A Palavra deste mês é retirada de um texto atribuído a Tiago, figura de relevo na Igreja de Jerusalém. Ele recomenda aos cristãos a coerência entre o crer e o agir.
No trecho inicial da carta, sublinha-se uma condição essencial: libertar-se de toda a malícia para receber a Palavra de Deus, deixando-se guiar por ela no caminho para a plena realização da vocação cristã.
A Palavra de Deus tem uma força própria: ela é criadora, produz frutos de bondade, tanto em cada pessoa, como na comunidade. Constrói relacionamentos de amor de cada um de nós com Deus, mas também entre todos nós. Ela – diz Tiago – já foi “plantada” em nós.
«Recebei com mansidão a Palavra em vós semeada,
a qual pode salvar as vossas almas».
Mas como? Sem dúvida porque Deus, desde a criação, pronunciou uma Palavra definitiva: o homem é “imagem” de Deus. De facto, cada criatura humana é o “tu” de Deus, chamado à existência para partilhar a Sua vida de amor e comunhão.
Para os cristãos, é pelo sacramento do batismo que somos inseridos em Cristo, Palavra de Deus, que entrou na História humana. Mas Ele depositou a semente da Sua Palavra em cada ser humano, chamando-o ao bem, à justiça, a dar-se aos outros e a comunicar. Se a semente for recebida e cultivada com amor na própria “terra”, é capaz de produzir vida e frutos.