sábado, 21 de janeiro de 2017

Cerimônia de posse de Trump contou com orações de seis líderes religiosos


Os Estados Unidos abordam o tema da laicidade do Estado de uma maneira bastante diferente do Brasil e de outros países. É tradição que, por exemplo, a cerimônia de posse de um novo presidente tenha um momento de oração, guiado por algum líder religioso. Na posse de Donald Trump, o 45º presidente dos Estados Unidos, não foi diferente, mas o número de líderes proferindo orações surpreendeu: foram seis – cinco cristãos e um judeu.

Todos eles evitaram expressões que pudessem ser creditadas a uma orientação política específica. Antes do juramento de Trump, três líderes fizeram suas leituras bíblicas e orações. O cardeal Timothy Dolan, arcebispo de Nova York, leu um trecho do Livro da Sabedoria. Por sua vez, o reverendo Samuel Rodriguez, da Conferência Nacional Hispânica de Liderança Cristã, leu o capítulo 5 do Evangelho de Mateus, que inclui as bem-aventuranças.

Já a pastora Paula White, que dirige o New Destiny Christian Center e é a orientadora espiritual pessoal de Trump, fez uma oração com suas próprias palavras. White é uma televangelista da linha da teologia da prosperidade que foi designada pelo novo presidente como chefe do Conselho Evangélico de sua administração. Ela já foi investigada pelo congresso norte-americano a respeito das finanças de sua igreja.

Depois do juramento, tiveram a palavra o rabino Marvin Hier, o reverendo Franklin Graham, filho do famoso evangelista Billy Graham, e o bispo Wayne T. Jackson, do Great Faith Ministries International. “A riqueza de uma nação é medida pelos seus valores, não por seus cofres”, disse o rabino, um dos mais influentes dos Estados Unidos e dono de dois Oscars como coprodutor de documentários sobre o holocausto.

Já Graham apontou que a chuva, na Bíblia, é um sinal da bênção de Deus e disse a Trump: “Quando você chegou ao palco, começou a chover”. Ele leu um trecho do capítulo 2 da Primeira Carta de Paulo a Timóteo. Jackson apostou na concórdia: “Não somos inimigos, mas irmãos e irmãs”, disse ele.

Na posse de Barack Obama, em 2009, o pastor Rick Warren fez uma oração e Joseph Lowery, da Igreja Metodista Unida, deu uma bênção. A presença de Warren despertou atenção, devido a suas posturas consideradas conservadoras em relação ao aborto, ao casamento entre pessoas de mesmo sexo e o uso de preservativos. Em 2013, a oração foi feita pela ativista Myrlie Evers-William. 

Os dogmas da Igreja Católica


O dogma é um ensinamento ou doutrina proposta com autoridade e explicitamente pela Igreja como revelada por Deus, exigindo-se a crença do Povo de Deus. Um dogma pode ser proposto pela Igreja numa proclamação solene (por exemplo, o dogma da Imaculada Conceição) ou através do magistério ordinário (por exemplo, a verdade de que a vida do ser humano inocente é inviolável).

"Os dogmas são luzes no caminho da nossa fé, que o iluminam e o tornam seguro."

Há algumas verdades doutrinárias na Igreja Católica que são estabelecidas como "dogmas da fé", ou seja, nenhum católico que queira continuar católico pode negar ou mudar aquilo.

Isso é muito bom, por dois motivos: dão uma segurança incrível à nossa fé e impede que a Igreja Católica fique esfacelada como muitas outras religiões em que a interpretação das escrituras é plenamente livre e arbitrária.

Creia no que a Igreja ensina e tente saber a opinião correta que ela dá sobre este ou aquele assunto.

A Igreja Católica proclama a existência de muitos dogmas, sendo 43 o número dos principais. Eles estão subdivididos em 8 categorias diferentes:

·  Dogmas sobre Deus
·  Dogmas sobre Jesus Cristo
·  Dogmas sobre a criação do mundo
·  Dogmas sobre o ser humano
·  Dogmas marianos
·  Dogmas sobre o Papa e a Igreja
·  Dogmas sobre os sacramentos
·  Dogmas sobre as últimas coisas 

CNBB NE5 lança nota aos cristãos e cidadãos do Maranhão


NOTA DOS BISPOS DO MARANHÃO
AOS CRISTÃOS E AOS CIDADÃOS DO MARANHÃO

Quanto a nós, não podemos nos calar sobre o que vimos e ouvimos (At 4, 20).

