sexta-feira, 8 de setembro de 2017

PUC PR promove Semana LGBT; Católicos ficam contra, professores a favor e o encontro é adiado.


A Pontifícia Universidade Católica (PUC) decidiu adiar a Semana LGBT que iria acontecer entre os dias 12 e 14 de setembro no campus de Londrina. A medida foi anunciada na tarde desta terça-feira (05) depois que uma petição eletrônica para barrar o evento foi publicada na internet no início da semana. O evento foi questionado pelo ensaísta e tradutor Bernardo Pires Küster, que alega que a realização do evento  contradiz a ideologia da instituição que é ligada à Igreja Católica. O evento está sendo organizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE).

A decisão foi assinada pelo arcebispo metropolitano de Curitiba, Dom José Maria Peruzzo, que é o grão-chanceler da PUC no Paraná e pelo arcebispo metropolitano de Londrina, Dom Geremias Steinmetz. A nota diz que a repercussão do abaixo-assinado gerou ”diferentes compreensões dos setores da sociedade”. “Para salvaguardar o diálogo e evitar toda forma de intolerância nesse momento conflituoso, a reitoria da PUC PR, juntamente com a diretoria do Campus Londrina, diretoria de Identidade da Universidade e membros do DCE... achou por bem adiar o referido evento”.

A PUC reagendou a Semana LGBT para o período entre 2 e 5 de outubro e incluiu na organização do evento e na participação das palestras um teólogo católico “para garantir o alinhamento com os princípios da Igreja e da Universidade”. No último mês de agosto, a PUC do Rio de Janeiro também promoveu um seminário sobre ideologia de gênero que causou protestos da comunidade LGBT fluminense. O coletivo Madame Satã que defende a causa LGBT protestou na porta da universidade contra a ausência de debatedores favoráveis ao assunto.

Em maio de 2016, a PUC de São Paulo promoveu um evento com a temática LGBT que contou com a participação de membros de associações que defendem os direitos de transexuais, como Fernanda de Moraes, da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), e a polêmica ex-vereadora Soninha Francine, que também é favorável à causa. Na ocasião, não houve nenhum teólogo católico escalado para o debate. No último mês de agosto, a PUC também polemizou ao abrir um banheiro unissex no campus de São Paulo que também gerou protestos de setores da Igreja.

A comprovação da Bíblia


“Há mais indícios seguros de autenticidade na Bíblia do que em qualquer história profana”.
- Isaac Newton (1643-1727)
Filósofo, Teólogo e Cientista inglês

Immanuel Kant (1724-1804), o renomado filósofo alemão fez a seguinte declaração: “A existência da Bíblia, como livro para o povo, é o maior benefício que a humanidade já recebeu. Qualquer tentativa para depreciá-la... é um crime contra a humanidade”.

“A influência da Bíblia de maneira alguma se restringe a judeus e cristãos... Ela é agora encarada como um tesouro ético e religioso cujo inexaurível ensino promete ser ainda mais valioso à medida que cresce a esperança de uma civilização mundial” (The Encyclopedia Americana).

Analisemos outra questão com respeito à Bíblia Sagrada. Será que ela é historicamente exata? Alguns acham que a Bíblia não passa de uma compilação de lendas sem base histórica. Veja, por exemplo, o caso do famoso Rei Davi, de Israel. Até recentemente, a única base para atestar sua existência era a Bíblia. Embora historiadores conceituados o aceitem como personagem real, alguns cépticos tentam descartá-lo alegando que se trata de uma lenda, fruto da propaganda judaica. O que mostram os fatos?

Em 1993, encontrou-se nas ruínas da antiga cidade israelita de Dã uma inscrição que menciona a “Casa de Davi”. A inscrição era parte de um destroçado monumento do nono século a.C., erigido em comemoração a uma vitória dos inimigos dos israelitas. De repente, ali estava, fora das páginas da Bíblia, uma antiga referência a Davi. Era significativa? Comentando a descoberta, Israel Finkelstein, da Universidade de Tel Aviv, disse: “O niilismo bíblico caiu da noite para o dia com a descoberta da inscrição sobre Davi.” Digna de nota foi uma declaração do Professor William F. Albright, arqueólogo que passou décadas trabalhando em escavações na Palestina: “Inúmeras descobertas comprovaram a exatidão de incontáveis detalhes e fizeram com que se reconhecesse cada vez mais o valor da Bíblia como fonte histórica.” Perguntamos novamente: 'Diferentemente do que acontece com os épicos e as lendas, como poderia esse livro antigo ser historicamente tão exato?' Mas isso não é tudo.

