quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Saudosistas do futuro que se anuncia!


Já escutei muitíssimas vezes os incomodados com os jovens que desejam a grande Tradição da Igreja e rejeitam o tanto de secularização e desmantelo em que nos encontramos, particularmente no tocante à liturgia, à doutrina e à moral.

Irritados, rotulam esses jovens como alienados, clericais, reacionários, autoritários… Ridicularizando, esses incomodados acusam esses jovens de terem saudade do que não viveram…


Pois eu digo: há, sim, alguns exageros e até algumas mentalidades patológicas, de reacionarismo atávico; mas não é este o caso da grande maioria desses jovens: eles estão mesmo é cansados de tanta secularização, de tanta ideologia liberal, de tanto imanentismo preconceituoso, de tanto relativismo, de tantas arbitrariedades, de tanta falta de piedade…

Eles não são saudosistas patológicos: têm, sim, uma saudável nostalgia daquilo que está no seu DNA: a verdadeira fé católica, o verdadeiro espírito católico, as verdadeiras atitudes de um católico! Já Paulo VI constatava, com imensa tristeza, que um tipo de mentalidade não católica havia entrado na Igreja católica após o Vaticano II.

Somente quem perdeu o sentido da Tradição e desconheça o que seja o sensus fidei (= o sentido, o instinto da fé) ou o sensus fidelium (= o sentido de fé que os fieis possuem por ação do Santo Espírito) pode apelar para um argumento tão raso quanto este, de chamar saudosistas do que não viveram aos jovens que trazem no seu DNA espiritual dois mil anos de vida cristã!

É bom que estejamos bem atentos: se tantos jovens – padres e seminaristas ou leigos – desejam mais retidão, coerência doutrinal, disciplina e seriedade nas coisas da Igreja é porque a ideologia do "espírito do Concílio" (que pouco ou nada tem a ver com a letra e a real intenção do Concílio!) fracassou e está devastando a Igreja: ao invés de uma primavera, colocou-nos num triste e frio inverno… 

A corajosa resposta de jovem católica com rara síndrome a cruel “meme” nas redes sociais


Lizzie Velasquez, uma jovem católica norte-americana que sofre uma rara síndrome que não lhe permite ganhar peso, foi vítima de provocações e um “meme” nas redes sociais. Entretanto, sua resposta corajosa comoveu muitos ao redor do mundo.

Não é a primeira vez que Velasquez, de 27 anos, sofre provocações na internet. Anos atrás, seus companheiros de escola a apresentaram como “a mulher mais feia do mundo” em um vídeo no YouTube.

Lizzie nasceu em uma família católica, em Austin, Texas (Estados Unidos). Em uma entrevista ao Grupo ACI em 2012, a jovem assegurou que "Deus é a razão número um de porque estou aqui agora. Ele me abençoou com a maior bênção da minha vida, que é a minha síndrome”.

Recentemente, um “meme”, uma espécie de brincadeira de redes sociais, viralizou com sua imagem e o texto “Michael disse que me encontraria atrás dessa árvore para se divertir. Está atrasado. Alguém, por favor, marque-o e diga-lhe que eu ainda estou esperando?”.

Em um post publicado em sua conta de Instagram, acompanhado da imagem ofensiva, Lizzie assinalou que “viu muitos memes como este por todo o Facebook recentemente. Estou escrevendo este post não como alguém que é uma vítima, mas como alguém que está usando sua voz”.

"Sim, é tarde da noite quando escrevo isto, mas o faço como um lembrete de que as pessoas inocentes que estão marcando nesses memes, provavelmente, estão acordadas a esta hora vendo o Facebook e sentindo algo que não desejaria ao meu pior inimigo”, lamentou. 

