sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Documentário reflete sobre a situação da Igreja em tempo de pandemia



Com a pandemia do coronavírus, uma forma de prevenção adotada tem sido o isolamento social e, com isso, também a Igreja Católica sofreu as consequências e teve que adotar diferentes medidas de segurança, entre as quais o fechamento dos templos ao público; esta é a questão abordada no documentário “Igreja e Pandemia”, lançado no último domingo.

Conforme observa a sinopse do documentário, a crise do coronavírus neste ano “levou a Igreja Católica a uma situação sem precedentes”, pois, “com as portas fechadas aos fiéis, pela primeira vez na história, por motivos sanitários, o exercício da religião ficou gravemente dificultado”.

“O que o passado nos ensina? Qual a posição do clero? O que esperar do futuro?”, estas são algumas questões que o documentário busca responder.

A obra é conta com direção Lucas Monachesi, formado em Comunicação Social e graduando em História, o qual também dirigiu o documentário “In Illo Tempore”, sobre a Missa Tridentina.

Embora tenha sido lançado no último domingo, 9 de agosto, no Youtube, “Igreja e Pandemia” já alcançou um grande público, contando com mais de 2 mil visualizações até o momento.

“Para um documentário independente, feito por poucas pessoas e que conta apenas com o compartilhamento espontâneo nas redes sociais é um resultado muito acima do que eu poderia imaginar”, expressou Monachesi, acrescentando que “muitos padres vieram elogiar o trabalho e muitos leigos se sentiram representados pelas falas contidas no filme”.

O diretor explicou que a principal motivação para esta obra “foi tentar fazer um retrato histórico da Igreja neste momento de pandemia”. Segundo ele, embora agora já aja “uma flexibilização maior”, quando a ideia surgiu, “em várias cidades as igrejas estavam completamente fechadas e isso foi algo que nunca ninguém presenciou na história da Igreja”.

“É uma situação completamente estranha e que pegou a Igreja de surpresa e deixou boa parte dos fiéis sem acesso à Eucaristia e aos demais sacramentos”, indicou o diretor, ao observar que, embora a grande mídia ressalte o problema sanitário e econômico, “esquecem completamente que o aspecto religioso é muito importante para várias pessoas”.

Além disso, Monachesi chamou a atenção para outro aspecto que sofreu impactos devido à pandemia, a questão financeira das igrejas, “que dependem muito de doações e dízimos para se sustentarem” e “começaram a ter problemas para pagar as suas contas” e também com relação a suas ações caritativas.

Nesse sentido, pontuou, o documentário tenta “mostrar às pessoas que a Igreja é importante sim e que a presença física nos sacramentos é de fundamental importância para os católicos”.

Segundo ele, as pessoas devem refletir “o quão importante é a fé e como que o fechamento total das igrejas afetou o espírito das pessoas e até mesmo a vida financeira das paróquias”. 

China prende ativistas católicos que apoiam democracia em Hong Kong



As autoridades chinesas prenderam ativistas pró-democracia de Hong Kong e impuseram novas sanções aos legisladores dos Estados Unidos, como parte de uma aparente repressão às liberdades civis na cidade.

Na segunda-feira, 10 de agosto, a ativista católica pela democracia Agnes Chow, de 23 anos, e outras figuras proeminentes foram presas e acusadas de violar a nova lei de segurança nacional de Hong Kong, que entrou em vigor em 1º de julho, sem aprovação pelo legislativo municipal.

Segundo a nova lei, uma pessoa que seja condenada por secessão, subversão, terrorismo ou conspiração com forças estrangeiras receberá um mínimo de 10 anos de prisão, com possibilidade de prisão perpétua.

A definição de terrorismo contemplada neste novo regulamento inclui incêndio criminoso e atos de vandalismo em transporte público "que visem intimidar o governo de Hong Kong ou o governo chinês para fins políticos". Além disso, podem ser acusados de secessão por exibir ou anunciar slogans como "Hong Kong Livre".

A lei foi duramente criticada por líderes de vários países ocidentais, bem como por líderes católicos, que a descreveram como o fim da política de "um país, dois sistemas" acordada entre a China e a Grã-Bretanha no momento da transferência de Hong Kong.

A prisão de Chow foi informada pela primeira vez na segunda-feira por Nathan Law, um ex-líder do Demosisto, partido político pró-democracia criado pela ativista católica e que foi dissolvido pouco antes da nova lei entrar em vigor.

Hong Kong Standard informou mais tarde que Chow havia sido presa por "incitar a secessão".

Também foi preso Jimmy Lai, editor do Apple Daily, jornal chinês de Hong Kong conhecido por suas críticas abertas à ação do governo. Lai foi acusado de "conspiração estrangeira". 

