terça-feira, 11 de abril de 2017

Santo Estanislau


A semelhança do jovem santo polonês com o contemporâneo São Luís Gonzaga é extraordinária. Ambos provinham de rica e nobre família e conservavam a mesma candura em uma sociedade frívola, à qual se subtraíram com coragem, indo fazer parte da Companhia de Jesus.

Quando pequeno,  não podia suportar que proferissem qualquer palavra contrária à glória de Deus em sua presença. Conta-se que num fausto banquete oferecido pelo senador Kostka, um príncipe aficionado às novas idéias da Reforma Protestante, não se contendo, estalou em impropérios contra a Igreja Romana e o próprio Deus. Viu-se, então, o menino cair desmaiado diante de todos. Consternados, os convivas perguntavam donde provinha tal mal-estar, e calavam de estupor ao saber que diante do pequeno Estanislau não se podia ofender a Deus.

Aos 13 anos, Estanislau foi confiado aos jesuítas de Viena para completar os estudos. Dado que as autoridades austríacas haviam requisitado o edifício do colégio reservado para os estudantes forasteiros, Estanislau teve de recorrer a um quarto de aluguel, como todos os outros alunos, os quais, todavia, longe dos olhos dos severos mestres, foram presa fácil do belo mundo vienense.

No terceiro ano da estadia em Viena a saúde de Estanislau sucumbiu ao peso da vida sacrificada que levava, e ele adoeceu gravemente. Espalhou-se o rumor de que corria risco de morte, e Paulo desesperou- se ao pensar em voltar para casa com o irmão morto. O santo doente implorou, então, a presença de um sacerdote e o Viático, pois a cada hora diminuíam-lhe, sensivelmente, as forças físicas. Kimberker, o dono da faustosa pensão onde se hospedavam, negou-lhe taxativamente este supremo consolo, sob pena de expulsá-los de seus aposentos caso um sacerdote católico adentrasse àquele recinto.

A esse duro golpe, a Fé de Estanislau não esmoreceu. Rezou fervorosamente e confiou contra toda esperança. 

Qual não foi seu estupor ao ver numa manhã aproximarem- se três refulgentes anjos acompanhados de Santa Bárbara, trazendo-lhe a Sagrada Comunhão e cumulando sua alma de consolações e alegrias!


Se a maldade dos homens lhe negara o que havia de mais sagrado, não seria a Providência Divina que o deixaria desamparado. 

Pouco depois ele viu aproximar- se de seu leito a figura soberana da Santíssima Virgem, que trazia nos braços seu Divino Filho e lhe sorria. Num gesto maternal, ela depositou o Infante nos braços do pobre enfermo, e o Menino Jesus o cobriu de afagos. 

Naquele momento, todas as perseguições esvaeceram- se, os incontáveis sofrimentos pareceram-lhe como pó... Sim, valia a pena sofrer todas as privações para gozar daquele convívio celestial! Sentindo as forças voltarem-lhe repentinamente, ele ouviu a voz suavíssima da Rainha dos Céus: 

- "Agora que te curei, entra na Companhia de meu Filho! É Ele que o quer!".

Resta apenas um caminho: o "impossível"

O assombro que sua cura milagrosa provocou não foi pequeno. Revigorado e indescritivelmente feliz, Santo Estanislau pediu admissão ao Padre Provincial da Áustria, que não podia desprezar os sinais inequívocos de sua vocação. Contudo, recebê-lo sem o consentimento paterno seria uma imprudência que acarretaria trágicas conseqüências. Foi-lhe negado o acesso à congregação em que Nossa Senhora o mandara entrar. Que aflitivo paradoxo...

A chama de entusiasmo e fervor que a visita celestial acendeu-lhe na alma foi tão grande que não se apagaria diante dessa primeira negativa. Ele estava disposto a bater em quantas casas dos jesuítas houvesse no mundo, certo de que alguma delas haveria de recebê-lo. Se o pai não o autorizava a seguir o chamado celestial, só lhe restava uma saída para levar ao perfeito cumprimento o mandato de Maria Santíssima: fugir.

