domingo, 7 de maio de 2017

Entendendo o Islã: A Farsa Maometana


I. Fundamento Bíblico

O Antigo Testamento nos diz que o glorioso plano de redenção de Deus foi iniciado através de Abrão. Com esse homem, Deus fez uma aliança eterna e Deus mudou seu nome para Abraão, o pai de muitas nações (Gênesis 17:5). Essa aliança deveria ser mais tarde cumprida através de um descendente de Abraão, o Messias prometido.

"A Escritura diz que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre." (Gálatas 4:22). Abraão teve dois filhos. Seu primeiro filho, Ismael, nascido de uma escrava egípcia chamada Agar. Seu segundo filho Isaac, que nasceu da esposa de Abraão, Sara. Deus colocou o fundamento do cumprimento da Sua aliança através de Isaac, filho de Sara, a mulher livre. Era através da descendência de Isaac que o Messias viria a aparecer (Gênesis 17).

Ainda que Ismael tenha sido o primeiro filho de Abraão, Deus escolheu cumprir a Sua aliança através de Isaac, seu filho mais novo. Todos os futuros profetas de Deus e o Messias só surgiriam a partir da linhagem de Isaac, o filho escolhido de Abraão, sem qualquer exceção.

Em favor de Sara e seu filho Isaac, Hagar e Ismael foram expulsos da casa de Abraão e, consequentemente, da herança e linhagem dos descendentes de Isaac (Gênesis 21:10). As nações árabes (os habitantes do deserto) são descendentes de Ismael, mas não de Isaac. Então, naquele dia, uma grande divisão nasceu entre os filhos de Ismael e os filhos de Isaac e o Messias.

II. A Arábia pré-islâmica

Os muçulmanos frequentemente argumentam que, tendo sido o Islã e o Alcorão (ou Corão: a Bíblia muçulmana - ed.) enviados dos céus, nenhuma fonte ou materiais terrestres poderiam ter sido usados para criá-los. Eles partem da suposição de que isso seja impossível. Mas a verdade é que a fé islâmica e o Alcorão em si podem ser completa e suficientemente explicados em termos da cultura, da religião e dos costumes árabes pré-islâmicos.

 O trabalho arqueológico e linguístico feito desde o final do século 19 trouxe à tona evidências esmagadoras de que Maomé construiu a sua religião e o Alcorão a partir de material pré-existente na cultura árabe como veremos a seguir.

a. O significado do Islã.

A própria palavra Islã não foi revelada do céu nem foi inventada por Maomé. É uma palavra árabe que originalmente se referia a um atributo de masculinidade e descrevia alguém que foi heroico e corajoso na batalha.

A palavra Islã originalmente não significava submissão, como muitos supõem. Em vez disso, ele se referia a essa força que caracteriza um guerreiro do deserto que, mesmo quando confrontado com o impossível, iria lutar até a morte para cumprir seu objetivo.

b. A vida tribal pré-islâmica

O aspecto da sociedade tribal da Arábia pré-islâmica explica muitas das coisas que podem ser encontrados no Islã hoje. Por exemplo, estava perfeitamente em consonância com a moral árabe atacar outras tribos a fim de obter riqueza, mulheres e escravos, e assim as tribos estavam constantemente em guerra umas com as outras. Essas tribos do deserto viviam pelo código do "olho por olho e dente por dente". A vingança era tomada sempre que algo era feito para prejudicar qualquer membro da tribo. Forçar pessoas à escravidão ou sequestrar mulheres, mantendo-as em um harém, e estuprá-las à vontade era considerado justo e adequado.

 O severo clima árabe produziu uma severa sociedade tribal em que a violência era a norma. E a violência ainda é um atributo das sociedades islâmicas. É muito interessante notar que a palavra portuguesa "assassino" é, na verdade, uma palavra árabe. Vem da palavra latinaassassinus, que vem da palavra árabe hashshashin. Hashshashin literalmente significa “fumante de haxixe” e foi usada como uma descrição dos muçulmanos que fumavam haxixe para chicotearem-se em um frenesi religioso antes de matar seus inimigos.