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Cuba: Grupo de jovens lança a primeira rádio online católica



A Rede Católica Juvenil (RCJ) lançou a primeira rádio online católica em Cuba, que pode ser sintonizada em todo o mundo e pretende ser um espaço de oração e escuta para todos os fiéis.

RCJ Rádio "O Som da Esperança" é a primeira rádio online católica da ilha e conta com transmissão 24 horas por dia, onde informam sobre os acontecimentos da Igreja em Cuba e no mundo.

“Sintonize conosco e mantenha-se informado dos acontecimentos eclesiais nacionais e estrangeiros, ouvindo nosso Suplemento Informativo ‘Em Detalhes’ e outros conteúdos radiofônicos publicados pela RCJ”, indica a rede em seu site.

Em Cuba, a Igreja sofreu restrições à sua liberdade desde que a revolução de Fidel Castro assumiu o poder em 1959, com o confisco de propriedades, a eliminação das escolas católicas, a expulsão de sacerdotes e religiosas, entre outras medidas.

Embora certas restrições tenham sido levantadas à Igreja após a visita de São João Paulo II, em 1998, ainda tem certas limitações, como o acesso aos meios de comunicação.

Apenas em raras ocasiões o Governo permitiu que sacerdotes e bispos dessem uma mensagem pública; no entanto, essas concessões são especiais e limitam sua participação a uma data específica. 

Na França, parlamento aprova aborto até 9° mês de gestação



A Assembleia Nacional da França, equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil, aprovou na última semana uma emenda pró-aborto que pode permitir que bebês em gestação sejam abortados em qualquer momento da gravidez, seja ele o primeiro ou o último mês.

Uma das críticas sobre o projeto foi o fato da emenda ter sido aprovada com um número pequeno de votos. Apesar da Assembleia contar com 577 membros, apenas 101 votaram: 60 a favor e 37 contra. A legislação agora será encaminhada ao Senado francês para consideração.

Segundo o portal The Christian Institute, a medida basicamente permitiria a realização do aborto, sob demanda, até o nascimento para mães que sofram de “problemas psicossociais”, sem qualquer restrição. A questão, porém, é criticada por tratar o termo de forma genérica, o que poderia permitir uma liberdade para aprovar o procedimento.

Atualmente, o aborto é legalmente permitido, por qualquer motivo, até 12 semanas de gravidez na França. De acordo com relatórios de entidades oficiais, cerca de 220 mil bebês em gestação são abortados no país todos os anos. 

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

CNBB realizará Dia de Oração e Reflexão sobre o Pacto pela Vida e pelo Brasil



A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizará, no próximo 15 de agosto, o Dia de Oração e Reflexão sobre o Pacto pela Vida e pelo Brasil. O Pacto foi assinado em 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, por seis entidades representativas de diversos setores da sociedade brasileira. O documento foi lançado num período em que o Brasil se deparava com o agravamento da pandemia.

O Pacto começou a ser elaborado cerca de um mês antes, por meio de reuniões entre representantes das entidades signatárias, todas bastante preocupadas com o quadro que se agravava no país. A CNBB, seguindo a trajetória de seis décadas de compromisso evangélico com a realidade nacional, fez parte, desde o primeiro momento, das reflexões e da formulação do texto.

Porque essa preocupação

Para o arcebispo de Belo Horizonte (MG), dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB, a entidade assinou o Pacto pela vida e pelo Brasil impulsionada por sua fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo, fonte inesgotável da luz da verdade, luz indispensável para clarear caminhos e rumos novos que a sociedade brasileira precisa, com urgência, para construir um novo tempo.

Segundo ele, a missão evangelizadora da Igreja, no rico e interpelante horizonte de sua Doutrina Social, não se exime na tarefa de, em cooperação com segmentos da sociedade civil, no que lhe é próprio e devido, ajudar a superar injustiças e discriminações para com os pobres e vulneráveis, defesa dos direitos e promoção da justiça, apoio à democracia e contribuição na conquista do Bem comum. “A Igreja assim o faz, estando no coração do mundo solidária, na força do testemunho do Reino de Deus, a caminho”, afirmou.

Para o bispo auxiliar do Rio de Janeiro, dom Joel Portella Amado, secretário- geral da CNBB, não se tratava, como continua não se tratando, apenas do aspecto sanitário, ou seja, da doença em si, porém de muitos outros aspectos, entre os quais as consequências econômicas, sociais, políticas e a desinformação.

Quando juntamos tudo isso, explica dom Joel, temos uma situação que exige posicionamento. Conforme o primeiro parágrafo do Pacto, não se trata, portanto, de um único aspecto, mas de uma complexa realidade que exige “de todos, especialmente de governantes e representantes do povo, o exercício de uma cidadania guiada pelos princípios da solidariedade e da dignidade humana, assentada no diálogo maduro, corresponsável”. 

