmo: Ele vem vindo, vem vindo sempre: nas situações, nas pessoas, na Sua Palavra santa e, sobretudo, na Eucaristia.

Sabemos reconhecê-Lo?
Sabemos acolhê-Lo?
Sabemos abrir-Lhe nosso coração e nossa vida?

Neste tempo, a Igreja lê preferencialmente o livro do Profeta Isaías. Um pequeno texto desse profeta afirma:

“Eis, uma voz que diz: ‘Clama’, ao que pergunto: ‘Que hei de clamar?’ – Toda carne é erva e toda a sua graça como a flor do campo. Seca-se a erva e murcha-se a flor... Mas a Palavra do nosso Deus subsiste para sempre” (Is 40,6-8).

Aqui duas coisas chamam atenção. Primeiro: a afirmação de que toda carne é erva. Na Bíblia, carne é o todo ser vivo (e o homem, especialmente) enquanto é frágil, passageiro, limitado, mortal e tendente à imperfeição.

Pois bem: o homem atual, iludido, quer fazer-se Deus, julga-se tão sábio e maduro a ponto de prescindir do Criador, acha que pode construir sozinho a sua vida, decidindo por si próprio o que é bem e o que é mal, o que é certo e o que é errado, o que lhe convém e o que não convém.

É preciso gritar-lhe, recordar-lhe: “Toda carne é erva, é pó! Tu és apenas erva, tu passarás. Tu não és Deus! Deus está no Céu e tu, ó pó pensante e saudoso, estás na terra!” Isto não é para nos humilhar, mas para fazer enxergar sem magalomanias a nossa realidade. O homem somente não passará se abrir-se para o Eterno, para Deus, que o plenifica e faz com que o seu sonho de vida, felicidade e plenitude não seja um quimera, mas uma doce e certa realidade!
 

"O verbo se fez carne e veio morar entre nós" (Jo 1,14)


Caros diocesanos. O Natal se aproxima e é tempo de preparar os corações para acolher o maior presente que a humanidade já recebeu: Deus se faz um de nós, vem morar conosco, em Jesus Cristo. O versículo de Jo 1, 14: “O Verbo se fez carne e veio morar entre nós” sempre me fascinou. Nele sinto-me envolvido profundamente pela Palavra de Deus e o mistério da encarnação, no qual Deus se fez pequeno, menor, para estar muito próximo de nós, como Emanuel: Deus conosco. Fez-se criança, ao nascer de Maria, na gruta de Belém. Como diz o papa Bento XVI: “A Palavra eterna fez-Se pequena; tão pequena que cabe numa manjedoura. Fez-Se criança, para que a Palavra possa ser compreendida por nós. Desde então a Palavra já não é apenas audível, não possui somente uma voz; agora a Palavra tem um rosto, que por isso mesmo podemos ver: Jesus de Nazaré” (VD 12). Quando o Verbo (a Palavra) se fez carne algo extraordinário aconteceu para nossa dignidade humana, dando-nos plenitude de vida nova, como exulta um Prefácio natalino: “No momento em que vosso Filho assume nossa fraqueza, a natureza humana recebe uma incomparável dignidade: ao tornar-se ele um de nós, nós nos tornamos eternos” (Prefácio do Natal do Senhor, III).

Este Deus continua a encarnar-se na história de todos os tempos, tornando-se pequeno, menor, para ser acessível à realidade humana, a fim de salvá-la e uni-la ao divino, na perene troca de dons entre o céu e a terra. Como afirma um dos Prefácios do Advento: “Agora e em todos os tempos, ele vem ao nosso encontro, presente em cada pessoa humana, para que o acolhamos na fé e o testemunhemos na caridade, enquanto esperamos a feliz realização de seu Reino” (Prefácio do Advento 1A). Esta iniciativa de Deus deseja encarnar-se, inculturar-se, inserir-se no chão da vida: nas pessoas, nas famílias, nas comunidades, no trabalho, na vida da cidade e do campo. É na realidade humana que Deus quer fazer sua tenda, sua casa, por mais simples e humilde que seja. Olhemos o exemplo da simplicidade e do amor de José e de Maria Santíssima que, na palavra do Papa Francisco, “sabe transformar um curral de animais na casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura” (EG 286). 

