terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Iraque: voluntários muçulmanos restauram igreja em Mossul em mensagem de paz


Um grupo de 50 jovens muçulmanos de Mossul, no Iraque, começou a limpar e restaurar uma igreja dedicada à Nossa Senhora numa área recentemente dilacerada pelos combatentes do autoproclamado Estado Islâmico. O responsável por uma das ONGs que promove a iniciativa sublinhou que o objetivo é passar “uma mensagem de paz ao mundo inteiro”.

A Igreja da Virgem Maria fica no bairro de Dergazliya. Durante os dois anos e meio de ocupação da organização jihadista, o local foi transformado em uma sede da polícia moral do proclamado “califado”. Muitos outros lugares de culto, entre igrejas e mesquitas, também foram destruídas pelos combatentes.

O chefe da Rede das Organizações da Sociedade Civil, Maher Al Obaidi, disse terem assumido esse papel de limpar a cidade destruída e que “agora é o momento de reestruturar mesquitas, igrejas e outros lugares de culto”. Ele acrescentou que “todos os voluntários no serviço são muçulmanos, porque os membros de outras comunidades foram caçados das suas casas pelos combatentes de Daesh e ainda não se sentem seguros para voltar”. 

São Valentim (Valentinus)


A Igreja comemora no dia 14 de fevereiro a festa de dois santos de nome Valentim: São Valentim e São Valentim de Terni. Os dois foram padres, viveram mais ou menos na mesma época, Século III. Os dois foram mártires e lutaram pelo bem dos namorados. Por isso o “Dia dos Namorados” em várias partes do mundo passou a ser chamado em inglês de “Valentins day” ou, "dia dos Valentins". Além do interessante fato de serem dois os santos mártires festejados neste dia, com o mesmo nome e ambos declarados pela Igreja, protetores dos namorados. Cada um por sua justa razão, como se pode verificar no texto da página de São Valentim, o sacerdote mártir.

São Valentim, presbítero


Valentim foi um padre romano que viveu no século III e que tinha como trabalho principal a assistência às vítimas das perseguições do Imperador Cláudio, o Gótico. 

Diz-se que o imperador Cláudio pretendia reunir um grande exército para expandir o Império Romano.

Para isso, queria que os homens se alistassem como voluntários, mas a verdade é que eles estavam fartos de guerras e tinham de pensar nas famílias que deixavam para trás...

Se eles morressem em combate, quem é que as sustentaria?

Cláudio ficou furioso e considerou isto uma traição. Então teve uma idéia: se os homens não fossem casados, nada os impediria de ir para a guerra. Assim, decidiu que não seriam consentidos mais casamentos.

Os jovens acharam que essa era uma lei injusta e cruel. Por seu turno, o sacerdote Valentim, que discordava completamente da lei de Cláudio, decidiu realizar casamentos às escondidas.

A cerimônia era um ato perigoso, pois enquanto os noivos se casavam numa sala mal iluminada, tinham que ficar à escuta para tentar perceber se haveria soldados por perto.

Uma noite, durante um desses casamentos secretos, ouviram-se passos. O casal que no momento estava celebrando conseguiu escapar, mas o sacerdote Valentim foi capturado.

Preso, foi levado à presença do prefeito de Roma que o interrogou. A convicção de Valentim - e conta-se que a cura da filha do prefeito que era cega - acabou por tocar-lhe o coração, convertendo o prefeito e toda a sua família ao Cristianismo. O imperador, porém, embora admirado com o ocorrido, ficou bastante irado por ver o companheiro político convertido à religião que perseguia. Mandou, então, que espancassem a pauladas Valentim e o decapitassem em 14 de Fevereiro do ano de 269 e, em 498, o Papa Gelasius canonizou-o, sendo grande exemplo de amor e fidelidade a Cristo. No local de sua morte, o papa Júlio, no século IV, mandou construir uma igreja em sua homenagem.


