Um sacerdote australiano afirmou que junto com outros presbíteros estão dispostos a serem presos em vez de quebrar o segredo de confissão, como lhes exige uma nova lei quando, durante a administração do sacramento, o penitente revela algum caso de abuso sexual.
“O Estado vai exigir de nós, sacerdotes católicos, algo que vemos como o crime mais grave e não estou disposto a fazer isso”, disse Pe. Michael Whelan, pároco da Igreja St. Patrick, em Sydney, segundo informa um meio local.
Nesse sentido, assegurou que ele e outros sacerdotes estão “dispostos a ir para a cadeia” em vez de quebrar o segredo de confissão.
Quando perguntaram ao sacerdote se a Igreja está acima da lei, disse que “de jeito nenhum”; entretanto, advertiu que, “quando o Estado tenta intervir em nossa liberdade religiosa, prejudica a essência do que significa ser católico. Nós resistiremos”.
Pe. Whelan fez estas declarações depois que a Assembleia Legislativa do Território de Camberra aprovou, no dia 7 de junho, uma lei para obrigar os sacerdotes a quebrar o segredo de confissão quando, durante a administração do sacramento, saibam de algum caso de abuso sexual. Esta norma entrará em vigor em 31 de março de 2019.
Por sua parte, o território de South Australia aprovou uma lei semelhante que entrará em vigor em 1º de outubro deste ano, enquanto Nova Gales do Sul analisa a possibilidade de uma norma semelhante a esta.
Sobre a norma de South Australia, o Administrador Apostólico de Adelaide, Dom George O'Kelly, se pronunciou e assegurou que “os políticos podem mudar a lei, mas nós não podemos mudar a natureza do confessionário, onde acontece um encontro sagrado entre o penitente, que é alguém que busca o perdão, e um sacerdote que representa Cristo”.
Em declarações à rádio ABC em Adelaide, o Arcebispo disse que esta lei “não nos afeta”. “Entendemos que o segredo de confissão está na área do sagrado”, afirmou.