Um católico verdadeiro
procura compreender cada vez mais e melhor a fé à qual aderiu, procura colocar
em diálogo a fé da Igreja com as situações sempre mutáveis do mundo, mas jamais
adultera a fé recebida uma vez por todas.
A doutrina da fé é viva
e dinâmica por obra do Espírito Santo: desenvolve-se, amadurece, explicita-se,
mas nunca se nega a si mesma ou se trai!
Além do mais, geração alguma de cristãos, pastores alguns, teólogos nenhuns, por competentes que sejam, podem colocar-se acima do que foi recebido pela Tradição oral e escrita (Sagradas Escrituras) da Igreja!
A Igreja é de Cristo - só Dele! -, não é nossa, não está ao nosso dispor! A Igreja sequer é de si própria! Não somos nossos, não nos pertencemos! Alguém pagou alto preço por nós, Alguém nos redimiu, Alguém nos reuniu em Igreja: o Cristo, nosso único Senhor, nossa única verdade! Sua Palavra, a fé que Ele entregou à Sua Igreja, não pode ser adulterada de modo algum!
É na Mãe católica,
Comunhão dos que receberam a Unção do Santo Espírito da Verdade, que temos a
certeza de sermos conservados e guiados na verdadeira fé, e mantemos a firme
convicção que o desenvolvimento da doutrina de fé é autêntico, pois o Cristo
assim o prometeu que, no Seu Espírito, conduziria a Sua Igreja à verdade plena.
É o Espírito, Unção do Santo – e só Ele! – Quem garante que o desenvolvimento
da doutrina da fé da Igreja é segundo Cristo e não uma traição ao que recebemos
desde o princípio!
Assim, cada geração de
cristãos, pastores e fieis, está obrigada, no Espírito, a ouvir sempre de novo
o que nos foi transmitido: ouvir na fé, meditar, como a Virgem, com atenta e
humilde solicitude, viver com fidelidade e propor corajosamente aos que
desejarem ouvir, oportuna e inoportunamente! Assim, a cada geração - e de certo
modo, em cada fiel - a fé e como que "mastigada",
"ruminada", feita vida e reproposta; mas, sempre fiel ao que
recebemos, sem adulterações ou concessões ao mundo, ao espírito do tempo ou ao
pecado, moleza e malandragem humana...
Sem isto, sem esta
dinâmica de vida e fidelidade, a Igreja já não comunicaria o Eterno, já não
seria ministra de Cristo! E isto é o que ela é: ministra de Cristo, seu Senhor,
seu Esposo, seu Juiz!
Cremos, Senhor! Em meio
às escuridões em que vivemos, sustenta nossa fé!
Dom Henrique Soares da Costa
Bispo de Palmares, PE
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