domingo, 14 de fevereiro de 2021

Cuba precisa “superar o autoritarismo”, advertem católicos em carta aberta


Centenas de católicos lançaram uma carta aberta na qual criticam o regime cubano e advertem que o país precisa “de mudanças políticas” a fim de “superar o autoritarismo”.

A missiva foi assinada por católicos cubanos, entre os quais muitos sacerdotes, e também opositores do regime. O documento foi conhecido a 24 de janeiro, mas recolhido apoios na sociedade cubana e no início de fevereiro já havia sido assinado por mais de 700 pessoas.

No texto, enviado à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), denunciam que o país vive “o colapso de um modelo econômico, político e social”. Por isso, defendem a necessidade de “mudanças políticas” para “superar o autoritarismo” e alcançar o sonho de uma “República onde a plena dignidade de cada homem e mulher seja respeitada”.

Os signatários afirmam que o sistema política em vigor desde a revolução comunista no final dos anos 1950 já não é passível de reforma por se basear “numa filosofia que ignora a verdade sobre o que dá sentido pleno ao ser humano”. Segundo assinalam, este sistema “tem sido incapaz de evoluir”.

A carta apresenta um panorama sobre a vida cotidiana em Cuba, reflexo de uma difícil situação econômica, na qual os cubanos vivem “sob a constante ameaça de escassez, de preços praticamente proibitivos”.

Arcebispo Militar se nega a participar da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021


Em uma carta destinada ao Presidente da CNBB e o Núncio Apostólico, Dom Fernando Guimarães fez um alerta exemplar, de que o tempo da Quaresma não é espaço para se dialogar sobre temas polêmicos e contrários à autêntica doutrina de nossa Igreja. Comunicou que seus Capelães Militares não utilizarão o material da Campanha da Fraternidade deste ano, e informou que o valor da coleta será destinado aos pobres.

Como seria bom se todos os bispos honrassem seu juramento, assim como Dom Fernando Guimarães ao emitir esta exemplar nota!

Em uma carta datada de 8 de fevereiro deste ano, Dom Fernando Guimarães, Arcebispo do Ordinário Militar do Brasil, comunicou ao presidente da CNBB e ao Núncio Apostólico suas decisões acerca da polêmica Campanha da Fraternidade de 2021.

Logo no início da carta ele assegura que a Assistência Religiosa às Forças Armadas é ecumênica por natureza, pois precisa lidar constantemente com membros de diversos seguimentos religiosos, contudo ressalta que o diálogo inter-religioso precisa ser feito em sedes competentes e frisa que o tempo da Quaresma não é espaço para se dialogar sobre temas polêmicos e contrários à autêntica doutrina de nossa Igreja.

Ele continua relembrando aos seus irmãos de episcopado sobre o juramento que fizeram, como autênticos Mestres e guardiães do Depósito da Fé, de garantir a ortodoxia da fé seja pregada aos seus fiéis.

Apoiado nisso ele comunicou que no Ordinário Militar do Brasil, durante a quaresma deste ano, serão seguidas apenas as orientações teológico-litúrgicas próprias do tempo quaresmal e não serão utilizados quaisquer dos materiais produzidos oficialmente para a Campanha da Fraternidade deste ano.

E por fim estabeleceu que todo percentual da coleta que seria destinada à campanha da fraternidade será empregado no socorro dos pobres através de obra social reconhecida pelo Ordinariado Militar.

Leia a carta na íntegra>>>

O carnaval foi cancelado, a Quaresma não!



Por causa da pandemia do coronavírus, o carnaval no Brasil em 2021 está cancelado. Desfile de blocos, escolas de samba e trios-elétricos estão proibidos, assim como bailes e outros eventos relacionados à data.

Mesmo sendo apenas uma alteração para evitar aglomeração de pessoas, não houve uma mudança específica no calendário religioso. Apesar disso, muita gente chegou a pensar que o cancelamento do carnaval interferiria nas datas da Quaresma deste ano. Isso porque a Quarta-feira de Cinzas ocorre imediatamente após o carnaval.

De fato, a Quaresma é uma festa móvel da Igreja Católica, que é definida anualmente de acordo com a data da Páscoa, e não do carnaval.