Cristo sempre vivo para interceder por nós


Na conclusão das nossas orações, dizemos: «Por Nosso Senhor Jesus Cristo vosso Filho»; e nunca dizemos: «Pelo Espírito Santo». Esta prática universal da Igreja tem a sua explicação naquele mistério, segundo o qual, o Mediador entre Deus e os homens é Jesus Cristo homem, sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedec, que entrou de uma vez para sempre pelo seu próprio Sangue no santuário, não no que foi construído pela mão dos homens e que era figura do verdadeiro, mas no próprio Céu, onde está sentado à direita de Deus e intercede por nós. Considerando este ofício sacerdotal de Cristo, o Apóstolo afirma: Por meio d’Ele oferecemos a Deus um sacrifício de louvor, o fruto dos lábios que confessam o seu nome. Por Ele oferecemos um sacrifício de louvor e oração, uma vez que fomos reconciliados pela sua morte quando éramos ainda inimigos. Por meio de Cristo, que Se ofereceu em sacrifício por nós, pode o nosso sacrifício ser agradável aos olhos de Deus. Por isso nos exorta São Pedro: Como pedras vivas, entrai na construção deste templo espiritual, para constituirdes um sacerdócio santo, destinado a oferecer sacrifícios espirituais, que serão agradáveis a Deus por Jesus Cristo. Esta é a razão por que dizemos a Deus Pai: «Por Nosso Senhor Jesus Cristo». Quando se menciona o sacerdócio de Cristo, necessariamente se põe em evidência o mistério da Encarnação, pelo qual o Filho de Deus, que era de condição divina, Se aniquilou a Si próprio tomando a condição de servo, isto é, Se humilhou, obedecendo até à morte, e Se tornou por um pouco inferior aos anjos, permanecendo não obstante na sua divindade igual ao Pai. Permanecendo igual ao Pai, o Filho tornou-Se por um pouco inferior aos anjos, na medida em que Se fez semelhante aos homens. Humilhou-Se quando Se aniquilou a Si próprio tomando a condição de servo. A humilhação de Cristo é o seu aniquilamento; e o seu aniquilamento não é senão o ato de assumir a condição de servo. Portanto, Cristo, permanecendo na sua condição divina, é o Unigênito de Deus, a quem oferecemos como ao Pai os sacrifícios; e tomando a condição de servo, tornou-Se sacerdote, para que, por meio d’Ele, possamos oferecer um sacrifício vivo, santo, agradável a Deus. Não poderíamos oferecer o sacrifício a Deus, se Cristo não Se tivesse oferecido em sacrifício por nós: é n’Ele que a natureza do gênero humano se torna um verdadeiro e salutar sacrifício. De facto, quando dizemos que as nossas orações são oferecidas por Nosso Senhor, eterno sacerdote, reconhecemos n’Ele a verdadeira carne da nossa natureza, como diz o Apóstolo: Todo o sumo sacerdote, escolhido de entre os homens, é constituído em favor dos homens nas suas relações com Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. Por isso, quando dizemos: «Vosso Filho», e acrescentamos: «Que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo», comemoramos a unidade de natureza que têm o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e proclamamos que o mesmo Senhor Jesus Cristo, que exerce em nosso favor a função sacerdotal, é também por natureza igual ao Pai e ao Espírito Santo.



Duma Carta de São Fulgêncio de Ruspas, bispo (Ep. 14, 36-37: CCL 91, 429-431) (Sec. VI)

Por que fazemos o sinal da Cruz?


“É a cruz que fecunda a Igreja, ilumina os povos, 
guarda o deserto, abre o paraíso”
(Proclo de Constantinopla, bispo).

A primeira coisa que nossos pais católicos nos ensinam a fazer é o sinal da Cruz. É uma das mais belas marcas de nossa religião; é o ato que inicia e termina nossas orações particulares ou coletivas. É um sinal externo que “nos volta para Deus”.

Sua referência é bíblica. Uma delas está no livro de Ezequiel (9,3-4): “O Senhor disse: Percorre a cidade, atravessa Jerusalém e marca na fronte os que se lamentaram afligidos pelas abominações que nela se cometem.”