Numa madrugada soturna, disfarçado de peregrino e sem ter levantado qualquer tipo de suspeita, Estanislau partiu para a Alemanha. Foi a pé de Viena a Dillengen. Lá, finalmente pôde ser compreendido por São Pedro Canísio, que o admitiu na Companhia de Jesus, julgando, porém, que a permanência na Alemanha não o deixa seguro da tirania de seu pai. O local mais indicado era Roma, onde São Francisco de Borja, o Superior Geral, haveria de protegê-lo. Foi assim que ele partiu para atravessar os Alpes, os Apeninos, e chegar à Cidade Eterna, após dois meses de caminhada heróica e incansável. Transpôs, sem titubear, praticamente metade da Europa!

Aos dias de incomparável alegria passados no noviciado, seguiram-se as ameaças vindas da Polônia. O pai, sem conter o ódio, exigiu seu retorno a qualquer custo, pois ter um filho sacerdote seria "uma desonra para a família".

Entretanto, bem diversos eram os desígnios de Deus. Nossa Senhora aparecera-lhe em Roma, e viera chamá- lo, dizendo que lhe restava pouco tempo de vida. Sua alma já estava pronta para o Céu! 

Assim, numa festa da Santíssima Virgem, ele comentou que muito em breve haveria de morrer. Ninguém acreditou. Subitamente, de um leve mal-estar, desencadeou-se no noviço uma forte febre e ele expirou santamente na festa da Assunção de Maria Santíssima, 15 de agosto de 1568.

Como estava equivocado o nobre senador da Polônia! Deus havia reservado ao jovem Estanislau uma glória insuperável e eterna. Se hoje no mundo inteiro sua família é conhecida, e se tem a honra de figurar de forma indelével na memória da Santa Igreja, não é senão porque ali fulgurou o brilho da santidade de seu filho. Santo Estanislau Kostka provou para os jovens de todos os tempos que um homem vale na medida em que corresponde generosamente ao chamado de Deus e deseja as coisas do Alto.

Foi canonizado em 1767. 

Juntamente como São Luiz Gonzaga e João Berckmans, tornou-se padroeiro da juventude.


Ó perfeito imitador de Jesus Cristo, verdadeiro devoto de Maria santíssima, mãe nossa, glorioso nosso advogado, santo Estanislau Kostka! Apesar de sermos indigníssimos de invocar-te, contudo, graças à confiança na tua grande caridade, agora e sempre, queremos suplicar-te, a fim de que, pelos méritos e intercessão de Maria santíssima e de todos os Anjos e Santos, principalmente, pelos méritos infinitos de Nosso Senhor Jesus Cristo, nos obtenhas todos os dons e todas as graças, para sermos todos santos e perfeitos, como o Pai celeste. Possamos valer-nos do incompreensível dom da santíssima Eucaristia e do dom da devoção à nossa querida mãe Maria, conforme desejo de Deus. Chegaremos assim a cantar, para sempre, as divinas misericórdias no céu. 

- Rogai por nós, santo Estanislau. 

- Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. 

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Apesar dos atentados, Papa Francisco irá ao Egito este mês


Apesar dos covardes atentados cometidos neste Domingo de Ramos contra duas igrejas cristãs coptas do Egito, o Papa Francisco não vai cancelar a viagem ao país, que já estava programada para os dias 28 e 29 deste mês de abril. As bombas detonadas durante as celebrações mataram pelo menos 44 pessoas e feriram mais de cem. O governo egípcio decretou estado de emergência por 3 meses.

A confirmação de que a viagem do Papa Francisco está mantida foi oficializada pelo Vaticano nesta segunda-feira, 10 de abril. Em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, monsenhor Angelo Becciù declarou:

“Não há dúvidas de que o Santo Padre manterá o seu programa de visita ao Egito. O que acaba de acontecer causou muita desordem e sofrimento, mas não pode impedir a missão de paz do Papa”.

A viagem do pontífice terá como lema “O Papa da paz no Egito da paz”. O objetivo é prestar homenagem aos cristãos coptas vítimas de inúmeros atentados no país e defender o diálogo civilizado entre as religiões.

