quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Bolsonaro alerta para tentativa de dividir o país: "Temos que unir o nosso povo".



O candidato do PSL e vencedor do primeiro turno das eleições presidenciais deste domingo, Jair Bolsonaro, afirmou que pretende unir o país e reduzir o número de ministérios e empresas estatais caso seja eleito no próximo dia 28, quando enfrentará Fernando Haddad (PT) no segundo turno.

Ao lado de seu guru econômico Paulo Guedes, Bolsonaro fez uma transmissão ao vivo pelo Facebook e comemorou o resultado do pleito de hoje, no qual conseguiu mais de 46% dos votos, contra 29% do concorrente petista.

"Temos tudo para sermos uma grande nação. Temos que unir o nosso povo, unir os cacos que nos fez o governo da esquerda no passado", afirmou.

"Vamos unir o nosso povo. Unidos, seremos, sim, uma grande nação. Ninguém tem o potencial que nós temos", acrescentou.

Bolsonaro ressaltou que quer cortar o total de estatais, sem dizer nenhuma cotada para deixar a administração pública. Além disso, comentou que pretende enxugar o número de ministérios.

"Nós diminuiremos o tamanho do Estado. Teremos no máximo 15 ministérios. De aproximadamente 150 estatais, no primeiro ano, no mínimo 50. Ou nós privatizamos ou extinguimos", declarou.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Por que Haddad era o pior nome do PT para enfrentar Bolsonaro



O PT não contava com a força de Bolsonaro até esse ponto das eleições. Só isso explica como é que foram escolher como poste de Lula justamente o criador do “Kit Gay”, Fernando Haddad. No momento em que o Brasil vive uma inegável onda conservadora, o nome de Haddad era provavelmente a mais frágil das indicações. Se fosse Jaques Wagner, Celso Amorim ou até Tarso Genro, eles teriam mais condições de se defender da artilharia de Bolsonaro nos temas morais e da natural adesão dos evangélicos ao ex-militar. Mas Haddad? Durante anos ele se empenhou em ser reconhecido como político não apenas próximo da comunidade LGBT, mas um verdadeiro entusiasta e promotor das demandas desse segmento, seja como ministro da Educação ou como prefeito de São Paulo. E agora quer abafar a reputação que construiu com tanta dedicação?

Sua revolta contra as mensagens que atribuem a ele a criação do “Kit Gay”, nesse momento, são de uma espantosa hipocrisia, dada a abundância de evidências que comprovam o fato. Ele não apenas foi o idealizador da cartilha “Escola sem Homofobia” (apelidada pelos críticos de Kit Gay), como sempre fez questão de apoiar, financiar e comparecer a inúmeros eventos LGBT, como a famosa Parada Gay de São Paulo.

Ainda que concordem com as pautas desses grupos, ser fotografado nesses eventos é algo que muitos políticos evitam, pois têm ciência do impacto que as imagens têm junto ao eleitorado conservador. Haddad, no entanto, era diferente. Ele nunca se importou com isso. Aliás, as fotos permitem supor que ele sempre teve orgulho de ser tão bem aceito nesses ambientes. Duvidam? Experimentem digitar os termos “Haddad” e “Parada Gay” no buscador de imagens do Google e o que acharão é um prefeito demonstrando alegria. 

Como prefeito de São Paulo, Haddad investiu R$ 1,3 milhões em evento com “Jesus transexual”





Os brasileiros já estão acostumados às grosseiras ofensas ao cristianismo que são protagonizadas em algumas “paradas gay” Brasil afora, mas em 2015 a edição paulistana desse evento resolveu descer o nível de escárnio à profundezas ainda não experimentadas. Aquele foi o ano em que uma transexual seminua desfilou numa cruz, representando Jesus Cristo.

O escandaloso episódio levou os organizadores do evento a serem acusados, obviamente, de crime contra o sentimento religioso (artigo 208 do Código Penal). Uma representação foi movida junto ao Ministério Público do estado pela Associação de Igrejas Evangélicas e a transexual teve de prestar depoimento à polícia civil sobre sua performance. A repulsa dos religiosos ao ato foi tão grande que o assunto chegou inclusive ao Senado Federal. 

sábado, 6 de outubro de 2018

Comunicado da Santa Sé acerca do caso McCarrick


Depois da publicação das acusações acerca da conduta do Arcebispo Theodore Edgar McCarrick, o Papa Francisco, consciente e preocupado com o turbamento que as mesmas estão causando na consciência dos fiéis, pediu que fosse comunicado o seguinte:

