quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Cardeal propõe em que situações divorciados em nova união poderiam comungar


O Cardeal Francesco Coccopalmerio, presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, assegura, em seu novo livro sobre a exortação pós-sinodal “Amoris Laetitia” do Papa Francisco, que divorciados em nova união poderiam receber a comunhão quando supostamente desejarem mudar esta situação irregular e não puderem.

A apresentação do livro “O capítulo 8 da Exortação Apostólica pós-Sinodal Amoris Laetitia” foi realizada na sala de conferências da Rádio Vaticano, mas o Cardeal não esteve presente devido a outros compromissos inevitáveis.

No texto – publicado em italiano pela Livraria Editrice Vaticana – o Purpurado comenta um dos temas que causaram mais controvérsia durante o Sínodo dos Bispos sobre a Família, realizado em 2014 e 2015 no Vaticano, e incluído na exortação publicada em abril de 2016.

O capítulo oito de “Amoris Laetitia” tem como título “Acompanhar, discernir e integrar a fragilidade” e trata sobre a posição que a Igreja deve ter com relação aos casais em crise e os divorciados em nova união. “O caminho da Igreja é o de não condenar eternamente ninguém; derramar a misericórdia de Deus sobre todas as pessoas que a pedem com coração sincero”, afirma o Papa Francisco no documento.

Concretamente no parágrafo 299, o Pontífice assinala: “Acolho as considerações de muitos Padres sinodais que quiseram afirmar que os batizados que se divorciaram e voltaram a casar civilmente devem ser mais integrados na comunidade cristã sob as diferentes formas possíveis, evitando toda a ocasião de escândalo”.

Em seguida, manifesta que “é possível apenas um novo encorajamento a um responsável discernimento pessoal e pastoral dos casos particulares, que deveria reconhecer: uma vez que o grau de responsabilidade não é igual em todos os casos, as consequências ou efeitos de uma norma não devem necessariamente ser sempre os mesmos”. 

Frade de 80 anos é amarrado durante assalto a convento no Espírito Santo


Frei Pedro Engel, de 80 anos, foi vítima de um assalto no Convento da Penha, em Vila Velha (ES), um dos mais antigos do Brasil. O franciscano foi amarrado e sofreu algumas escoriações, além de ficar com alterações na pressão arterial.

O assalto aconteceu na tarde de segunda-feira, quando dois rapazes entraram no convento se passando por fiéis, um deles, inclusive, carregando um terço na mão. Eles abordaram Frei Pedro após a Missa, quando este seguia em direção ao escritório para contar o dinheiro da coleta.

Os dois homens, então, amarraram o frade com fita adesiva, pegaram o dinheiro e fugiram. O valor total não foi divulgado.


O próprio Frei Engel conseguiu se soltar, mas ficou com ferimentos por conta do contato da fita adesiva com a pele mais sensível em seus braços e pernas. Além disso, ficou com a pressão arterial alterada. Então, foi encaminhado ao hospital, mas, conforme indica a Arquidiocese de Vitória, já passa bem e está em casa.

A Força Tarefa Capixaba informou por meio de uma nota que 32 militares do Exército foram acionados e se dirigiram ao local do crime, onde estabeleceram a segurança do Convento e vasculharam a região. Entretanto, os assaltantes conseguiram fugir. 

Abre tua boca à palavra de Deus


Esteja sempre em nosso coração e em nossos lábios a meditação da sabedoria! Proclame a tua língua o direito, e a lei de Deus more em teu coração. Assim te diz a Escritura: Falarás sobre eles assentado em casa, andando pelos caminhos, dormindo, levantando-te. Falemos do Senhor Jesus, porque ele é a sabedoria e a palavra, pois é o Verbo de Deus.

Também está escrito: Abre tua boca à palavra de Deus. Exala-a quem faz ressoar seus ditos e medita suas palavras. Dele falemos sempre. Falamos sobre a sabedoria, é ele!

Falamos da virtude: é ele! Falamos de justiça, ainda é ele! Falamos de paz, é ele também! Falamos sobre a verdade, a vida, a redenção, sempre ele!