A marca é um tau (T), última letra do alfabeto hebraico, que tinha a forma de uma cruz. Os marcados são propriedade do Senhor, uma porção sagrada e intocável. Em Apocalipse 7,3 temos outra cena semelhante: “Não causeis danos à terra nem ao mar nem às árvores, até que selemos a fronte dos servos do nosso Deus.” Em ambos os textos, a marca na fronte significava a salvação e sem ele o homem não seria poupado.

Tertuliano (†220) escrevia no ano 211 d. C.: “Nós marcamos nossa fronte com o sinal da cruz. Quando nos pomos a caminhar, quando saímos e entramos, quando nos vestimos, quando nos lavamos, quando iniciamos as refeições, quando nos vamos deitar, quando nos sentamos, nessas ocasiões e em todas as nossas demais atividades, persignamo-nos a testa com o sinal da Cruz” (De corona militis 3).

Fazer o sinal da cruz já era um hábito antigo quando escreveu isso.

Há muitos textos bíblicos, que louvam e exaltam a Cruz de Cristo:

Mt 10,38: “Aquele que não toma a sua cruz e me segue, não é digno de mim” (Cf.Mc 8,34; Lc 9,23; 14,27).

Mt 16,24: “Disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.

Gl 2,19: “Pela Lei morri para a Lei, a fim de viver para Deus. Fui crucificado com Cristo.”

Gl 6,14: “Quanto a mim, não aconteça gloriar-me senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.” 

São Canuto


São Canuto nasceu no ano de 1040 na Dinamarca. Filho de um rei, era sucessor natural. Mas aconteceu que, pela sua vida de oração, testemunho, caridade e justiça, quando o pai faleceu, muitos moveram-se com artimanhas para colocar seu irmão no trono de maneira injusta. Quanto à sua posição, ele não era apegado ao poder nem o queria para si, então esperou. Depois do falecimento do irmão, ocupou o seu lugar que era de justiça.

Homem de Deus, um sinal para o povo, ele contribuiu para a evangelização. Primeiro, com o seu exemplo, pois acreditava que a melhor forma de educar uma nação é o bom exemplo. Ele viveu para sua esposa e para seu filho Carlos, que mais tarde se tornaria também um santo. Pai santo, esposo santo, um governador, um homem de poderes; mas que usou esses poderes para servir, a modelo de Nosso Senhor Jesus Cristo.


São Canuto, amado por muitos e odiado também como Nosso Senhor, foi vítima de artimanhas por pessoas fechadas para Deus e para o bem, porque ele tinha muita sensibilidade com as viúvas, os órfãos e os mais necessitados. Nele, batia um coração que se assemelhava ao de Jesus. Como rei, possuiu muitos desafios e, ao perceber os inimigos se armando, participou de uma Eucaristia como era de costume. Nela, ele não só recebeu o Nosso Senhor, mas, em nome de Jesus, perdoou todos os seus inimigos. Foi então assassinado.


Deus eterno e todo-poderoso, que destes a São Canuto a graça de lutar pela justiça até a morte, concedei-nos, por sua intercessão, suportar por vosso amor as adversidades, e correr ao encontro de vós que sois a nossa vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

"Diante da morte, a esperança da vida eterna", diz o Papa aos fiéis


CATEQUESE
Sala Paulo VI – Vaticano
Quarta-feira, 18 de janeiro de 2017


Queridos irmãos e irmãs, bom dia,

Na Sagrada Escritura, entre os profetas de Israel, aparece uma figura um pouco anormal, um profeta que tenta escapar do chamado do Senhor rejeitando colocar-se a serviço do plano divino da salvação. Trata-se do profeta Jonas, de quem se narra a história em um pequeno livro de apenas quatro capítulos, uma espécie de parábola portadora de um grande ensinamento, aquele da misericórdia de Deus que perdoa.

