sexta-feira, 2 de junho de 2017

Quem é o meu próximo? Uma pergunta que não se faz…


Quem é o meu próximo? Foi o doutor da Lei que fez a pergunta. Ele a fez, foi mais para justificar-se (Lc 10,29). Diante da reação de Jesus à sua pergunta anterior, ele ficou com vergonha. Perguntara: Mestre, o que devo fazer para obter a vida eterna?(Lc 10, 25). E Jesus, em vez de responder diretamente, disse: O que está escrito na lei? O que você lê ali? (Lc 10,26). Foi como se dissesse: Você, então, não sabe uma coisa tão evidente, você que se diz conhecedor da lei! E, querendo ou não, ele mesmo teve que dar a resposta: amar a Deus e amar ao próximo (Lc 10,27). Perguntara uma coisa já sabida de todos. Parecia uma desonestidade da sua parte. Por isso, para justificar-se, tornou a perguntar: E quem é o meu próximo?.

Mas não foi só para justificar-se e para salvar a sua reputação de doutor da Lei. Para ele, doutor da Lei, aquela pergunta era importante mesmo. Já imaginou: se o pagão não fosse próximo, se o romano, o pobre, o operário, a empregada em casa, não caíssem na categoria de próximo, isso faria uma diferença muito grande e tiraria da vida uma grande preocupação. Estaria livre de prestar-Ihes um serviço por amor. A miséria do mundo e a injustiça generalizada já não seriam uma acusação contra ele. Passaria tranquilo ao lado dos pobres e das favelas, sem que a consciência lhe mordesse e lhe fizesse aqueles apelos incômodos. Pois a Lei, isto é, Deus, mandava amar somente os próximos, e aquela gente não era próximo. Já não haveria motivo para preocupar-se tanto. Saber direitinho quem era o próximo daria mais tranquilidade. Realmente, para ele, o doutor, aquilo era uma pergunta muito importante, mas muito importante mesmo.

A resposta de Jesus

Jesus respondeu, mas respondeu a seu modo, como sempre, por meio de um exemplo tirado da vida. Tais exemplos ou histórias falam mesmo a quem não quer ouvir, pois da vida todos entendem ao menos alguma coisa. Jesus falou de um homem que desceu de Jerusalém para Jericó (Lc 10, 30), uns vinte quilômetros de viagem, pelo deserto perigoso de Judá, cheio de bandidos e ladrões, fugidos da polícia, e de subversivos e guerrilheiros, dispostos a matarem qualquer romano que passasse por lá. Esse homem passou por lá, e aconteceu o que se podia esperar. Caiu na mão de ladrões que o roubaram e o deixaram meio morto, ao lado da estrada, de tanta pancada que deram nele. Fugiram com o dinheiro (Lc 10,30). Quem sabe, naqueles dias mesmo tivesse ocorrido um assalto desse tipo. Estaria ainda bem vivo na lembrança de todos. Nada mais eficiente do que fazer um sermão com fatos da vida.

Passa um sacerdote no local onde agonizava a vítima. Era o doutor da Lei, passando ao lado da miséria do povo, agonizante, devido às feridas, feitas pela sociedade sem amor. O sacerdote era alguém que estava por dentro das coisas da religião, conhecia teologia, sabia situar-se, com a sua fé, neste mundo complicado. Chega lá olha e percebe o fulano indefeso que necessitava de ajuda urgente. Mas, na história que Jesus estava contando, o sacerdote olhou e passou, desviando para o outro lado da estrada. Deixou o homem ali. Não ajudou. Era o doutor da lei, passando ao lado da miséria do mundo e raciocinando consigo mesmo: Aquela gente não cai dentro da categoria de próximo. Portanto, não tenho nenhuma obrigação para com ela. Deus, aqui, nada me pede. Posso passar tranquilo, sem correr o risco de perder a recompensa que Ele prometeu àqueles que observam fielmente a sua Lei. Estou dentro da Lei. A Lei está do meu lado! O sacerdote passou, como o doutor passava pela vida, tranquilo, sem que a consciência lhe acusasse. O doutor, porém, pelo que parece, já não andava de todo tranquilo, pois, do contrário, não teria feito aquela pergunta. Alguma coisa, lá dentro dele, o devia estar incomodando.

