A internet está repleta de boatos
sobre o envolvimento de Geraldo Alckmin, ex-governador do estado de São Paulo,
com o Opus Dei – uma Prelazia da Igreja Católica que é vista por muitos como
uma instituição profundamente conservadora. Numa entrevista no Roda Viva, em
2005, Alckmin negou qualquer ligação direta com a Prelazia [1]. De fato, é
difícil não acreditar nele, já que muitos de seus posicionamentos e obras não são nada condizentes
com a Doutrina Católica.
Ideologia de gênero
Apesar de afirmar que este é um
assunto do qual "é a família quem deve cuidar" [2] – seja lá o que
isso queira dizer – o governo de Alckmin se empenhou na disseminação da tal
ideologia e, inclusive, implementou os nefastos "banheiros de gênero" nas
escolas estaduais. Essa medida permitia que meninos
usassem os mesmos banheiros de meninas, por exemplo, caso se identificassem com
o sexo feminino.
A Secretaria de Educação de seu
governo foi a mais obstinada em promover o conceito de gênero como mera
construção social, aderindo com orgulho – sem medo de admiti-lo – às teses de
Judith Butler. Assim, Alckmin atende à agenda dos socialites universitários,
enquanto filtra o seu discurso para os setores conservadores, como bom
populista que é. [3]
Aborto
Da mesma maneira, no tema do aborto,
o candidato apresenta um discurso café-com-leite, claramente para não se
comprometer com uma pauta específica. Apesar de não apresentar um
posicionamento tão vil quanto de outros candidatos, que pretendem legalizar a
prática do aborto, o PSDBista pretende manter a legislação atual,
que prevê abortos em casos de estupro e anencefalia.
Seu discurso é palatável aos pró-vida
desavisados – "Eu não vejo o aborto como solução" [4] –, mas também
aos abortistas, já que essa falta de convicção moral, evidenciada pelas
exceções possíveis ao assassinato do nascituro, é um terreno primoroso para que
o aborto seja, aos poucos, legalizado no Brasil.
"É verdade que, muitas vezes, a opção de abortar reveste
para a mãe um caráter dramático e doloroso: a decisão de se desfazer do fruto
concebido não é tomada por razões puramente egoístas ou de comodidade, mas
porque se quereriam salvaguardar alguns bens importantes como a própria saúde
ou um nível de vida digno para os outros membros da família. Às vezes, temem-se
para o nascituro condições de existência tais que levam a pensar que seria
melhor para ele não nascer. Mas estas e outras razões semelhantes, por mais
graves e dramáticas que sejam, nunca podem justificar a supressão deliberada de
um ser humano inocente." - Papa São João Paulo II