O Cardeal Francesco Coccopalmerio, presidente do
Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, assegura, em seu novo livro
sobre a exortação pós-sinodal “Amoris Laetitia” do Papa Francisco, que
divorciados em nova união poderiam receber a comunhão quando supostamente
desejarem mudar esta situação irregular e não puderem.
A apresentação do livro “O capítulo 8 da
Exortação Apostólica pós-Sinodal Amoris Laetitia” foi realizada na sala de
conferências da Rádio Vaticano, mas o Cardeal não esteve presente devido a
outros compromissos inevitáveis.
No texto – publicado em italiano pela
Livraria Editrice Vaticana – o Purpurado comenta um dos temas que causaram mais
controvérsia durante o Sínodo dos Bispos sobre a
Família, realizado em 2014 e 2015 no Vaticano, e incluído na exortação
publicada em abril de 2016.
O capítulo oito de “Amoris Laetitia” tem como título
“Acompanhar, discernir e integrar a fragilidade” e trata sobre a posição que a Igreja deve ter
com relação aos casais em crise e os divorciados em nova união. “O caminho da
Igreja é o de não condenar eternamente ninguém; derramar a misericórdia de Deus
sobre todas as pessoas que a pedem com coração sincero”, afirma o Papa
Francisco no documento.
Concretamente no parágrafo 299, o Pontífice
assinala: “Acolho as considerações de muitos Padres sinodais que quiseram
afirmar que os batizados que se divorciaram e voltaram a casar civilmente devem
ser mais integrados na comunidade cristã sob as diferentes formas possíveis,
evitando toda a ocasião de escândalo”.
Em seguida, manifesta que “é possível apenas
um novo encorajamento a um responsável discernimento pessoal e pastoral dos
casos particulares, que deveria reconhecer: uma vez que o grau de
responsabilidade não é igual em todos os casos, as consequências ou efeitos de
uma norma não devem necessariamente ser sempre os mesmos”.