quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Ex-presidente Lula visitará o Papa Francisco no Vaticano



Através de sua conta oficial no Twitter, o ex-presidente brasileiro Luis Inácio Lula da Silva, condenado a 8 anos e 10 meses de prisão na operação Lava-Jato e que recorre em liberdade da sentença, visitará o Papa Francisco no Vaticano em uma audiência privada que deverá ocorrer no dia 12 de fevereiro.

“Vou visitar o Papa Francisco para agradecer não só pela solidariedade que teve comigo em um momento difícil, mas sobretudo pela dedicação dele ao povo oprimido. Também quero debater a experiência brasileira no combate à miséria”, afirma o tweet de Lula.

Segundo o portal de notícias português O Observador, o encontro teria sido mediado pelo presidente argentino Alberto Fernández, que visitou o Pontífice há pouco.

“O Lula pediu-me para ver o Papa. E eu pedi se ele podia receber o Lula. E ele me disse que claro e que (o Lula) lhe escrevesse porque ele, com todo prazer, o receberá", afirmou o presidente argentino em declarações recolhidas pelo O Observador.

A notícia da visita de Lula da Silva ao Vaticano gerou polêmica no Brasil, já que devido à data da viagem, o ex-presidente teria que faltar a uma audiência pública em um processo no qual é acusado de corrupção passiva pela suposta venda da Medida Provisória (MP) 471, de 2009. Esta teria favorecido com incentivos fiscais algumas montadoras de veículos no Brasil, o que é considerado crime no Código Penal do país. O Processo corre na 10ª Vara Criminal Federal de Brasília e os advogados de Lula solicitaram formalmente ao juiz Vallisney de Oliveira que a audiência seja postergada.

Os advogados de Lula argumentaram que, “conforme se procedeu durante todo o tramitar do feito, o peticionário declara que não deixará de comparecer a nenhum ato judicial para o qual a sua presença seja obrigatória”.

Segundo indica a colunista Bela Megale, em seu blog no site de O Globo, “a assessoria da 10ª Vara Federal de Brasília afirmou que está verificando uma nova data para Lula ser ouvido no âmbito da operação Zelotes ainda neste mês”. 

Papa encontra mulher que o irritou, para pedir perdão pessoalmente



Por alguns momentos, graças a um vídeo que se tornou “viral” e que o episódio havia circulado pelo mundo.

Em 31 de dezembro passado, enquanto após a celebração do Te Deum ele estava indo em direção ao presépio instalado na praça de São Pedro, o papa havia parado para cumprimentar os fiéis amontoados atrás das barricadas. Entre eles, também uma mulher de origem asiática, que, tendo conseguido apenas tocá-lo e querendo falar com ele, apertou a mão um pouco demais, empurrando-o em sua direção. A reação do papa fora instintiva, típica de alguém que tem medo de cair: uma expressão descontente no rosto e um tapa na mão do peregrino. Em resumo, uma pitada de raiva muito humana que durou um momento em que o papa se arrependeu imediatamente. Tanto que, para pedir desculpas no dia seguinte, no Angelus, em 1º de janeiro: “Muitas vezes perdemos a paciência; eu também, e peço desculpas pelo mau exemplo de ontem – ele disse -. Por esse motivo, contemplando o presépio, vemos, com os olhos da fé, o mundo renovado, livre do domínio do mal e colocado sob o senhorio real de Cristo, o Menino que jaz na manjedoura ». 

Palavra de Vida: “O pai do jovem disse em altos brados: «Eu creio! Ajuda a minha pouca fé!»” (Mc 9,24)



Jesus vai a caminho de Jerusalém, acompanhado pelos discípulos. Começara já a prepará-los para o acontecimento decisivo: a sua rejeição por parte das autoridades religiosas, a condenação à morte pelos romanos e a crucifixão, à qual se seguirá a ressurreição.

Para Pedro e para os outros que O seguiram, é algo difícil de compreender, mas o Evangelho de Marcos acompanha-nos nesta progressiva descoberta da missão de Jesus: realizar a salvação definitiva da humanidade através da fragilidade do sofrimento.

Durante o percurso, Jesus encontra muitas pessoas e torna-se próximo de cada uma nas suas tribulações. Agora vemo-Lo a atender ao pedido de ajuda de um pai, para que lhe cure o seu filho numa situação muito difícil. Provavelmente era epilético.

Para que o milagre se realize, Jesus, por seu lado, requer algo deste pai: ter fé.

O pai do jovem disse em altos brados: «Eu creio! Ajuda a minha pouca fé!»

