O Evangelho de Mateus abre a narração da pregação de Jesus com o surpreendente anúncio das Bem-Aventuranças. Jesus proclama “bem-aventurados”, isto é, plenamente felizes e realizados, todos aqueles que, aos olhos do mundo, são considerados vencidos ou criaturas com pouca sorte: os humildes, os doentes, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os puros de coração, os que trabalham na construção da paz. A estes, Deus faz grandes promessas: serão por Ele saciados e consolados, serão herdeiros da Terra e do Seu Reino.
Trata-se de uma verdadeira revolução cultural. Muda radicalmente a nossa visão, muitas vezes fechada e míope, segundo a qual estas categorias de pessoas são uma parte marginal e insignificante, na luta pelo poder e pelo sucesso.
«Felizes os pacificadores,
porque serão chamados filhos de Deus».
Na visão bíblica, a paz é o fruto da salvação que Deus realiza. Portanto, a paz é, antes de mais, uma dádiva de Deus. É uma caraterística do próprio Deus, que ama a humanidade e toda a Criação com um coração de Pai e tem para todos um projeto de concórdia e harmonia. Por isso, quem trabalha pela paz demonstra uma certa “semelhança” com Ele, como um Filho.