sábado, 4 de março de 2017

Dispôs de seus tesouros segundo os preceitos do Altíssimo


Uma caridade quase inacreditável, não fingida mas sincera, inflava o coração de Casimiro no amor de Deus todo-poderoso, pela ação do Espírito divino. E de tal modo este amor transbordava espontaneamente para com o próximo, que não havia alegria maior, nada lhe era tão agradável quanto dar o que era seu e entregar-se inteiramente aos pobres de Cristo, aos peregrinos, aos doentes, aos prisioneiros e aos sofredores.

Para as viúvas, órfãos e oprimidos não era apenas tutor e defensor: era pai, filho e irmão.

Seria necessário escrever uma longa história, se quiséssemos narrar uma por uma as obras de caridade com que demonstrava seu amor para com Deus e os homens.

Dificilmente se poderá descrever ou imaginar o seu amor pela justiça, a sua temperança, a sua prudência, a sua constância e fortaleza de ânimo. E tudo isso, justamente naquela idade da juventude em que os homens costumam ser mais impetuosos e inclinados para o mal.

Lembrava diariamente ao pai o dever de governar com justiça o reino e povos que lhe estavam submetidos. E se, às vezes, ocorria que, por descuido ou fraqueza humana, alguma coisa era negligenciada no governo, nunca deixava de chamar com delicadeza a atenção do rei.

Abraçava e defendia como suas as causas dos pobres e infelizes; por isso o povo se pôs a chamá-lo “defensor dos pobres”. Apesar de filho do rei e de ascendência nobre, nunca se mostrou orgulhoso, no trato ou nas palavras, com qualquer pessoa, por mais humilde e pequena que fosse.

Sempre preferiu estar no meio dos humildes e pobres de coração – dos quais é o reino dos céus – a se ver entre os ilustres e poderosos deste mundo. Nunca ambicionou nem aceitou o poder, mesmo quando o pai lhe ofereceu. Temia, na verdade, que seu ânimo fosse ferido pelo aguilhão das riquezas, que nosso Senhor Jesus Cristo chamava de espinhos, ou pudesse ser contaminado pelo contágio das coisas terrenas.

Todos os de casa, seus camareiros e secretários, homens de grande valor, dos quais alguns ainda vivem, que o conheciam por dentro e por fora, afirmam e testemunham que ele viveu e se conservou virgem até o fim de seus dias.



Da vida de São Casimiro, escrita por um autor quase contemporâneo.

Por que os padres não podem se casar?


Será oportuno, antes do mais, reconstituir brevemente a histórico da questão.

Na Era Apostólica, São Paulo recomendava que o bispo fosse “marido de uma só esposa” (1Timóteo 3,3; Tito 1,6). Com isto, certamente não queria afirmar que todo bispo tinha a obrigação de ser casado, pois nesta hipótese contradiria à palavra do Senhor, que reconhece e preza “aqueles que se castraram (=se conservaram virgens) por causa do reino dos céus” (Mateus 19,12); contradiria também a si mesmo, visto que Paulo desejava aos fiéis “fossem todos como ele mesmo era” (1Coríntios 7,7), isto é, celibatários, a fim de se entregarem sem divisão ao serviço do Senhor (cf. 1Coríntios 7,32-34). Na verdade, o Apóstolo queria inculcar que, no século I da nossa era, quando as comunidades cristãs constavam de muitos adultos e casados recém-convertidos, não se escolhesse para o episcopado algum varão casado em segundas núpcias (bígamo em sentido lato); estas [segundas núpcias], com efeito, eram geralmente desaconselhadas (não, porém, condenadas) pela antiga Igreja, por parecerem uma expressão de incontinência.

Houve, pois, nos tempos iniciais do Cristianismo, bispos, sacerdotes e diáconos legitimamente casados; nenhuma lei lhes proibia o uso do matrimônio.

Mais frequentes, porém, desde os primórdios eram os clérigos que espontaneamente abraçavam o celibato. A razão disto era o conselho do Senhor que exortava à continência (“quem o pode entender, entenda” – Mateus 19,12); eram também os dizeres de São Paulo que, sem derrogar a santidade do matrimônio, afirmava ser a virgindade um estado superior, estado no qual se pode servir ao Senhor sem solicitude supérflua (cf. 1Coríntios 7,32-34).

No século IV esta praxe espontânea começou a ser sancionada por leis de concílios regionais, que visavam assegurar aos eclesiásticos os benefícios do celibato. Diversas, porém, foram as prescrições promulgadas no Oriente e no Ocidente.

sexta-feira, 3 de março de 2017

Nicarágua: igreja protestante queima jovem viva em “ritual de exorcismo”.