Síria: Franciscanos adiantam Missa de Natal em Aleppo por temor de ataques terroristas


O Pe. Ibrahim Sabbagh, sacerdote franciscano que vive na parte ocidental de Aleppo (Síria), expressou o temor de que grupos terroristas aproveitem a noite de Natal para realizar um ataque contra a minoria cristã e, portanto, a fim de evitar qualquer tragédia, dicidiram adiantar a Missa do Galo.

Em declarações publicadas ontem pela TV2000, o sacerdote transmitiu a surpresa da sua comunidade diante das notícias que asseguram que a guerra terminou, porque na noite anterior e durante o dia eles escutaram bombardeios na região ocidental “e caíram mísseis sobre a população, causando 7 vítimas mortais, entre elas 2 eram crianças, e 50 pessoas ficaram feridas”.

Nesse sentido, disse: “Temos tanto medo que definimos a data da celebração (do Natal) às 17h, porque nós queremos enviar as pessoas para suas casas o mais rápido possível. Temos medo de que alguma milícia esteja se preparando para lançar grandes mísseis na véspera do Natal e, assim, causar uma grande tragédia”.

O Pe. Ibrahim indicou que devido a esta situação, é difícil comunicar-se com a região oriental da cidade. “Infelizmente, não tivemos contato com ninguém. Todas as linhas telefônicas, telefones celulares, incluindo a internet não funcionam e não há outra maneira de entrar em contato com as pessoas, não sabemos o que está acontecendo”, expressou.

O sacramento da nossa reconciliação


De nada serve afirmar que Nosso Senhor é filho da bem-aventurada Virgem Maria, homem verdadeiro e perfeito, se não se acredita também que é descendente daquela estirpe que no Evangelho se menciona.

Escreve Mateus: Genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. E a seguir apresenta a ordem da descendência humana, com todas as gerações, até chegar a José, com quem estava desposada a Mãe do Senhor.

Lucas, por seu lado, seguindo a ordem inversa, faz retroceder os graus de ascendência, remontando-se à própria origem do gênero humano, para demonstrar que o primeiro Adão e o último Adão têm a mesma natureza.

Com efeito, para ensinar e justificar os homens, a onipotência do Filho de Deus poderia ter aparecido da mesma forma que aos Patriarcas e aos Profetas, a saber, sob aparência humana, como, por exemplo, quando travou combate com Jacob e falou, ou quando aceitou a hospitalidade que Lhe ofereceram e tomou os alimentos que Lhe apresentaram.

Mas estas imagens eram apenas sinais e prefigurações místicas daquele homem que havia de assumir da descendência desses mesmos Patriarcas uma verdadeira natureza humana.

Nenhuma daquelas figuras podia realizar o mistério da nossa reconciliação, preparado desde a eternidade, porque o Espírito Santo não tinha descido ainda sobre a Virgem Maria, nem a virtude do Altíssimo a tinha coberto com a sua sombra; a Sabedoria eterna não edificara ainda a sua casa no ventre puríssimo de Maria, para que o Verbo Se fizesse homem; ainda o Criador dos tempos não tinha nascido no tempo, unindo a natureza divina e a natureza humana numa só pessoa, de modo que Aquele por quem tudo foi criado fosse contado entre as suas criaturas.

Se este homem novo, feito à semelhança da carne peca­dora, não tivesse assumido a nossa condição, envelhecida pelo pecado; se Ele, que era consubstancial ao Pai, não Se tivesse dignado ser também consubstancial à Mãe; se Ele, livre de todo o pecado, não tivesse unido a Si a nossa natureza, toda a humanidade teria permanecido cativa sob o jugo do demônio. Não poderíamos ter beneficiado da vitória do Triunfador, se ela fosse conseguida numa natureza distinta da nossa.