Por segurança, a programação dos dois dias da viagem pontifícia não especifica os locais das reuniões. O que está confirmado é que o Santo Padre se encontrará com o presidente egípcio Abdel Fattah al Sisi, com o grande imã da mesquita de Al Azhar, Ahmed el Tayeb, e com Tawadros II, patriarca dos cristãos coptas ortodoxos, que, na manhã deste Domingo de Ramos, tinha estado em uma das igrejas atacadas, mas já havia saído quando ocorreu a explosão no local.

Ao meu querido irmão, Sua Santidade Tawadros II, à Igreja copta e a toda a querida nação egípcia, expresso o meu profundo pesar“, declarou o Papa Francisco durante o Ângelus deste domingo, no Vaticano. 

RJ: Em nota, Cardeal repudia sentença de morte a bebês


NOTA DE REPÚDIO À DESCRIMINALIZAÇÃO

DO ABORTO


Caríssimos irmãos em Cristo: Paz e bênção no Senhor!

Quando a sociedade vive o clima de caminhada para a Páscoa, certeza da vida que vence a morte, é imperioso que de novo saiamos em defesa da vida daqueles que não tem voz. A sociedade necessita de construção de um clima de respeito à vida e não de incentivo a violência de matar inocentes. São muitas mortes em nossa sociedade!

Vivemos em tempos em que urge a oração e a unidade do povo cristão em favor de nossa tão querida nação, diante de tantas ameaças à dignidade humana e à paz. E de todas essas ameaças à dignidade, qual poderia ser maior além daquela que sentencia a morrer os cidadãos inocentes que apenas buscam viver? E os brasileiros que mais estão sob o risco dessa sentença são os filhos da pátria não-nascidos, perseguidos desde a sua concepção, como se víssemos um tipo daquilo que mostra o Apocalipse em sua narrativa sobre “a mulher que está prestes a dar a luz a um filho e que é perseguida pelo dragão que anseia loucamente devorar o filho que lhe nascer” (cf. Ap 12,1-17). E esse dragão hoje tem um nome, é chamado “cultura de morte” e ele alça seu vôo homicida sobre nossas cabeças para, através do aborto, ceifar vidas. A guerra contra a vida é o fim da paz e o início de uma era de destruição de tudo aquilo que há de bom e valoroso.

Jesus atribui a si a vida dos padecentes, pequeninos e inocentes: “O que fizerdes ao menor dos vossos irmãos, é a Mim que o fazeis. Quando recebeis uma criança, é a Mim que recebeis. Se em Meu nome oferecerdes um copo de água, é a Mim que o fazeis (Mc 9,37; Mt 10,42)”. Se, do contrário, fizermos o mal a estes que sofrem e são inocentes pequeninos, o fazemos a Ele. E ainda nas Escrituras, depois de Saulo perseguir os cristãos com sentença de morte, ele é parado no meio do caminho por uma intervenção de Cristo: “Saulo, Saulo, por que me persegues”? (At 9,4). Ora, como poderia ser perseguido quem subiu aos céus? Nos cristãos inocentes, nos que sofrem sem amparo e defesa! E digo-vos que Cristo mais uma vez está sendo perseguido nos inocentes que não têm sequer direito de ter seu nome civil e nem mesmo o de cristão, pois morrem antes pelas mãos deste sanguinário dragão. Porém, Cristo mesmo lhes dá um nome, o seu nome quando diz: “é a mim que o fazeis”. E reitera a estes algozes: “Por que me persegues?”; e se faz advogado dos inocentes diante do Pai.

O coração do nosso pastoreio está ferido porque a lança da morte mais uma vez fere o coração de Cristo. Sofremos agora as dores que Ele toma para si porque somos um com Nosso Senhor. Advogaremos com Ele até o fim, mesmo depois de qualquer sentença dada, e não nos cansaremos de recorrer a favor da vida como direito natural dos concebidos, que para nós, cristãos, também é um direito divino, pois Jesus mesmo atesta: “Eu sou a vida” (Jo 14,6).

