Diante da grave situação
que a Venezuela vive, a Santa Sé se pronunciou na última sexta-feira (4), para
pedir ao governo de Nicolás Maduro que suspenda a Assembleia Constituinte,
porque esta não favorece a reconciliação e a paz, mas fomentará mais a tensão e
os enfrentamentos que provocaram a morte de mais de 120 pessoas.
Além disso, “a
Santa Sé pede a todos os atores políticos, especialmente ao Governo, que
garanta o pleno respeito pelos direitos humanos e as liberdades fundamentais,
assim como da Constituição em vigor”.
A seguir, o
texto completo do comunicado:
"A Santa Sé manifesta de novo a sua profunda preocupação pela
radicalização e o agravamento da crise na República Bolivariana da Venezuela,
pelo aumento do número de mortos, feridos e presos. O Santo Padre, diretamente
e através da Secretaria de Estado, segue de perto esta situação e as suas
implicações humanas, sociais, políticas, econômicas e inclusivamente
espirituais. Do mesmo modo, garante a sua oração constante pelo país e por
todos os venezuelanos, e também convida os fiéis em todo o mundo a rezar
intensamente por esta intenção.
Ao mesmo tempo, a Santa Sé pede a todos os atores
políticos, especialmente ao Governo, que garanta o pleno respeito pelos
direitos humanos e as liberdades fundamentais, assim como pela Constituição em
vigor; evitem ou suspendam as iniciativas em curso, como a nova Constituinte,
por considerar que mais do que favorecer a reconciliação e a paz, fomentam um
clima de tensão e confronto e hipotecam o futuro; criem as condições para uma
solução negociada de acordo com as indicações expressas na carta da Secretaria
de Estado no dia 1º de dezembro de 2016, levando em consideração o grave
sofrimento do povo que enfrenta dificuldades para obter alimentos e
medicamentos, assim como a falta de segurança.
A Santa Sé dirige, finalmente, um apelo urgente a
toda a sociedade contra todas as formas de violência, convidando, especialmente
as forças de segurança a abster-se do uso excessivo e desproporcionado da
força".
Esta é a primeira reação oficial do Vaticano
após a eleição da Assembleia Constituinte, que também foi rejeitada pela oposição
por considerá-la ilegítima e fraudulenta.