Ele entrou no vocabulário europeu por meio de uma seita muçulmana chamada "Os Assassinos", que acreditavam que Alá os havia chamado para matar pessoas como um dever sagrado.

c. A religião pré-islâmica

A população árabe era basicamente animista. Os espíritos masculinos e femininos existiam em árvores, pedras, rios e montanhas, e eles eram adorados e temidos. Acreditava-se que pedras mágicas sagradas protegiam as tribos. A tribo coraixita havia adotado uma pedra negra como a sua pedra mágica tribal e a tinha colocado na Caaba. Esta pedra mágica era beijada quando as pessoas vinham em peregrinação para adorar a Caaba. Era sem dúvida um asteroide que caíra do céu e, portanto, era vista como sendo divina, de alguma forma!  

 A tribo coraixita (tribo de Maomé) tentou colocar um ídolo de todas as religiões no templo pagão chamado Caaba. A palavra Caaba é o árabe para "cubo" e refere-se ao templo de pedra quadrado, em Meca, onde os ídolos eram adorados. O templo continha uma miscelânea virtual de divindades com alguma coisa para todos. Pelo menos 360 deuses eram representados na Caaba e um novo poderia ser acrescentado, se algum estrangeiro viesse à cidade e quisesse adorar o seu próprio deus, além de aqueles que já estavam representados.

As lucrativas rotas de comércio e as ricas caravanas formaram um vínculo cultural entre África, o Oriente Médio, o Oriente e o Ocidente. Não é, portanto, nenhuma surpresa encontrar histórias no Alcorão, cujas origens podem ser traçadas até histórias religiosas da Babilônia, Egito, Índia, Pérsia e Grécia.

 d. Rituais pagãos

 Os pagãos da Arábia pré-islâmica ensinavam que todo mundo deveria se curvar e orar voltado para Meca (o centro religioso e comercial da Arábia com sua Caaba) durante certas horas do dia. Todo mundo também deveria fazer uma peregrinação a Meca para adorar a Caaba pelo menos uma vez na vida. Quando chegavam a Meca, os pagãos corriam ao redor da Caaba sete vezes, beijavam a pedra negra, e depois corriam cerca de uma milha até a Wadi Mina para atirar pedras no diabo. Eles também acreditavam que era bom dar esmola e condenavam a usura. Eles tinham até um determinado mês em que se devia jejuar de acordo com o calendário lunar. Que esses ritos pagãos compreendiam a religião em que Maomé foi criado por sua família é reconhecido por todos.

 A religião dominante que tinha se tornado muito poderosa pouco antes da época de Maomé foi a dos sabeus. Os sabeus tinham uma religião astral em que adoravam os corpos celestes. A lua era vista como uma divindade masculina e o sol como a divindade feminina. Juntos, eles produziam outras divindades, como as estrelas. O Alcorão refere-se a isso na sura 41,37 e em outros lugares.

Eles usavam um calendário lunar para regular seus ritos religiosos. Por exemplo, um mês de jejum era regulado pelas fases da lua. O rito pagão sabeu de jejum começava com o aparecimento de uma lua crescente e não cessava até que a lua crescente reaparecia. Isso viria a ser adotado como um dos cinco pilares da sabedoria do Islã.

Finalmente, a influência das religiões estrangeiras, como o judaísmo, zoroastrismo (da Pérsia), hinduísmo, budismo, mitologia grega e egípcia e o cristianismo, também estavam presentes na Arábia pré-islâmica. Não é nenhuma surpresa ao descobrir que o Alcorão contém restos de histórias religiosas que podem ser rastreadas até essas religiões.

Assim, as ideias e ritos religiosos encontrados no Islã e no Alcorão podem claramente ser rastreados até as influências da cultura, da vida religiosa e dos costumes pré-islâmicos. Os arqueólogos desenterraram muitos exemplos de arte pré-islâmica que incluíam os seus ídolos e símbolos de adoração. Meca continha um dos mais importantes, a Caaba, onde foi colocada a pedra negra, há muito tempo objeto de adoração. 

sábado, 6 de maio de 2017

O Desaparecimento dos adultos


Uma sociedade de eternos adolescentes?

