A prática constante cria os hábitos. A prática
constante de bons atos cria os hábitos virtuosos. A prática constante de maus atos
cria os hábitos pecaminosos. Por
isso, junto com a oração para pedir a graça de Deus e com a confissão para
pedir a sua misericórdia, é indispensável insistir na prática constante dos bons atos, para formar o hábito da
virtude, e perseverar na abstenção constante dos atos
ruins, para combater o hábito do pecado.
Talvez esta seja a
receita mais óbvia do mundo, mas o fato é que tendemos a nos esquecer de
colocá-la em prática!
É comum não
deixarmos de pecar porque não mudamos alguns péssimos hábitos e não exercitamos alguns hábitos ótimos. Por exemplo, costumamos elogiar o bem com
muito menos intensidade do que lamentamos o mal; costumamos agradecer pelas
realidades boas e belas com muito menos frequência do que deploramos as
realidades más e feias; e, principalmente, costumamos esperar (e exigir) que
Deus faça tudo ou quase tudo sozinho em vez de realizarmos atos de caridade
voluntários, conscientes, gratuitos, ocultos e diários em prol do nosso
próximo.
A conquista
dos hábitos virtuosos e o combate aos hábitos pecaminosos se transformam numa estratégia muito
mais clara, objetiva e efetiva quando entendemos que existem certos vícios
pecaminosos que causam a maioria dos outros vícios e pecados: são os vícios ou pecados capitais, que, portanto, devem estar
entre os prioritários a ser combatidos.
Sobre os
pecados e vícios capitais, o Catecismo de São Pio X nos ensina: “O vício é uma disposição má da alma,
causada pela frequente repetição dos atos maus, que a leva a fugir do bem e a
fazer o mal. Entre pecado e vício há esta diferença: o pecado é um ato pontual,
enquanto o vício é o mau hábito contraído de cair em algum pecado”.
Os vícios ou pecados capitais são, ao mesmo tempo, vícios e pecados,
ou pecados que constituem maus hábitos. São sete:
1º SOBERBA: ausência de humildade, manifestada em orgulho e
arrogância.
2º AVAREZA: apego aos bens materiais e ao seu acúmulo como
se fossem fins em si mesmos em vez de meios para fins nobres.
3º LUXÚRIA: apego aos prazeres carnais, sensuais; lascívia.
4º IRA: consentimento na raiva desmedida, frequentemente com
desejo de vingança.
5º GULA: concessão ao prazer de comer em quantidade superior
à necessária para o bem-estar do corpo.
6º VAIDADE: preocupação excessiva com o próprio aspecto
físico por causa da admiração e até da inveja que ele pode despertar nos
outros.
7º PREGUIÇA: rendição à falta de vontade para a realização
dos próprios deveres e para a superação das próprias limitações prejudiciais.
Os vícios ou pecados
capitais são vencidos por meio da prática das virtudes opostas:
A SOBERBA
com a HUMILDADE;
a AVAREZA
com a CARIDADE;
a LUXÚRIA
com a CASTIDADE;
a IRA com a PACIÊNCIA;
a GULA com a TEMPERANÇA;
a VAIDADE
com a MODÉSTIA;
a PREGUIÇA
com a DILIGÊNCIA.
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A imagem que
ilustra esta matéria é a obra “Mesa dos Sete Pecados Capitais e das
Quatro Últimas Coisas“, do pintor holandês Hieronymus Bosch (circa 1450 – 1516). As “quatro últimas
coisas” em questão são a morte, o juízo, o inferno e o paraíso, também chamados
de “novíssimos”
(do latim “novissimus“,
que quer dizer “último“)
– e a sua relação com os sete pecados capitais é bastante sugestiva.
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Aleteia
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