sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Nossa Senhora da Penha


Nossa Senhora da Penha é o título da Virgem Maria que teve início quando um monge francês chamado Simão sonhou com uma imagem de Nossa Senhora que estava enterrada no alto de uma montanha de difícil acesso. A imagem estaria enterra ali por causa de uma guerra entre franceses e muçulmanos. Os católicos escondiam suas imagens para que elas não fossem destruídas pelos invasores islâmicos. No sonho, a imagem aparecia cercada de luz e acenando para que ele fosse procurá-la. Simão procurou pela serra durante cinco anos, sem sucesso. Mas, então, num dia especial, teve a informação de que a serra que ele descrevia chamava-se Penha de França e ficava no norte da Espanha. Simão Vela dirigiu-se para lá o mais rápido que pode.

No norte da Espanha havia uma serra muito alta e íngreme, com pontas de rochas no alto. A serra se chamava Penha de França e ficava na província de Salamanca. Ali, acredita-se que o Rei Carlos Magno teria lutado contra a invasão dos mouros.

À procura da imagem, Simão caminhou três dias e três noites ininterruptamente. Ele fez isso porque, segundo sua própria narrativa, em seus êxtases, ele ouvia sempre a advertência divina dizendo-lhe: Simão, vela e não durma! Por essa razão ele passou a ser chamado de Simão Vela.

Passados os três dias, já exausto, escalando montanhas íngremes, Simão parou para descansar. Nesse momento, ele viu uma formosa senhora com o filho ao colo sentada perto dele. Esta Senhora lhe indicou o lugar onde encontraria o que procurava. Assim, ajudado por alguns pastores da região, Simão Vela conseguiu encontrar a imagem que tinha avistado em sonho. Foi um momento de profunda alegria e de reconhecimento da revelação divina. Emocionado e grato, Simão Vela reconheceu também que aquela Senhora que lhe revelara o lugar era, na verdade, Maria com Jesus em seu colo.

Simão Vela construiu uma capelinha muito simples naquele local e começou a viver ali, pensando que teria uma vida de monge, isolada e tranquila. O lugar, porém, logo ficou famoso pelo grande número de milagres e graças alcançadas por intermédio de Nossa Senhora da Penha, como passou a ser chamada a Virgem Maria por causa de sua aparição na serra Penha de França. Simão Vela não poderia imaginar que, mais tarde, seria construído um dos mais ricos e grandiosos templos da Cristandade em honra a Maria da Penha, o Santuário de Nossa Senhora da Penha.

Pouco tempo depois da capelinha de Simão Vela começar a ficar famosa, a Espanha foi vítima de uma grande peste que matou grande parte da população. O povo, apavorado, recorreu à intervenção de Nossa Senhora da Penha e sem explicação a peste desapareceu. Mas, um tempo depois, a mesma praga começou a fazer vítimas em Portugal, que faz divisa com a Espanha. Assim, sabendo do acontecido na Espanha, o Senado da Câmara de Lisboa prometeu à Mãe de Deus construir um grandioso templo, se ela livrasse o país da moléstia. A epidemia extinguiu-se quase que imediatamente. Cumprindo a promessa, a Câmara mandou construir um grandioso santuário de louvor a Nossa Senhora da Penha na capital Lisboa.

O Santuário português começou a atrair milhares de peregrinos. Então, aconteceu que um devoto subiu até o alto onde ficava o templo, muito cansado, adormeceu.

Pouco depois, uma grande serpente aproximou-se para picá-lo. Mas neste exato momento, um grande lagarto pulou sobre o homem e o acordou. O homem logo viu a serpente e a matou com seu cajado. É por isso que em algumas representações, a imagem de Nossa Senhora da Penha tem aos pés um peregrino, a cobra e o lagarto.

Devoção a Nossa Senhora da Penha chegou ao Brasil pelos colonizadores portugueses. A primeira capela em sua honra foi construída em Vila Velha, na antiga Capitania do Espírito Santo, entre 1558 e 1570. A construção foi levada a frente por Frei Pedro Palácios, um espanhol cheio de fé e devoto da santa. Depois foi erguida a Igreja da Penha do Irajá (1635). Hoje o local é conhecido como Convento da Penha, dos franciscanos.