Continua-se a estar sempre mais atingido pelo nivelamento das gerações que se vê em rapazes e moças, jovens e adultos unidos por uma mesma dinâmica: no modo de vestir, falar, se comportar, mas, sobretudo, nas relações e na afetividade revelam-se muitas vezes as mesmas dificuldades, até o ponto em que se torna difícil entender quem desses é realmente o adulto. Ao mesmo tempo, preocupa a sempre maior difundida fuga da responsabilidade, que leva a procrastinar indefinidamente as escolhas de vida, iludindo-se de ter sempre intactos, diante de si, todas as possibilidades.

Uma pesquisa da Istat[ii], realizada em 2008 (e, por conseguinte, anterior à grave crise que infelizmente levou ao desemprego milhares de jovens e de adultos), revelava que mais de 70% das pessoas com idade entre 19 e 39 anos vivem ainda com os pais. O motivo é também, mas não somente, econômico, já que nessa faixa há pessoas com trabalho estável e uma renda que permitiria viver de maneira independente.

As mesmas pesquisas mostram, além disso, que na Itália, mas também em outros países da Europa, há um aumento preocupante de jovens/adultos que pararam numa espécie de “limbo”, sem escolhas e sem perspectivas. Essa situação abarca uma faixa etária sempre maior, ao ponto de ser agora classificada como categoria sociológica, “a geração nem-nem”[iii]. Mas, principalmente, tal condição, não é vista como problemática pela maioria das pessoas: “Há 270 mil jovens entre 15 e 19 anos que não estudam e não trabalham (9%): a maior parte porque não encontra trabalho; 50 mil porque fizeram de sua inatividade uma escolha; há ainda 11 mil que não querem saber de trabalhar ou estudar (“não me interessa”, “não preciso”, dizem). A mesma tendência ocorre nos dados relativos aos jovens entre 25 e 35 anos: um milhão e noventa mil não estudam e não trabalham; ou seja, quase um quarto deles (25%). Um milhão e duzentos mil desses gravitam no desemprego (mas entre estes últimos há quem diga que não procura bem porque está “desanimado” ou porque “de qualquer modo, o emprego não existe mesmo”). Setecentos mil são, ao contrário, os “inativos convictos”: não procuram trabalho e não estão dispostos a procurá-lo […]. Uma pesquisa espanhola recente, assinada pela sociedade Metroscopia, revela que 54% dos jovens da idade dos 18 aos 35 anos declara “não haver nenhum projeto sobre o qual desenvolver o próprio interesse ou os próprios sonhos”[iv].

A essa situação de impasse e confusão acompanha uma igualmente grave crise de autoridade e de normatividade que, como se verá, constituem um dever educativo irrenunciável. Tal dever é rejeitado por muitos motivos: porque esses que deveriam fazer valer a norma, os adultos, não possuem a força, têm medo de parecerem impopulares ou, muitas vezes, porque muitos não acreditam mais em ditas normas, vistas somente como uma fonte de conflito e dificuldade.

Mas o aspecto talvez mais triste dessa carência seja que a norma que o adulto deveria estabelecer, vem a faltar porque, às vezes, os mesmos educadores e pais se encontram perdidos em problemas afetivos, relacionais, até mesmo de dependência. E daí a crise profunda do adulto, com o risco de seu desaparecimento: “Se um adulto é alguém que tenta assumir as consequências de seus atos e de suas palavras […], não podemos deixar de constatar um forte declínio da sua presença na nossa sociedade […]. Os adultos parecem estar perdidos no mesmo mar onde se perderam os próprios filhos, sem qualquer distinção de geração”[v].