Passa, em seguida, um levita, um sacerdote de segunda categoria (Lc 10,32). Seria como um sacristão de hoje, alguém que, como o sacerdote e o doutor, estava por dentro das coisas da religião. Sabia aplicar as distinções necessárias, para não se sentir angustiado, neste mundo tão confuso, com tantos apelos. Também ele chegou, olhou e passou, pelo outro lado da estrada, tranquilo com Deus e consigo. Não ajudou. O homem continuou estendido no chão, sangrando, meio morto. O mundo com a sua miséria continuava aí, sangrando pelas feridas aplicadas pela falta de justiça e não curadas por falta de amor entre os homens. E eram precisamente os que professavam sua fé no Deus justo e bondoso, os que deveriam protestar, reagir, ajudar, esses nada faziam: o doutor, o sacerdote, o levita. A esses, o outro não importava nem um pouco. Importava ter a consciência tranquila, juridicamente tranquila.

Chega um samaritano (Lc 10, 33). Na opinião do doutor, um samaritano era um energúmeno, um herege, um renegado, um bandido, um comunista ateu. O que é que esse samaritano vinha a fazer na história que Jesus estava contando? Até agora o doutor pôde segui-lo perfeitamente. Identificou-se com o sacerdote e o levita. Gente direita. Mas agora? Onde é que esse Jesus queria chegar? O samaritano chega, olha, pára, fica com dó, desce do cavalo, se aproxima, aplica curativo, joga azeite e vinho nas feridas, coloca o homem no seu próprio cavalo, vai a pé ao lado dele, leva-o até à hospedaria, recomenda o caso ao dono, cuida dele, paga pelos gastos e deixa ainda o aviso: Cuide bem desse homem. Caso as despesas forem mais, eu, na volta, pagarei tudo (Lc 10, 33-35). Depois continuou a sua viagem, também ele, tranquilo. E para o samaritano, Deus não entrou, nem a lei. Foi o bom senso de um homem que não pode ver o outro sofrer. 

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Se Maria chamou Deus de “meu salvador”, significa que ela tinha pecados, o que contradiria a expressão “Cheia de Graça”. Será?


Não! Deus salva Maria, concedendo-lhe esta graça plena e perfeita. 

Preservar do pecado original também indica salvação, pois nenhum ser humano pode se salvar.

Maria recebeu antecipadamente a salvação conquistada por Cristo para nós na Cruz.

"Imaginemos dois cegos dirigindo-se a um lamaçal e um homem, observando a cena. O primeiro cego cai no lamaçal enquanto que o segundo é impedido pelo homem que tudo observava. Este mesmo homem também salva o primeiro, resgatando-o do lamaçal. O primeiro, ele salvou da lama, e o segundo, foi salvo de se sujar, de cair no lamaçal."

São duas formas de salvamento, por isto, no caso de Maria, Deus a salvou de pecar, enquanto que a nós, Deus nos salvou da mancha do pecado.
 

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Para os católicos que não concordam com o que a Igreja ensina


É certo que, às vezes, a doutrina da Igreja Católica pode ser motivo de controvérsia. Foi assim desde o começo. Às vezes, é difícil compreender o que a Igreja quer realmente nos ensinar.

Certa vez, o bispo Fulton Sheen disse: “Devem haver apenas cem pessoas neste país que odeiam a Igreja Católica por causa do que ela realmente é; mas devem haver milhões de pessoas que a odeiam erroneamente por creem no que ela seja”.

Se você não concorda com algum ensinamento da Igreja, transforme-se em um detetive e investigue tudo sobre ela antes de taxar a doutrina da Igreja como “fora de moda” e “fora da onda”. Use estas dicas para guiá-lo até o descobrimento da verdade e o sentido da sua vida.

1.   Esteja certo de que você entende o que a Igreja realmente ensina.

Muitas coisas que tomamos como verdades foram lidas ou ouvidas nos meios de comunicação ou até mesmo transmitidas de geração em geração. Dedique um tempo para aprender sobre o que a Igreja ensina, indo direto até ela. Existe uma ampla variedade de recursos excelentes para ajudar nesta missão. A Santa Sé oferece um fabuloso centro de recursos online que você pode consultar quando quiser. Entre eles estão o Catecismo, os ensinamentos papais, alguns escritos dos santos e muito mais.