A Bíblia também é um livro de profecias. (II Pedro 1, 20, 21) A palavra “profecia” talvez lhe faça logo lembrar das predições não-cumpridas daqueles que se dizem profetas. Mas deixe o preconceito de lado e abra sua Bíblia em Daniel capítulo 8. Daniel descreve a visão de uma luta entre um carneiro de dois chifres e um bode peludo que tinha “um chifre proeminente”. O bode venceu, mas seu grande chifre foi quebrado. Em seu lugar, surgiram quatro chifres. O que significa essa visão? O relato de Daniel continua: “O carneiro que visto, tendo dois chifres, representa os reis da Média e da Pérsia. E o bode peludo representa o rei da Grécia; e quanto ao chifre grande que havia entre os seus olhos, este representa o primeiro rei. E que este foi quebrado, de modo que por fim se ergueram quatro em seu lugar, haverá quatro reinos que se erguerão de sua nação, mas não com o seu poder.” (Daniel 8,3-22). 

Nossa Senhora de Nazaré*


Nossa Senhora de Nazaré surge de uma antiga tradição cristã do primeiro século, que conta que o próprio São José esculpiu uma imagem de Maria em madeira, em Nazaré na Galiléia e que São Lucas Evangelista a pintou.

Mais tarde, a imagem foi levada para o mosteiro de Cauliniana, na Espanha. Depois, já no século VI, no ano de 711, foi levada para Portugal.

Com a invasão dos Mouros em Portugal, o rei Rodrigo, último rei visigodo da Península Ibérica, fugiu levando as relíquias de São Brás, São Bartolomeu e a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, junto com sua família e com Frei Romano que sempre o acompanhou.

Antes de morrer, Frei Romano escondeu a imagem numa gruta. A imagem ficou ali por mais de 400 anos. Ela foi descoberta em 1182, por pastores que andavam pela região. Por causa da sua simplicidade, beleza e diferença dos padrões de imagens, Nossa Senhora de Nazaré voltou a ser venerada.

O cavaleiro Diego Fuas Roupinho, que era Alcaide do porto de Mós e Almirante de Dom Afonso, assim foi salvo por milagre de Nossa Senhora de Nazaré: Ele perseguia uma caça num dia de muita neblina. A caça caiu num abismo por causa da cerração. O cavaleiro não sabia que corria para o abismo. Mas, antes caísse, ele vinha rezando a Senhora de Nazaré para que o protegesse.

De repente, então, o cavalo parou. A cerração se dissipou e ele viu que estava à beira de um abismo onde a caça tinha caído. Após esse milagre, a vila onde ocorreu passou a ser chamada de Vila de Nossa Senhora de Nazaré. Lá, foi construída uma pequena capela por Diego Roupinho, o cavaleiro salvo. Hoje existe ali uma grande Igreja em homenagem a Nossa Senhora.

Os Jesuítas foram os primeiros responsáveis em propagar a devoção de Nossa Senhora de Nazaré por toda a região de Portugal e posteriormente para toda a Europa. A principal casa de estudos e noviciado do mosteiro Jesuíta em Portugal é dedicada a Nossa Senhora de Nazaré.

No dia 8 de setembro do ano de 1630, após uma grande tempestade, um pescador saiu para ver suas redes no mar de Saquarema. Ao passar diante de um morro, onde hoje está erguida a Igreja Matriz dedicada a Nossa senhora de Nazaré, viu uma forte luz e foi verificar o que era. No local do brilho, ele encontrou a imagem de Nossa Senhora de Nazaré.

Levou a imagem para sua casa na vila dos pescadores, reuniu todos os pescadores, fizeram orações e foram dormir. No dia seguinte, a imagem reapareceu no local onde havia sido encontrada. Isso aconteceu por duas vezes.  Todos entenderam que era para construir uma capela naquele local. Muitos milagres aconteceram a partir de então e a capela ficou pequena, sendo necessário construir uma igreja bem maior. Sua festa é celebrada no dia 8 de setembro.