Jonas é um profeta “em saída” e também um profeta em fuga! É um profeta em saída que Deus envia “à periferia”, em Nínive, para converter os moradores daquela grande cidade. Mas Nínive, para um israelita como Jonas, representava uma realidade ameaçadora, o inimigo que colocava em perigo a própria Jerusalém e, portanto, a destruir, não a salvar. Por isso, quando Deus manda Jonas para rezar naquela cidade, o profeta, que conhece a bondade do Senhor e o seu desejo de perdoar, procura escapar da sua tarefa e foge.

Durante a sua fuga, o profeta entra em contato com alguns pagãos, os marinheiros do navio no qual ele embarcou para se afastar de Deus e da sua missão. E foge para longe, porque Nínive ficava na região do Iraque e ele foge para a Espanha, foge sério. E é justamente o comportamento daqueles homens pagãos, como depois será dos moradores de Nínive, que nos permite hoje refletir um pouco sobre esperança que, diante do perigo e da morte, se exprime em oração.

De fato, durante a travessia do mar, surge uma tremenda tempestade, e Jonas desce para o porão do navio e se abandona ao sono. Os marinheiros, em vez disso, vendo-se perdidos, “invocaram cada um o próprio deus”: eram pagãos (Jon 1, 5). O capitão do navio acorda Jonas dizendo-lhe: “O que fazes dormindo? Levanta-te, invoca o teu Deus! Talvez Deus vai pensar em nós e não pereceremos” (Jon 1, 6).

A reação destes “pagãos” é a justa reação diante da morte, diante do perigo; porque é então que o homem faz completa experiência da própria fragilidade e da própria necessidade de salvação. O instintivo horror de morrer desperta a necessidade de esperar no Deus da vida. “Talvez Deus pensará em nós e não pereceremos”: são as palavras da esperança que se torna oração, aquela súplica cheia de angústia que sai dos lábios do homem diante de um iminente perigo de morte.

Muito facilmente nós desdenhamos o dirigir-se a Deus na necessidade como se fosse apenas uma oração interessada, e por isso imperfeita. Mas Deus conhece a nossa fraqueza, sabe que nos recordamos Dele para pedir ajuda, e com o sorriso indulgente de um pai, Deus responde com benevolência. 

Eis que salvarei o meu povo


O Pai eterno criou todo o universo por totalmente livre e secreto desígnio de sua sabedoria e bondade. Decretou elevar os homens à participação da vida divina. Quando caíram na pessoa de Adão, jamais os abandonou, oferecendo-lhes sempre os auxílios para a salvação, em vista de Cristo, o Redentor, que é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criatura. Antes dos tempos, o Pai conheceu todos os eleitos e os predestinou a se tornarem conformes à imagem de seu Filho, para que este fosse o primogênito entre muitos irmãos.

Determinou, pois, congregar na santa Igreja os que creem em Cristo. Desde a origem do mundo foi a Igreja prefigurada. Admiravelmente preparada na história do povo de Israel e na antiga Aliança, foi constituída agora, nestes tempos que são os últimos, e manifestada pela efusão do Espírito. No fim dos tempos, será gloriosamente consumada. Então, como se lê nos santos padres, todos os justos desde Adão, do justo Abel até o último eleito, serão reunidos na Igreja universal junto ao Pai.

Aqueles, porém, que ainda não receberam o Evangelho, por diversos modos se ordenam ao Povo de Deus.

Em primeiro lugar, aquele povo a quem foram dados os testamentos e as promessas e do qual nasceu Cristo segundo a carne. Por causa dos patriarcas, segundo a eleição, é um povo caríssimo; pois os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis.

O plano da salvação ainda abrange aqueles que reconhecem o Criador. Entre estes destacam-se os muçulmanos que, professando manter a fé abraâmica, adoram conosco o Deus único, misericordioso, juiz dos homens no último dia.

Deus também não está longe dos outros homens, que procuram o Deus desconhecido em sombras e imagens, porque é ele quem dá a todos a vida, a respiração e tudo o mais. O Salvador quer que todos os homens se salvem.