Na cidade de São Paulo foi erguida uma pequena capela em devoção a Nossa Senhora da Penha de França em 1667 e, em volta dela e por causa dela, desenvolveu-se um dos bairros mais antigos, populosos e tradicionais da cidade: a Penha. Hoje, o local abriga a antiga igreja matriz na região conhecida por igreja velha e a Basílica de Nossa Senhora da Penha (conhecida por igreja nova), cuja pedra fundamental foi lançada em 1957. As duas igrejas são dedicadas a Nossa Senhora da Penha e sua festa é celebrada no dia 8 de setembro.

Centenas de cidades do Brasil possuem igrejas dedicadas a Nossa Senhora da Penha. Normalmente, as igrejas dedicadas a ela são edificadas no alto de colinas e morros, seguindo a origem da descoberta da imagem pelo Frei Simão Vela: numa montanha.

Nossa Senhora da Penha é normalmente representada com o menino Jesus no colo, tendo uma coroa na cabeça, estrelas em seu manto representando sua glória e flores à sua volta, representando a vegetação do local onde a imagem foi encontrada.



Ó Maria Santíssima, Senhora da Penha, em cujas mãos Deus depositou os tesouros das suas graças e favores. Eis-me cheio de esperança, solicitando com humildade a graça de que hoje necessito (pedido), pela qual sou-lhe grato(a) desde este momento. Recordai-vos, ó Senhora da Penha, que nunca se ouviu dizer que algum dos que em vós têm depositado toda a sua esperança tenha deixado de ser atendido, ó boa Mãe. Assisti-nos nas agruras da vida, para que façamos delas sementes para um mundo mais fraterno e mais humano. Enxugai o pranto das pessoas que sofrem e consolai os aflitos em suas necessidades. Tudo isso vos pedimos por Jesus, vosso Filho e nosso irmão. Amém.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Casais homossexuais podem batizar seus filhos?


A situação de vida do pai ou da mãe não é mais importante que a graça do batismo.

A Igreja, a quem foi confiada a missão de evangelizar e batizar, desde os primeiros séculos, batizou não só os adultos, mas também as crianças. Nas Palavras do Senhor: “Quem não renascer da água e do Espírito Santo, não pode entrar no reino de Deus” (Jo 3,5). A Igreja Católica, conforme os Cânones 849, 868 do Direito Canônico, “sempre entendeu que as crianças não devem ser privadas do batismo, uma vez que são batizadas na fé da Igreja, proclamada pelos pais e padrinhos e por todos os fiéis presentes”. Neles está representada tanto a Igreja local como a comunidade universal dos santos e fiéis: a mãe Igreja, que, toda ela, gera a todos e a cada um (Santo Agostinho, Epist. 98, 5: PL 33,362).

A prática sacramental da Igreja Católica relativa ao batismo sempre levou em conta duas realidades: a necessidade do batismo para a salvação e a responsabilidade dos pais e padrinhos no processo da completa realização da iniciação cristã.

O Catecismo da Igreja Católica (n. 1250) ensina que “por nascerem com uma natureza humana decaída e manchada pelo pecado original, também as crianças precisam do novo nascimento no batismo, a fim de serem libertadas do poder das trevas e serem transferidas para o domínio da liberdade dos filhos de Deus, para o qual todos os homens são chamados. A pura gratuidade da graça da salvação é particularmente manifesta no batismo das crianças. Por isso, a Igreja e os pais privariam a criança da graça inestimável de se tornar filho de Deus, se não lhe conferissem o batismo pouco depois do seu nascimento”. Os efeitos principais desse sacramento são “a purificação dos pecados e o novo nascimento no Espírito Santo”. 

Beato Vicente de Santo Antônio


Nasceu em Algarve (Portugal) no Castelo de Albufeira, em 1590. Seus pais, Antônio Simões e Catarina Pereira, educaram-no na piedade e bons costumes e, passada a infância, enviaram-no para Lisboa onde, depois de ter revelado um talento multiforme ao longo da carreira eclesiástica, foi ordenado sacerdote aos 27 anos.