Círio, cereus, é uma palavra que significa vela grande.  A devoção à Senhora de Nazaré foi levada para Belém do Pará pelos padres Jesuítas há mais de 200 anos e se tornou a maior festa católica do mundo dedicada à Mãe de Jesus.

A festa é celebrada desde 1793, e hoje, mais de 2 milhões de pessoas participam todos os anos.  É celebrada no segundo domingo de outubro.

Uma grande procissão com todos levando velas, sai de uma Igreja e faz o translado da imagem de Nossa Senhora de Nazaré para outra igreja, em um percurso de 5 quilômetros.

Existe também a procissão de carros, motos e a grande procissão de barcos.


Ó Virgem Imaculada de Nazaré, fostes na terra criatura tão humilde, a ponto de dizer ao Anjo Gabriel: Eis aqui a escrava do Senhor. Mas por Deus fostes exaltada, e preferida entre todas as mulheres, para exercer a sublime missão de Mãe do Verbo Encarnado.

Adoro e louvo a Altíssimo que vos elevou a essa excelsa dignidade e vos preservou da culpa original.

Quanto a mim, soberbo e carregado de pecados, sinto-me confundido e envergonhado perante vos. Entretanto, confiando na bondade e ternura de vosso Coração Imaculado e maternal, peço-vos a força de imitar a vossa humildade, e participar da vossa caridade a fim de viver unido, pela graça, ao vosso divino filho Jesus. Assim como vós viveste no retiro de Nazaré.


Para alcançar essa graça, quero com imenso afeto, e filial devoção, saudar-vos como o arcanjo Gabriel: Ave Maria cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Nossa Senhora de Nazaré, rogai por nós. Amém.
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* Em algumas cidades, comemora-se no 2º domingo de outubro.

Nossa Senhora da Penha


Nossa Senhora da Penha é o título da Virgem Maria que teve início quando um monge francês chamado Simão sonhou com uma imagem de Nossa Senhora que estava enterrada no alto de uma montanha de difícil acesso. A imagem estaria enterra ali por causa de uma guerra entre franceses e muçulmanos. Os católicos escondiam suas imagens para que elas não fossem destruídas pelos invasores islâmicos. No sonho, a imagem aparecia cercada de luz e acenando para que ele fosse procurá-la. Simão procurou pela serra durante cinco anos, sem sucesso. Mas, então, num dia especial, teve a informação de que a serra que ele descrevia chamava-se Penha de França e ficava no norte da Espanha. Simão Vela dirigiu-se para lá o mais rápido que pode.

No norte da Espanha havia uma serra muito alta e íngreme, com pontas de rochas no alto. A serra se chamava Penha de França e ficava na província de Salamanca. Ali, acredita-se que o Rei Carlos Magno teria lutado contra a invasão dos mouros.

À procura da imagem, Simão caminhou três dias e três noites ininterruptamente. Ele fez isso porque, segundo sua própria narrativa, em seus êxtases, ele ouvia sempre a advertência divina dizendo-lhe: Simão, vela e não durma! Por essa razão ele passou a ser chamado de Simão Vela.

Passados os três dias, já exausto, escalando montanhas íngremes, Simão parou para descansar. Nesse momento, ele viu uma formosa senhora com o filho ao colo sentada perto dele. Esta Senhora lhe indicou o lugar onde encontraria o que procurava. Assim, ajudado por alguns pastores da região, Simão Vela conseguiu encontrar a imagem que tinha avistado em sonho. Foi um momento de profunda alegria e de reconhecimento da revelação divina. Emocionado e grato, Simão Vela reconheceu também que aquela Senhora que lhe revelara o lugar era, na verdade, Maria com Jesus em seu colo.

Simão Vela construiu uma capelinha muito simples naquele local e começou a viver ali, pensando que teria uma vida de monge, isolada e tranquila. O lugar, porém, logo ficou famoso pelo grande número de milagres e graças alcançadas por intermédio de Nossa Senhora da Penha, como passou a ser chamada a Virgem Maria por causa de sua aparição na serra Penha de França. Simão Vela não poderia imaginar que, mais tarde, seria construído um dos mais ricos e grandiosos templos da Cristandade em honra a Maria da Penha, o Santuário de Nossa Senhora da Penha.