Em setembro de 2017, a Arquidiocese de Nova Iorque sinalizou à Santa Sé que um homem acusava o então Cardeal McCarrick de ter abusado dele nos anos 70. O Santo Padre dispôs a respeito uma investigação prévia aprofundada, que foi realizada pela Arquidiocese de Nova Iorque e na conclusão da qual a relativa documentação foi transmitida à Congregação para a Doutrina da Fé. Enquanto isso, diante do fato que no decorrer da investigação emergiram graves indícios, o Santo Padre aceitou a renúncia do Arcebispo McCarrick do Colégio cardinalício, ordenando-lhe a proibição do exercício do ministério público e a obrigação de conduzir uma vida de oração e penitência. A Santa Sé não deixará, no tempo devido, de divulgar as conclusões do caso que envolve o Arcebispo McCarrick. Também em referência a outras acusações feitas contra o eclesiástico, o Santo Padre dispôs integrar as informações levantadas através da investigação prévia com um ulterior estudo detalhado de toda a documentação presente nos Arquivos dos Dicastérios e Escritórios da Santa Sé acerca do então Cardeal McCarrick, com a finalidade de apurar todos os fatos relevantes, situando-os em seu contexto histórico e avaliando-os com objetividade. A Santa Sé está consciente de que do exame dos fatos e das circunstâncias poderiam emergir escolhas que não seriam coerentes com a linha atual para tais questões. Todavia, como disse o Papa Francisco, «seguiremos o caminho da verdade, onde quer que nos possa levar» (Filadélfia, 27 de setembro de 2015). 

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Discurso do Papa Francisco na Abertura do Sínodo dos Jovens


ABERTURA DA XV ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DO SÍNODO DOS BISPOS

DISCURSO DO PAPA FRANCISCO
 NA ABERTURA DO SÍNODO

Auditório do Sínodo
Quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Prezadas Beatitudes, Eminências, Excelências,
Amados irmãos e irmãs,
Queridos jovens!

Ao entrar neste Auditório para falar dos jovens, já se sente a força da sua presença, que exala positividade e entusiasmo capazes de invadir e alegrar não só este Auditório, mas toda a Igreja e o mundo inteiro.

Por isso mesmo, não posso começar sem vos dizer obrigado! Obrigado a vós que estais presentes; obrigado a tantas pessoas, que ao longo dum caminho de preparação de dois anos – aqui na Igreja de Roma e em todas as Igrejas do mundo –, trabalharam com dedicação e paixão para nos fazer chegar a este momento. De coração, obrigado ao Cardeal Lorenzo Baldisseri, Secretário Geral do Sínodo, aos Presidentes Delegados, ao Cardeal Sérgio da Rocha, Relator Geral; ao Bispo D. Fabio Fabene, Subsecretário, aos Oficiais da Secretaria Geral e aos Assistentes; obrigado a todos vós, Padres sinodais, Auditores, Auditoras, peritos e consultores; aos Delegados Fraternos; aos tradutores, aos cantores, aos jornalistas. De coração, obrigado a todos pela vossa participação ativa e fecunda.

Um sentido obrigado merecem os dois Secretários Especiais, o padre jesuíta Giacomo Costa, e o padre salesiano Rossano Sala, que trabalharam com generoso empenho e abnegação. Jogaram a pele, na preparação!

Desejo também agradecer vivamente aos jovens que neste momento estão conectados connosco e a todos os jovens que fizeram ouvir, de muitos modos, a sua voz. Agradeço-lhes por terem querido apostar que vale a pena sentir-se parte da Igreja ou entrar em diálogo com ela; vale a pena ter a Igreja como mãe, como mestra, como casa, como família, capaz – não obstante as fraquezas humanas e as dificuldades – de fazer resplandecer e transmitir a mensagem sem ocaso de Cristo; vale a pena agarrar-se à barca da Igreja que, mesmo através das tempestades implacáveis do mundo, continua a oferecer a todos refúgio e hospitalidade; vale a pena colocar-se à escuta uns dos outros; vale a pena nadar contracorrente e aderir a valores altos, como a família, a fidelidade, o amor, a fé, o sacrifício, o serviço, a vida eterna.

A nossa responsabilidade aqui, no Sínodo, é não os desmentir; antes, é demonstrar que têm razão em apostar: verdadeiramente vale a pena, verdadeiramente não é tempo perdido!

E, de modo particular, agradeço a vós, queridos jovens presentes! O caminho de preparação para o Sínodo ensinou-nos que o universo juvenil é tão variado que não pode estar aqui totalmente representado, mas vós sois seguramente um sinal importante daquele. A vossa participação enche-nos de alegria e esperança.