Itália legaliza abortos em casa


O último posto avançado da Itália contra o aborto caiu. No sábado, em um tweet, o ministro da Saúde, Roberto Speranza, deu às mães o “direito” de assassinar seus bebês em casa usando o produto químico RU486 .

As novas diretivas permitem abortos farmacológicos DIY até a nona semana sem hospitalização.

“É um passo importante em total conformidade com a [lei] 194, que é e continua sendo uma lei da civilização”, postou Speranza no twitter, sinalizando a vitória dos pró-aborto em uma batalha de 10 anos.

A Lei 194 , a primeira lei de aborto aprovada em 1978 na Itália predominantemente católica, permite o aborto voluntário em um hospital ou ambulatório por razões de saúde, econômicas, sociais ou familiares nos primeiros 90 dias de gestação. Após 90 dias, apenas o  aborto terapêutico é permitido.

O aborto farmacológico, introduzido em 2009 após muitas batalhas, até agora foi legal na Itália apenas nas primeiras sete semanas de amenorréia (ausência de período menstrual em uma mulher em idade reprodutiva) – a Organização Mundial da Saúde recomenda o aborto com RU486 até nove semanas.

Além disso, pela lei anterior, as mulheres em aborto farmacológico eram obrigadas a ficar internadas por três dias.

Parlamentar: Riscos ‘sérios’

As novas diretrizes permitirão que a “pílula abortiva RU486 seja tomada sem hospitalização compulsória até a nona semana de gestação”, disse o parlamentar católico pró-vida Vito Comencini ao Church Militant.

“A decisão do ministro da saúde é inaceitável”, disse Comencini, membro do Partido Lega de Matteo Salvini. “Compartilho a posição do Movimento pela Vida: com as novas diretrizes, as mulheres ficam sozinhas em uma situação que também apresenta graves riscos à saúde”.

“Eles estão tentando passar a mensagem de que o aborto é trivial. Mas não é o caso. A vida de muitos seres humanos está em jogo”, advertiu Comencini.

TALVEZ SURPREENDA QUEM AINDA IMAGINA A ITÁLIA
COMO UM PAÍS CATÓLICO,
MAS JÁ NÃO É ASSIM HÁ ALGUM TEMPO.

Embora o ministro da saúde afirmasse que o procedimento era “seguro”, o professor Gulisano alertou “não é assim porque o uso desses medicamentos sempre envolve riscos para a saúde de quem os toma”.

“Tudo é facilitado porque, do ponto de vista de quem faz essas leis, a vida do concebido não conta. Só conta a possibilidade de eliminá-la de forma rápida e quase invisível”, lamentou o médico pró-vida.

“A Itália está se adaptando à situação de muitos outros países europeus, e isso não é surpreendente. Talvez possa surpreender aqueles que ainda imaginam a Itália como um país católico, mas não é assim há algum tempo”, acrescentou Gulisano.

“As vozes dos bispos que condenarão esta lei serão muito poucas e isoladas. O Movimento pela Vida fez sentir a sua oposição, mas não há uma reação política forte que em casos como este seria indispensável”, observou.

“No parlamento, poucos opositores contestaram a lei. Enquanto isso, os expoentes da Cultura da Morte podem atuar, piorando ainda mais o grau de civilização do país”, destacou o especialista em higiene e medicina preventiva.

Gulisano também destacou que as diretrizes foram reprimidas “em um momento em que o governo ainda aplica um alto grau de pressão psicológica aos cidadãos italianos, continuando a alimentar o medo do coronavírus”. 

Bomba Atômica: por que Nagasaki, uma cidade de 63 mil católicos?



Depois de 75 anos, neste domingo, 9 de agosto, recordou-se, o dia em que, já no final da Segunda Guerra Mundial, os aliados lançaram a segunda das bombas atômicas sobre o território japonês.

Desta vez o alvo não era mais Hiroshima. Ela ainda enterrava seus mortos, fazia um computo das destruições de seus edifícios, contemplava fatos miraculosos, chorava seus mártires cristãos.

Desta vez a segunda bomba atômica da história seria lançada pelos norte-americanos sobre Nagasaki; uma cidade japonesa com uma florescente comunidade católica e que já tinha uma rica história de mártires cristãos mortos por ódio à fé nos séculos XVI e XVII.

No dia em que foi lançada a bomba atômica que chamaram de “FAT Man”, a comunidade católica de Nagasaki era composta por cerca de 63 mil almas das quais dois terços morreram.