Pouco tempo depois da capelinha de Simão Vela começar a ficar famosa, a Espanha foi vítima de uma grande peste que matou grande parte da população. O povo, apavorado, recorreu à intervenção de Nossa Senhora da Penha e sem explicação a peste desapareceu. Mas, um tempo depois, a mesma praga começou a fazer vítimas em Portugal, que faz divisa com a Espanha. Assim, sabendo do acontecido na Espanha, o Senado da Câmara de Lisboa prometeu à Mãe de Deus construir um grandioso templo, se ela livrasse o país da moléstia. A epidemia extinguiu-se quase que imediatamente. Cumprindo a promessa, a Câmara mandou construir um grandioso santuário de louvor a Nossa Senhora da Penha na capital Lisboa.

O Santuário português começou a atrair milhares de peregrinos. Então, aconteceu que um devoto subiu até o alto onde ficava o templo, muito cansado, adormeceu.

Pouco depois, uma grande serpente aproximou-se para picá-lo. Mas neste exato momento, um grande lagarto pulou sobre o homem e o acordou. O homem logo viu a serpente e a matou com seu cajado. É por isso que em algumas representações, a imagem de Nossa Senhora da Penha tem aos pés um peregrino, a cobra e o lagarto.

Devoção a Nossa Senhora da Penha chegou ao Brasil pelos colonizadores portugueses. A primeira capela em sua honra foi construída em Vila Velha, na antiga Capitania do Espírito Santo, entre 1558 e 1570. A construção foi levada a frente por Frei Pedro Palácios, um espanhol cheio de fé e devoto da santa. Depois foi erguida a Igreja da Penha do Irajá (1635). Hoje o local é conhecido como Convento da Penha, dos franciscanos.

Na cidade de São Paulo foi erguida uma pequena capela em devoção a Nossa Senhora da Penha de França em 1667 e, em volta dela e por causa dela, desenvolveu-se um dos bairros mais antigos, populosos e tradicionais da cidade: a Penha. Hoje, o local abriga a antiga igreja matriz na região conhecida por igreja velha e a Basílica de Nossa Senhora da Penha (conhecida por igreja nova), cuja pedra fundamental foi lançada em 1957. As duas igrejas são dedicadas a Nossa Senhora da Penha e sua festa é celebrada no dia 8 de setembro.

Centenas de cidades do Brasil possuem igrejas dedicadas a Nossa Senhora da Penha. Normalmente, as igrejas dedicadas a ela são edificadas no alto de colinas e morros, seguindo a origem da descoberta da imagem pelo Frei Simão Vela: numa montanha.

Nossa Senhora da Penha é normalmente representada com o menino Jesus no colo, tendo uma coroa na cabeça, estrelas em seu manto representando sua glória e flores à sua volta, representando a vegetação do local onde a imagem foi encontrada.



Ó Maria Santíssima, Senhora da Penha, em cujas mãos Deus depositou os tesouros das suas graças e favores. Eis-me cheio de esperança, solicitando com humildade a graça de que hoje necessito (pedido), pela qual sou-lhe grato(a) desde este momento. Recordai-vos, ó Senhora da Penha, que nunca se ouviu dizer que algum dos que em vós têm depositado toda a sua esperança tenha deixado de ser atendido, ó boa Mãe. Assisti-nos nas agruras da vida, para que façamos delas sementes para um mundo mais fraterno e mais humano. Enxugai o pranto das pessoas que sofrem e consolai os aflitos em suas necessidades. Tudo isso vos pedimos por Jesus, vosso Filho e nosso irmão. Amém.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Casais homossexuais podem batizar seus filhos?


A situação de vida do pai ou da mãe não é mais importante que a graça do batismo.

A Igreja, a quem foi confiada a missão de evangelizar e batizar, desde os primeiros séculos, batizou não só os adultos, mas também as crianças. Nas Palavras do Senhor: “Quem não renascer da água e do Espírito Santo, não pode entrar no reino de Deus” (Jo 3,5). A Igreja Católica, conforme os Cânones 849, 868 do Direito Canônico, “sempre entendeu que as crianças não devem ser privadas do batismo, uma vez que são batizadas na fé da Igreja, proclamada pelos pais e padrinhos e por todos os fiéis presentes”. Neles está representada tanto a Igreja local como a comunidade universal dos santos e fiéis: a mãe Igreja, que, toda ela, gera a todos e a cada um (Santo Agostinho, Epist. 98, 5: PL 33,362).