A resposta do pai, pronunciada em voz alta perante a multidão reunida em redor de Jesus, é aparentemente contraditória. Este homem experimenta – como muitas vezes também nos acontece – a fragilidade da fé, a incapacidade de confiar plenamente no amor de Deus e no Seu projeto de felicidade sobre cada um dos Seus filhos.

Por outro lado, Deus confia no homem e nada faz sem o seu contributo, sem a sua livre adesão. Ele pede a nossa parte, ainda que pequena: reconhecer a Sua voz na consciência, confiar n’Ele e pormo-nos também nós a amar. 

domingo, 26 de janeiro de 2020

Homilética: Festa da Conversão de São Paulo (25 de janeiro): "O grande apóstolo dos gentios".




A Igreja celebra hoje a conversão de São Paulo, um dos acontecimentos mais decisivos não só para a história da Igreja, mas também para a nossa história pessoal de salvação. S. Paulo, com efeito, descreve sua conversão à fé como um “aborto”: Jesus ressuscitado, que já ascendera aos céus depois de estar por quarenta dias com seus discípulos, aparece-lhe “fora de hora”, tornando-o assim testemunha privilegiada da ressurreição. Paulo, que até despencar do cavalo no caminho de Damasco, era ferrenho perseguidor dos cristãos, experimenta hoje, com a mesma verdade com que o viveram os outros onze Apóstolos, a presença física e real de Cristo, primícias dentre os mortos. Nesse sentido, o apostolado de Paulo, fruto de uma graça especialíssima, não tem outro fundamento senão o testemunho direto de que Deus ressuscitou seu Filho muito amado para dar-nos uma vida que não acaba. Por meio desse “aborto”, pôde a fé cristã chegar pela primeira vez à Europa, à comunidade de Tessalônica. E se chegou à Europa, chegou também a Portugal, e daqui, pela graça divina, chegou por fim ao nosso país, de maneira que podemos estar seguros de que, sem Paulo, não teríamos hoje a alegria de chamar-nos cristãos. Rendamos hoje graças ao Senhor, que, compadecendo-se de Paulo, compadeceu-se também de nós, pois foi através do testemunho apostólico dele que Cristo quis trazer o Evangelho às nossas terras. — São Paulo, Apóstolo das gentes, rogai por nós! 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Por que o celibato é tão valioso? Sacerdote explica três razões fundamentais



Pe. Leandro Bonnin, sacerdote argentino conhecido por sua forte defesa da vida do nascituro e da família, explicou três razões fundamentais pelas quais o celibato é valioso para a vida da Igreja Latina; mas também, por que é pouco compreendido no ambiente secular e como pode ser totalmente realizado para que seja valorizado.

Em uma entrevista concedida à ACI Prensa, agência em espanhol do Grupo ACI, Pe. Bonnin disse que, para conhecer o valor do celibato, é necessário primeiro explicar o seu significado; indicou que, embora ser celibatário queira dizer “não contrair matrimônio”, significa “muito mais”.

"É um carisma concedido a alguns membros da Igreja e um chamado para consagrar completamente a própria vida a Deus – em primeiro lugar – e à Igreja, fazendo da própria vida um dom completo de si mesmo", disse e acrescentou que "o celibato não é negação, mas afirmação da realidade e da primazia de Deus e da liberdade humana como a capacidade da pessoa de se doar”.

Três razões pelas quais o celibato é tão valioso para a Igreja Latina

O sacerdote da província argentina de Entre Ríos e autor de vários livros, disse que a primeira razão é que o celibato "é, acima de tudo, uma imitação do estilo de vida de Jesus, que viveu como celibatário toda sua missão entre nós”.

"Se o sacerdote é o representante de Cristo Pastor, Cabeça e Esposo da Igreja, parece muito conveniente fazê-lo com sua própria opção vital", assegurou.

Em segundo lugar, disse que é valioso "porque lhe permite viver com uma disponibilidade muito maior seu serviço à Igreja como um todo".

“A vocação matrimonial é um caminho de santidade tão bonito como exigente. Pessoalmente, não sei como alguém pode compatibilizar as duas vocações, pois ambas envolvem uma entrega muito profunda e exigente. Eu seria incapaz de fazê-lo: ou negligenciaria uma, ou faria mal as duas coisas”, afirmou.

Em terceiro lugar, afirmou que o celibato é valioso por causa de "sua dimensão escatológica", isto é, "porque é um sinal que se refere aos 'últimos tempos'".

"No Céu, todos estaremos 'consagrados' completamente a Deus, pertenceremos a Ele sem mediações. O celibatário – como as mulheres que vivem a virgindade consagrada – antecipam neste mundo o que todos viveremos após a morte: pertencer completamente a Deus”, afirmou o sacerdote.