O Sínodo que estamos a viver é um momento de partilha. Assim, no início do percurso da Assembleia sinodal, a todos desejo convidar a falarem com coragem e parresia, isto é, aliando liberdade, verdade e caridade. Só o diálogo nos pode fazer crescer. Uma crítica honesta e transparente é construtiva e ajuda, ao contrário das bisbilhotices inúteis, das murmurações, das ilações ou dos preconceitos.

E à coragem de falar deve corresponder a humildade de escutar. Como dizia aos jovens na Reunião Pré-sinodal, «se [alguém] falar de algo que não gosto, ainda o devo ouvir melhor; pois cada um tem o direito de ser ouvido, como cada um tem o direito de falar». Esta escuta aberta requer coragem para tomar a palavra e fazer-se voz de tantos jovens no mundo que não estão presentes. É esta escuta que abre espaço ao diálogo. O Sínodo deve ser um exercício de diálogo, antes de mais nada entre os que participam nele. E o primeiro fruto deste diálogo é cada um abrir-se à novidade, estar pronto a mudar a sua opinião face àquilo que ouviu dos outros. Isto é importante para o Sínodo. Muitos de vós já prepararam, antes de vir, a sua intervenção – e agradeço-vos por este trabalho –, mas convido a sentir-vos livres para considerar aquilo que preparastes como um projeto provisório aberto a eventuais acréscimos e alterações que o caminho sinodal possa sugerir a cada um. Sintamo-nos livres para aceitar e compreender os outros e, consequentemente, para mudar as nossas convicções e posições: é sinal de grande maturidade humana e espiritual.

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

"O Sínodo é um momento de partilha", diz Papa na abertura do Sínodo dos Jovens



HOMILIA
Santa Missa 
Abertura da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos
Praça São Pedro
Quarta-feira, 3 de outubro de 2018

«O Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, Esse é que vos ensinará tudo, e há de recordar-vos tudo o que Eu vos disse» (Jo 14, 26).

Desta maneira tão simples, Jesus oferece aos seus discípulos a garantia de que acompanhará todo o trabalho missionário que lhes será confiado: o Espírito Santo será o primeiro a guardar e manter sempre viva e atual no coração dos discípulos a memória do Mestre. Ele faz com que a riqueza e beleza do Evangelho seja fonte de constante alegria e novidade.

No início deste momento de graça para toda a Igreja, em sintonia com a Palavra de Deus, peçamos insistentemente ao Paráclito que nos ajude a trazer à memória e à reavivar as palavras do Senhor que faziam arder o nosso coração (cf. Lc 24, 32). Ardor e paixão evangélica que geram o ardor e a paixão por Jesus. Memória que possa despertar e renovar em nós a capacidade de sonhar e esperar. Porque sabemos que os nossos jovens serão capazes de profecia e visão, na medida em que nós, adultos ou já idosos, formos capazes de sonhar e assim contagiar e partilhar os sonhos e as esperanças que trazemos no coração (cf. Jl 3, 1).

Que o Espírito nos dê a graça de ser Padres sinodais ungidos com o dom dos sonhos e da esperança, para podermos, por nossa vez, ungir os nossos jovens com o dom da profecia e da visão; que nos dê a graça de ser memória operosa, viva e eficaz, que, de geração em geração, não se deixa sufocar e esmagar pelos profetas de calamidades e desgraças, nem pelos nossos limites, erros e pecados, mas é capaz de encontrar espaços para inflamar o coração e discernir os caminhos do Espírito. É com esta disposição de dócil escuta da voz do Espírito que nos congregamos aqui de todas as partes do mundo. Hoje, pela primeira vez, estão conosco também dois irmãos Bispos da China continental, a quem damos as nossas calorosas boas-vindas. Graças à sua presença, é ainda mais visível a comunhão de todo o Episcopado com o Sucessor de Pedro.

Ungidos na esperança, começamos um novo encontro eclesial capaz de ampliar horizontes, dilatar o coração e transformar as estruturas que hoje nos paralisam, separam e afastam dos jovens, deixando-os expostos às intempéries e órfãos duma comunidade de fé que os apoie, dum horizonte de sentido e de vida (cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 49).

A esperança interpela-nos, move-nos e destroça o conformismo ditado pelo «sempre se fez assim» e pede que nos ergamos para fixar olhos nos olhos o rosto dos jovens e ver as situações em que se encontram. A mesma esperança pede que trabalhemos por derrubar as situações de precariedade, exclusão e violência, a que está exposta a nossa juventude.