Nós, bispos do Maranhão, reunidos em Zé Doca, de 16 a 19 de janeiro de 2017, sob a luz do Espírito Santo, queremos manifestar algumas preocupações referentes ao momento atual.

Ouvimos com apreensão os relatos sobre o que está acontecendo nas prisões do país. São sobretudo os jovens que mais sofrem com essa situação. São eles que, em grande parte, superlotam as penitenciárias, sendo que muitos deles nem sequer foram julgados ou sentenciados. O sistema judiciário apresenta-se como funcional ao modelo econômico vigente, contribuindo para um genocídio não declarado.

Neste ano dedicado à juventude, inquietam-nos as consequências que este modelo econômico traz para os jovens do nosso Estado. Quase 500 mil jovens, com idades entre 15 e 29 anos, nem estudam, nem trabalham, nem têm esperança de estudar ou trabalhar e, por isso, nem vão mais à procura de oportunidades. Garantir às novas gerações o direito à educação de qualidade, ao trabalho, ao lazer e à inserção na vida profissional é papel do Estado democrático e este é, certamente, o modo mais eficaz de prevenir a violência crescente.

Constatamos com pesar a expansão do agronegócio, bem visível no programa federal conhecido como MATOPIBA. Apresentado pela mídia como solução mágica para a agricultura do nosso Estado, este programa visa ocupar o que resta de Cerrado do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Tal tipo de expansão do agronegócio destrói modos de vida originários, não visa o bem viver da população, expulsa e exclui milhares de pessoas que viviam da sua produção no campo. O modelo, que se baseia na monocultura da soja, do eucalipto, da cana-de-açúcar e outras culturas, pode até aumentar o Produto Interno Bruto-PIB do Estado. Não contribui, porém, para o crescimento do Índice de Desenvolvimento Humano-IDH, além de ferir de morte o bioma Cerrado. A Campanha da Fraternidade deste ano nos convida a uma reflexão mais aprofundada sobre este assunto. 

Ancorados no Senhor, Rocha inabalável...


Um católico verdadeiro procura compreender cada vez mais e melhor a fé à qual aderiu, procura colocar em diálogo a fé da Igreja com as situações sempre mutáveis do mundo, mas jamais adultera a fé recebida uma vez por todas.

A doutrina da fé é viva e dinâmica por obra do Espírito Santo: desenvolve-se, amadurece, explicita-se, mas nunca se nega a si mesma ou se trai!

Além do mais, geração alguma de cristãos, pastores alguns, teólogos nenhuns, por competentes que sejam, podem colocar-se acima do que foi recebido pela Tradição oral e escrita (Sagradas Escrituras) da Igreja!

A Igreja é de Cristo - só Dele! -, não é nossa, não está ao nosso dispor! A Igreja sequer é de si própria! Não somos nossos, não nos pertencemos! Alguém pagou alto preço por nós, Alguém nos redimiu, Alguém nos reuniu em Igreja: o Cristo, nosso único Senhor, nossa única verdade! Sua Palavra, a fé que Ele entregou à Sua Igreja, não pode ser adulterada de modo algum!
 

Newman e a consciência


Caro Amigo, causou-me grande incômodo a inaceitável atitude de um “teólogo” que, em determinada conferência, invocou o grande Cardeal Newman e sua defesa da consciência para instigar padres a se colocarem acima do magistério moral e do direito da Igreja. Trata-se de uma impostura e de uma imoralidade sem tamanho!

Penso que o "teólogo" tenha citado a famosa frase do Cardeal inglês: "Brindo ao Papa, mas brindo antes à minha consciência!" Citou e deturpo-lhe miseravelmente o sentido, ou melhor, o inverteu!

Newman foi o grande campeão da consciência, mas esta para ele, tem uma âncora objetiva: a busca persistente, madura e responsável pela verdade! Consciência, para Newman, nada tem a ver com subjetivismo, indisciplina e falta de responsabilidade! Para Newman, precisamente porque a consciência pode encontrar a verdade, uma vez encontrando-a, tem a obrigação de segui-la: exatamente porque, seguindo sua consciência, tornou-se católico, ele afirmava seu dever de obedecer ao Papa! Este é o sentido da frase - o contrário do que o "teólogo" quis insinuar!