Uma motivação possível, na origem dessa amálgama indiferenciada, pode ser detectada no prolongamento da meia idade, própria das últimas décadas e agravada devido à crise econômica atual, a qual não encoraja a levar em consideração os custos e os esforços adicionais para comprometer-se numa situação futura incerta. Além disso, a nova cultura tecnológica contribui para confundir os limites entre a realidade e a fantasia, que é a característica típica da criança. Já o havia compreendido com lucidez Johan Huizinga no longínquo 1935: “[O homem moderno] pode viajar de avião, falar com pessoas do outro hemisfério, comprar guloseimas inserindo poucas moedas numa máquina automática […]. Aperta um botão, e a vida cai aos seus pés. Pode tal vida torná-lo emancipado? Ao contrário. A vida para ele tornou-se um brinquedo. É de se espantar que ele se comporte como uma criança?”[vi]. 

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Jesus também é Yahveh?


"Yahveh" é o nome próprio de Deus no Antigo Testamento, pois foi assim que Ele se identificou para Moisés na teofania da sarça ardente: 

- “Respondeu Moisés a Deus: "Se eu vou aos israelitas e lhes digo: 'O Deus de vossos pais me enviou a vós', quando me perguntarem: 'Qual é o seu nome?', o que lhes responderei?" Disse Deus a Moisés: "Eu sou aquele que sou". E acrescentou: "Assim dirás aos israelitas: 'Eu sou me enviou a vós'"” (Êxodo 3,13-14). 

Nesse momento Deus deu ao homem o único nome que poderia defini-lo de alguma maneira: "Yahveh", que em língua hebraica pode traduzir-se por “Eu sou o que sou”, “Eu sou aquele que é” ou “Eu sou o existente”, tal como o traduziram os tradutores da Septuaginta: "ego eimi ho on". Deus, por ser quem é, é o único verdadeiramente existente no sentido de que não é contingente, o que quer dizer que não precisa de nada nem de ninguém para existir, ao contrário do que ocorre com as criaturas. Ao não ser contingente Deus não foi criado por ninguém, mas é o Criador, princípio e fim de todas as coisas. 

Sobre isto o Catecismo da Igreja Católica ensina: 

- “Ao revelar seu nome misterioso de Yahveh, "Eu sou aquele que é" ou "Eu sou aquele que sou" ou também "Eu sou quem sou", Deus declara quem Ele é e com que nome se deve chamá-lo. Este nome divino é misterioso como Deus é mistério. Ele é ao mesmo tempo um nome revelado e como que a recusa de um nome, e é por isso mesmo que exprime, da melhor forma, a realidade de Deus como Ele é, infinitamente acima de tudo o que podemos compreender ou dizer: Ele é o "Deus escondido" (Isaías 45,15), seu nome é inefável, e Ele é o Deus que se faz próximo dos homens. Ao revelar seu nome, Deus revela ao mesmo tempo a sua fidelidade, que é de sempre e para sempre, válida tanto para o passado ("Eu sou o Deus de teu pai", Êxodo 3,6) como para o futuro ("Eu estarei contigo", Êxodo 3,12). Deus que revela seu nome como "Eu sou" revela-se como o Deus que está sempre presente junto ao seu povo para salvá-lo” (CIC 206-207).

Como se pode observar, já aqui está implicitamente respondida a pergunta, pois o Catecismo ensina que Yahveh é o nome próprio de Deus, não só de Deus Pai. E se como católicos professamos a doutrina da Trindade - que existe um só Deus em Três Pessoas Divinas: Pai, Filho e Espírito Santo - é natural que cada uma delas possa ser identificada com o nome de Yahveh. 

Negar isto conduz inequivocamente a duas opções: 

a) ao Arianismo; ou 
b) a uma contradição com o que as Sagradas Escrituras ensinam.

Cai em Arianismo quem pensa que só o Pai é Yahveh, pensando que só Yahveh é Deus, porém nem o Filho nem o Espírito Santo o são. Esta posição foi rejeitada unanimemente desde a Igreja primitiva e igualmente por todos os Padres da Igreja; é isso o que professam hoje seitas como os Testemunhas de Jeová. Veja-se acerca disto: 

- A doutrina da Trindade na Igreja primitiva e os Padres da Igreja. 