A prática sacramental da Igreja Católica relativa ao batismo sempre levou em conta duas realidades: a necessidade do batismo para a salvação e a responsabilidade dos pais e padrinhos no processo da completa realização da iniciação cristã.

O Catecismo da Igreja Católica (n. 1250) ensina que “por nascerem com uma natureza humana decaída e manchada pelo pecado original, também as crianças precisam do novo nascimento no batismo, a fim de serem libertadas do poder das trevas e serem transferidas para o domínio da liberdade dos filhos de Deus, para o qual todos os homens são chamados. A pura gratuidade da graça da salvação é particularmente manifesta no batismo das crianças. Por isso, a Igreja e os pais privariam a criança da graça inestimável de se tornar filho de Deus, se não lhe conferissem o batismo pouco depois do seu nascimento”. Os efeitos principais desse sacramento são “a purificação dos pecados e o novo nascimento no Espírito Santo”. 

Beato Vicente de Santo Antônio


Nasceu em Algarve (Portugal) no Castelo de Albufeira, em 1590. Seus pais, Antônio Simões e Catarina Pereira, educaram-no na piedade e bons costumes e, passada a infância, enviaram-no para Lisboa onde, depois de ter revelado um talento multiforme ao longo da carreira eclesiástica, foi ordenado sacerdote aos 27 anos.

Quatro anos depois, em 1621, já estava no México, onde entrou na Ordem de Santo Agostinho. Feita a profissão, sentiu o desejo de ser missionário em terras japonesas, o que ocorreu em 1923.

Estando no Japão, foi missionário oculto, disfarçado de vendedor ambulante, pois, nesse tempo, era severamente proibido praticar a religião cristã no país. Vicente mudou de traje e de nome, fazendo-se caixeiro ambulante pelas ruas de Nagasaki para poder entrar nas casas e introduzir-se nas famílias, onde converte os gentis e consola e encoraja os cristãos perseguidos, . Durante anos, trabalhou na catequese, pregando a Boa Nova e administrando os Sacramentos.

Em 1629 foi descoberto ao fim de nove anos de perseverante atividade, foi preso e acusado de ensinar a religião cristã. Depois de cerca de dez meses de vida de grandes tormentos, entre os quais o suplício das águas sulfurosas, padeceu, por fim o suplício do fogo.

Tentando fazer com que Vicente renegasse sua fé em Cristo e não obtendo êxito, seus algozes o submeteram a cinco banhos consecutivos de água a ferver até ser martirizado pelo tormento do fogo.

Foi beatificado pelo Papa Pio IX, a 7 de Julho de 1867, fazendo parte do grupo de “Carlos Spínola e Companheiros Mártires”, num total de 205 mártires. Do mesmo grupo, na sua maioria cristãos japoneses, fazem parte mais seis mártires portugueses: João Baptista Machado (padre jesuíta de Angra do Heroismo), Ambrósio Fernandes (irmão leigo jesuíta de Xisto, Porto), Diogo Carvalho (padre jesuíta de Coimbra), Miguel Carvalho (padre jesuíta de Braga), Francisco Pacheco (padre jesuíta de Ponte de Lima) e Domingos Jorge (leigo de Vermoim da Maia, Porto).


Para a sua canonização, é condição necessária que o seu culto (e o dos seus companheiros) seja reconhecido entre o povo cristão.


Senhor Jesus Cristo, o vosso sangue derramado na cruz tornou-se a fonte sagrada que regou o testemunho dos vossos mártires, mortos pela fé. Fazei que o bem-aventurado Vicente de Santo Antônio e seus companheiros, sejam reconhecidos como santos pela Igreja, para a vossa maior glória e o fortalecimento de nossa fé. Amém. 

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

A abominação desoladora segundo Daniel, Jesus e a Tradição da Igreja.


“Quando virdes estabelecida no lugar santo a abominação da desolação que foi predita pelo profeta Daniel - o leitor entenda bem”. (Mt 24,15).

Jesus descreve uma profecia anteriormente dita pelo profeta Daniel (Dn 9,27; 11,31;12;11), o profeta profetizou a ocupação das tropas do rei Antíoco IV no templo de Jerusalém em levantando falsos deuses no altar de holocaustos, Antíoco IV foi derrotado posteriormente pelos romanos em 164 a.C. 

