sexta-feira, 3 de março de 2017

Pedagogia Litúrgica para Março de 2017: "Quaresma: tempo de silêncio, de oração e de escuta".


Um tempo muito rico e muito especial, do ponto de vista Litúrgico, acontece no decorrer deste mês de março, a partir da quarta-feira de cinzas. Estou falando da Quaresma que, neste ano de 2017, será vivenciada e celebrada, praticamente, no decorrer de todo o mês de março. 

É também um tempo especial do ponto de vista da espiritualidade pessoal e comunitária. Trata-se de um convite que a Igreja faz a cada um, pessoalmente, para irmos ao deserto com Jesus. Ali, no silêncio do deserto, teremos as  condições necessárias para silenciar e entrar em contato conosco mesmos para avaliarmos como está nossa vida espiritual, se estamos crescendo ou estagnados em nossa caminhada espiritual.

Dois primeiros Domingos  

Os dois primeiros Domingos da Quaresma têm o mesmo Evangelho, nos Anos A, B e C. Muda, sim, o evangelista. No 1º Domingo da Quaresma, relata-se o Evangelho da "tentação de Jesus", no 1º Domingo, e, o Evangelho da "Transfiguração do Senhor", no 2º Domingo. 

Em comum, os Evangelhos deste Domingo ressaltam o silêncio do deserto e da montanha como locais para o encontro com Deus. Ainda em comum o destaque para a força vinda de Deus para vencer as tentações e, a mesma força divina para encorajar os Apóstolos, com a Transfiguração; encorajamento necessário para quando vissem o Senhor desfigurado, no alto da Cruz.

Dois elementos apenas, a serem considerados a partir dos dois primeiros Domingos da Quaresma: o silêncio e a força divina como propostas pedagógicas para vivenciar espiritualmente a Quaresma. 

Demais Domingos Quaresma 

A Quaresma do “Ano A”, que celebramos neste ano, tem a característica de ser uma Quaresma catequética, iluminada pelo caminho catecumenal da Iniciação Cristã. Assim, no 3º Domingo da Quaresma - A, os celebrantes  são colocados diante do símbolo batismal da água. A fonte da água viva que o Senhor fez brotar no deserto (1L) para se libertar o povo da escravidão e da sede, é figura da libertação que alcançamos quando somos mergulhados nas águas batismais. Mergulhar na água do Batismo é mergulhar no Espírito Santo, como ensina Jesus à Samaritana. 

No 4º Domingo, a Liturgia coloca dois símbolos batismais: o óleo (1L) e a luz (E). Com o óleo somos ungidos com o dom do Espírito Santo de Deus, que penetra em nossas vidas como o óleo penetra em nosso corpo. Com a vela, Jesus coloca sua luz divina em nossos olhos para ver a realidade da vida com a mesma luz divina. Um Domingo para refletirmos a viver iluminados pela luz do Espírito Santo de Deus.

Por fim, o último Domingo traz o símbolo da veste branca, com a qual somos revestidos com a veste divina. O símbolo encontra-se no ressuscitamento de Lázaro, quando Jesus pede que sejam retiradas as vestes de morte para revesti-lo com vestes novas. Vestes que recebemos no dia do Batismo, sinal da vida nova realizada com atitudes e por comportamentos iluminados e pautados à luz do Evangelho.


Serginho Valle
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Serviço de Animação Litúrgica

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