Emergem novas investidas contra a vida, que envolvem políticos e ativistas que apelam aos membros do STF, este que logo julgará a matéria da petição que apela pela descriminalização da prática do aborto até as 12 semanas de vida. Nós, pastores do povo de Deus, repudiamos com veemência o aborto em todas as suas formas, bem como sua descriminalização. Demandamos, em respeito à vida e ao povo brasileiro, que as autoridades civis somem-se a nós nesta busca pela paz e pelo progresso de nossa nação, que começa no direito à vida, defendido sem nenhuma exceção desde o momento de sua concepção até seu fim natural.

Em 20 anos, os nascimentos de muçulmanos superarão os de cristãos na Europa


De acordo com uma nova análise demográfica, calcula-se que em 20 anos o número de nascimentos de muçulmanos superará o de cristãos na Europa, embora os cristãos ainda sejam o maior grupo religioso do mundo.

Esta conclusão foi divulgada após o estudo elaborado por Pew Research Center com dados entre 2010 e 2015, o qual precisa que os muçulmanos têm a maior taxa de crescimento populacional, a maior taxa de fertilidade e a média de idade mais jovem do que qualquer outro grupo religioso do mundo.

Os dados indicaram que até 2015 os cristãos seguiam sendo o maior grupo religioso constituindo quase um terço (31%) dos 7,3 bilhões de habitantes da Terra. Entretanto, também mostra que o número de cristãos na Europa está em declínio, enquanto a taxa de natalidade muçulmana está aumentando.


Entre 2015 e 2060, calcula-se que a população mundial aumentará em 32%, para 9,6 bilhões. Durante o mesmo período, estima-se que o número de muçulmanos aumentará em 70%. Prevê-se que o número de cristãos aumente 34%, ligeiramente mais rápido do que a população mundial em geral, embora muito mais lentamente do que os muçulmanos.

Como consequência, segundo previsto para 2060, a contagem dos muçulmanos (3 bilhões, ou 31% da população) estará perto da contagem cristã (3,1 bilhões, ou 32%).

Homilética: Vigília Pascal - Ano A: "A luz de Cristo venceu as trevas da noite".


Ontem Jesus morreu. Hoje é o dia do “silentium Magnum”, do grande silêncio porque o Rei dorme. Mas o seu dormir não é inatividade: a sua morte e descenso ao lugar dos mortos é a garantia do despertar de todos aqueles justos que estavam à espera do Cristo. Um autor de uma antiga homilia imagina a Jesus encontrando-se com Adão: “O Senhor entrou na região dos mortos com as armas vitoriosas da cruz. Adão, ao ver a Jesus Cristo, assombrado por tão grande acontecimento e dando-se golpes no peito, diz a todos: “o meu Senhor esteja convosco”. Cristo, respondendo, diz a Adão: “e com o teu espírito”. Depois, tomando-o pela mão, o levanta e diz: “Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará. Eu sou o teu Deus, quem por tua causa fiz-me teu filho; por causa de ti, e por causa daqueles que nasceriam de ti é que eu digo, a todos aqueles que eram escravos, digo-o eu: levantai-vos!”

Sempre há esperança, ainda em meio ao silêncio imposto por forças hostis ao Evangelho: “levantai-vos!”, nos diz o Senhor. Há momentos nos quais também a Igreja parece estar calada. Como no caso do seu Senhor, o silêncio da Igreja não significa inatividade. Ontem fizemos a coleta em favor dos lugares santos. A Terra Santa é um desses lugares onde a Igreja parece estar no sábado santo do grande silêncio. Muitos cristãos viram-se obrigados a emigrar devido ao ambiente de hostilidade que há por lá. Sem dúvida, há situações piores que a de Israel. Mas Cristo passa em meio às dificuldades dos seus seguidores. Ele está presente e está falando às consciências quando tentam calar a voz dos seus discípulos. Nós, ao saber tais noticias, deveríamos sair da tibieza na qual vivemos o nosso discipulado para que o nosso fervor seja uma intercessão poderosa que suba aos céus em favor dos irmãos perseguidos por causa do Nome do Senhor Jesus.