Contradiz as Sagradas Escrituras quem sustenta que só o Pai pode ser identificado com Yahveh e ao mesmo tempo afirma professar a doutrina da
Santíssima Trindade. Vejamos o porquê: 
 

quinta-feira, 4 de maio de 2017

CNBB cria a Sociedade Ratzinger do Brasil para estudar o pensamento do Papa Emérito


Criada durante a 55ª. Assembleia Geral da CNBB, a Sociedade Ratzinger do Brasil (SRB) tem como finalidade traduzir a “Joseph Ratzinger Opera Omnia” e divulga-la; promover atividades de estudo e pesquisa sobre a obra de Joseph Ratzinger – Papa Bento XVI, obras a respeito do seu pensamento e sobre temas por ele tratados; Realizar congressos, seminários, e cursos de atualização teológica; organizar encontros periódicos de caráter regional, nacional e internacional; realizar trabalhos interdisciplinares com outras sociedade e instituições teológicas congêneres; publicar obras científicas e de divulgação sobre a teologia de Joseph Ratzinger – Papa Bento XVI, se seu Magistério Pontifício.

Os membros fundadores podem admitir a entrada de novos sócios mediante as condições do Estatuto Social da Sociedade. O interesse no estudo do pensamento de Joseph Ratzinger, naturalmente, é uma das condições básicas. A sede da Sociedade se localiza no Setor de Grandes Áreas Nortes, Quadra 601, Módulos E/F, em Brasília (DF).

O Conselho Diretor da Sociedade ficou constituído com os seguintes membros: Cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo (SP); dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS); Cardeal Raymundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida (SP); Cardeal Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (RJ); dom Murilo Sebastião Krieger, Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador (BA) e dom Pedro Carlos Cipollini, bispo de Santo André (SP).

Para a presidência do Comitê Científico da Sociedade foi eleito o cardeal Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília (DF) e presidente da CNBB. Para esse mesmo comitê foi eleito na função de secretário Monsenhor Luiz Catelan Ferreira, subsecretário de Pastoral da CNBB e assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé. 

CNBB lança Nota Oficial sobre o grave Momento Nacional na última Coletiva da 55ª Assembleia


O GRAVE MOMENTO NACIONAL

“Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça” (Mt 6,33)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil–CNBB, por ocasião de sua 55ª Assembleia Geral, reunida em Aparecida-SP, de 26 de abril a 5 de maio de 2017, sente-se no dever de, mais uma vez, apresentar à sociedade brasileira suas reflexões e apreensões diante da delicada conjuntura política, econômica e social pela qual vem passando o Brasil. Não compete à Igreja apresentar soluções técnicas para os graves problemas vividos pelo País, mas oferecer ao povo brasileiro a luz do Evangelho para a edificação de “uma sociedade à medida do homem, da sua dignidade, da sua vocação” (Bento XVI – Caritas in Veritate, 9).

O que está acontecendo com o Brasil? Um País perplexo diante de agentes públicos e privados que ignoram a ética e abrem mão dos princípios morais, base indispensável de uma nação que se queira justa e fraterna. O desprezo da ética leva a uma relação promíscua entre interesses públicos e privados, razão primeira dos escândalos da corrupção. Urge, portanto, retomar o caminho da ética como condição indispensável para que o Brasil reconstrua seu tecido social. Só assim a sociedade terá condições de lutar contra seus males mais evidentes: violência contra a pessoa e a vida, contra a família, tráfico de drogas e outros negócios ilícitos, excessos no uso da força policial, corrupção, sonegação fiscal, malversação dos bens públicos, abuso do poder econômico e político, poder discricionário dos meios de comunicação social, crimes ambientais (cf. Documentos da CNBB 50– Ética, Pessoa e Sociedade – n. 130)

O Estado democrático de direito, reconquistado com intensa participação popular após o regime de exceção, corre riscos na medida em que crescem o descrédito e o desencanto com a política e com os Poderes da República cuja prática tem demonstrado enorme distanciamento das aspirações de grande parte da população. É preciso construir uma democracia verdadeiramente participativa. Dessa forma se poderá superar o fisiologismo político que leva a barganhas sem escrúpulos, com graves consequências para o bem do povo brasileiro.