Como se definem as datas da Quaresma e Páscoa

O filósofo Vanderlei de Lima, em artigo para a Aleteia, explicou como se chega à data de celebração da Páscoa. De sua explanação, destacamos o seguinte:

“A data da Páscoa não é calculada pelo calendário solar comum, mas, sim, pelo antigo calendário lunar, conforme prescrito no livro bíblico do Êxodo 12,1-14.”

Lima também explica como, na prática, se chega à data:

“É preciso observar, antes de tudo, o equinócio da Primavera (momento no qual o sol corta a Linha do Equador tornando os dias iguais às noites). Isso se dá duas vezes no ano: 21 e 22 de março, no hemisfério norte, e 22 e 23 de setembro no hemisfério sul. A nós interessa, é óbvio, só a primeira data, uma vez que as regras para a data da Páscoa foram elaboradas no hemisfério norte. Pois bem, basta tomar uma folhinha comum e nela observar a última lua nova anterior ao equinócio da Primavera. Feito isso, é só contar o tempo entre duas luas novas consecutivas o que dará 29 dias, 12 horas, 40 minutos e dois segundos. O primeiro Domingo após o 14º dia da primeira lua nova posterior ao equinócio da Primavera será a data da Páscoa cristã.”

Depois de definir a data da Páscoa, é preciso pensar na Quaresma:

“Uma vez encontrada a data da Páscoa, contem-se seis semanas anteriores ou 42 dias. Desse total de dias, retirem-se os seis Domingos, dado que neles não se faz jejum ou penitência. Temos, assim, 42-6 = 36. Contudo, como a Quaresma, segundo o próprio nome sugere (cf. Mt 4,1-11; Mc 1,12-13; Lc 4,1-13), compõe-se de 40 dias, acrescentam-se aos 36 dias mais quatro anteriores; ou seja, da quarta-feira, dita de Cinzas, ao sábado. Ora, o Carnaval ocorre, então, nos 4 dias anteriores à quarta-feira de Cinzas.”

Católicos promovem abaixo-assinado contra Campanha da Fraternidade



Milhares de católicos já assinaram um abaixo assinado de repúdio à Campanha da Fraternidade 2021, protestando diante dos bispos católicos, membros da CNBB, contra os absurdos encontrados no texto-base que deve ser trabalhado na maioria das paróquias.

Ao mesmo tempo que rezam pelo clero, os católicos buscam explicações sobre diversos pontos do documento da campanha deste ano que divergem da fé cristã e que, de acordo com o protesto, jamais deveria ter sido autorizado pela CNBB para trabalho em nas paróquias do Brasil.

Entre os pontos principais do protesto estão:

  • A CNBB utilizar o precioso tempo quaresmal, o qual deveria ser o ápice do crescimento espiritual e conversão para os católicos para tratar de assuntos contrários a fé católica;
  • A CNBB autorizar um texto que utiliza uma linguagem da esquerda revolucionária, inclusive termos da Ideologia de Gênero;
  • um texto que acusa de discurso de ódio e fundamentalismo religioso os católicos que se opõem ao Lobby LGBT, que ao invés de ajudar os homossexuais, ajudam a implantar ideologias totalitárias
  • um texto que acusa de serem sem caridade e sem consciência (como que fanáticos) os fiéis que não concordaram com o Lockdown nas igrejas que até no dia da publicação desta matéria deixa milhares (ou mesmo milhões) de brasileiros sem acesso aos sacramentos – principalmente da Confissão e Eucaristia;
  • um texto que apresenta Mariele Franco como mártir dos direitos humanos (ela que era do partido de extrema esquerda – PSOL, pró-aborto e militante LGBT);
  • um texto que, em sua maior parte, é de autoria de uma pastora protestante que milita publicamente em favor de causas anti-cristãs (Aborto, Ideologia de Gênero, Política Partidária de Esquerda);
  • um texto que apresenta aos católicos, como exemplo de ações práticas a serem feitas, a visita e a celebração em um Terreiro de Mãe de Santo ou Candomblé;
  • entre outras coisas

Leia o texto do Abaixo Assinado>>>

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2021: «Vamos subir a Jerusalém...» (Mt 20, 18). Quaresma: tempo para renovar fé, esperança e caridade.



MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA A QUARESMA DE 2021
 
«Vamos subir a Jerusalém...» (Mt 20, 18).
Quaresma: tempo para renovar fé, esperança e caridade.
 
Queridos irmãos e irmãs!