A Vigília Pascal é a reafirmação comunitária da fé na ressurreição. É a celebração da vitória da vida sobre a morte. Depois de um dia de silêncio e meditação sobre a paixão e morte de Jesus, a comunidade cristã exulta de alegria pela Páscoa da ressurreição do Senhor. A Vigília Pascal baseia-se numa antiga tradição israelita, conforme se lê no livro do Êxodo: “Esta noite, durante a qual Iahweh velou para fazer seu povo sair do Egito, deve ser para todos os israelitas uma vigília para Iahweh, em todas as suas gerações” (Ex 12,42). No evangelho, encontramos o sentido cristão da vigília: “Tende os rins cingidos e as lâmpadas acesas. Sede semelhantes a pessoas que esperam seu senhor voltar das núpcias, a fim de lhe abrir, logo que ele vier e bater” (Lc 12,35-36). A liturgia da Palavra, bem como a simbologia desta celebração, recorda a ação criadora e libertadora de Deus na história humana, culminando com a ressurreição de Jesus. É o acontecimento central de nossa fé. Quem vive alicerçado na certeza da ressurreição é nova criatura.

Os símbolos que fazem parte da celebração da Vigília Pascal são portadores de sentidos relacionados à vida nova. Os paramentos brancos anunciam a vitória sobre o mal e a paz que Jesus ressuscitado nos dá. Apontam para o viver revestido dos mesmos sentimentos de Jesus: “Como escolhidos de Deus, santos e amados, vistam-se de sentimentos de compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência…” (Cl 3,12). As vestes brancas identificam os que são fiéis a Jesus e estão inscritos no livro da vida (Ap 3,4-5).

O fogo purifica, aquece e ilumina. Na Bíblia, o símbolo do fogo é utilizado para descrever a identidade e a ação de Deus. Pelo fogo, Deus manifestou-se a Moisés e revelou-se como libertador do povo escravizado (Ex 3,1-12). De noite, para iluminar o caminho por onde devia passar o povo rumo à terra prometida, Deus andava à sua frente, como uma coluna de fogo (Ex 13,21). João Batista anuncia o batismo de fogo que será realizado pelo Messias (Mt 3,11). Jesus também proclama que veio trazer fogo à terra e deseja ardentemente que esteja aceso (Lc 12,49). O Espírito Santo se revela como “línguas de fogo” (At 2,3). O fogo expressa força, paixão, indignação profética; alastra-se facilmente, como se alastra a boa notícia da ressurreição.

A luz é outro símbolo que revela o ser e o agir divinos. Deus separou a luz das trevas; viu que a luz era muito boa (Gn 1,3-4). Deus é um ser envolto em luz (Sl 104,2); Jesus Cristo é a luz verdadeira que ilumina a humanidade (Jo 1,9), e quem o segue “não anda nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12). Ele é o vencedor das trevas e da morte: nesta noite santa, é representado pelo círio pascal. Nele acendemos nossas velas, como gesto de compromisso com o seguimento de Jesus, fonte de vida plena. “Se caminhamos na luz como ele está na luz, estamos em comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus nos purifica de todo pecado” (1Jo 1,7).

A água simboliza a vida, fertiliza a terra, mata a nossa sede, nos limpa… Lembra a imersão batismal pela qual nos tornamos filhos de Deus. Representa o novo nascimento: “Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (Jo 3,5). Na celebração eucarística, mistura-se a água (nossa humanidade) com o vinho (divindade). Do lado aberto de Jesus morto na cruz, traspassado pela lança, “saiu sangue e água” (Jo 19,34). O círio pascal mergulhado na água é a íntima união de Cristo com a humanidade. Do interior de quem crê em Jesus morto e ressuscitado “fluirão rios de água viva” (Jo 7,38). 

domingo, 9 de abril de 2017

Vaticano: Cruz da JMJ é entregue aos jovens do Panamá


Como é tradição, ao final da Missa deste domingo de Ramos, 9, os jovens poloneses, que sediaram a última Jornada Mundial da Juventude, em 2016, entregaram os símbolos das jornadas aos jovens panamenhos, que sediarão o evento mundial em 2019: a cruz e o ícone de Maria Salus Populi Romani.