Vilma Trujillo passou vários dias internada em estado grave antes de morrer

O Arcebispo de Manágua (Nicarágua), Cardeal Leopoldo Brenes, lamentou a morte de Vilma Trujillo, uma jovem que foi queimada em uma fogueira durante um “ritual religioso de exorcismo” em uma igreja protestante na Nicarágua.

Segundo ‘El Nuevo Diario’, a mulher de 25 anos morreu no último dia 2 em um hospital da capital com queimaduras em 80% do seu corpo. “Sofreu queimaduras de segundo e terceiro grau na cabeça, no tórax, no abdômen, nos membros superiores e inferiores”, indica o jornal.

Detidos pelo crime de Vilma Trujillo/ Foto: Cintya Tinoco Aráuz (Polícia Nacional da Nicarágua)

O “ritual de exorcismo” foi realizado pelo pastor Juan Gregorio Romero e outras quatro pessoas na igreja evangélica “Visión Celestial de las Assembleas de Deus”, no município de Rosita. Os cinco envolvidos foram detidos pelas autoridades.

Card. Müller sobre Mejugorje: "É preciso tempo. Futuro da Igreja não depende disto".


“Alguns exageram a importância destes fenômenos, quase como se fosse um dogma. Mesmo quando a Igreja declara-se a favor de acontecimentos deste gênero, nenhum católico é obrigado a ir até lá ou a acreditar nele”.

Foi o que afirmou o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Gerhard Müller, ao comentar os fenômenos ocorridos em Medjugorje desde a década de 80 e que já atraíram 40 milhões de peregrinos.

Para um pronunciamento oficial do Vaticano sobre a veracidade das aparições – observou o Cardeal - “é necessário tempo. Neste momento, é mais importante se dedicar à pastoral e as confissões”.

Ao comentar as declarações do Bispo de Mostar, Dom Ratko Peric, que afirmou esta semana não reconhecer o fenômeno das aparições, o Cardeal Müller afirmou: “Sei que a Igreja local tomou esta decisão. Devemos no entanto dizer, que o futuro da Igreja não depende” nem de Medjugorje, nem “de conhecidos Santuários como Fátima e Lourdes: ajudam, podem ajudar a fazer mais presente a mensagem da penitência para o mundo de hoje”, mas a fé, é aquela que se vive na vida do dia-a-dia “na família, no trabalho, na paróquia”.

Sobre “o papel dos videntes devo dizer, como católico, que devemos concentrar-nos em Jesus cristo. Existe a sã mariologia, a veneração da Mãe de Deus, a veneração dos Santos. Existem possivelmente também algumas revelações privadas, mas estas não substituem a única revelação de Deus em Jesus Cristo”. 

Políticos buscam censurar sacerdote para frear procissão de Quinta-feira Santa


Políticos socialistas lançaram pelo terceiro ano consecutivo uma campanha para censurar Pe. Custodio Ballester, a fim de impedir a tradicional procissão de Quinta-feira Santa organizada em sua paróquia da Imaculada Conceição de Hospitalet de Llobregat, em Barcelona (Espanha).

Os políticos exigiram ao Arcebispo de Barcelona, ??Dom Juan José Omella, que remova o Pe. Ballester, de 52 anos, do cargo que ocupa desde 2002.

O Pe. Ballester disse ao Grupo ACI que estão a frente do assédio o “município de Hospitalet, a prefeita Nuria Marin e o vereador do meu distrito, Jaume Graells, que me acusou de fanático religioso por pregar contra o aborto”.

Estes políticos, disse, “exigem ao Arcebispo de Barcelona a minha demissão do cargo de pároco”.

O sacerdote assinalou que esses políticos, “há três anos, estão tentando impedir a procissão de Quinta-feira Santa que a minha paróquia realiza e é organizada pelos veteranos da Legião Espanhola, uma organização militar muito popular na Espanha, formada por voluntários que estão sempre lutando na primeira fila de combate”.

Explicou que nesta tradicional procissão os veteranos “carregam o Cristo da Boa Morte nos seus ombros pelas ruas do bairro, com sua a banda de clarins e tambores”.

“A procissão foi realizada, pois a apresentamos como uma manifestação pela liberdade religiosa que o município quer restringir”, disse. 

México: Profanam capela em cidade que fica na fronteira com Estados Unidos


O Bispo de Ciudad Juárez (México), Dom José Guadalupe Torres, convocou os párocos e comunidades para realizarem atos de desagravo ante a profanação que a capela de São Gabriel, pertencente à paróquia de São Lucas, sofreu no dia 28 de fevereiro.