Jesus, ao anunciar aos discípulos a sua paixão, morte e ressurreição como cumprimento da vontade do Pai, desvenda-lhes o sentido profundo da sua missão e convida-os a associarem-se à mesma pela salvação do mundo.

Ao percorrer o caminho quaresmal que nos conduz às celebrações pascais, recordamos Aquele que «Se rebaixou a Si mesmo, tornando-Se obediente até à morte e morte de cruz» (Flp 2, 8). Neste tempo de conversão, renovamos a nossa fé, obtemos a «água viva» da esperança e recebemos com o coração aberto o amor de Deus que nos transforma em irmãos e irmãs em Cristo. Na noite de Páscoa, renovaremos as promessas do nosso Batismo, para renascer como mulheres e homens novos por obra e graça do Espírito Santo. Entretanto o itinerário da Quaresma, como aliás todo o caminho cristão, já está inteiramente sob a luz da Ressurreição que anima os sentimentos, atitudes e opções de quem deseja seguir a Cristo.

O jejum, a oração e a esmola – tal como são apresentados por Jesus na sua pregação (cf. Mt 6, 1-18) – são as condições para a nossa conversão e sua expressão. O caminho da pobreza e da privação (o jejum), a atenção e os gestos de amor pelo homem ferido (a esmola) e o diálogo filial com o Pai (a oração) permitem-nos encarnar uma fé sincera, uma esperança viva e uma caridade operosa.

1. A fé chama-nos a acolher a Verdade e a tornar-nos suas testemunhas diante de Deus e de todos os nossos irmãos e irmãs

Neste tempo de Quaresma, acolher e viver a Verdade manifestada em Cristo significa, antes de mais, deixar-nos alcançar pela Palavra de Deus, que nos é transmitida de geração em geração pela Igreja. Esta Verdade não é uma construção do intelecto, reservada a poucas mentes seletas, superiores ou ilustres, mas é uma mensagem que recebemos e podemos compreender graças à inteligência do coração, aberto à grandeza de Deus, que nos ama ainda antes de nós próprios tomarmos consciência disso. Esta Verdade é o próprio Cristo, que, assumindo completamente a nossa humanidade, Se fez Caminho – exigente, mas aberto a todos – que conduz à plenitude da Vida.

O jejum, vivido como experiência de privação, leva as pessoas que o praticam com simplicidade de coração a redescobrir o dom de Deus e a compreender a nossa realidade de criaturas que, feitas à sua imagem e semelhança, n'Ele encontram plena realização. Ao fazer experiência duma pobreza assumida, quem jejua faz-se pobre com os pobres e «acumula» a riqueza do amor recebido e partilhado. O jejum, assim entendido e praticado, ajuda a amar a Deus e ao próximo, pois, como ensina São Tomás de Aquino, o amor é um movimento que centra a minha atenção no outro, considerando-o como um só comigo mesmo [cf. Enc. Fratelli tutti (= FT), 93].

A Quaresma é um tempo para acreditar, ou seja, para receber a Deus na nossa vida permitindo-Lhe «fazer morada» em nós (cf. Jo 14, 23). Jejuar significa libertar a nossa existência de tudo o que a atravanca, inclusive da saturação de informações – verdadeiras ou falsas – e produtos de consumo, a fim de abrirmos as portas do nosso coração Àquele que vem a nós pobre de tudo, mas «cheio de graça e de verdade» (Jo 1, 14): o Filho de Deus Salvador.

2. A esperança como «água viva», que nos permite continuar o nosso caminho

A samaritana, a quem Jesus pedira de beber junto do poço, não entende quando Ele lhe diz que poderia oferecer-lhe uma «água viva» (cf. Jo 4, 10-12); e, naturalmente, a primeira coisa que lhe vem ao pensamento é a água material, ao passo que Jesus pensava no Espírito Santo, que Ele dará em abundância no Mistério Pascal e que infunde em nós a esperança que não desilude. Já quando preanuncia a sua paixão e morte, Jesus abre à esperança dizendo que «ressuscitará ao terceiro dia» (Mt 20, 19). Jesus fala-nos do futuro aberto de par em par pela misericórdia do Pai. Esperar com Ele e graças a Ele significa acreditar que, a última palavra na história, não a têm os nossos erros, as nossas violências e injustiças, nem o pecado que crucifica o Amor; significa obter do seu Coração aberto o perdão do Pai.