Quatro anos depois, em 1621, já estava no México, onde entrou na Ordem de Santo Agostinho. Feita a profissão, sentiu o desejo de ser missionário em terras japonesas, o que ocorreu em 1923.

Estando no Japão, foi missionário oculto, disfarçado de vendedor ambulante, pois, nesse tempo, era severamente proibido praticar a religião cristã no país. Vicente mudou de traje e de nome, fazendo-se caixeiro ambulante pelas ruas de Nagasaki para poder entrar nas casas e introduzir-se nas famílias, onde converte os gentis e consola e encoraja os cristãos perseguidos, . Durante anos, trabalhou na catequese, pregando a Boa Nova e administrando os Sacramentos.

Em 1629 foi descoberto ao fim de nove anos de perseverante atividade, foi preso e acusado de ensinar a religião cristã. Depois de cerca de dez meses de vida de grandes tormentos, entre os quais o suplício das águas sulfurosas, padeceu, por fim o suplício do fogo.

Tentando fazer com que Vicente renegasse sua fé em Cristo e não obtendo êxito, seus algozes o submeteram a cinco banhos consecutivos de água a ferver até ser martirizado pelo tormento do fogo.

Foi beatificado pelo Papa Pio IX, a 7 de Julho de 1867, fazendo parte do grupo de “Carlos Spínola e Companheiros Mártires”, num total de 205 mártires. Do mesmo grupo, na sua maioria cristãos japoneses, fazem parte mais seis mártires portugueses: João Baptista Machado (padre jesuíta de Angra do Heroismo), Ambrósio Fernandes (irmão leigo jesuíta de Xisto, Porto), Diogo Carvalho (padre jesuíta de Coimbra), Miguel Carvalho (padre jesuíta de Braga), Francisco Pacheco (padre jesuíta de Ponte de Lima) e Domingos Jorge (leigo de Vermoim da Maia, Porto).


Para a sua canonização, é condição necessária que o seu culto (e o dos seus companheiros) seja reconhecido entre o povo cristão.


Senhor Jesus Cristo, o vosso sangue derramado na cruz tornou-se a fonte sagrada que regou o testemunho dos vossos mártires, mortos pela fé. Fazei que o bem-aventurado Vicente de Santo Antônio e seus companheiros, sejam reconhecidos como santos pela Igreja, para a vossa maior glória e o fortalecimento de nossa fé. Amém. 

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

A abominação desoladora segundo Daniel, Jesus e a Tradição da Igreja.


“Quando virdes estabelecida no lugar santo a abominação da desolação que foi predita pelo profeta Daniel - o leitor entenda bem”. (Mt 24,15).

Jesus descreve uma profecia anteriormente dita pelo profeta Daniel (Dn 9,27; 11,31;12;11), o profeta profetizou a ocupação das tropas do rei Antíoco IV no templo de Jerusalém em levantando falsos deuses no altar de holocaustos, Antíoco IV foi derrotado posteriormente pelos romanos em 164 a.C. 

A manifestação desoladora parece ser atemporal, pois mesmo tendo ocorrido uma primeira antes da era messiânica nosso Senhor Jesus nos fala de uma outra desolação a qual arrasará o templo. No ano 70 d.C o templo foi destruído pelo exercito de Tito Flávio e ainda no século II o imperador Adriano mandou colocar uma estatua de Júpiter sobre as ruínas do templo. O historiador judeu Flávio Josefo falando sobre a invasão de 70 d.C diz haver morrido um milhão e cem mil pessoas (Guerra judaica, VI, 420). No cerco de Jerusalém a cidade estava super povoada com a visita de peregrinos judeus de todo o mundo que vieram para o pesach, o que supõe que o número de mortos citado por Flávio Josefo se aproxima da realidade. 

Se vier a acontecer a derradeira desolação, segundo a interpretação dos pais e santos da Igreja será em solo israelita, disse São Vicente: “os judeus obstinados pensando ser seu Deus o anticristo, repararão o templo de Jerusalém” (tradución del capítulo VII Libro del Anticristo:declaración... del sermón de San Vicente, 1496,Ediciones Universidad de Navarra, 1999, p.25), “restaurará o templo do Senhor em Jerusalém e fará que nele seja colocada a imagem de ouro do anticristo” (Beato de Liébana). Santo Isidoro disse “o anticristo reparará o templo de Jerusalém e tentará restaurar todas as cerimonias” (Etymologies, 3,11).