Pouco antes deste ato, o Papa Francisco saudou no Angelus todos os jovens que celebram hoje a JMJ em todas as dioceses do mundo. Entre os eventos mundiais, acontece todos os anos, no Domingo de Ramos, o evento em âmbito diocesano.

“É mais uma etapa da grande peregrinação, iniciada por São João Paulo II, que no ano passado nos reuniu em Cracóvia e que nos convoca ao Panamá, em janeiro de 2019”, destacou o Santo Padre.

Francisco pediu ao Senhor para que a Cruz, junto ao ícone de Maria, faça crescer a fé e a esperança, nos lugares em que passar, “revelando o amor invencível de Cristo”. 

Eis que o teu rei vem a ti, manso e montado num jumento!


“Dizei à filha de Sião: ‘Eis que o teu rei vem a ti, manso e montado num jumento, num jumentinho, num potro de jumenta!” – Assim, caríssimos irmãos, o nosso Jesus entra hoje em Jerusalém para sofrer Sua paixão e fazer Sua Páscoa deste mundo para o Pai.

Jerusalém é a cidade do Messias; aí deveria manifestar-se o Reino de Deus.
O Senhor Jesus, ao entrar nela de modo solene, realiza a esperança de Israel. Por isso o povo grita: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em Nome do Senhor! Hosana no mais alto dos Céus!” Hoje, com nossos ramos levados em procissão, fazemos solene memória desse acontecimento e proclamamos com nossos cânticos que Jesus é o Messias prometido! Também nós cantaremos daqui a pouco: Hosana ao Filho de Davi!

Mas, atenção! Este Messias não vem como rei potente, num majestoso cavalo de guerra, símbolo de força e poder! Ele vem num burrico, usado pelos servos nos seus duros trabalhos. Ele vem como manso e humilde servo! Eis o escândalo que Israel não suporta! Esperava-se um Messias que fosse Rei potente e Deus envia um servo humilde e frágil! Que lógica, a de Deus! E, misteriosamente, Israel não consegue compreendê-la e refutará Jesus!

Mas, e nós, compreendemos de verdade essa lógica?

Hoje, seguir o Cristo em procissão é estar dispostos a aceita-Lo como Messias que tem como trono a cruz e como coroa os espinhos! Segui-Lo pela rua é comprometer-se a segui-Lo pela vida! Caso contrário, nossa liturgia não passará de um teatro vazio...

Vamos com Jesus! Aclamemos Jesus! E quando na vida, a cruz vier, a dor vier, os espinhos vierem, tomemos nas mãos os ramos que levaremos hoje para nossas casas e recordemos que nos comprometemos a seguir o Cristo até a morte e morte de cruz, para chegarmos à Páscoa da Ressurreição! 

A importância do Domingo de Ramos


A Semana Santa começa no Domingo de Ramos, porque celebra a entrada de Jesus em Jerusalém montado em um jumentinho – o símbolo da humildade – e aclamado pelo povo simples, que O aplaudia como “Aquele que vem em nome do Senhor”. Esse povo tinha visto Jesus ressuscitar Lázaro de Betânia havia poucos dias e estava maravilhado. Ele tinha a certeza de que este era o Messias anunciado pelos profetas; mas esse mesmo povo tinha se enganado no tipo de Messias que Cristo era. Pensava que fosse um Messias político, libertador social que fosse arrancar Israel das garras de Roma e devolver-lhe o apogeu dos tempos de Salomão.

Para deixar claro a este povo que Ele não era um Messias temporal e político, um libertador efêmero, mas o grande Libertador do pecado, a raiz de todos os males, então, o Senhor entra na grande cidade, a Jerusalém dos patriarcas e dos reis sagrados, montado em um jumentinho; expressão da pequenez terrena. Ele não é um Rei deste mundo! Dessa forma, o Domingo de Ramos dá o início à Semana Santa, que mistura os gritos de hosanas com os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus abanando seus ramos de oliveiras e palmeiras.