Como consequência desta admirável participação da nossa natureza, brilhou para nós o mistério da regeneração, porquanto, graças ao mesmo Espírito por cuja virtude Cristo foi concebido e nasceu, também nós conseguimos uma nova geração, espiritual.

Por isso diz o Evangelista, referindo-se aos crentes: Estes não nasceram do sangue, nem da carne, nem da vontade do homem, mas nasceram de Deus.


Das Cartas de São Leão Magno, papa

(Ep. 31,2-3: PL 54, 791-793)                                                   (Sec. V)

À espera de um Natal de Jesus...


Que saudades do Natal cristão que não vem, que vai desaparecendo, ano após ano... Que saudade de um mundo que acreditava, que era capaz de rejubilar-se, esperançoso, otimista, feliz, quase menino, - mesmo com todos os problemas – porque sabia com certeza certa da existência de um Deus de amor e bondade - Deus santo de Abraão, Isaac e Jacó – que na plenitude dos tempos, de modo admirável, surpreendente, terno, meigo, poético, de Maria Virgem enviou o Seu Filho amado a este mundo ferido e cansado.

Que saudade do presépio, do Menino envolto em faixas, do olhar terno da Virgem Mãe, dos joelhos dobrados do casto e humilde José, da admiração dos pastores, dos anjos envoltos em luz...

Que saudade do boi e do burrico que reconheceram o seu dono, o seu Senhor...

Que saudades de um mundo, de uma sociedade que sonhava e esperava porque acreditava!

Que natal frio, vazio, morto e escuro, esse vivido pela sociedade ocidental!

Natal mentiroso,

Sem Jesus,
Sem Deus,
Sem a ternura do Emanuel!

Natal de nada,
De Papai Noel,
De consumo,
De compras e superficialidades...

Natal de hipocrisia,
De alegria vazia,
Alegria por nada,
Alegria de nada,
Alegria mundana,
Tristeza maquiada, lipoaspirada, fugaz, artificial!

Natal pecaminoso,
De negação de Deus,
De esquecimento do Mistério,
De incapacidade de acolher o Senhor e a Ele adorar e a Ele obedecer!

Antinatal! Natal dos anticristos!

Que tristeza, as nossas cidades iluminadas por nada, preparando-se para nada, esperando uma noite de nada...

Como pôde o nosso Ocidente outrora cristão chegar a este ponto de vazio, de leviandade, de desumanidade?

Senhor Jesus, Santo Emanuel, Deus nascido da Virgem, Vem, por piedade!

Vem mais uma vez encher o coração da humanidade!

Faze que os cristãos se tornem novamente cristãos! 

Santa Olímpia


Olímpia nasceu no ano 361, na Capadócia. Pertencia a uma família muito ilustre e rica dessa localidade, mas ficou órfã logo cedo. Aos vinte anos de idade se casou com o governador de Constantinopla, ficando viúva alguns meses depois. Desejando ingressar para a vida religiosa afastou-se de todos os possíveis pretendentes. 

Esta atitude irritou o imperador Teodósio, que mandou confiscar-lhe os bens. Ao invés de reclamar, Olímpia agradeceu porque não precisaria mais perder tempo com a administração das propriedades. Entretanto o imperador, ao saber da generosidade de Olímpia, acabou restituindo-lhe os bens. Ela pôde então continuar suas obras de caridade com maior intensidade. 

Mas seu sofrimento não acabou. Contraiu doenças dolorosas. Conta a tradição que Olímpia jamais pronunciou qualquer reclamação. Desse modo de tornou um modelo perfeito aos cristãos de seu tempo. Era tão competente que aos trinta anos de idade se tornou diaconisa da Igreja, dignidade só concedida às viúvas com mais de sessenta anos. Olímpia morreu no ano 408. 

