quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Nota da CNBB sobre o segundo turno das eleições 2018

 
NOTA DA CNBB
Por ocasião do segundo turno das eleições de 2018


Jesus Cristo é a nossa paz! (cf. Ef 2,14)

O Brasil volta às urnas para eleger seu novo presidente e, em alguns Estados e no Distrito Federal, seu governador. Fiel à sua missão evangelizadora, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio de seu Conselho Episcopal Pastoral (Consep), reunido em Brasília-DF, nos dias 23 e 24 de outubro, vem ratificar sua posição e orientações a respeito deste importante momento para o País.

Eleições são ocasião de exercício da democracia que requer dos candidatos propostas e projetos que apontem para a construção de uma sociedade em que reinem a justiça e a paz social. Cabe à população julgar, na liberdade de sua consciência, o projeto que melhor responda aos princípios do bem comum, da dignidade da pessoa humana, do combate à sonegação e à corrupção, do respeito às instituições do Estado democrático de direito e da observância da Constituição Federal.

Na missão de pastores e profetas, nós, bispos católicos, ao assumirmos posicionamentos pastorais em questões sociais, econômicas e políticas, o fazemos, não por ideologia, mas por exigência do Evangelho que nos manda amar e servir a todos, preferencialmente aos pobres. Por isso, “a Igreja reivindica sempre a liberdade, a que tem direito, para pronunciar o seu juízo moral acerca das realidades sociais, sempre que os direitos fundamentais da pessoa, o bem comum ou a salvação humana o exigirem (cf. Gaudium et Spes, 76). Não podemos nos calar quando a vida é ameaçada, os direitos desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada” (CNBB – Mensagem ao Povo de Deus – 19 de abril de 2018). Inúmeros são os testemunhos de bispos que, na história do país, se doaram e se doam no serviço da Igreja em favor de uma sociedade democrática, justa e fraterna.

MG: Três igrejas foram alvo de dano ao patrimônio religioso no fim de semana


Patrimônios culturais e religiosos de três igrejas de Minas Gerais sofreram danos no último fim de semana, causando indignação nas cidades de São João del Rei, Conselheiro Lafaiete e São João Nepomuceno.

Na histórica cidade de São João del Rei, o ato de vandalismo ocorreu na madrugada de domingo, 21 de outubro, quando um estudante de 21 anos escalou a porta da Igreja de Nossa Senhora do Carmo e quebrou um anjo barroco de pedra-sabão que, conforme apontou o portal ‘G1’, teria sido feito por Aleijadinho, conhecido como o mestre do barroco mineiro.

De acordo com a imprensa local, o jovem é natural de Jundiaí (SP) e estuda psicologia na cidade mineira. Testemunhas relataram que ele escalou o templo, que data de 1732 e é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), agarrando nos monumentos.


O rapaz teria se segurado no anjo para dar impulso, quando a peça quebrou e ele caiu de cerca de 6 metros de altura, junto com parte da escultura. O jovem foi atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado para atendimento hospitalar, tendo sofrido diversas fraturas.



Após o ocorrido, a Diocese de São João del Rei emitiu uma nota assinada pelo administrador diocesano, Pe. Dirceu de Oliveira Medeiros, na qual lamenta e repudia o fato.

“Lamentamos ainda que a legislação brasileira não trate com o devido rigor crimes dessa natureza. Porém solicitamos das autoridades e órgãos competentes as medidas cabíveis”, acrescenta.

“Com espírito cristão pedimos a punição do responsável pelo ato, e ao mesmo tempo, desejamos o seu pronto restabelecimento. Por fim, conclamamos a comunidade católica e pessoas de boa vontade a se tornarem guardiãs de nosso rico patrimônio religioso, cultural e histórico”, conclui.

Por sua vez, o Iphan informou ao ‘G1’ que “a peça danificada foi recolhida pelo pároco e passará por vistoria do Iphan para avaliar a extensão do dano e indicar possíveis reparos. O Iphan também está acionando a Polícia Federal para que as medidas na esfera criminal possam ser tomadas”.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

China: Autoridades ordenam retirada de cruzes em três dioceses católicas


As autoridades da China lançaram uma ofensiva contra as cruzes e outras estruturas da Igreja em três dioceses do país neste mês de outubro, apenas dois dias depois do Acordo Provisório assinado com o Vaticano para a nomeação de bispos.