Fruto de muitas das decisões tomadas no passado, os jovens chamam-nos a cuidar, com maior empenho e juntamente com eles, do presente e a lutar contra aquilo que de algum modo impede a sua vida de crescer com dignidade. Pedem-nos e exigem-nos uma dedicação criativa, uma dinâmica inteligente, entusiasta e cheia de esperança, e que não os deixemos sozinhos nas mãos de tantos traficantes de morte que oprimem a sua vida e obscurecem a sua visão.

Grupo de Bispos e Padres escrevem Carta a Jair Bolsonaro



Deputado Jair Bolsonaro,

Somos um grupo de bispos e padres católicos que lhe escreve esta nota na tentativa de esclarecer, ao deputado e aos seus eleitores, que tipo de atuação política deve-se esperar da hierarquia da Igreja Católica.

1 – Fatos: Nota-se com frequência a manifestação de apoio explícito de ministros evangélicos em campanhas eleitorais. Deve-se, porém, notar, sem detrimento do papel cívico importante dessas pessoas, que as igrejas evangélicas não são organizadas hierarquicamente e que seus pastores gozam de maior liberdade de engajamento político.

O deputado deve ter notado, em sua longa atuação parlamentar, que inúmeros pastores evangélicos exercem o mandato de deputado e de senador, por exemplo, e com isso prestam um excelente serviço à sociedade brasileira.

Já do lado católico, em regra geral, quando algum padre é eleito como parlamentar: 1) ele não possui o apoio da hierarquia católica; 2) e geralmente defende mais os programas da esquerda do que os valores inegociáveis do magistério católico.

2 – Explicação dos fatos: Para compreender porque as coisas são assim, poderíamos fazer uma comparação com a estrutura do Estado Brasileiro, tão bem conhecida pelo deputado.

Assim como nenhum general da ativa irá declarar seu apoio institucional ao Deputado Jair Bolsonaro, também nenhum bispo da hierarquia católica irá declarar este apoio.

Por que isso? É porque a função institucional e suprapartidária das Forças Armadas é garantir o cumprimento da Constituição, não importe quem ganhar! Isso dá segurança ao país. Ganhe quem ganhar, o brasileiro deveria poder dormir tranquilo sabendo que a Constituição será respeitada.

E a Hierarquia Católica? A Hierarquia também possui uma função suprapartidária de garantir aos fiéis católicos a defesa dos chamados “valores inegociáveis”: a vida, a família, a educação dos filhos pelos pais, etc. Ganhe quem ganhar, este deveria ser o papel da hierarquia. 

Meninos são revolucionários, homens são conservadores



Tive ímpetos revolucionários durante minha adolescência. Muitos de nós tiveram. É uma soma de dúvidas, incertezas, percepção de situações difíceis que transcendem nossa capacidade de entendimento e influência externa, principalmente do ambiente cultural e estudantil.

A paixão pelo ideal revolucionário brota na soma das incertezas. A expectativa de mudança a qualquer preço, somada à inadequação típica do jovem, alimentam a sensação de necessidade de ação iminente. O rebelde juvenil considera que não pode esperar, que é preciso agir, que não ser o agente da mudança é atuar em prol do conformismo e, claro, conta com meia dúzia de professores/influenciadores culturais o incitando justamente a isso.

Tal ímpeto quase sempre se manifesta de modo destrutivo. O pensamento do revolucionário exige transformação, mas através da destruição das estruturas vigentes. Não há diálogo possível, ou sequer uma construção gradativa que permita a realização daquilo que ele deseja. Não. Só o que funciona é destruir o “sistema”. Derrubá-lo aos escombros para depois reconstruir.

E é isso que os torna meninos. E são meninos quando têm delírios revolucionários aos quinze, aos vinte, aos quarenta ou, com cabelos brancos, aos sessenta.

Meninos pensam que podem transformar a sociedade para melhorá-la. Homens entendem que precisam conservá-la para que não piore mais.

Homens se tornam conservadores quando ultrapassam a imaturidade juvenil, porque entendem os valores que a sociedade mantém, e passam a discernir que eles só existem graças aos pilares que, não por acaso, os revolucionários tencionam destruir.

É no momento que formam família, quando compreendem o esforço de seus próprios pais em sua criação, que percebem as próprias conquistas advindas do trabalho e a necessidade de manterem a família e os bens honestamente conquistados em segurança.

O ódio cego pela religião, típico do menino rebelde, dá lugar ao reconhecimento do papel social e moral da formação religiosa na sociedade humana, percebendo por fim que tudo o que o revolucionário quer derrubar é justamente o que nos sustentou como seres civilizados e nos salvou da barbárie.