Glorioso São Valentim, nosso amado protetor, que triunfaste contra o demônio, continua tua vitoriosa obra, livrando-nos das tentações infernais e salvando nossas almas. Fortifica-nos e guia-nos nas batalhas espirituais, obtendo do Senhor a graça de que sejamos semelhantes a ti, que sempre estiveste disposto a sofrer qualquer afronta e qualquer tormento a perder uma só de tuas virtudes cristãs. Amém.

São Valentim, rogai por nós!

São Valentim de Terni


Conforme os registros da diocese de Terni, Valentim foi consagrado bispo em 197, sendo seu primeiro bispo e considerado fundador da cidade. Consta que ao lado de sua casa e da igreja havia um imenso prado e um belo jardim. Quanto não estava trabalhando na igreja ou tratando de algum doente, podia ser visto cuidando das rosas que cultivava. À tarde ele abria os portões para as crianças brincarem e correrem livremente. Ao entardecer ele abençoava cada uma entregando uma flor, para ser entregue às suas mães. A sua intenção era fazer as crianças irem direto para casa e alimentar o amor e respeito pelos pais.

Valentim, tinha o dom do conselho, sua fama de reconciliador dos casais de namorados era muito difundida. Tudo começou assim: certo dia, ouvindo dois jovens namorados brigando, que pararam ao lado da cerca do seu jardim, foi ao encontro deles levando na mão uma linda rosa. O capuz caído, a figura serena e sorridente do bom velho e aquela rosa que ele parecia lhes oferecer, tiveram o mágico poder da acalmar os dois namorados em briga. Depois, quando ele, entregando realmente a rosa vermelha, pediu que os dois juntos apertassem o cabo com cuidado para não se espetarem e explicou o "cor unum", que em latim significa "união de corpos" de duas pessoas casadas, o amor retornou como antes.

Algum tempo depois, os dois procuraram Valentim para marcar o casamento, que celebrou e abençoou a união do casal. Na cerimônia compareceram quase todos da cidade, querendo participar do final feliz do casal reconciliado. A história se espalhou e sua fama se criou.

Além do dom do conselho, Valentim possuía o da cura, que aumentava conforme sua idade. Muitas vezes viajava, a pedido de outras dioceses, para atender os enfermos. Em 272, foi chamado para cuidar de um doente em Roma. Durante sua estadia na cidade, Valentim converteu o famoso filósofo grego Crato e três de seus jovens discípulos atenienses. Este zelo o expôs aos delatores pagãos. Nesta época o imperador era Aureliano, ardiloso e cruel. Os discípulos de Crato foram ao julgamento em defesa do bispo, mas nada puderam fazer. Valentim foi condenado à morte e decapitado em 14 de fevereiro de 273. Os três jovens recém convertidos resgataram seu corpo e o transportaram para Terni onde foi sepultado.

A sua festa no dia 14 de fevereiro e a sua fama ganharam força em toda a Itália. Na Idade Média, foi ganhando reforços e hoje é festeja em todo o planeta por todos os casais devotos.

A Igreja o incluiu no Calendário Litúrgico como São Valentim de Terni, o bispo mártir, protetor dos jovens e dos namorados. As suas relíquias estão na Igreja das Carmelitas, na cidade de Terni, em Roma. Ao lado de sua urna de prata, coberta por uma redoma de cristal, existe a seguinte inscrição: "São Valentim, patrono do amor". Há também um belo vitral com a imagem do santo bispo abençoando um casal ajoelhado que segura uma rosa.


São Valentim, que semeastes a bondade, o amor e a paz na Terra, sede meu guia espiritual. Ensinai-me a aceitar os defeitos e as falhas do meu companheiro e ajudai-o a reconhecer as minhas virtudes e vocações. Vós, que compreendeis os que se amam e desejam ver a união abençoada por Cristo, sede nosso advogado, nosso protetor e nosso abençoador. Em nome de Jesus, amém!

São Valentim, rogai por nós!

Fazei crescer a vossa Igreja e a todos reuni na unidade


Constantino Cirilo, fatigado por muitos trabalhos, caiu doente; e quando já havia muitos dias que suportava a enfermidade, teve uma visão de Deus e começou a cantar: “O meu espírito alegrou-se e o meu coração exultou, quando me disseram: Vamos para a casa do Senhor”.

