Em
tempos de tanto relativismo, confusão acerca dos valores e permissividade em que
tudo parece ser certo simultaneamente mesmo que não seja possível haver mais de
uma verdade logica e validamente, como muitos pretendem defender, é importante
frisar aos que são católicos que a fé da Igreja não é mera opinião razoável que
podemos ou não aceitar se queremos viver a comunhão com ela.
Somos
livres para sermos católicos ou não. Ninguém é obrigado a sê-lo. Porém ao
aceitar viver numa religião qualquer, não só como praticante de mera frequência
ao sagrado e conhecedor de coisas, e sim enquanto alguém que busca vivê-la de
maneira plena no seu cotidiano condicionando a própria personalidade, temos que
assumir com coerência a normatividade do credo em questão.
A fé
católica implica necessariamente a transformação da pessoa em conformidade a
tudo o que foi instituído como essencial sob a autoridade de Cristo, seja pela
Sagrada Escritura, pela tradição apostólica (isto é, pelos apóstolos que
receberam a sua autoridade), ou pela Igreja no uso do seu Magistério a quem Ele
confiou todo o depósito da fé.
No que
se trata de matéria disciplinar, ou seja, aquilo que é norma eclesiástica, nós
temos condições que são passíveis de mudança ao longo dos séculos, tal como
algumas formas da liturgia, da aplicação de leis canônicas, etc. Podemos chamar
isso de “tradição” de ‘t’ minúsculo porque mutável. Quando chegamos no que diz
respeito à doutrina apostólica e magisterial já definida, o que podemos chamar
de “Tradição” com ‘T’ maiúsculo, estamos tocando naquilo que é
imutável até mesmo pela suprema autoridade da Igreja aqui na Terra, o
Papa.
“Pera
aí! Então o Papa não pode tudo?” Não. Igualmente ele está submetido à
normatividade da fé, e o seu limite no exercício do ministério petrino é a
fidelidade à Tradição e ao Magistério já estabelecidos inerrantemente. A própria
infalibilidade papal se dá adequada a essa continuidade que deve ser
ininterrupta. Jamais se deve vivê-la em descontinuidade.