É sempre mais necessária uma profunda reforma do sistema político brasileiro. Com o exercício desfigurado e desacreditado da política, vem a tentação de ignorar os políticos e os governantes, permitindo-lhes decidir os destinos do Brasil a seu bel prazer. Desconsiderar os partidos e desinteressar-se da política favorece a ascensão de “salvadores da pátria” e o surgimento de regimes autocráticos. Aos políticos não é lícito exercer a política de outra forma que não seja para a construção do bem comum. Daí, a necessidade de se abandonar a velha prática do “toma lá, dá cá” como moeda de troca para atender a interesses privados em prejuízo dos interesses públicos.

Intimamente unida à política, a economia globalizada tem sido um verdadeiro suplício para a maioria da população brasileira, uma vez que dá primazia ao mercado, em detrimento da pessoa humana e ao capital em detrimento do trabalho, quando deveria ser o contrário. Essa economia mata e revela que a raiz da crise é antropológica, por negar a primazia do ser humano sobre o capital (cf. Evangelii Gaudium, 53-57). Em nome da retomada do desenvolvimento, não é justo submeter o Estado ao mercado. Quando é o mercado que governa, o Estado torna-se fraco e acaba submetido a uma perversa lógica financista. Recorde-se, com o Papa Francisco, que “o dinheiro é para servir e não para governar” (Evangelii Gaudium 58).

O desenvolvimento social, critério de legitimação de políticas econômicas, requer políticas públicas que atendam à população, especialmente a que se encontra em situação vulnerável. A insuficiência dessas políticas está entre as causas da exclusão e da violência, que atingem milhões de brasileiros. São catalisadores de violência: a impunidade; os crescentes conflitos na cidade e no campo; o desemprego; a desigualdade social; a desconstrução dos direitos de comunidades tradicionais; a falta de reconhecimento e demarcação dos territórios indígenas e quilombolas; a degradação ambiental; a criminalização de movimentos sociais e populares; a situação deplorável do sistema carcerário. É preocupante, também, a falta de perspectivas de futuro para os jovens. Igualmente desafiador é o crime organizado, presente em diversos âmbitos da sociedade. 

"A Igreja está sob risco de cisma", afirma o Cardeal Sarah


O Cardeal Robert Sarah advertiu que a unidade da Igreja está sendo ameaçada por líderes influentes que, de dentro dela, “insistem” na ideia de que igrejas nacionais têm a “capacidade de decidir por si mesmas”  sobre questões morais e doutrinais.

“Sem uma fé comum, a Igreja é ameaçada pela confusão e então, progressivamente, pode acabar deslizando para a dispersão e o cisma”, disse ele.

“Hoje existe um sério risco de fragmentação da Igreja, de se dividir o Corpo Místico de Cristo ao insistir na identidade nacional das igrejas e, portanto, na sua capacidade de decidir por si mesmas, sobretudo no domínio tão crucial da doutrina e da moral”, acrescentou.

Católicos professam todos os domingos no Credo Niceno que a Igreja é “Una, Santa, Católica e Apostólica.” Estas são as quatro “marcas” assim chamadas da una e verdadeira Igreja.

Sarah, que vem de Guiné, fez os comentários quando foi perguntado em uma entrevista, no dia 18 de abril, pela organização “Ajuda à Igreja que Sofre” sobre a relação entre a “Igreja Africana” e a “Igreja Universal”.

O cardeal, que é o Prefeito da Congregação para o Culto Divino, afirmou que, estritamente falando, não existe tal realidade como  “Igreja Africana.”

“A Igreja Universal não é uma espécie de federação de igrejas locais”, disse. “A Igreja Universal está simbolizada e representada pela Igreja de Roma, com o Papa como sua cabeça, o sucessor de São Pedro e o chefe do colégio Apostólico, portanto, é ela que deu à luz a todas as igrejas locais e é ela que as sustenta na unidade da fé e do amor”.

Na entrevista à Ajuda à Igreja que Sofre, o Cardeal Sarah disse que a Igreja só vai crescer em todo o mundo se estiver unida pela “nossa fé em comum e nossa fidelidade a Cristo e ao seu Evangelho, em união com o Papa.”