Depois de ter revestido as vestes de cerimônia, assim permaneceu todo aquele dia, cheio de alegria e dizendo: “A partir de agora, já não sou servo nem do imperador nem de homem algum na terra, mas unicamente do Deus todo-poderoso. Eu não existia, mas agora existo e existirei para sempre. Amém”. No dia seguinte, vestiu o santo hábito monástico e, acrescentando luz à luz, impôs-se o nome de Cirilo. E assim permaneceu durante cinquenta dias.

Chegada a hora de encontrar repouso e de emigrar para as moradas eternas, erguendo as mãos para Deus, orava com lágrimas: “Senhor meu Deus, que criastes todos os anjos e os espíritos incorpóreos, estendestes o céu, fixastes a terra e formastes do nada todas as coisas que existem; vós que sempre ouvis aqueles que fazem vossa vontade, vos temem e observam vossos preceitos, atendei a minha oração e conservai na fidelidade o vosso rebanho, a cuja frente me colocastes, apesar de incompetente e indigno servo.

Livrai-o da malícia ímpia e pagã dos que blasfemam contra vós; fazei crescer a vossa Igreja e a todos reuni na unidade. Tornai o povo perfeito, concorde na verdadeira fé e no reto testemunho; inspirai aos seus corações a palavra da vossa doutrina; porque é dom que vem de vós ter-nos escolhido para pregar o Evangelho de vosso Cristo, encorajando-nos a praticar as boas obras e a fazer o que é de vosso agrado. Aqueles que me destes, a vós entrego, porque são vossos; governai-os com vossa mão poderosa e protegei-os à sombra de vossas asas, para que todos louvem e glorifiquem o vosso nome, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém”.

Depois de ter beijado a todos com o ósculo santo, disse: “Bendito seja Deus que não nos entregou como presa aos dentes de nossos invisíveis adversários, mas rompeu suas armadilhas e nos libertou do mal que tramavam contra nós”. E assim adormeceu no Senhor, com quarenta e dois anos de idade.

O Sumo Pontífice ordenou que todos os gregos que estavam em Roma, juntamente com os romanos, se reunissem junto de seu corpo com velas acesas e cantando; e que suas exéquias fossem celebradas do mesmo modo como se celebram as do próprio Papa. E assim foi feito.


Da Vida eslava de Constantino 

(Cap.18: Denkschriften der kaiserl. Akademie der Wissenschaften, 19, Wien 1970, p. 246)

Pode um católico negar obediência ao Concílio Ecumênico do Vaticano II?


Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; 
e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou” (Lc 10,16).

Realmente tenho que reconhecer que na Modernidade há coisas bem curiosas, especialmente no meio católico. Como alguém pode se dizer católico e negar o que a Igreja ensina? Como alguém pode se dizer católico e ficar dando ouvidos aos gurus?

 Pois é exatamente isso que está acontecendo hoje. Infelizmente isso não é novo. De tempos em tempos os católicos são arrastados a resistirem à Igreja. A razão é sempre a mesma: são seduzidos por argumentos de quem se acha o guardião da Ortodoxia Católica.

Até mesmo o perfil psicológico destes “gurus” não muda. São pessoas de grande piedade, parecem demonstrar grande amor à Igreja, possuem um enorme poder de sedução, apresentam-se sempre com muita humildade, porém esta máscara logo cai quando são contrariadas. São pessoas de mentalidade estreita e de grande orgulho. Ensinam suas próprias convicções como se fossem o sumo da doutrina católica.

Muitas vezes temos dificuldade de entender algo que a Igreja expõe, seja pela grandeza da matéria, pela erudição da exposição ou ainda por causa da abertura dos termos que ela utiliza. Que fiel no séc. IV entendeu o que a Igreja quis dizer com “consubstancial ao Pai”?

Ora, nós somos limitados, mas a Igreja goza de assistência especial do Espírito Santo. Por isso devemos confiar nela e não nos “gurus” que normalmente nem fazem parte da Igreja docente. Se há um ponto difícil de entender na exposição da doutrina, ou uma contradição aparente em relação ao que sempre foi ensinado, cabe ao Magistério da Igreja explicá-lo.