Em outro momento da entrevista, Pe. Bonnin lembrou que a Igreja Católica – como o Catecismo explica – também respeita as tradições das Igrejas Orientais “nas quais os homens casados ​​também são validamente ordenados, embora apenas para o diaconato e o presbiterado". 

“No entanto, e mesmo em meio a enormes pressões – visíveis especialmente desde a época imediatamente posterior ao Vaticano II –, reafirmou-se o grande valor profético que o celibato contém, especialmente em nossos dias. Valor profético significa que a própria existência de um homem sacerdote celibatário é uma palavra de Deus dita ao mundo atual, uma palavra que – certamente – incomoda e causa desconforto e, por isso, costuma ser atacada”, descreveu. 

Vaticano apresenta o “Domingo da Palavra de Deus”, instituído pelo Papa



Nesta sexta-feira, 17, uma coletiva no Vaticano apresentou o “Domingo da Palavra de Deus”, data instituída pelo Papa Francisco e que será celebrada pela primeira vez em 26 de janeiro de 2020.

A celebração foi anunciada em 30 de setembro passado, com a publicação da carta apostólica “Aperuit illis” (Abriu-lhes). Trata-se de uma iniciativa que o Santo Padre confia a toda a Igreja para que “a comunidade cristã se concentre sobre o grande valor que a Palavra de Deus ocupa na sua existência cotidiana”, escreve o Papa na carta.

Na conclusão do Jubileu da Misericórdia, na carta apostólica “Misericordia et misera”, Papa Francisco já havia feito uma alusão a esta perspectiva: “Seria conveniente que cada comunidade pudesse, num domingo do Ano Litúrgico, renovar o compromisso em prol da difusão, conhecimento e aprofundamento da Sagrada Escritura: um domingo dedicado inteiramente à Palavra de Deus, para compreender a riqueza inesgotável que provém daquele diálogo constante de Deus com o seu povo”.

Apresentando a iniciativa na coletiva, o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella. Ele destacou que são muitas e diversas as iniciativas pastorais que colocam no centro o conhecimento, a difusão, a reflexão e o estudo da Sagrada Escritura e, entre os exemplos, citou a Comunidade Canção Nova no Brasil.

“Este Domingo da Palavra de Deus, portanto, coloca-se como uma iniciativa pastoral de Nova Evangelização, com o escopo de reavivar a responsabilidade que os crentes têm no conhecimento da Sagrada Escritura e em mantê-la viva através de uma obra de permanente transmissão e compreensão, capaz de dar sentido à vida da Igreja nas diversas condições em se encontra”, afirmou. 

260 milhões de cristãos foram "duramente perseguidos" em 2019



Um em cada oito cristãos no mundo sofre atos de perseguição por causa de sua fé, ou seja, cerca de 260 milhões de pessoas. Estes são os dados que emergem da World Watch List 2020 da ONG Portas Abertas / Open Doors, apresentado na Câmara dos Deputados da Itália.

O relatório analisa os eventos ocorridos no mundo entre 1º de novembro de 2018 e 31 de outubro de 2019 em cem países potencialmente afetados pelo fenômeno e mostra como, em comparação com o ano anterior, os cristãos discriminados em um nível definido como “alto”, “muito alto” e “extremo” aumentaram em 15 milhões.

Em decréscimo número de cristãos assassinados

O número de cristãos assassinados diminuiu (de 4.305 para 2.983 vítimas), com a Nigéria permanecendo como o país mais perigoso para os cristãos devido a ataques das tribos Fulani e dos islamitas do Boko Haram. A República Centro-Africana em guerra ocupa o segundo lugar, e o Sri Lanka o terceiro, onde mais de 200 pessoas morreram nos ataques na Páscoa de 2019.

Excluídos da vida pública e perseguidos privadamente

“As mortes e os assassinatos diminuíram, mas é um número que geralmente varia de acordo com o ano e, portanto, é muito flutuante”, explica Cristian Nani, diretor da Portas Abertas / Open Doors. O que é constante, no entanto, é o aumento da pressão que diz respeito à vida pública e privada na comunidade e na Igreja.

“De acordo com vários parâmetros que analisamos – discriminação, violência, exclusão do trabalho, da saúde e da assistência médica, leis que proíbem a existência dos cristãos ou leis contra as conversões que são usadas contra cristãos”, explica ainda Nani, “todos estes fatores levam ao aumento da pressão em muitos Estados. Em pelo menos 73 países, os cristãos experimentam um alto nível de perseguição”. 

Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Enfermo 2020



Mensagem do Papa Francisco para o
Dia Mundial do Enfermo 2020
(11 de fevereiro de 2020)

Sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

«Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos,
que Eu hei de aliviar-vos» (Mt 11, 28)

Queridos irmãos e irmãs!