2.  Tire um minuto para refletir sobre o motivo pelo qual você não concorda com a Igreja

Depois de estudar sobre o que você tinha dúvida, reflita sobre o motivo pelo qual você não concorda com a postura da Igreja. Anote as dúvidas em uma folha e procure as respostas para cada uma delas. Será que houve algum acontecimento importante na sua vida que influenciou a maneira como você pensa sobre tal assunto? Para você a doutrina é um convite à mudança de vida ou, quando recorre a ela, é um desafio? O que você sente ao saber que há argumentos teológicos que sustentam o assunto com o qual você não concorda? Quem foi a primeira pessoa que lhe ensinou sobre a doutrina?

3.  Reúna se com um padre ou um diretor espiritual

Quando você tem problemas de saúde, você procura um médico. Se é o carro que tem problema, você o leva a um mecânico. Na vida espiritual, acontece algo semelhante. Quando há dúvidas ou preocupações que nos inquietem, devemos falar com um especialista no assunto, tal como o faríamos em qualquer outra dificuldade. Procure um padre (não necessariamente o seu pároco), que estará disposto a se sentar e falar com você sobre as dúvidas que você tem. Se não consegue encontrar um sacerdote, solicite indicação de um conselheiro espiritual em sua diocese. 

Nossa Senhora Medianeira de todas as Graças


“Medianeira de todas as graças que na terra derramam os céus, esperamos em ti que nos faça ó Maria subir até Deus” (D. Aquino Corrêa).

Sempre que professamos a nossa fé rezando a oração do Creio, proclamamos que Jesus Cristo, filho de Deus, nasceu da virgem Maria. Queremos por ventura, nos referir a duas pessoas diversas: a pessoa do filho de Deus e daquele que nasceu da virgem Maria? Absolutamente não! Trata-se de uma só e mesma pessoa a qual, sendo Deus e Homem, é filho de Deus segundo a natureza divina e é filho de Maria, segundo a natureza humana. Foi baseado nesta verdade que os santos Padres ensinam que a virgem é mãe de Deus.

É bom sempre lembrar que, Deus querendo resgatar o gênero humano, depôs o preço do resgate nas mãos de Maria. Santo Alberto Magno nos diz que: “Maria companheira na paixão tornou-se cooperadora na redenção”.

Na idade média encontramos uma série de teólogos que falam explicitamente na mediação e na corredenção de Nossa Senhora.

Um experiente teólogo conhecido apenas por Arnaldo nos diz que no calvário “Havia dois altares: um no coração de Maria e outro no corpo de Jesus. Enquanto o Cristo imolava sua carne, Maria imolava sua alma”.

No dia 22 de março de 1918, o então Papa Bento XV classicamente expressa a doutrina da corredenção de Maria na encíclica “ Intersodalícia”, que diz: “de tal modo Maria padeceu e quase morreu com seu filho paciente e moribundo; de tal modo renunciou ao seus direitos maternos, e, para aplacar a justiça divina, concorreu quanto estava ao seu alcance para a imolação de seu filho, que justamente se pode dizer que com Cristo resgatou o gênero humano”.

Alguns anos antes, ou seja, em 08 de setembro de 1894 o Papa Leão XIII, usando a frase de São Bernardino de Siena, assim concluiu a sua encíclica, “Incunda Semper”: -“Toda a graça que se concede a este mundo tem uma tríplice procedência: pois numa belíssima ordem, do Pai é passado ao Filho, do Filho à Santíssima Virgem e dela, por fim, para nós”. É uma mediação por meio de intercessão.

Diz-se que Jesus Cristo para honrar sua mãe determinou que todas as graças que ele nos mereceu, não fossem dispensadas a humanidade senão por meio dela.

Concluímos que o Espírito Santo desceu sobre a Virgem Maria e os apóstolos, quando estavam em oração no cenáculo, momento solene do nascimento da Igreja. Assim por sua maternidade divina, Maria se tornou co-redentora, obteve a função de medianeira e se tornou Mãe da Igreja, da qual ela é o modelo perfeito.