São Zacarias, profeta


Zacarias (cujo nome significa: o Senhor lembra), o profeta mais citado no Novo Testamento, depois de Isaías, penúltimo dos profetas menores, foi chamado ao ministério profético no mesmo ano de Ageu, 520. O seu ministério durou provavelmente até o término da construção do Templo de Jerusalém, tema das suas exortações. Mediante visões e parábolas, anuncia o convite de Deus à penitência, condição para que se realizem as promessas: “Assim fala o Senhor dos exércitos: Convertei-vos a mim, e eu me voltarei a vós”. As suas profecias referem-se ao futuro do novo Israel, futuro próximo e futuro messiânico. Chegou o tempo da benevolência do Senhor para com Israel: o Templo se encaminha para a reconstrução e estão para serem reedificadas Jerusalém e as outras cidades de Judá, enquanto os povos que se alegraram com sua destruição serão punidos.

Zacarias põe em evidência o caráter espiritual do novo Israel, a sua santidade, realizada progressivamente, ao lado da reconstrução material. A ação divina nesta obra de santificação atingirá a sua plenitude com o reino do Messias. Este renascimento é fruto do amor de Deus e da sua onipotência: “Eis que eu libertarei o meu povo. Reconduzi-lo-ei para habitar em Jerusalém: será o meu povo e eu serei o seu Deus, na fidelidade e na justiça”. A aliança na promessa messiânica feita a Davi retoma seu curso em Jerusalém: “Exulta com todas as tuas forças, filha de Sião, transborda o teu júbilo, filha de Jerusalém. Eis que teu rei vem a ti: ele é justo e vitorioso, é humilde e cavalga um burrinho, potro novo de uma jumenta”. A profecia realizou-se ao pé da letra com a entrada de Jesus em Jerusalém, entrada solene na cidade santa. O burrinho, em oposição ao cavalo de guerra, simboliza a índole pacífica do rei Messias. “Ele anunciará a paz aos povos; seu reino se estenderá de um a outro mar”. Assim, junto com amor ilimitado para com o seu povo, Deus une abertura total para com os povos, que, purificados, passaram a ser parte do reino: “Que felicidade, que beleza. O trigo dará vigor aos jovens e o vinho doce às meninas”.

Neste vaticínio, claramente messiânico, é vislumbrada a eucaristia. Pertencente à tribo de Levi, nascido em Galaad e tendo voltado na velhice à Caldeia, na Palestina, Zacarias teria feito muitos prodígios, acompanhando-os com profecias de conteúdo apocalíptico, como o fim do mundo e o duplo juízo divino. Morreu muito velho e, provavelmente, foi sepultado ao lado do túmulo de Ageu.



Ó Deus, que o exemplo de vossos santos nos leve a uma vida mais perfeita e, celebrando a memória de São Zacarias, imitemos constantemente suas ações. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Quando eu era deus


Todo homem quer crer em Deus e ter uma explicação lógica para seu existir e como recuperar essa intimidade com o criador.

Temos que abdicar do nosso intelecto como um pensamento próprio, pois esse pensar e agir só é possível em Jesus Cristo, quando ele vive em nós.

O homem vive duas realidades distintas, o mundo real da matéria e das sensações e o mundo espiritual que apresenta ao homem uma dificuldade de crer.

Para crer no mundo espiritual, o homem precisa sentir a presença de Deus, precisa ouvir Deus lhe falando e para isso acontecer, o homem precisa exercitar continuamente esse diálogo com o Pai e estar atento ao mundo invisível.

O pecado de Adão e Eva não foi a desobediência, na verdade a serpente convenceu Eva de que pular aquela cerca daria a ela e Adão o mesmo conhecimento do Pai. A vontade de ser como Deus fez Eva e Adão escorregarem. Deus então lhes diz que eles agora são deuses e já não precisam mais Dele ...