Especialmente no que diz respeito ao Concílio do Vaticano II, a má vontade dos tradicionalistas em encontrar na letra do Concílio a perene Doutrina da Igreja é notória. Em resumo, encontram “chifres em cabeça de cavalo”, pois dizem que os documentos do Concílio ensinam erros que lá não estão e pelo fato do Concílio não ter sido dogmático, complementam alegando que é legítimo recusar seus ensinamentos. 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Nossa Senhora no Carnaval. Carta de uma Católica entristecida.


Já ganhou as manchetes de todo o Brasil a notícia de que Nossa Senhora Aparecida será usada durante os desfiles de uma escola de samba no Carnaval de São Paulo em 2017.

Estou perplexa, triste, ao pensar que nossa mãezinha está exposta a tamanha profanação, e com o consentimento de nossa Igreja. Pedem para compreendermos, argumentam, rebaixam nosso sentimento religioso, mas não há como entender.

Como o mais alto símbolo da santidade no Brasil será jogado no mais baixo símbolo da vulgaridade, do pecado, da imoralidade, do sincretismo, da maior de todas as nossas vergonhas?…

Será que não percebem que o carnaval é a festa da depravação, que durante esses quatro dias milhares de pessoas morrem embriagadas, contaminam-se com doenças venéreas, roubam, matam, esquecem-se de Deus e da fé, destroem famílias e pervertem os nossos filhos?

Como colocar a Mãe de Jesus na festa máxima da usurpação da dignidade feminina, em que mulheres são expostas à cobiça como num grande açougue? Maria Santíssima não pode ocupar esse espaço! Isso agride a nossa fé, agride a nossa dignidade. E ainda colocarão uma dessas dançarinas paramentada de Nossa Senhora Aparecida!

Dizem por aí que Nosso Senhor esteve com os pecadores… Mas Ele esteve para convertê-los, para com amor lhes mostrar o seu pecado. Quando lhe perguntaram porque ele comia com os publicanos, ele respondeu que “não são os que estão bem que precisam de médico, mas sim os doentes” (Mt 9,12). Cristo sabia que eram doentes e ia lá para sará-los.

No caso, ninguém estará naqueles carros alegóricos pregando contra o pecado e exortando alguém à penitência. Ali estarão legitimando aquele acontecimento horroroso, e usando a imagem de Nossa Senhora para referendá-lo, com o pretexto de homenageá-la pelos 300 anos de sua aparição.

O problema não é o lugar, se é o sambódromo ou a cracolândia. O problema é o que se fará ali. O desfile de uma escola de samba é muito diferente de uma procissão, ainda mais da procissão santíssima de Corpus Christi. Nem toda homenagem é honrosa, ainda mais quando é feita no contexto contrário daquilo que Nossa Senhora pede, que é a conversão. Fico pensando… Se esses padres tivessem que receber uma homenagem num prostíbulo será que aceitariam como ocasião de evangelizar? Por que querem submeter Nossa Senhora a essa vergonha? 

Espanha: Treinador proíbe capelão de rezar com jogadores em liga espanhola de futebol


O treinador do Sporting de Gijón, Joan Francesc Ferrer, conhecido como “Rubi”, decidiu recentemente proibir a entrada no vestiário do capelão da equipe, Pe. Fernando Fueyo, que há mais de duas décadas rezava o Pai Nosso com os jogadores antes de entrarem no capo para jogar.

Isso ocorreu no dia 5 de fevereiro, quando, pela primeira vez, Pe. Fueyo não pôde rezar com a equipe que, naquele dia, enfrentou o Alavés em uma partida que perdeu por 4 a 2.

Atualmente, a equipe se encontra em uma situação limite para se manter na primeira divisão da liga espanhola. Está em penúltimo na classificação e faltam 5 pontos para a permanência.

Esta decisão do treinador não agradou os torcedores da equipe, os quais veem no sacerdote um símbolo do Sporting e sua presença no campo uma tradição.