1. Estas palavras ditas por Jesus – «vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei de aliviar-vos» (Mt 11, 28) – indicam o caminho misterioso da graça, que se revela aos simples e revigora os cansados e exaustos. Tais palavras exprimem a solidariedade do Filho do Homem, Jesus Cristo, com a humanidade aflita e sofredora. Há tantas pessoas que sofrem no corpo e no espírito! A todas, convida a ir ter com Ele – «vinde a Mim» –, prometendo-lhes alívio e recuperação. «Quando Jesus pronuncia estas palavras, tem diante dos seus olhos as pessoas que encontra todos os dias pelas estradas da Galileia: muita gente simples, pobres, doentes, pecadores, marginalizados pelo ditame da lei e pelo opressivo sistema social. Este povo sempre acorreu a Ele para ouvir a sua palavra, uma palavra que incutia esperança» (Angelus, 6 de julho de 2014).

No XXVIII Dia Mundial do Doente, Jesus dirige este convite aos doentes e oprimidos, aos pobres cientes de dependerem inteiramente de Deus para a cura de que necessitam sob o peso da provação que os atingiu. A quem vive na angústia devido à sua situação de fragilidade, sofrimento e fraqueza, Jesus Cristo não impõe leis, mas, na sua misericórdia, oferece-Se a Si mesmo, isto é, a sua pessoa que dá alívio. A humanidade ferida é contemplada por Jesus com olhos que veem e observam, porque penetram em profundidade: não correm indiferentes, mas param e acolhem o homem todo e todo o homem segundo a respetiva condição de saúde, sem descartar ninguém, convidando cada um a fazer experiência de ternura entrando na vida d’Ele.

2. Porque tem Jesus Cristo estes sentimentos? Porque Ele próprio Se tornou frágil, experimentando o sofrimento humano e recebendo, por sua vez, alívio do Pai. Na verdade, só quem passa pessoalmente por esta experiência poderá ser de conforto para o outro. Várias são as formas graves de sofrimento: doenças incuráveis e crónicas, patologias psíquicas, aquelas que necessitam de reabilitação ou cuidados paliativos, as diferentes formas de deficiência, as doenças próprias da infância e da velhice, etc. Nestas circunstâncias, nota-se por vezes carência de humanidade, pelo que se revela necessário, para uma cura humana integral, personalizar o contacto com a pessoa doente acrescentando a solicitude ao tratamento. Na doença, a pessoa sente comprometidas não só a sua integridade física, mas também as várias dimensões da sua vida relacional, intelectiva, afetiva, espiritual; e por isso, além das terapias, espera amparo, solicitude, atenção, em suma, amor. Além disso, junto do doente, há uma família que sofre e pede, também ela, conforto e proximidade.

3. Queridos irmãos e irmãs enfermos, a doença coloca-vos de modo particular entre os «cansados e oprimidos» que atraem o olhar e o coração de Jesus. Daqui vem a luz para os vossos momentos de escuridão, a esperança para o vosso desalento. Convida-vos a ir ter com Ele: «Vinde». Com efeito, n’Ele encontrareis força para ultrapassar as inquietações e interrogativos que vos surgem nesta «noite» do corpo e do espírito. É verdade que Cristo não nos deixou receitas, mas, com a sua paixão, morte e ressurreição, liberta-nos da opressão do mal.

Nesta condição, precisais certamente dum lugar para vos restabelecerdes. A Igreja quer ser, cada vez mais e melhor, a «estalagem» do Bom Samaritano que é Cristo (cf. Lc 10, 34), isto é, a casa onde podeis encontrar a sua graça, que se expressa na familiaridade, no acolhimento, no alívio. Nesta casa, podereis encontrar pessoas que, tendo sido curadas pela misericórdia de Deus na sua fragilidade, saberão ajudar-vos a levar a cruz, fazendo, das próprias feridas, frestas através das quais divisar o horizonte para além da doença e receber luz e ar para a vossa vida.

Nesta obra de restabelecimento dos irmãos enfermos, insere-se o serviço dos profissionais da saúde – médicos, enfermeiros, pessoal sanitário, administrativo e auxiliar, voluntários –, pondo em ação as respetivas competências e fazendo sentir a presença de Cristo, que proporciona consolação e cuida da pessoa doente tratando das suas feridas. Mas, também eles são homens e mulheres com as suas fragilidades e até com as suas doenças. Neles se cumpre de modo particular esta verdade: «Quando recebemos o alívio e a consolação de Cristo, por nossa vez somos chamados a tornar-nos alívio e consolação para os irmãos, com atitude mansa e humilde, à imitação do Mestre» (Angelus, 6 de julho de 2014).