O homem tornou-se um ser autossuficiente, e diante dessa revelação do Espírito Santo que abriu-me os olhos e libertou-me da autossuficiência pude escrever um texto denominado "Quando eu era Deus". Jesus disse que a verdade nos libertaria e então peço sempre a Deus e a Jesus que me ensinem a verdade, pois quero ser um homem livre e consciente de que sou filho de Deus e um filho de Deus não mata, um filho de Deus não rouba.

O intelecto busca a Deus, e a atitude do próprio intelecto afasta o homem do Criador, pois ele age como o próprio Deus pela autossuficiência. 

Santa Teresa de Calcutá


Nascida no dia 27 de agosto de 1910 em Skopje, na Albânia, foi batizada um dia depois de nascer. A sua família pertencia à minoria albanesa que vivia no sul da antiga Iugoslávia. Seu verdadeiro nome era Agnes Gonxha Bojaxhiu.

Pouco se sabe sobre sua infância, adolescência e juventude, porque ela não gostava de falar de si mesma. Aos dezoito anos, sentiu o chamado de consagrar-se totalmente a Deus na vida religiosa. Obtido o consentimento dos pais, e por indicação do sacerdote que a orientava, no dia 29 de setembro de 1928, ingressou na Casa Mãe das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, situada na Irlanda.

O seu sonho, no entanto, era o trabalho missionário com os pobres na Índia. Cientes disso, suas superioras a enviaram para fazer o noviciado já no campo do apostolado. Agnes então partiu para a Índia e, no dia 24 de maio de 1931, fez a profissão religiosa tomando o nome de Teresa. Houve na escolha deste nome uma intenção, como ela própria dissera: a de se parecer com Teresa de Jesus, a humilde carmelita de Lisieux.

Foi transferida para Calcutá, onde seguiu a carreira docente e, embora vivesse cercada de meninas filhas das famílias mais tradicionais de Calcutá, impressionava-se com o que via ao sair às ruas: os bairros pobres da cidade cheios de crianças, mulheres e idosos cercados pela miséria, pela fome e por inúmeras doenças.

No dia 10 de setembro de 1946, dia que ficou marcado na história das Missionárias da Caridade – congregação fundada por Madre Teresa – como o “Dia da Inspiração”, durante uma viagem de trem ao noviciado do Himalaia, Madre Teresa deparou com um irmão pobre de rua que lhe disse: “Tenho sede!”. A partir disso, ela afirmou ter tido a clareza de sua missão: dedicar toda sua vida aos mais pobres dos pobres.

Após um tempo de discernimento, com o auxílio do Arcebispo de Calcutá e de sua madre superiora, ela saiu de sua antiga congregação para dar início ao trabalho missionário nas ruas de Calcutá. Começou por reunir um grupo de cinco crianças, num bairro pobre, aos quais começou a ensinar numa escola improvisada. Pouco a pouco, o grupo foi crescendo. Dez dias depois, eram cerca de cinquenta crianças.

O início foi muito desafiador e exigente, mas Deus foi abençoando sua obra e as vocações começaram a surgir entre suas antigas alunas. Em 1949, Madre Teresa começou a escrever as constituições das Missionárias da Caridade e, no dia 7 de outubro de 1950, a congregação fundada por ela foi aprovada pela Santa Sé, expandindo-se por toda a Índia e pelo mundo inteiro anos mais tarde.

No ano de 1979 recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Neste mesmo ano, o Papa João Paulo II a recebeu em audiência privada e a tornou sua melhor “embaixadora” em todas as nações, fóruns e assembléias de todo o mundo.

Com saúde debilitada e após uma vida inteira de amor e doação aos excluídos e abandonados – reconhecida e admirada por líderes de outras religiões, presidentes, universidades e até mesmo por alguns países submetidos ao marxismo – Madre Teresa foi encontrar-se com o Senhor de sua vida e missão no dia 5 de setembro de 1997. Sua despedida atraiu e comoveu milhares de pessoas de todo o mundo durante vários dias.

Foi beatificada pelo Papa João Paulo II no dia 19 de outubro de 2003, Dia Mundial das Missões.

No dia 04 de setembro de 2016, foi canonizada pelo Papa Francisco. A canonização da missionária foi decidida após a Igreja Católica ter aprovado seu segundo milagre, a “cura extraordinária” de um brasileiro.