Está escrito: Abre tua boca à palavra de Deus. Abre tu, ele fala. Por esta razão, diz Davi: Ouvirei o que falará em mim o Senhor, e o próprio Filho de Deus: Abre tua boca, eu a encherei. Nem todos, porém, como Salomão, podem alcançar a perfeição da sabedoria. Nem todos, como Daniel. Em todos, no entanto, segundo suas possibilidades se infunde o espírito da sabedoria, em todos os que são fiéis. Se crês, tens o espírito da sabedoria. Por isso medita sempre, fala das realidades de Deus, sentado em casa. Dizendo “casa”, podemos entender a Igreja; ou “casa”, o mais íntimo em nós, onde falamos dentro de nós. Fala com prudência, para te livrares do pecado, não caias por falar demais. Assentado, fala contigo mesmo como um juiz. Fala em caminho, não fiques à toa nunca. Falas no caminho, se em Cristo falas, Cristo é o caminho. No caminho fala a ti, fala a Cristo. Escuta de que modo lhe falarás: Quero que os homens orem em todo lugar, levantando mãos puras, sem cólera nem disputas. Fala, ó homem, dormindo, e que não te surpreenda o sono da morte. Ouve como falarás dormindo: Não entregarei ao sono meus olhos e minhas pálpebras à sonolência, enquanto não encontrar um lugar para o Senhor, uma tenda para o Deus de Jacó.

Quando te ergues ou te reergues fala-lhe para cumprir o que te foi ordenado. Ouve como Cristo te desperta. Tua alma diz: A voz de meu irmão faz-me ouvir à porta e Cristo diz: Abre-me, minha irmã esposa. Escuta como despertas a Cristo. Diz a alma: Eu vos conjuro, filhas de Jerusalém, a despertar e ressuscitar a caridade. A caridade é Cristo.


Dos Comentários sobre os Salmos, de Santo Ambrósio, bispo

(Ps.36,65-66: CSEL64,123-125)                (Séc.IV)

A fé pregada pela Igreja não é mera opinião para os católicos: não se trata de democracia


Em tempos de tanto relativismo, confusão acerca dos valores e permissividade em que tudo parece ser certo simultaneamente mesmo que não seja possível haver mais de uma verdade logica e validamente, como muitos pretendem defender, é importante frisar aos que são católicos que a fé da Igreja não é mera opinião razoável que podemos ou não aceitar se queremos viver a comunhão com ela.

Somos livres para sermos católicos ou não. Ninguém é obrigado a sê-lo. Porém ao aceitar viver numa religião qualquer, não só como praticante de mera frequência ao sagrado e conhecedor de coisas, e sim enquanto alguém que busca vivê-la de maneira plena no seu cotidiano condicionando a própria personalidade, temos que assumir com coerência a normatividade do credo em questão.

A fé católica implica necessariamente a transformação da pessoa em conformidade a tudo o que foi instituído como essencial sob a autoridade de Cristo, seja pela Sagrada Escritura, pela tradição apostólica (isto é, pelos apóstolos que receberam a sua autoridade), ou pela Igreja no uso do seu Magistério a quem Ele confiou todo o depósito da fé.

No que se trata de matéria disciplinar, ou seja, aquilo que é norma eclesiástica, nós temos condições que são passíveis de mudança ao longo dos séculos, tal como algumas formas da liturgia, da aplicação de leis canônicas, etc. Podemos chamar isso de “tradição” de ‘t’ minúsculo porque mutável. Quando chegamos no que diz respeito à doutrina apostólica e magisterial já definida, o que podemos chamar de “Tradição” com ‘T’ maiúsculo, estamos tocando naquilo que é imutável até mesmo pela suprema autoridade da Igreja aqui na Terra, o Papa.