O Pe. Fueyo, de 80 anos, capelão do time e pároco de uma igreja em Gijón, Asturias (Espanha), é uma figura muito querida e respeitada pelos jogadores de futebol e torcedores. De fato, casou vários jogadores da equipe e também batizou os filhos deles.

A tradição interrompida era simples. O Pe. Fueyo entrava no vestiário momentos antes do início da partida; os jogadores que desejavam se abraçavam, rezavam o Pai Nosso e concluíam gritando “Ya!”. O sacerdote não lhes dizia mais nada.

O treinador do Sporting de Gijón compareceu em uma coletiva de imprensa no dia 10 de fevereiro e declarou que a decisão de não permitir a entrada de Pe. Fueyo no vestiário para rezar não é somente sua, “mas geral”, já que “a ideia é isolar os jogadores antes das partidas”. Rubi indicou que falará com o sacerdote para explicar a decisão.

O Grupo ACI entrou em contato com o Pe. Fueyo, que recusou fazer declarações para não acrescentar à polêmica que a decisão do treinador suscitou. Entretanto, comentou que deseja seguir sendo capelão do Sporting de Gijón “por mais muitos anos”.

Dias atrás, em declarações ao jornal ‘El Comercio’, o presbítero disse que “são dias tensos, mas menos do que a gente acredita. Não dei muita importância. Os padres são obrigados a obedecer. Estranho e aceito. Antes era a Missa, com a equipe, e agora era o Pai Nosso”.

O capelão assegurou ao mesmo jornal que com os jogadores não crentes “sempre tive respeito e carinho, inclusive com os que não eram cristãos. Espero que não sirva para desunir o vestiário”. 

Polícia do Vietnã bloqueia sacerdotes para não irem a um serviço religioso


Policiais vestidos de civis, na cidade de Hue, no centro do Vietnã, bloquearam um grupo de sacerdotes para que não pudessem assistir um serviço religioso no dia 2 de fevereiro, denunciou uma das vítimas.

Pe. Phan Van Loi disse à Rádio ‘Free Asia’ que os policiais retomaram o monitoramento das atividades depois dos cinco dias de festa de Tet, a celebração do Ano Novo do Vietnã, que aconteceu entre os dias 28 janeiro e 2 fevereiro deste ano.

“Perguntei-lhes por que estavam me impedindo de fazer os serviços da igreja”, disse o sacerdote. “Perguntei também se eram policiais. Com certeza, sabia eram policiais, porque tinha os visto antes na minha casa”, assinalou.

Pe. Loi disse que a polícia reforçou a vigilância da sua casa e que isto tem acontecido durante os últimos dois meses, depois que conversou com algumas pessoas no mosteiro de Thien Na, em Hue, cuja propriedade foi sujeita à ocupação de terras durante os últimos anos.

Outra razão para a vigilância é a sua pertença a um grupo de três sacerdotes católicos em Hue que o governo considera dissidentes. Os outros dois são os sacerdotes Nguyen Van Ly e Nguyen Huu Giai. 

Homilética: 7º Domingo do Tempo Comum - Ano A: "A radicalidade do amor".


Amor a quem? Aos inimigos? Sim. Aos que nos odeiam e aos que nos maltratam, aos que nos perseguem e aos que falam mal de nós, nem excluímos os que difamam a Igreja e os que injuriam os ministros de Deus. Também os insensatos que afirmam disparates contra a fé e os bons costumes tentando corromper a família, a juventude e as crianças, devem ser objetos do nosso amor que perdoa. Enfim, todos os que nos consideram inimigos – nós, ao contrário, não somos inimigos de ninguém – se sintam amados e perdoados por nós. O amor de Cristo não conhece fronteiras e nós, seus discípulos, também devemos desconhecê-las.

Cristo não pregou essa doutrina somente com a palavra, mas também com o exemplo. Do alto da cruz, depois de crucificado por aqueles deicidas, ou seja, por todos os pecadores, pronuncia aquelas palavras que continuam nos comovendo profundamente: “Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34). Faz dois mil anos que essas palavras ressoam aos ouvidos do Pai que, em atenção a essa súplica do seu Filho, ao qual não fizeram justiça, continua perdoando e nos levando ao Paraíso.