Abaixo apresento-lhe uns trechinhos de uma conferência do Cardeal Ratzinger sobre a consciência em Newman. As palavras entre aspas são do próprio Newman…

Newman, enquanto homem da consciência, tornou-se um convertido. Foi a sua consciência que o conduziu dos antigos laços e das antigas certezas para o interior do mundo para ele difícil e entranho do catolicismo.

Todavia, exatamente este caminho da consciência é algo totalmente diferente de um caminho de subjetividade que se afirma a si própria: é, ao contrário, um caminho de obediência à verdade objetiva.

O segundo passo do caminho de conversão, que durou toda a vida de Newman foi, com efeito, a superação da posição do subjetivismo evangélico (protestante) em favor de uma concepção do cristianismo fundada sobre a objetividade do dogma. 

Ainda não apta para o sofrimento e já madura para a vitória


Celebramos uma virgem: imitemos a sua integridade. Celebramos a mártir: ofereçamos sacrifícios.

Celebramos Santa Inês. Conta-se que teria sofrido o martírio com doze anos. Quanto mais detestável se mostra a crueldade que nem a infantil idade poupou, tanto maior é a força da fé que até naquela idade encontrou testemunho.

Em corpo tão pequeno haveria sequer espaço para os sofrimentos? Mas aquela que quase não tinha tamanho para ser ferida pela espada, teve forças para vencer a espada. E contudo, as meninas desta idade não suportam sequer o rosto zangado dos pais e choram como se de feridas se tratasse por causa da picada de um alfinete.

Mas Inês permanece impávida entre as mãos dos cruéis algozes, imóvel perante o pesado e estridente arrastar das cadeias. Oferece o corpo à espada do soldado furibundo, sem saber o que é a morte, mas pronta para ela; levada à força até ao altar dos ídolos, estende as mãos para Cristo entre as chamas de fogo, e no próprio lume do sacrilégio assinala o troféu do Senhor vitorioso; por fim introduz o pescoço e as mãos nos aros de ferro, mas nenhum elo é suficientemente apertado para reter membros tão pequenos.

Novo gênero de martírio! Ainda não apta para o sofrimento e já madura para a vitória; mal pode combater e facilmente triunfa; dá uma lição de fortaleza, apesar da sua tão tenra idade. Nenhuma noiva se adiantaria para o leito nupcial com aquela alegria com que a virgem avançou para o lugar do suplício, levando a cabeça enfeitada não de tranças mas de Cristo, e coroada não de flores mas de virtudes.

Todos choram, só ela não tem lágrimas. Todos se admiram de que tão generosamente entregue a sua vida quem ainda não a começara a gozar, como se já a tivesse vivido plenamente. A todos espanta que se levante já como testemunha de Deus uma criança, que, pela idade, não podia ainda dar testemunho de si mesma. E afinal foi fidedigno o testemunho que deu acerca de Deus esta criança que ainda não podia testemunhar a respeito de um homem; porque o que ultrapassa a natureza, pode fazê-lo o Autor da natureza.

Quantas ameaças do algoz para que ela se atemorizasse, quantas seduções para que se convencesse, quantas promessas para que o desposasse! Mas a sua resposta foi esta: «É uma ofensa ao Esposo fazer-se esperar; aquele que primeiro me escolheu para Si, esse é que me receberá. Porque demoras, verdugo? Pereça este corpo, que pode ser amado por quem eu não quero». Levantou-se, rezou, inclinou a cabeça.

Terias podido ver o carrasco perturbar-se, como se fosse ele o condenado; tremer a mão direita do verdugo; empalidecerem‑se os rostos, temerosos do perigo alheio, enquanto a jovem não temia o próprio.

Tendes numa única vítima dois martírios, o da pureza e o da fé. Permaneceu virgem e foi mártir.



Do Tratado de Santo Ambrósio, bispo, sobre as virgens (Liv. 1, cap. 2.5.7-9: PL 16 [ed. 1845), 189-191) (Sec. IV)

“Muitas almas vão para o inferno por não haver quem se sacrifique e reze por elas” (Nossa Senhora).