A festa de Nossa Senhora Medianeira de todas as graças, foi instituída pelo Papa Bento XV em 1921, e sua data 30 de maio.

O cardeal Primaz da Bélgica idealizou o ícone que hoje conhecemos, e para tanto buscou na Sagrada Escritura os símbolos nele apresentados.

Dom Mercier encontrou no livro do profeta Ezequiel uma visão que fala: “A glória de Deus enchia todo o templo”. No quadro vemos a trindade santa, onde Deus Pai é um ancião (eternidade de Deus), coroado (todo poderoso) que recebe o sacrifício de Jesus na cruz. Único sacrifício agradável a Deus q eu seria oferecido do nascer ao por do sol, como profetizou Malaquias. O Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho, está entre os dois, em forma de pomba. Aos pés de Deus, seis querubins de seis asas, conforme o profeta Isaías: “ Querubins com seis asas esvoaçavam no templo, dizendo: Santo, Santo é o Senhor Deus dos exércitos.”

As letras Alfa e Ômega, a primeira e a última do alfabeto grego, nos lembram que Deus é o princípio e o fim de todas as coisas. Todos os privilégios de Nossa Senhora vêm dos merecimentos de Jesus na cruz. Por isso, as graças como raios, descem do crucificado sobre Maria e dela sobre o mundo.

Lembra-nos a frase de São Bernardo: “A vontade de Deus é que recebamos tudo por Maria”.
Percebemos Nossa Senhora de braços abertos, posição de oração intercedendo por nós, dia e noite, levando a Jesus nossos anseios e nos trazendo as bênçãos e graças divinas. O ícone foi pintado pela irmã franciscana Angelita Stefani.

A devoção foi trazida no ano de 1928, pelo Jesuíta Frei Inácio Valle da Bélgica e introduzida no seminário São José, na cidade de Santa Maria. Dois anos depois, ou seja, em 1930, a cidade estava sendo ameaçada por uma luta armada, quando um grupo de romeiros foi ao seminário rezar a Medianeira. Os ânimos serenaram e a paz voltou a reinar.

Num gesto de gratidão, um grupo bem maior voltou ao seminário para agradecer a intercessão da Virgem Medianeira.

Desde aquela época um número cada vez maior, até os dias de hoje participa da romaria estadual de Nossa Senhora Medianeira, no segundo domingo de novembro. O povo do Rio Grande manifesta sempre mais o seu amor e sua gratidão a padroeira do estado.


Agradeço-vos, meu Deus, o novo dia que para mim desponta. Pelas mãos de Maria, Medianeira de todas as Graças, minha Mãe do Céu, aceitai as minhas alegrias e dores, minhas esperanças e desenganos, minhas folgas e meu trabalho, em remissão de meus pecados, para a felicidade do meu próximo e pelas almas do purgatório. Fazei Senhor, que aumente em minha alma, o amor de Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a mim mesmo. Faço a intenção de lucrar todas as Indulgências aplicadas a meus atos de piedade nesse dia, a fim de que a sinceridade e a bondade de meu coração, caracterizem todos os meus pensamentos, todas as minhas palavras e todas as minhas obras. Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. Amém. Nossa Senhora Medianeira de todas as Graças, Rogai por nós que recorremos a vós. Maria Imaculada, Medianeira de todas as graças, rogai por nós que recorremos, a vós. Paz e Bem!

terça-feira, 30 de maio de 2017

O que o “domingo” tem a ver com Jesus Cristo?


O nome do primeiro dia da semana é bastante semelhante nos idiomas de origem latina: domingo (em português e em espanhol), domenica (em italiano), dimanche (em francês), duminică (em romeno), diumenge (em catalão)…

A origem comum de todos esses termos é o adjetivo latino “dominicus” (pronuncia-se “domínikus”), que quer dizer “senhorial”, “próprio de quem é senhor”, “do senhor”. Por sua vez, “dominicus” vem de “dominus” (pronuncia-se “dôminus”), que significa, justamente, “senhor”.

O “nome completo” do primeiro dia da semana, em latim eclesiástico, é “dies dominicus“, ou seja, “o dia senhorial”, o “dia do Senhor”. 