“Pera aí! Então o Papa não pode tudo?” Não. Igualmente ele está submetido à normatividade da fé, e o seu limite no exercício do ministério petrino é a fidelidade à Tradição e ao Magistério já estabelecidos inerrantemente. A própria infalibilidade papal se dá adequada a essa continuidade que deve ser ininterrupta. Jamais se deve vivê-la em descontinuidade. 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Itália: Jihadista que planejava atentado contra o Vaticano é condenado a 6 anos de prisão


A justiça italiana condenou a seis anos de prisão Abderrahim Moutaharrik, um jihadista do ISIS acusado de planejar um ataque terrorista contra o Vaticano.

O cidadão marroquino foi preso em abril de 2016 em Milão, depois de planejar viajar à Síria junto com a sua família para treinar com os líderes do autodenominado Estado Islâmico e votar para a Itália, porque de acordo com as autoridades, “queriam atacar a embaixada de Israel em Roma e o Vaticano”.

Junto com ele, foram condenadas outras três pessoas, entre elas sua esposa, Salma Benncharki, que deverá permanecer cinco anos na prisão. 

"A esperança cristã não decepciona porque é fundada em Deus", diz Papa


CATEQUESE
Sala Paulo VI – Vaticano
Quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Desde pequenos nos é ensinado que não é bonito vangloriar-se. Na minha terra, aqueles que se vangloriam são chamados “pavões”. E é justo, porque vangloriar-se daquilo que se é ou daquilo que se tem, além de uma certa soberba, denuncia também uma falta de respeito para com os outros, especialmente para com aqueles que são menos afortunados que nós. Neste trecho da Carta aos Romanos, porém, o Apóstolo Paulo nos surpreende, quando por duas vezes nos convida a nos vangloriarmos. Do que, então, é justo vangloriar-se? Porque se ele convida a vangloriar-se, de algo é justo fazê-lo. E como é possível fazer isso, sem ofender os outros, sem excluir ninguém?

No primeiro caso, somos convidados a nos vangloriarmos da abundância da graça da qual somos imbuídos em Jesus Cristo, por meio da fé. Paulo quer nos fazer entender que, se aprendemos a ler cada coisa com a luz do Espírito Santo, percebemos que tudo é graça! Tudo é dom! Se prestamos atenção, de fato, a agir – na história, como na nossa vida – não somos somente nós, mas é antes de tudo Deus. É Ele o protagonista absoluto, que cria toda coisa como um dom de amor, que tece a trama do seu desígnio de salvação e que o leva a cumprimento por nós, mediante o seu Filho Jesus. A nós é pedido reconhecer tudo isso, acolhê-lo com gratidão e fazê-lo se tornar motivo de louvor, de benção e de grande alegria. Se fazemos isso, estamos em paz com Deus e fazemos experiência da liberdade. E esta paz se estende depois a todos os âmbitos e a todas as relações da nossa vida: estamos em paz conosco mesmo, estamos em paz em família, na nossa comunidade, no trabalho e com pessoas que encontramos todos os dias no nosso caminho.

Paulo, porém, convida a nos vangloriarmos também nas tribulações. Isto não é fácil de ser entendido. Isso é mais difícil e pode parecer que não tem nada a ver com a condição de paz há pouco descrita. Em vez disso, constitui o pressuposto mais autêntico, mais verdadeiro. De fato, a paz que o Senhor nos oferece e nos garante não deve ser entendida como ausência de preocupações, de desilusões, de falhas, de motivos de sofrimento. Se fosse assim, no caso em que conseguíssemos estar em paz, aquele momento acabaria logo e cairíamos inevitavelmente no desconforto. A paz que surge da fé é, em vez disso, um dom: é a graça de experimentar que Deus nos ama e que está sempre próximo a nós, não nos deixa sozinhos nem mesmo um minuto da nossa vida. E isso, como afirma o apóstolo, gera a paciência, porque sabemos que, também nos momentos mais duros e chocantes, a misericórdia e a bondade do Senhor são maiores que qualquer coisa e nada nos arrancará de suas mãos e da comunhão com Ele. 

Eis que salvarei o meu povo




O Pai eterno criou todo o universo por totalmente livre e secreto desígnio de sua sabedoria e bondade. Decretou elevar os homens à participação da vida divina. Quando caíram na pessoa de Adão, jamais os abandonou, oferecendo-lhes sempre os auxílios para a salvação, em vista de Cristo, o Redentor, que é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criatura. Antes dos tempos, o Pai conheceu todos os eleitos e os predestinou a se tornarem conformes à imagem de seu Filho, para que este fosse o primogênito entre muitos irmãos.

