“Alguns exageram a importância destes fenômenos, quase como se
fosse um dogma. Mesmo quando a Igreja declara-se a favor de acontecimentos
deste gênero, nenhum católico é obrigado a ir até lá ou a acreditar nele”.
Foi o que afirmou o Prefeito
da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Gerhard Müller, ao comentar os
fenômenos ocorridos em Medjugorje desde a década de 80 e que já atraíram 40
milhões de peregrinos.
Para um pronunciamento
oficial do Vaticano sobre a veracidade das aparições – observou o Cardeal - “é
necessário tempo. Neste momento, é mais importante se dedicar à pastoral e as
confissões”.
Ao comentar as declarações do
Bispo de Mostar, Dom Ratko Peric, que afirmou esta semana não reconhecer o
fenômeno das aparições, o Cardeal Müller afirmou: “Sei que a Igreja local tomou
esta decisão. Devemos no entanto dizer, que o futuro da Igreja não depende” nem
de Medjugorje, nem “de conhecidos Santuários como Fátima e Lourdes: ajudam,
podem ajudar a fazer mais presente a mensagem da penitência para o mundo de
hoje”, mas a fé, é aquela que se vive na vida do dia-a-dia “na família, no
trabalho, na paróquia”.
Sobre “o papel dos videntes
devo dizer, como católico, que devemos concentrar-nos em Jesus cristo. Existe a
sã mariologia, a veneração da Mãe de Deus, a veneração dos Santos. Existem
possivelmente também algumas revelações privadas, mas estas não substituem a
única revelação de Deus em Jesus Cristo”.
O teólogo explica que estes
fenômenos das aparições reais estão ligadas “à fé humana”. “Deus é sempre livre
em conceder a nós alguns carismas, mesmo especiais, mas nós devemos
concentrar-nos na presença de Deus”, que revelou-se em Jesus Cristo.
“Temos os sete Sacramentos, a
vida cristã cotidiana na família, a vida na paróquia, e sobretudo devemos
responder aos grandes desafios da humanidade hoje. Devemos trabalhar pela paz e
a justiça social para que todos encontrem um sentido profundo da existência”.
Ao ser interpelado por
jornalistas sobre os tempos para um eventual pronunciamento do Vaticano
sobre as aparições em Medjugorje, o Cardeal respondeu sorrindo: “Temos todos o
tempo, até a segunda vinda de Jesus Cristo”.
O enviado do Papa Francisco à
Bósnia-Herzegovina, o Arcebispo da Diocese de Varsóvia-Praga, Dom Henryk Hoser
está para chegar a Medjugorje, onde deverá permanecer até o início do verão
europeu, com a missão de “consulta” e “observação”, e não de “investigação”.
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ACI Digital
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