São Fernando


Ele nunca foi derrotado numa batalha. Foi amado por seus súditos e até mesmo por seus adversários. Para ele, o exercício da realeza era uma oportunidade de glorificar a Deus. Afirmava que todo governante deverá prestar severas contas a Deus no Juízo Final.

Filho do famoso rei Afonso IX de Leão, rei de Castela no século XII, Fernando nasceu em 1 de agosto de 1198, na vila chamada Valparaíso, na região de Zamora, Espanha. Seu pai tornou-se famoso pelo poder, mas Fernando o superou em glória e em fé. Sua mãe se chamava Barenguela de Castela. Ela o educou na fé cristã, no amor a Deus e na obediência à Igreja. Desta forma ele cresceu, justo, cheio de respeito pelo ser humano e zelo por sua terra e por seu Deus.

Aos dezoito anos assumiu o reinado de Castela. A essa altura, já era membro da Ordem Terceira Franciscana. Casou-se, então, com a filha do rei da Alemanha, chamada Beatriz da Suábia. Esta era uma das princesas mais cheias de virtude à época. Com Beatriz, Fernando viveu 16 anos até ficar viúvo em 1219. Em 1235, casou-se novamente com uma bisneta do rei Luis VIII da França, chamada Maria de Ponthieu. Nos dois casamentos, Fernando teve treze filhos. Seu primogênito sucedeu-o no trono e ficou famoso como rei Afonso X, o Sábio. Uma filha de seu segundo casamento, chamada Eleonor, casou-se com o rei Eduardo I da Inglaterra.

Esses casamentos foram importantes para estabilizar a paz entre família real de Leão e Castela e as realezas da Alemanha, da França e da Inglaterra. Seguindo sua fé, evitou combates, mesmo os diplomáticos. Evitou revoltas fazendo-se presente no momento oportuno, usando somente da palavra. Sabia ceder em alguns pontos, para não ser preciso recorrer à guerra, o que ele evitou ao máximo.

Um dos feitos mais importantes de Fernando III foi libertar seu país do domínio muçulmano, expulsando de lá os árabes. Depois disso, não se preocupou com novas conquistas. Ao contrário, aplicou o dinheiro que seria gasto em invasões e guerras na fundação de dioceses, igrejas, hospitais e mosteiros. E fez tudo isso sem instituir novos impostos, mas, apenas administrando os bens com justiça e atenção.

O reinado de São Fernando foi marcado também por grandes mudanças nos códigos civis. Ele deu poderes ao Supremo Conselho de Castela e fez com que o castelhano passasse a ser a língua oficial e única. Depois, fundou a conceituada Universidade de Salamanca favorecendo o estudo das ciências, da ética e da justiça.

No ano 1225, Fernando foi obrigado a pegar em armas para defender seu país de uma investida muçulmana. Para isso, levou consigo o arcebispo de Toledo. Este ajudou São Fernando a manter a fé dos soldados durante os momentos mais difíceis. Sua intenção foi apenas a de reconquistar os territórios invadidos pelos árabes e livrar o país católico do islamismo imposto pelos mouros. São Fernando e seu exército venceram a batalha. Os despojos desta luta foram usados na construção da catedral de Toledo.

Outra característica do reinado de Fernando é várias cidades foram doadas a ordens religiosas. Isso evitou que o povo fosse terrivelmente oprimido pelos senhores feudais.

O pai de Fernando faleceu em 1230. Com isso, Fernando assumiu também o reinado rei de Leão. Logo em seguida, ele liderou um exército e reconquistou Córdoba e Sevilha das mãos dos árabes e construiu a catedral de Burgos. Sua intenção era lutar contra os muçulmanos na África, para impedir novas invasões na Espanha. Porém, foi atacado por uma doença grave e veio a falecer. Tinha 53 anos. Era o dia 30 de maio de 1252. O culto a São Fernando iniciou logo após sua morte e se espalhou por toda a Europa. Ele foi canonizado pelo Papa Clemente X, no ano 1671, depois de ser comprovado que seu corpo estava incorrupto mais de quatrocentos anos após sua morte. São Fernando III é celebrado no dia de seu falecimento. Ele é o padroeiro da Espanha.