“Como o Papa Bento XVI nos diz: ‘É claro que a Igreja não cresce ao tornar-se individualizada, separando-se a nível nacional, encerrando-se fora do contexto ou dentro de um contexto culturalmente específico, ou se outorgando um papel inteiramente cultural ou nacional. Em vez disso, a Igreja precisa ter unidade de fé, unidade de doutrina, unidade de ensino moral. Ela precisa do primado do Papa e de sua missão de confirmar na fé seus irmãos”, disse ele. 

CNBB cria comissão especial para cuidar dos patrimônios culturais da Igreja no Brasil


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) criou a Comissão Episcopal Especial para os Bens Culturais que terá o papel de fomentar o cuidado com o patrimônio material e imaterial da Igreja no Brasil, em diálogo com os órgãos governamentais e eclesiais especializados. Esse é um dos projetos da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação da CNBB.

A Comissão nomeada tem como presidente dom João Justino de Medeiros, arcebispo coadjutor de Montes Claros (MG), que também preside a Comissão Episcopal para Cultura e Educação. Também compõem a comissão o arcebispo de Maceió, dom Antônio Muniz e o bispo de Petrópolis (RJ), dom Gregório Paixão.

“O patrimônio histórico-artístico pertencente à Igreja nos coloca diante de um privilegiado potencial evangelizador e de um qualificado instrumento para o diálogo com a cultura. Muitas dioceses no Brasil já organizaram comissões locais e tem dispensado esforços de trabalho para a preservação dos seus bens histórico-artísticos. São visíveis os resultados dessas comissões. Também alguns Regionais da CNBB fizeram o mesmo. O objetivo da comissão será o de estimular a atuação da Igreja no Brasil a fim de que se efetive o cuidado, a preservação e o uso desse enorme patrimônio que nos foi legado pelas gerações passadas como uma expressão de fé”, destacou dom João Justino.

A assessoria será feita pelo Padre Danilo Pinto, que também é o assessor do Setor Universidades da CNBB. “Sinto-me, no mínimo, honrado por contribuir como primeiro assessor de comissão tão necessária, além de trabalhar ao lado dos membros desta nova comissão”, destacou padre Danilo. 

Onde está a felicidade, onde está a alegria?


"Todos querem ser felizes mas nem todos desejam viver o único modo como se pode ser feliz", diz Santo Agostinho, citado por Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP (1) em sua muito ilustrativa obra "O inédito sobre os Evangelhos", obra que deveria ser consultada frequentemente por todo pregador.

Muitos, comenta o fundador dos Arautos do Evangelho, fazem da busca do dinheiro o caminho para encontrar a felicidade. "Veem o equilíbrio financeiro como sinônimo de prestígio, poder e influência na sociedade, bem como garantia de um futuro despreocupado". Entretanto, estes, preocupados pelo dinheiro, vivem intranquilos, e portanto infelizes.

Outros não desejam ter inúmeras riquezas, lhes bastaria uma vida medianamente cômoda, e em sua concessão "se preocupam excessivamente com os bens materiais e com banalidades próprias a existência terrena". São a legião dos medíocres, esses que não gostam de pensamentos que vão um pouco mais além das considerações de seu estômago, de seus pequenos interesses de sobrevivência míope. "Tal mesquinhez o leva (a este tipo de homem) a esquecer-se do efêmero desta vida, e, menosprezando a eternidade, a viver como se o Criador não existisse".

Para outros a felicidade está na descoberta do conhecimento: "Aspirando a dominar assuntos de difícil compreensão para o geral das pessoas e obstinados pela ideia de ser laureados pela erudição, consomem o tempo em estudos, investigações e escritos". Mas o conhecimento deve ser somente um meio para conhecer mais e mais a Deus. Alcançado o conhecimento desejado, os sedentos de ciência seguem com sede, pois a inteligência somente descansa em Deus. "Por isso, muitos intelectuais, inclusive sendo aplaudidos pelo mundo, terminam seus dias na amargura".

E aqui poderíamos seguir citando e citando caminhos que são de infelicidade.