Na Diocese de Guizhou, no sudeste do país, em 15 de outubro, as autoridades ordenaram a retirada de algumas estruturas e várias cruzes, por considerá-las uma violação às leis de planejamento. As cruzes tinham sido erguidas como parte de uma peregrinação.

Embora a Igreja tenha pagado uma multa em 20 de outubro, as autoridades indicaram que também confiscarão o dinheiro arrecadado na peregrinação.

UCANews informou que em 12 de outubro, as autoridades também ordenaram destruir duas cruzes na igreja de Luoyang, na Diocese de Henan.

Em 3 de outubro, as autoridades mandaram retirar uma cruz em outra igreja local, porque era muito grande e “podia ser vista de uma estação de trem próxima”.

Posteriormente, em 11 de outubro, uma cruz e uma parede na igreja de Whenzhou, na Diocese de Zhejiang, foram destruídas por cerca de 40 trabalhadores.

Uma fonte anônima disse a UCANews que as cruzes foram retiradas porque isso já tinha sido feito em outros templos de outras confissões religiosas e, portanto, as igrejas católicas não podiam estar isentas da medida.

Um católico de nome John disse que a destruição de cruzes parece ser o início de uma agenda mais ampla para eliminar os símbolos religiosos. “Isso é o cristianismo em conformidade com a sinização. Em outras palavras, em linha com o socialismo”, acrescentou.

domingo, 21 de outubro de 2018

Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões 2018


MENSAGEM DE SUA SANTIDADE
O PAPA FRANCISCO
PARA O DIA MUNDIAL DAS MISSÕES DE 2018

[21 de outubro de 2018]

«Juntamente com os jovens, levemos o Evangelho a todos»


Queridos jovens, juntamente convosco desejo refletir sobre a missão que Jesus nos confiou. Apesar de me dirigir a vós, pretendo incluir todos os cristãos, que vivem na Igreja a aventura da sua existência como filhos de Deus. O que me impele a falar a todos, dialogando convosco, é a certeza de que a fé cristã permanece sempre jovem, quando se abre à missão que Cristo nos confia. «A missão revigora a fé» (Carta enc. Redemptoris missio, 2): escrevia São João Paulo II, um Papa que tanto amava os jovens e, a eles, muito se dedicou.

O Sínodo que celebraremos em Roma no próximo mês de outubro, mês missionário, dá-nos oportunidade de entender melhor, à luz da fé, aquilo que o Senhor Jesus vos quer dizer a vós, jovens, e, através de vós, às comunidades cristãs.

A vida é uma missão

Todo o homem e mulher é uma missão, e esta é a razão pela qual se encontra a viver na terra. Ser atraídos e ser enviados são os dois movimentos que o nosso coração, sobretudo quando é jovem em idade, sente como forças interiores do amor que prometem futuro e impelem a nossa existência para a frente. Ninguém, como os jovens, sente quanto irrompe a vida e atrai. Viver com alegria a própria responsabilidade pelo mundo é um grande desafio. Conheço bem as luzes e as sombras de ser jovem e, se penso na minha juventude e na minha família, recordo a intensidade da esperança por um futuro melhor. O facto de nos encontrarmos neste mundo sem ser por nossa decisão faz-nos intuir que há uma iniciativa que nos antecede e faz existir. Cada um de nós é chamado a refletir sobre esta realidade: «Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo» (Papa Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 273).