Ó Deus, que destes a São Fernando a graça de governar com justiça e caridade, para o bem de seu povo e de seu país, dai também a nós a graça de governar nossas vidas com amor, justiça e verdade, para que sejamos felizes e façamos felizes aqueles que convivem conosco. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo, amém. São Fernando, rogai por nós.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Quando a verdade segue os “likes”...


Embora a proliferação de redes sociais em todo o mundo tenha sido vista pela primeira vez como uma possível democratização dos meios de comunicação social, tal suposta democratização tornou mais difícil a busca de informações verdadeiras e confiáveis.

Na verdade, atualmente, mais notícias falsas (vamos chamá-las do que realmente são: mentiras) estão sendo espalhadas do que antes visto na história da humanidade.

Durante as grandes campanhas eleitorais, a taxa de falsas notícias compartilhadas cresce exponencialmente. Vimos isso acontecer nos Estados Unidos, durante o referendo britânico, e agora nas eleições de França e Alemanha – o nevoeiro da pretensão da pós-verdade. Se a verdade morre, a democracia morre também: a verdade, a democracia, a liberdade de expressão e os direitos humanos estão entrelaçados inseparavelmente.

A luta, ao que parece, está sendo travada entre mídia clássica e redes sociais estabelecidas, nas quais qualquer pessoa pode acessar uma imensa quantidade de diferentes fontes de informação, independentemente de sua confiabilidade. Mas por que é esse o caso?

Para começar, nem toda informação pode crescer a ponto de se tornar uma “notícia falsa” muito difundida. A notícia falsa deve ter alguns vestígios de credibilidade, do tipo que uma ampla audiência não pode distinguir entre estar certo ou errado. Sempre que histórias falsas sobre pessoas e instituições estão lá fora orbitando no ciberespaço, elas têm o potencial de gerar centenas, milhares ou mesmo milhões de cliques, gostos e ações, saltando de uma rede social para outra em todo o mundo. Provavelmente, a metáfora “viral” nunca foi tão precisamente usada: é, de fato, algum tipo de doença da mídia. Transformar a maré – ou seja, desacreditar tais “notícias falsas” – é um trabalho árduo, e, às vezes, não vale a pena. Uma vez lá fora, notícias falsas se tornam parte do debate público.

Permita-me apresentar apenas um exemplo (de muitos) que envolve o Papa João Paulo II. Em fevereiro de 1996, ele visitou a Nicarágua, Guatemala e Venezuela. Enquanto o Papa estava na Guatemala, a EFE publicou que Rigoberta Menchú, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 1992, disse que Wojtyla iria recebê-la na sexta-feira, às 7 horas da manhã, antes de partir para a Venezuela.

Parecia natural que, estando o papa na Guatemala, encontrasse a ganhadora do Nobel; não seria a primeira vez, como Menchú e Wojtyla já haviam se reunido duas vezes (em 1992 e 1993) no Vaticano. Nenhum jornalista se levantaria tão cedo para chegar à audiência do papa com a ativista indígena, especialmente porque Menchú rotulou a visita de simplesmente uma “visita educada”. Todo mundo acreditou que a audiência tinha sido realizada. As agências de imprensa publicaram que a reunião tinha sido na sede da Nunciatura Guatemalteca, e os jornalistas que acompanhavam o papa foram para Caracas.

Pouco depois, durante o voo, a verdade apareceu. A conhecida jornalista espanhola Paloma Gómez Borrero, que seguiu as 102 viagens do Papa João Paulo II, perguntou ao fotógrafo do papa:

“Como Rigoberta estava vestida na audiência com o papa?”

“Rigoberta quem?”, perguntou o fotógrafo.

“Bem, Rigoberta Menchú, é claro!”

O fotógrafo papal simplesmente respondeu: “Não houve audiência com Rigoberta Menchú”. Parecia quase escandaloso.

Quem disse que haveria uma entrevista? Apenas a Sra. Menchú. Ninguém se incomodou em confirmar as informações que ela estava fornecendo. A agência IPS afirmou ainda que “o papa havia cancelado uma audiência com a ativista indígena Rigoberta Menchú, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 1992”. É evidente que este era um caso clássico de “notícias falsas”: é impossível cancelar uma audiência que simplesmente não estava programada no calendário do papa, apenas no de Menchú.