O que dizem ter levado Nagasaki a ser atacada no lugar de Kokura

Depois da destruição de Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945, o alto comando militar americano tinha seu olhar colocado sobre a cidade de Kokura e sua intenção era destruí-la.

Mas, afirma-se ainda hoje que mudanças climáticas fizeram com que Kokura fosse poupada e Nagasaki sacrificada.

Naquela época, Nagasaki tinha 240 mil habitantes.

A bomba atirada sobre ela não caiu no centro da cidade, como era previsto; mas, mesmo assim, seu efeito foi devastador: de repente foram assassinadas 75 mil pessoas.

E nos dias seguintes o mesmo número de pessoas morreu como consequência de lesões e doenças ocasionadas pela radiação atômica. 

domingo, 9 de agosto de 2020

Batismo conferido com fórmulas modificadas é válido?


A Congregação da doutrina da Fé recorda a doutrina sobre a validade dos sacramentos
ligados com as fórmulas canônicas estabelecidas.

O Sacramento do Batismo administrado com uma fórmula modificada arbitrariamente não é válido e aqueles que o receberam desta forma devem ser batizados “de modo absoluto”, ou seja, repetindo o rito de acordo com as normas litúrgicas estabelecidas pela Igreja.

O Batismo ministrado com esta fórmula é válido?

“Em nome do pai e da mãe, do padrinho e da madrinha, dos avós, familiares, amigos, em nome da comunidade te batizamos em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Um batismo no qual tenha sido usada esta fórmula é válido?

A Congregação para a Doutrina da Fé, respondendo a duas perguntas sobre a validade de um Batismo conferido com uma fórmula arbitrária como essa, disse que não.

Numa nota doutrinal explicativa, a Congregação observa a esse propósito que “a modificação deliberada da fórmula sacramental” foi introduzida “para enfatizar o valor comunitário do Batismo, para expressar a participação da família e dos presentes e para evitar a ideia da concentração de um poder sagrado no sacerdote em detrimento dos pais e da comunidade, que a fórmula no Ritual Romano transmitiria”.

Quando alguém batiza é Cristo mesmo que batiza, Ele é “o protagonista do evento celebrado”.

Na realidade – lembra a nota citando a Constituição conciliar Sacrosantum Concilium –, “quando alguém batiza é Cristo mesmo que batiza”, Ele é “o protagonista do evento que está sendo celebrado”.

Certamente, na celebração “os pais, os padrinhos e toda a comunidade são chamados a desempenhar um papel ativo, um verdadeiro ofício litúrgico”, mas isto, segundo a determinação conciliar, implica que “cada um, ministro ou fiel, desempenhando seu próprio ofício, realize somente e tudo aquilo que, segundo a natureza do rito e as normas litúrgicas, é de sua competência” (Sacrosanctum Concilium, n. 28).

Uma antiga tentação: substituir a fórmula da Tradição por textos tidos por mais idôneos

A nota do dicastério prossegue: “Aí reaparece com motivações questionáveis de ordem pastoral, uma antiga tentação de substituir a fórmula entregue pela Tradição por outros textos julgados mais idôneos, mas “o recurso à motivação pastoral esconde, mesmo inconscientemente, uma deriva subjetivista e uma vontade manipuladora”.

O Concílio Vaticano II, na esteira do Concílio de Trento, declara “a absoluta indisponibilidade do septenário sacramental à ação da Igreja”, estabelecendo que ninguém “mesmo se sacerdote, ouse, por sua própria iniciativa, acrescentar, remover ou alterar qualquer coisa em matéria litúrgica”.

Mudar por iniciativa própria a forma celebrativa de um Sacramento torna-o inválido

De fato, “mudar por iniciativa própria a forma celebrativa de um Sacramento não constitui um simples abuso litúrgico, como uma transgressão de uma norma positiva, mas um vulnus (Grave violação do Direito) infligido ao mesmo tempo à comunhão eclesial e ao reconhecimento da ação de Cristo, que nos casos mais graves torna o próprio Sacramento inválido, porque a natureza da ação ministerial exige que se transmita fielmente o que se recebeu”.

Na celebração dos Sacramentos – explica a nota – a assembleia não age “colegialmente”, mas “ministerialmente” e o ministro “não fala como um funcionário que desempenha um papel que lhe foi confiado, mas atua ministerialmente como sinal-presença de Cristo, que age em seu Corpo, dando sua graça”.

Nesta luz “deve ser entendido o ditame tridentino sobre a necessidade do ministro de ter a intenção de pelo menos fazer o que a Igreja faz”: uma intenção que não pode permanecer “apenas em nível interior”, com o risco de subjetivismos, mas que também se expressa num “ato exterior” realizado “não em seu próprio nome, mas na pessoa de Cristo”.