Anunciamo-vos Jesus Cristo

A Igreja, ao anunciar aquilo que gratuitamente recebeu (cf. Mt 10, 8; At 3, 6), pode partilhar convosco, queridos jovens, o caminho e a verdade que conduzem ao sentido do viver nesta terra. Jesus Cristo, morto e ressuscitado por nós, oferece-Se à nossa liberdade e desafia-a a procurar, descobrir e anunciar este sentido verdadeiro e pleno. Queridos jovens, não tenhais medo de Cristo e da sua Igreja! Neles, está o tesouro que enche a vida de alegria. Digo-vos isto por experiência: graças à fé, encontrei o fundamento dos meus sonhos e a força para os realizar. Vi muitos sofrimentos, muita pobreza desfigurar o rosto de tantos irmãos e irmãs. E todavia, para quem está com Jesus, o mal é um desafio a amar cada vez mais. Muitos homens e mulheres, muitos jovens entregaram-se generosamente, às vezes até ao martírio, por amor do Evangelho ao serviço dos irmãos. A partir da cruz de Jesus, aprendemos a lógica divina da oferta de nós mesmos (cf. 1 Cor 1, 17-25) como anúncio do Evangelho para a vida do mundo (cf. Jo 3, 16). Ser inflamados pelo amor de Cristo consome quem arde e faz crescer, ilumina e aquece a quem se ama (cf. 2 Cor 5, 14). Na escola dos santos, que nos abrem para os vastos horizontes de Deus, convido-vos a perguntar a vós mesmos em cada circunstância: «Que faria Cristo no meu lugar?»

Política e virtudes


Ao aproximar-se o pleito de outubro, um verdadeiro duelo de “titãs” em que está se tornando essa próxima eleição, vale recordar as virtudes humanas e cristãs, tanto da parte dos políticos como dos eleitores, virtudes necessárias ao bom convívio e à vida em sociedade. Basta observar as redes sociais para ver a ausência total do respeito à opinião alheia, o ódio, a incitação à violência, a falta de humildade e modéstia, o desaparecimento da tolerância, do apreço pela verdade, o disseminar de calúnias, intrigas e suspeitas. Tudo isso se constitui no oposto às virtudes humanas e cristãs, que são a base da verdadeira civilização. 

Quando se trata da virtude da humildade, essencial ao cristianismo e à pacífica convivência humana, é a que menos se vê na política. O “Eu” impera. A própria opinião se torna verdade absoluta. A humildade, que consiste no esquecimento de si mesmo, na ausência de egoísmo, no desprendimento, na modéstia com relação a si próprio, é a mais ausente. 

A virtude da pobreza, isto é, do desprendimento, do desapego dos bens materiais e do dinheiro: sua ausência dispensa demonstração. Qual é hoje o político realmente despreocupado com o próprio bolso, que deseja trabalhar exclusivamente em benefício do seu próximo? Quem entrasse na política, que de si é um exercício de altruísmo e caridade, deveria sair do cargo que lhe foi confiado com a mesma condição financeira com que entrou. Conhece o leitor algum raro político dessa espécie?

E as virtudes da honestidade, da não acepção de pessoas, da caridade desinteressada, do comedimento no falar, do respeito para com o próximo, do amor pela verdade, da convicção religiosa, da constância, da fidelidade nas promessas, do cumprimento da palavra dada? 

Bem, como nos aproximamos das eleições, gostaria de contribuir um pouco na escolha dos melhores candidatos, publicando algumas reflexões sobre o perfil moral do político, feitas pelo Cardeal Van Thuân, então presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz. São as "bem-aventuranças do político":

Polícia identifica suspeitos de picharem igreja com suásticas nazistas

Câmeras também flagraram suspeitos pichando muros com frases contra o candidato à Presidência Jair Bolsonaro. 

Homens prestaram depoimento na quarta-feira (17) e foram liberados da delegacia. Crime é tratado como preconceito.

A Polícia Civil identificou e deteve na quarta-feira (17) dois suspeitos, de 29 e 34 anos, de terem pichado suásticas nazistas na capela de São Pedro da Serra, distrito de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio. Um terceiro suspeito fugiu da abordagem e depois se apresentou na delegacia com um advogado. Eles prestaram depoimento e foram liberados.

Um vídeo com imagens de câmeras de segurança que a polícia teve acesso também mostra os homens pichando em outros muros e calçadas próximos à capela frases contrárias ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL). A polícia chegou até o grupo após ver essas imagens do local.

O crime na igreja aconteceu na madrugada de domingo (14) e as pichações na fachada foram removidas na quarta-feira).

A linha de investigação trata o crime como preconceito, conforme a Lei 7716/89. A Polícia Civil informou que as investigações continuam e estão sendo colhidos depoimentos e novas imagens de câmeras de segurança. A pena para este tipo de crime é de 2 a 5 anos de reclusão.