O ocorrido foi denunciado nas redes sociais pelo Pe. Hugo Muñoz, pároco de São Lucas, através de sua conta de Facebook. “A comunidade de São Gabriel Arcanjo, pertencente a São Lucas, foi vítima dos ladrões. Violaram o Sacrário e depositaram as hóstias sobre o altar. Além disso, roubaram equipamento de som e microfones, um Cristo e a âmbula. Peço-lhes sua oração e solidariedade com nossa comunidade”, indicou.

Em um comunicado, o Prelado expressou sua “indignação e profunda tristeza pela gravidade dos fatos” e exortou “aqueles que cometeram esta grave afronta a se arrepender sinceramente e mudar de vida; a misericórdia e o perdão de Deus os espera”.

Dom Torres Campo recordou aos fiéis que “a Eucaristia é um tesouro inestimável; não só sua celebração, mas também estar diante dela fora da Missa, nos dá a possibilidade de chegar ao manancial da graça”.

Por isso, pediu aos párocos que façam atos de desagravo através de “Eucaristias, rosários, Horas Santas, vigílias de oração etc.”. 

Pedagogia Litúrgica para Março de 2017: "Quaresma: tempo de silêncio, de oração e de escuta".


Um tempo muito rico e muito especial, do ponto de vista Litúrgico, acontece no decorrer deste mês de março, a partir da quarta-feira de cinzas. Estou falando da Quaresma que, neste ano de 2017, será vivenciada e celebrada, praticamente, no decorrer de todo o mês de março. 

É também um tempo especial do ponto de vista da espiritualidade pessoal e comunitária. Trata-se de um convite que a Igreja faz a cada um, pessoalmente, para irmos ao deserto com Jesus. Ali, no silêncio do deserto, teremos as  condições necessárias para silenciar e entrar em contato conosco mesmos para avaliarmos como está nossa vida espiritual, se estamos crescendo ou estagnados em nossa caminhada espiritual.

Dois primeiros Domingos  

Os dois primeiros Domingos da Quaresma têm o mesmo Evangelho, nos Anos A, B e C. Muda, sim, o evangelista. No 1º Domingo da Quaresma, relata-se o Evangelho da "tentação de Jesus", no 1º Domingo, e, o Evangelho da "Transfiguração do Senhor", no 2º Domingo. 

Em comum, os Evangelhos deste Domingo ressaltam o silêncio do deserto e da montanha como locais para o encontro com Deus. Ainda em comum o destaque para a força vinda de Deus para vencer as tentações e, a mesma força divina para encorajar os Apóstolos, com a Transfiguração; encorajamento necessário para quando vissem o Senhor desfigurado, no alto da Cruz.

Dois elementos apenas, a serem considerados a partir dos dois primeiros Domingos da Quaresma: o silêncio e a força divina como propostas pedagógicas para vivenciar espiritualmente a Quaresma. 

Qual é a diferença entre vícios e pecados e qual é a estratégia para atacá-los e vencer?


A prática constante cria os hábitos. A prática constante de bons atos cria os hábitos virtuosos. A prática constante de maus atos cria os hábitos pecaminosos. Por isso, junto com a oração para pedir a graça de Deus e com a confissão para pedir a sua misericórdia, é indispensável insistir na prática constante dos bons atos, para formar o hábito da virtude, e perseverar na abstenção constante dos atos ruins, para combater o hábito do pecado.

Talvez esta seja a receita mais óbvia do mundo, mas o fato é que tendemos a nos esquecer de colocá-la em prática!

É comum não deixarmos de pecar porque não mudamos alguns péssimos hábitos e não exercitamos alguns hábitos ótimos. Por exemplo, costumamos elogiar o bem com muito menos intensidade do que lamentamos o mal; costumamos agradecer pelas realidades boas e belas com muito menos frequência do que deploramos as realidades más e feias; e, principalmente, costumamos esperar (e exigir) que Deus faça tudo ou quase tudo sozinho em vez de realizarmos atos de caridade voluntários, conscientes, gratuitos, ocultos e diários em prol do nosso próximo.

A conquista dos hábitos virtuosos e o combate aos hábitos pecaminosos se transformam numa estratégia muito mais clara, objetiva e efetiva quando entendemos que existem certos vícios pecaminosos que causam a maioria dos outros vícios e pecados: são os vícios ou pecados capitais, que, portanto, devem estar entre os prioritários a ser combatidos.

Sobre os pecados e vícios capitais, o Catecismo de São Pio X nos ensina: “O vício é uma disposição má da alma, causada pela frequente repetição dos atos maus, que a leva a fugir do bem e a fazer o mal. Entre pecado e vício há esta diferença: o pecado é um ato pontual, enquanto o vício é o mau hábito contraído de cair em algum pecado”.