A manifestação desoladora parece ser atemporal, pois mesmo tendo ocorrido uma primeira antes da era messiânica nosso Senhor Jesus nos fala de uma outra desolação a qual arrasará o templo. No ano 70 d.C o templo foi destruído pelo exercito de Tito Flávio e ainda no século II o imperador Adriano mandou colocar uma estatua de Júpiter sobre as ruínas do templo. O historiador judeu Flávio Josefo falando sobre a invasão de 70 d.C diz haver morrido um milhão e cem mil pessoas (Guerra judaica, VI, 420). No cerco de Jerusalém a cidade estava super povoada com a visita de peregrinos judeus de todo o mundo que vieram para o pesach, o que supõe que o número de mortos citado por Flávio Josefo se aproxima da realidade. 

Se vier a acontecer a derradeira desolação, segundo a interpretação dos pais e santos da Igreja será em solo israelita, disse São Vicente: “os judeus obstinados pensando ser seu Deus o anticristo, repararão o templo de Jerusalém” (tradución del capítulo VII Libro del Anticristo:declaración... del sermón de San Vicente, 1496,Ediciones Universidad de Navarra, 1999, p.25), “restaurará o templo do Senhor em Jerusalém e fará que nele seja colocada a imagem de ouro do anticristo” (Beato de Liébana). Santo Isidoro disse “o anticristo reparará o templo de Jerusalém e tentará restaurar todas as cerimonias” (Etymologies, 3,11).

São Zacarias, profeta


Zacarias (cujo nome significa: o Senhor lembra), o profeta mais citado no Novo Testamento, depois de Isaías, penúltimo dos profetas menores, foi chamado ao ministério profético no mesmo ano de Ageu, 520. O seu ministério durou provavelmente até o término da construção do Templo de Jerusalém, tema das suas exortações. Mediante visões e parábolas, anuncia o convite de Deus à penitência, condição para que se realizem as promessas: “Assim fala o Senhor dos exércitos: Convertei-vos a mim, e eu me voltarei a vós”. As suas profecias referem-se ao futuro do novo Israel, futuro próximo e futuro messiânico. Chegou o tempo da benevolência do Senhor para com Israel: o Templo se encaminha para a reconstrução e estão para serem reedificadas Jerusalém e as outras cidades de Judá, enquanto os povos que se alegraram com sua destruição serão punidos.

Zacarias põe em evidência o caráter espiritual do novo Israel, a sua santidade, realizada progressivamente, ao lado da reconstrução material. A ação divina nesta obra de santificação atingirá a sua plenitude com o reino do Messias. Este renascimento é fruto do amor de Deus e da sua onipotência: “Eis que eu libertarei o meu povo. Reconduzi-lo-ei para habitar em Jerusalém: será o meu povo e eu serei o seu Deus, na fidelidade e na justiça”. A aliança na promessa messiânica feita a Davi retoma seu curso em Jerusalém: “Exulta com todas as tuas forças, filha de Sião, transborda o teu júbilo, filha de Jerusalém. Eis que teu rei vem a ti: ele é justo e vitorioso, é humilde e cavalga um burrinho, potro novo de uma jumenta”. A profecia realizou-se ao pé da letra com a entrada de Jesus em Jerusalém, entrada solene na cidade santa. O burrinho, em oposição ao cavalo de guerra, simboliza a índole pacífica do rei Messias. “Ele anunciará a paz aos povos; seu reino se estenderá de um a outro mar”. Assim, junto com amor ilimitado para com o seu povo, Deus une abertura total para com os povos, que, purificados, passaram a ser parte do reino: “Que felicidade, que beleza. O trigo dará vigor aos jovens e o vinho doce às meninas”.

Neste vaticínio, claramente messiânico, é vislumbrada a eucaristia. Pertencente à tribo de Levi, nascido em Galaad e tendo voltado na velhice à Caldeia, na Palestina, Zacarias teria feito muitos prodígios, acompanhando-os com profecias de conteúdo apocalíptico, como o fim do mundo e o duplo juízo divino. Morreu muito velho e, provavelmente, foi sepultado ao lado do túmulo de Ageu.



Ó Deus, que o exemplo de vossos santos nos leve a uma vida mais perfeita e, celebrando a memória de São Zacarias, imitemos constantemente suas ações. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.