Franklin Ferreira sobre cristãos progressistas: "Não podem ser reconhecidos como cristãos"


Os assim chamados “cristãos progressistas” se notabilizam, hoje, no Brasil, seguindo a Nova Esquerda, por entender que a classe que salvará o mundo será a dos “excluídos” e das minorias: mulheres, negros, homossexuais, índios, etc. E dão status de dogma a temas como união civil de pessoas do mesmo sexo, aborto, maioridade penal e todo tipo de estatismo. São adeptos devotos da igreja vermelha do politicamente correto, se veem como parte de um tipo de nova ordem religiosa, totalmente leais ao Partido e ao santo graal da Ideia. Todos aqueles que não concordam com eles são tratados, simplesmente, como “não-pessoas”.

E alguns de seus autores prediletos são Jürgen Moltmann, Hans Küng, Paul Tillich, Rob Bell, Brian McLaren, John Howard Yoder, Rosemary Radford Ruether, Leonardo Boff, Frei Betto, Gustavo Gutiérrez, Severino Croatto, entre outros.

Mas a defesa veemente desses temas são sinais de um mal maior. Até que ponto esses “cristãos progressistas” não têm reinterpretado profundamente a fé cristã, tornando-a em algo amorfo, totalmente distinto daquilo que se pode receber como revelação de Deus nas Escrituras Sagradas?

Parece que há, da parte desses “cristãos progressistas”, uma ruptura com “aquilo que foi crido em todo lugar, em todo tempo e por todos [os fiéis]” (Vicente de Lérins, Commonitorium II,3); isto é, esses “cristãos progressistas” se caracterizam não só por um afastamento, mas por uma rejeição de todo o ensino consensual entre os cristãos legítimos: a crença no Deus uno e trino; em sua revelação infalível e autoritativa nas Escrituras Sagradas; no pecado original e pessoal; na salvação exclusiva pela livre graça; no nascimento virginal de Cristo Jesus; em seu sacrifício sangrento na cruz, expiatório e substitutivo; em sua ressurreição corporal e em sua segunda vinda, única, visível e pessoal.

Havendo, de fato, tal cisão, perguntamos: como reconhecer esses ditos “progressistas” como cristãos? Até que ponto — uma vez que há um afastamento do ensino consensual cristão, como resumido nos antigos credos, aceitos por todos os ramos da fé cristã — não se deve considerá-los “cavalos de Tróia”? Pois estes têm por alvo subverter os alicerces mais básicos da fé e da ética cristã para que a Igreja seja controlada (Gleichschaltung), subordinando-a à agenda do Partido/Estado, com sua agenda inflexível e colossal.

"Aguar a doutrina moral da Igreja não atrairá os jovens", diz Cardeal


O Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Cardeal Robert Sarah, assinalou que “aguar” a doutrina moral católica, também no campo da sexualidade, não conseguirá atrair os jovens.

Segundo Catholic Herald, em sua intervenção em 16 de outubro no Sínodo dos Jovens que acontece no Vaticano, o Purpurado africano afirmou que a Igreja e seus pastores devem “propor corajosamente o ideal cristão que corresponde à doutrina moral católica e não aguá-lo, escondendo a verdade para atrair os jovens ao seio da Igreja”.

O Cardeal recordou que, antes do início do Sínodo, alguns jovens pediram à Igreja para ser clara em seu ensinamento sobre “algumas questões que são particularmente próximas de seus corações: a liberdade em todos os aspectos e não apenas nas relações sexuais, a não discriminação baseada na orientação sexual, a igualdade entre homens e mulheres também na Igreja etc.”.

Entretanto, outros “pedem não apenas um debate que seja aberto e sem preconceitos, mas uma mudança radical, um verdadeiro giro de 180 graus na Igreja e seus ensinamentos nestas áreas”.

Embora o ensinamento da Igreja possa não ser compartilhado por todos, reconheceu o Cardeal, ninguém pode dizer que não é claro. Porém, pode haver “uma falta de clareza por parte de alguns pastores ao explicar a doutrina”, o que requer “um profundo exame de consciência”.