Ó Jesus, Tu que sofres, faz com que hoje e todos os dias eu saiba ver-te na pessoa dos teus doentes. Oferecendo-lhe os meus cuidados que eu te possa servir. Faz com que, mesmo oculto sob o disfarce pouco atraente da ira, do crime ou da loucura, eu saiba ver-te e dizer: Ó Jesus como é doce servir-te a ti que sofres!

Dá-me, Senhor, esta visão de fé e o meu trabalho nunca será monótono. Encontrarei alegria satisfazendo as pequenas veleidades e desejos de todos os pobres que sofrem.

Amado doente, és mais amado ainda para mim porque representas Cristo. Que grande privilégio o meu por poder cuidar de ti!

Ó Deus, Tu que és Jesus que sofre, digna-te ser também para mim um Jesus paciente, indulgente com as minhas faltas, não vendo senão as minhas intenções, que são de Te amar e servir na pessoa dos teus filhos que sofrem.

Senhor, aumenta a minha fé. Abençoa os meus esforços e trabalhos,a gora e sempre. Amém.


Santa Teresa de Calcutá, rogai por nós!

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Os primeiros cristãos eram socialistas?


São três as passagens mais citadas por gente de esquerda sobre este ponto. Porém, cada uma delas tem sua explicação:

1 – Jesus expulsou a chicotadas os mercadores do Templo. Sim, mas é preciso ler corretamente os evangelhos: Mateus 21, Marcos 11, Lucas 19 e João 2. Não eram simples “mercadores”; eles comercializavam a religião. A cada festa da Páscoa, vendiam as pombas e animais para os sacrifícios no Templo. E os cambistas trocavam o dinheiro grego e romano dos peregrinos por moedas judaicas, as únicas autorizadas para as oferendas. O templo, “Casa de Oração”, e não de negócios, se encontrava tomado por todo esse ruído e desordem.

Jesus nada tinha contra o trabalho e o comércio: ele e sua família eram carpinteiros; boa parte de seus discípulos eram pescadores; e suas maiores lições sobre o Reino de Deus são as “parábolas agrícolas”, com vinhas e propriedades, senhores e trabalhadores: nada tinham contra o capitalismo nem a favor do socialismo. O comércio com o sagrado é algo distinto; por isso aquele ato foi o equivalente a hoje expulsar a chicotadas esses pastores que enriquecem com dízimos e ofertas, “promessas” e “pactos”.

2 – E o “jovem rico”? Leia com atenção Mateus 19, Marcos 10 e Lucas 18. Um camelo não passa pelo buraco de uma agulha; é impossível. Não é como dizem, que “Agulha era o nome de uma porta da cidade”; ou “uma corda, e a palavra se parecia com um camelo”, etc. A pergunta do jovem rico nada tem que ver com riqueza, mas com vida eterna: “Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna?” A resposta correta é: nada; porque a salvação é pela graça. “Ao Senhor pertence a salvação”: Salmo 37.39, Isaías 33.22, Jonas 2.9. E o jovem o sabia. Porém, Jesus quis que ele pensasse novamente sobre a questão, por isso repassou com ele os mandamentos; e o jovem respondeu que os observava desde a infância. Então Jesus lhe mandou que desse sua fortuna aos pobres, porém, não para ganhar o mesmo na eternidade com Deus, nem para fazer “justiça social”, mas para desligar-se de seus afãs e negócios, e se tornasse um discípulo: “segue-me”, tal como Mateus.

A vida eterna com Deus não é algo que alguém faz por merecer cumprindo essa ou aquela regra, como creem os “sinergistas” e a grande maioria das pessoas. Não é algo que os ricos podem comprar com suas riquezas; nem tampouco “ganhar” dando suas riquezas aos pobres, como dizem (mas não fazem) os socialistas. E o discipulado? Bem, esse é outro assunto: para isso, sim, é necessário deixar muitas coisas, e o jovem não estava pronto. Essas são as duas lições de Jesus ao jovem — e aos discípulos que ali estavam. Quando disse que era mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha do que alguém entrar por seus méritos na Salvação, os discípulos lhe fizeram outra pergunta: “Sendo assim, quem pode ser salvo?”. Resposta de Jesus: “Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo é possível”.