Portanto, os que, sem culpa, ignoram o Evangelho de Cristo e sua Igreja, mas buscam a Deus com coração sincero, tentando, sob o influxo da graça, cumprir por obras a sua vontade conhecida através dos ditames da consciência, podem conseguir a salvação eterna. A divina Providência não nega os auxílios necessários à salvação aos que, sem culpa, ainda não chegaram ao expresso conhecimento de Deus e se esforçam, não sem a divina graça, por levar uma vida reta. A Igreja julga tudo quanto de bom e de verdadeiro neles se encontra como uma preparação evangélica, dada por Aquele que ilumina todo homem, para que enfim tenham a vida.



Da Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja, do Concílio Vaticano II (N.2.16)                     (Séc.XX)

Como a Igreja acompanha quem sente atração por pessoas do mesmo sexo?


Embora se fale muito, nos últimos anos, sobre a homossexualidade, o conhecimento sobre o tema ainda é muito aproximativo e cheio de estereótipos. Entre as muitas pessoas que constatam este panorama deficiente de entendimento sério está o padre norte-americano John F. Harvey. Sim, um padre; um sacerdote dessa Igreja tão tachada de retrógrada e obscurantista no tocante à moral sexual.

Durante mais de 50 anos, ele cuidou de pessoas que queriam viver a fé católica sem que a sua atração sexual fosse um obstáculo. Com paciência e compreensão, o pe. Harvey as ajudou a vislumbrar com mais clareza um caminho de serenidade à luz da doutrina.

Desde 1980 ele tem trabalhado como diretor da iniciativa de apostolado “Courage”, uma associação fundada pelo cardeal Terence J. Cooke naquele mesmo ano, em Nova Iorque, e hoje presente em muitas dioceses de todo o mundo, a fim de oferecer cuidado pastoral às pessoas homossexuais. Algumas reflexões do pe. John, bem como orientações pastorais concretas, foram recopiladas no livro “Truthabout Homosexuality: The Cry of the Faithful” [“A verdade sobre a homossexualidade: o clamor dos fiéis”, em livre tradução do título – a obra ainda não está disponível em português].

O arcebispo de Bolonha, dom Matteo Zuppi, escreve no prefácio: “A Igreja não levanta muros nem cria categorias de pessoas em função da sua orientação sexual, porque, antes de terem uma atração sexual particular, elas são pessoas (…) O chamado à santidade é para todos”.

O foco mais na pessoa do que na sua tendência homossexual é a premissa. Por isso, desde o princípio, o pe. Harvey também corrige a terminologia que normalmente se usa: para ele, é mais esclarecedor falar de “pessoas com atração pelo mesmo sexo” do que usar a palavra “homossexuais”, já que essa palavra envolve “o risco, pelo menos implícito, de considerar a homossexualidade como a característica essencial da pessoa”, quando, na verdade, “uma pessoa é muito mais que um conjunto de inclinações sexuais”. Além disso, “as considerações sobre a atração por pessoas do mesmo sexo se tornam mais confusas quando pensamos nos ‘homossexuais’ como uma categoria à parte entre os seres humanos”.

O pe. Harvey observa que, “em geral, as pessoas ‘heterossexuais’ não compreendem quem sente uma atração persistente pelo mesmo sexo”: ele mesmo precisou de “anos para entender a natureza desta condição”, mas enfrenta com clareza alguns pontos delicados.

Ele diz, por exemplo, que, no caso dos adolescentes, não se pode falar de “homossexualidade”, que é uma condição adulta, e que é preciso ter muita cautela quanto à atitude sexual ambígua típica da idade, sem a confundir com uma tendência homossexual.

A própria atração por pessoas do mesmo sexo tem matizes diferentes em cada pessoa. Para começar, é uma tendência, não um pecado em si mesma; no entanto, não justifica moralmente a prática dos atos homossexuais.