Curiosamente, até então, a informação começou a circular que Menchú tinha falsificado parte de sua biografia e currículo. Mais tarde, sua biógrafa, a antropóloga francesa Elisabeth Burgos (bem como o antropólogo americano, David Stoll) confirmaria tais irregularidades. Em 2007, Menchú deu à política mais uma tentativa, tornando-se candidata a presidência da Guatemala: ela obteve apenas 3,05 por cento dos votos. 

São Maximino


Maximino nasceu em Silly, perto de Poitiers, na Aquitânia; era irmão de são Maxêncio, bispo de Poitiers, e muito cedo sentiu o chamado a vida sacerdotal.Era um oponente do arianismo,  e foi apoiado pelos tribunais de Constantino II e Constante , que abrigava como um honrado hóspede Atanásio duas vezes durante seu exílio de Alexandria , em 336-37, antes ele era bispo, e novamente em 343.

Na controvérsia ariana  ele tinha apoiado Paulo de Constantinopla, no entanto, ele participou do Sínodo dos Sardica convocado pelo Papa Júlio II (ca. 342), e quando quatro bispos arianos, vieram de Antioquia para Treves, com o objetivo de ganhar Imperador Constante a seu lado, Maximino se recusou a recebê-los e induziu o imperador a rejeitar suas propostas.

São Jerônimo coloca são Maximino entre os homens ilustres de seu tempo e o define como “um dos bispos mais corajosos”.

Conforme a lenda, durante uma viagem a Roma, Maximino teria sido atacado por um urso que devorou o jumento em cuja garupa levava as bagagens. O santo — que assistira, impávido, a essa trágica cena — em seguida teria obrigado o urso a transportar os pesados fardos. Lendas como essa lêem-se em Vida de são Maximino, escrita no século VIII por um monge anônimo do mosteiro de Tréveris, na Renânia, onde o santo deste dia foi bispo, vindo a ocupar a sede que fora de santo Agrício, seu mestre.


O urso — contra o qual o santo bispo de Tréveris teve de lutar, metaforicamente falando — era Constâncio, imperador ariano de Constantinopla, que mandara ao exílio os dois grandes campeões da ortodoxia, santo Atanásio, de Alexandria, e são Paulo, de Constantinopla. Em tais circunstâncias mostrou-se corajoso, oferecendo não só hospitalidade e apoio aos dois exilados, como também se empenhou com êxito com o próprio imperador, que por fim cedeu, permitindo que os dois bispos voltassem às suas respectivas dioceses.

Bispo da Igreja, viveu seu magistério e serviço à Palavra sob ataques, mas não conseguiram matá-lo. Viveu até o ano de 349 deixando este testemunho e convocação: sermos cooperadores da verdade.

Maximino morreu longe da própria sede, provavelmente durante uma estada em sua terra natal. São Paulino, seu sucessor, fez trasladar seu corpo da Aquitânia para a basílica de São João, a qual mais tarde recebeu o nome de São Maximino.


Maximiano foi enterrado no cemitério fora do portão norte da cidade de Trier, onde seus restos foram juntados pelos bispos no final do multi-compartimentada cripta de uma igreja dedicada a São João Evangelista , mais tarde dedicada como  Abadia de São Maximino em Treves.

Como patrono, Maximin foi invocado na proteção contra o perjúrio, a perda no mar e as chuvas destrutivas.

Seu culto era o mais forte na região de Trier e na Alsácia .

A lenda medieval confunde-o com um Maximino, que foi acrescentado a Setenta Apóstolos referida no Evangelho de Lucas.

Por isso, foi dito que Maximino acompanhou Maria Madalena e uma companhia dos fiéis para Aix-en-Provence, milagrosamente navegou num barco frágil sem leme ou um mastro.

No século XIII conta uma legenda que pode ser lida em "Jacobus de Voragine 's Legenda Aurea" que o culto de Maria Madalena e São Maximino na Provença, foi centrado em Saint-Maximin-la-Sainte-Baume .

Outros municípios na França também têm o nome desse santo e o festejam.

O santo de hoje é um ícone do amor a Cristo, à Igreja e à Verdade.



Ó Deus que aos vossos pastores associastes São Maximino, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, dai-nos,por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé, para participarmos de sua glória. Por Cristo nosso Senhor, amém.