Monsenhor Jean-François Lantheaume, ex-membro do corpo diplomático do Vaticano que serviu na nunciatura em Washington DC, afirma que o ex-núncio nos Estados Unidos, Dom Carlo Maria Viganò “diz a verdade” em sua explosiva denúncia de 11 páginas onde afirma que o Santo Padre conhecia os casos de abuso do ex-Cardeal Theodore McCarrick e nada fez a respeito.
O documento contém acusações específicas contra bispos veteranos e cardeais de que os mesmos sabiam há mais de uma década sobre as acusações de abuso sexual que pesavam contra o arcebispo Theodore McCarrick e nada fizeram. O arcebispo Viganò também declara que, em 2009 ou 2010, o Papa Bento XVI impôs sanções a McCarrick “similares aos que o Papa Francisco lhe impôs” e que McCarrick foi proibido de viajar e falar em público.
Mais adiante em sua declaração, Viganò diz que isto foi comunicado a McCarrick em uma reunião tempestuosa na nunciatura em Washington D.C. pelo então núncio Dom Pietro Sambi. Viganò cita diretamente monsenhor Lantheaume em seu comunicado e diz ter contado a ele sobre este encontro, após sua chegada em D.C para substituir Dom Pietro Sambi como núncio em 2011.
“Monsenhor Jean-François Lantheaume, então Conselheiro da Nunciatura em Washington e Encarregado de Negócios interino após a morte súbita do Núncio Pietro Sambi em Baltimore, me contou quando cheguei a Washington - e ele está pronto para testemunhar sobre isto - sobre uma conversa tempestuosa, com duração de mais de uma hora, que o núncio Sambi teve com o cardeal McCarrick, quem ele havia convocado à Nunciatura. Monsenhor Lantheaume me disse que "a voz do Núncio podia ser ouvida até o final do corredor".