Há quase 100 anos atrás, Nossa Senhora lembrou em Fátima a necessidade de orações e sacrifícios para a salvação das almas. Orações pelas almas dos “pobres pecadores”, como tinha dito a mesma Senhora no mês de julho, quando mostrou aos assustados pastorinhos a visão do inferno. De um século para cá, o neopaganismo assola a civilização cristã e multidões de pessoas são tão ignorantes em matéria religiosa que não podem sequer repetir a pergunta do fariseu do Evangelho: “Que devo fazer para alcançar a vida eterna?” pois não têm clara a ideia de que existe uma vida eterna… Deus não permite que falte a ninguém a graça necessária para a salvação da alma mas Ele quer em tudo a nossa colaboração. 

Dia 19 de Agosto de 1917, andando com as ovelhas, na companhia de Francisco e seu irmão João, num lugar chamado Valinhos, e sentindo que alguma coisa de sobrenatural se aproximava e nos envolvia, suspeitando que Nossa Senhora nos viesse a aparecer e tendo pena que a Jacinta ficasse sem A ver, pedimos a seu irmão João que a fosse a chamar. Como ele não queria ir, ofereci-lhe, para isso, dois vinténs e lá foi a correr. Entretanto, vi, com o Francisco, o reflexo da luz a que chamávamos relâmpago; e chegada a Jacinta, um instante depois, vimos Nossa Senhora sobre uma carrasqueira.

– Que é que Vossemecê me quer?


 Quero que continueis a ir à Cova de Iria no dia 13, que continueis a rezar o terço todos os dias. No último mês, farei o milagre, para que todos acreditem.

– Que é que Vossemecê quer que se faça ao dinheiro que o povo deixa na Cova de Iria?

– Façam dois andores: um, leva-o tu com a Jacinta e mais duas meninas vestidas de branco; o outro, que o leve o Francisco com mais três meninos. O dinheiro dos andores é para a festa de Nossa Senhora do Rosário e o que sobrar é para a ajuda duma capela que hão de mandar fazer.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Prender criminosos basta?


“Lembrem-se dos presos como se vocês estivessem na prisão com eles”. (Hb 13,3).

Diante da dolorosa crise que se instala sobre o Sistema Carcerário Nacional, manifesto meu pesar e também reafirmo o compromisso no atendimento dos encarcerados e seus familiares de Juiz de Fora, através de nossa eficiente Pastoral Carcerária Arquidiocesana. 

Cabe ao Estado o dever de propiciar o mínimo de dignidade a uma população que carece dos direitos sociais mais básicos a fim de devolver os detentos à liberdade, livres da criminalidade. Dados recentes do Ministério da Justiça mostram que a população carcerária cresceu 575% nos últimos 26 anos. O paradoxo desta política de encarceramento em massa é que os esforços governamentais, que se empenham na construção de mais presídios, sem as condições necessárias de humanização, não têm diminuído, mas aumentado a criminalidade.

O Brasil ostenta hoje o patamar de quarta maior população carcerária do mundo, atrás de EUA, China e Rússia. No entanto, entre eles é o campeão de prisões de acusados sem condenação. Na questão de superlotação, somos também um dos vencedores: temos metade das vagas para atender o número de encarcerados. Vê-se que o Sistema Prisional carece não só de novas construções, mas de uma profunda reforma estrutural.

Nas Unidades Prisionais de todo nosso País predominam a superlotação, a violação de direitos e os recorrentes casos de maus-tratos e torturas. O encarceramento em grande número nos Sistemas Prisionais não gerou melhora na Segurança Pública em nossas cidades. Pelo contrário, os índices de violências, nos últimos anos, aumentaram de maneira gigantesca, vitimando, sobretudo as pessoas pobres, negras, das periferias e de baixo nível educacional.

Fica evidente que encarcerar pura e simplesmente não é solução para pôr fim a tanta violência, pois infelizmente o Estado não tem criado estruturas que contribuam para reconstrução da vida da pessoa encarcerada e sua ressocialização. Como disse o Papa Francisco em sua visita ao México, “é um engano social acreditar que a segurança e a ordem só são alcançadas prendendo as pessoas”. Na verdade, as prisões, nos esquemas atuais, resultam quase sempre somente em dor e destruição da pessoa humana.