A primeira leitura nos ensina a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. O amor a Deus e o amor ao próximo estão interligados. A prática desses amores leva-nos a imitar Deus: ser santos como Deus é santo!

Na segunda leitura, Paulo sustenta que a comunidade cristã é templo de Deus. E, como templo de Deus, todos os seus membros devem abraçar a sabedoria da cruz. A cruz revela quão gratuito é o amor de Deus! Revela também a força de Deus: a desmedida do seu amor! Sua sabedoria consiste numa vida doada, inteiramente gratuita. A cruz indica qual deve ser a vida do cristão. Quem se deixa conduzir por sua sabedoria possui já, aqui e agora, a vida eterna!

O Evangelho faz uma referência à chamada “lei de talião” (vv. 38-42), consagrada na conhecida fórmula “olho por olho, dente por dente” e que aparece em vários textos do Antigo Testamento (cf. Ex 21,24; Lv 24,20; Dt 19,21). Trata-se de uma expressão que se tornou proverbial, e que descreve a falta de compaixão, a recusa de usar a clemência em relação ao culpado. Essa lei tinha sido imposta para defender o réu das vinganças sem limites, das represálias brutais, dos excessos nas punições.  Nos tempos antigos, quem conseguisse capturar o responsável por alguma maldade cometida, podia submetê-lo a punições severas, visando a dissuadi-lo, como também dissuadir os demais, a não cometer erros semelhantes.  A pessoa teria que pagar não só pelo seu crime, mas também por todos os outros crimes cujos responsáveis não tinham sido descobertos.

Esta vingança era um método antiquado e desumano de praticar a justiça, mas servia para manter a ordem naquela sociedade.  Neste contexto social, foi introduzida esta nova norma: “Olho por olho, dente por dente”, alicerçada sob a ideia da recusa do perdão, baseada em uma justiça exigente de igualdade, que acaba fazendo surgir, pela sua própria dureza, um convívio atroz.

Contudo, Jesus propõe algo novo, pois, na sua perspectiva, é preciso interromper o curso da violência e, para isso, propõe aos seus discípulos a não resposta às eventuais provocações e a não retribuir o outro com o mal, mas com o bem.  O Senhor nos adverte não só a receber com paciência os golpes que nos ferem, mas a apresentar com humildade a outra face. A finalidade da lei era ensinar a não fazer ao outro aquilo que não queremos que nos façam. Por isto, somos chamados a amputar as nossas más ações.


Com o objetivo de tornar mais clara a sua proposta, Jesus apresenta alguns casos concretos. Inicialmente, pede para não responder com a mesma moeda àquele que nos agride fisicamente, mas que se desarme o violento, oferecendo a outra face (v. 39); em seguida, Jesus recomenda que, diante de uma exigência exorbitante, como a entrega da túnica, isto é, da peça de roupa mais fundamental, que não era tirada senão àquele que era vendido como escravo (cf. Gn 37,23), se responda entregando ainda mais (v. 40).

Não olhemos as pessoas desde cima, como se fossem inferiores a nós, ainda que nos considerem inimigos. A caridade exige justamente o contrário: colocar-nos ao serviço deles, ver os aspectos positivos dos demais, fomentar as qualidades que o outro tem e entrar – de certa maneira – no universo dele para procurar compreendê-lo. E, dessa maneira, desde a visão do outro, ainda que errônea, procurar encaminhar tudo para o bem, para Deus.

Toda a reinterpretação que Jesus apresenta no capítulo quinto do Evangelho de Mateus bem como o programa de vida do discípulo, exposto nas bem-aventuranças, culminam no último versículo desse capítulo: “Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito”. Ser santos (Lv 19,2), ser misericordiosos como ele (Lc 6,36) e ser perfeitos como o Pai (Mt 5,48) se equivalem! Ser santo, misericordioso e perfeito consiste em amar gratuitamente!