Determinou, pois, congregar na santa Igreja os que creem em Cristo. Desde a origem do mundo foi a Igreja prefigurada. Admiravelmente preparada na história do povo de Israel e na antiga Aliança, foi constituída agora, nestes tempos que são os últimos, e manifestada pela efusão do Espírito. No fim dos tempos, será gloriosamente consumada. Então, como se lê nos santos padres, todos os justos desde Adão, do justo Abel até o último eleito, serão reunidos na Igreja universal junto ao Pai.

Aqueles, porém, que ainda não receberam o Evangelho, por diversos modos se ordenam ao Povo de Deus.

Em primeiro lugar, aquele povo a quem foram dados os testamentos e as promessas e do qual nasceu Cristo segundo a carne. Por causa dos patriarcas, segundo a eleição, é um povo caríssimo; pois os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis.

O plano da salvação ainda abrange aqueles que reconhecem o Criador. Entre estes destacam-se os muçulmanos que, professando manter a fé abraâmica, adoram conosco o Deus único, misericordioso, juiz dos homens no último dia.

Deus também não está longe dos outros homens, que procuram o Deus desconhecido em sombras e imagens, porque é ele quem dá a todos a vida, a respiração e tudo o mais. O Salvador quer que todos os homens se salvem.

Portanto, os que, sem culpa, ignoram o Evangelho de Cristo e sua Igreja, mas buscam a Deus com coração sincero, tentando, sob o influxo da graça, cumprir por obras a sua vontade conhecida através dos ditames da consciência, podem conseguir a salvação eterna. A divina Providência não nega os auxílios necessários à salvação aos que, sem culpa, ainda não chegaram ao expresso conhecimento de Deus e se esforçam, não sem a divina graça, por levar uma vida reta. A Igreja julga tudo quanto de bom e de verdadeiro neles se encontra como uma preparação evangélica, dada por Aquele que ilumina todo homem, para que enfim tenham a vida.



Da Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja, do Concílio Vaticano II (N.2.16)                     (Séc.XX)

Defender o casamento está virando crime?


Boa parte dos defensores da “redefinição” do conceito de casamento costuma apelar para valores como “tolerância”, “compreensão” e “aceitação das diferenças” a fim de “ampliar” o significado do termo e embutir nele todo tipo de união romântica ou sexual entre duas (ou mais) pessoas de qualquer sexo. Isso inclui modalidades de união que nada têm a ver com a formação de um núcleo de pai, mãe e filhos, mas que, ainda assim, não apenas “podem” como até “devem” ser chamadas de “casamento”.

Não poderiam usar outra palavra? Poderiam, é claro. Mas alguém resolveu que tudo é “casamento”, de maneira que aquilo que todo mundo entende por casamento seja cada vez menos entendido como o que é.

Um exemplo significativo e “ligeiramente extremo” é a tendência (crescente?) a se considerar até certa forma de poligamia como uma das “modalidades” do “casamento”, nem que, para isto, ela tenha de ser rebatizada com o pomposo nome “técnico” de “poliamor” (veja mais sobre o assunto neste artigo recomendado).

Pretende-se, enfim, que toda uma ampla variedade de uniões instáveis e fugazes seja equiparável ao compromisso matrimonial definitivo, natural e aberto à vida – e que se finja que não decorrerá nenhuma consequência socialmente prejudicial de tamanha indiferenciação forçada, na qual tudo deveria ser visto como simplesmente “a mesma coisa”.

Por outro lado, as alardeadas virtudes da “tolerância”, da “compreensão” e da “aceitação das diferenças” se revelaram uma via de mão única, inacessível para as pessoas que discordam das “mudanças” ideológicas (e jurídicas) no conceito de casamento.

É o que vão descobrindo os cidadãos de países que estão “mexendo” nessa definição ou que já “mexeram”, como a França.