O diácono permanente tem seu lugar único na Igreja, por ser um
sacramento de Cristo Servo e manifestação da Igreja servidora. A partir disso, compreendemos
sua missão, como bem o expressou nosso Papa Francisco: “O diácono é o guarda do
serviço na Igreja. […] Vós sois os guardas do serviço na Igreja: o serviço à
Palavra, o serviço no Altar, o serviço aos Pobres. E a vossa missão, a missão
do diácono, e o seu contributo consistem nisto: em recordar a todos nós que a
fé, nas suas diversas expressões — a liturgia comunitária, a oração pessoal, as
diversas formas de caridade — e nos seus vários estados de vida — laical,
clerical, familiar — possui uma dimensão essencial de serviço. O serviço a Deus
e aos irmãos” (Papa Francisco, 25 de março de 2017).
Historicamente, as funções dos diáconos variaram. Sempre, porém,
elas são marcadas pelo “caráter de sacramento da caridade de Cristo
preferencialmente aos pobres e excluídos” (Diretrizes para o diaconado
permanente da Igreja no Brasil, n. 48). Não são os diáconos os únicos a
exercerem sua missão marcada pelo serviço, pois todos os ministérios na Igreja
devem trazer esta identidade. Assim motivados, serão apóstolos em suas
famílias, em seus trabalhos, nas comunidades e na missão. Especificamente,
“fortalecidos pela graça sacramental, os diáconos servem ao povo de Deus pela
diaconia da liturgia, da Palavra e da caridade, em comunhão com o bispo e o seu
presbitério” (LG 29). Sua primeira missão é a caridade: “Ele é apóstolo da
caridade com os pobres, envolvido com a conquista de sua dignidade e de seus
direitos econômicos, políticos e sociais. Está próximo da dor do mundo.
Deixa-se tocar e sensibilizar pela miséria e pelas provações da vida”
(Diretrizes,n. 58). Na diaconia da Palavra, antes de tudo é ser um humilde
acolhedor, deixando-se continuamente guiar por ela. É ser anunciador na
presidência da celebração da Palavra, na homilia da celebração eucarística, nos
sacramentos do batismo e matrimônio, nas celebrações de exéquias, nos grupos de
reflexão, nos cursos de formação, retiros, nas atividades missionárias…
Exercem, também, uma missão própria na celebração eucarística. Enfim, sua
missão está profundamente ligada à evangelização, em comunhão com os padres das
paróquias. Hoje, quando surgem novos desafios para a evangelização, abre-se a
possibilidade da atuação dos diáconos em lugares e setores específicos, como a
cultura, a comunicação, a saúde ou a justiça. Ou, então, diáconos com missão em
colégios, universidades, condomínios, zonais rurais afastadas, etc.
Ressaltamos que os diáconos não são ordenados para se colocarem
acima dos leigos ou para lhes tirar seu lugar. Não desejamos esvaziar a missão
do leigo, mas somar forças, na comunhão diocesana a partir do Plano de Ação
Evangelizadora. Partilham, na corresponsabilidade eclesial, a única missão
evangelizadora, com os padres, os religiosos e os leigos. Importante que atuem
sempre em comunhão com o bispo e o presbitério, animados pelo ardor
missionário, comprometidos com uma “Igreja em saída”. Os ministérios leigos e
os diáconos “são duas vocações diferentes, ainda que complementares, dentro da
ministerialidade da Igreja” (Diretrizes, n. 52). Sem dúvidas, os diáconos
permanentes são uma esperança para nossa Igreja diocesana. Oremos ao Senhor da
Messe que nos envie estes operários de que tanto necessitamos.
Dom Adelar Baruffi
Bispo de Cruz Alta, RS
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