Olímpia significa aquela que é celestial. A vida desta santa era um motivo constante para dar glórias a Deus, amando seus perseguidores e aceitando fielmente os sofrimentos da vida. Em tudo soube colocar Deus em primeiro lugar, fazendo sempre a vontade daquele que o redimiu.

  

Pai de bondade e amor, abençoai nossa vida e dai-nos viver de acordo com o exemplo de santa Olímpia, que em tudo seguiu os caminhos de Cristo, vosso filho e senhor nosso. Inspirai-nos gestos concretos de solidariedade com os mais pobres e abandonados. Amém.

São Lázaro, amigo de Jesus


A Igreja, neste tempo do Advento, se prepara para celebrar o aniversário de Jesus e se renova no desejo ardente de que Cristo venha pela segunda vez e instaure aqui o Reino de Deus em plenitude. Sem dúvida estão garantidos para este reinado pleno, que acontecerá em breve, os amigos do Senhor.

Hoje vamos lembrar um destes amigos de Cristo: São Lázaro. Sua residência ficava perto de Jerusalém, numa aldeia da Judéia chamada Bethânia. Era irmão de Marta e de Maria. Sabemos pelo Evangelho que Lázaro era tão amigo de Jesus que sua casa serviu muitas vezes de hospedaria para o Mestre e para os apóstolos.

Lázaro foi quem tirou lágrimas do Cristo, quando morreu, ao ponto de falarem: “Vejam como o amava!”. Assim aconteceu que, por amor do amigo e para a Glória do Pai, Jesus garantiu à irmã de Lázaro o milagre da ressurreição: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morto, viverá: e quem vive e crê em mim, não morrerá, Crês isto?” (Jo 11,26).

O resultado de tudo foi a ressurreição de São Lázaro, pelo poder do Senhor da vida e vencedor da morte. Lázaro reviveu e este fato bíblico acabou levando muitos à fé em Jesus Cristo e outros começaram a pensar na morte do Messias, como na de Lázaro. Antigas tradições relatam que a casa de Lázaro permaneceu acolhedora para os cristãos e o próprio Lázaro teria sido Bispo e Mártir.

A devoção a São Lázaro era muito comum na Igreja antiga. São Lázaro começou a ser venerado já no início do cristianismo, como diz São Jerônimo, e as peregrinações eram feitas á sua casa, em Betânia, e ao túmulo de onde Jesus o ressuscitara.

São Lázaro teve o privilégio de ter dois túmulos, pois morreu duas vezes. Muitas vezes pensou-se que São Lázaro fosse o pobre, miserável e cheio de feridas da parábola contada por Jesus. Por isso, na Idade Média, foi tido como o padroeiro dos leprosos. Mas esta  associação é errada e hoje não é mais usada.


Jesus, Tu és a ressurreição e a vida. Faze-nos compreender o grande mistério de Tua paixão, morte e ressurreição. Que entendamos que a morte é apenas uma preparação para a vida em plenitude. Como a Lázaro, liberta-nos de todas as amarras em nossa vida. Amém.


São Lázaro, rogai por nós!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

O que aconteceu com os reis magos depois de visitarem Jesus?


Os magos têm uma curta mas memorável participação nos Evangelhos. Depois que Jesus nasceu, os Magos do Oriente seguiram uma estrela até a Belém, ofereceram ao Rei nascido três presentes, e depois voltaram para casa sem revelar a Herodes onde encontraram Jesus (Mt 2).

Eles desistem da história e os evangelhos não narram o que os sucedeu. Mas onde o Evangelho termina, a tradição da Igreja assume.

As tradições dizem que eram três magos e que seus nomes eram Melchior, Gaspar e Baltasar. Uma tradição diz que eles vieram representando os três continentes do Velho Mundo: Europa, Ásia e África.

Eles foram profundamente afetados pelo encontro com Jesus, e logo aderiram ao cristianismo; foram tão fortes na fé que todos os três deram um feliz testemunho ao serem martirizados. Hoje são considerados santos da Igreja. Mas isso não é o fim da história!