No contexto de preocupação em que vivemos atualmente onde tudo parece frágil e incerto, falar de esperança poderia parecer uma provocação. O tempo da Quaresma é feito para ter esperança, para voltar a dirigir o nosso olhar para a paciência de Deus, que continua a cuidar da sua Criação, não obstante nós a maltratarmos com frequência (cf. Enc. Laudato si’, 32-33.43-44). É ter esperança naquela reconciliação a que nos exorta apaixonadamente São Paulo: «Reconciliai-vos com Deus» (2 Cor 5, 20). Recebendo o perdão no Sacramento que está no centro do nosso processo de conversão, tornamo-nos, por nossa vez, propagadores do perdão: tendo-o recebido nós próprios, podemos oferecê-lo através da capacidade de viver um diálogo solícito e adotando um comportamento que conforta quem está ferido. O perdão de Deus, através também das nossas palavras e gestos, possibilita viver uma Páscoa de fraternidade.

Na Quaresma, estejamos mais atentos a «dizer palavras de incentivo, que reconfortam, consolam, fortalecem, estimulam, em vez de palavras que humilham, angustiam, irritam, desprezam» (FT, 223). Às vezes, para dar esperança, basta ser «uma pessoa amável, que deixa de lado as suas preocupações e urgências para prestar atenção, oferecer um sorriso, dizer uma palavra de estímulo, possibilitar um espaço de escuta no meio de tanta indiferença» (FT, 224).

No recolhimento e oração silenciosa, a esperança é-nos dada como inspiração e luz interior, que ilumina desafios e opções da nossa missão; por isso mesmo, é fundamental recolher-se para rezar (cf. Mt 6, 6) e encontrar, no segredo, o Pai da ternura.

Viver uma Quaresma com esperança significa sentir que, em Jesus Cristo, somos testemunhas do tempo novo em que Deus renova todas as coisas (cf. Ap 21, 1-6), «sempre dispostos a dar a razão da [nossa] esperança a todo aquele que [no-la] peça» (1 Ped 3, 15): a razão é Cristo, que dá a sua vida na cruz e Deus ressuscita ao terceiro dia.

Salesianos se pronunciam contra Centro Dom Bosco, mas silenciam sobre “casamento de transexuais”



Na mesma semana em que o Centro Dom Bosco publicou denúncias gravíssimas sobre a Campanha da Fraternidade, um padre salesiano presidiu um suposto casamento religioso entre um homem e uma transexual. Uma profanação em toda a regra e um escândalo denunciado à Santa Sé.

Diante das polêmicas denúncias sobre campanha da Fraternidade 2021 a Rede Salesiana Brasil emitiu uma nota de esclarecimento através de suas redes sociais se desvinculando do Centro Dom Bosco: “embora utilize o nome Dom Bosco, não representa e jamais representou os Salesianos de Dom Bosco, tampouco a Família Salesiana no Brasil”.

E continua: “Feitos tais esclareci-mentos, a REDE SALESIANA BRASIL renova a firme e inabalável comunhão com a Igreja Católica Apostólica Romana, o Papa Francisco e os Bispos do Brasil…”

Leia a nota na íntegra:



Em resposta à nota publicada pela rede salesiana Brasil, o Centro Dom Bosco também publicou uma nota de esclarecimento.

Leia a nota:



Contudo, ao mesmo tempo que foram velozes em “condenar indiretamente” uma legítima manifestação de leigos, que por sinal é prevista pelo código de direito canônico como sendo um direito e um dever, não fizeram nenhum comentário, até este momento, sobre a polêmica que surgiu depois que Pe. Fabián Colman presidiu o suposto casamento da transexual identificada como Victoria Castro, de 46 anos, e Pablo López Silva, de 54 anos.

Segundo o jornal argentino Clarín, o suposto “casamento” de Castro e López Silva não foi registrado como tal “nos documentos eclesiásticos porque as normas do direito canônico” o impedem. Eles se casaram no civil em 2011, antes da “transição” de Castro.

O Clarín indica que ambos são funcionários do Governo da província de Tierra del Fuego: Castro na Secretaria de Diversidade da província, enquanto López Silva é secretário de Educação. A cerimônia também contou com a presença do governador provincial Gustavo Melella.

ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, procurou nestes dias uma declaração do sacerdote envolvido ou das autoridades salesianas, mas não encontrou resposta.

EUA: Bispos ajustam uma tradução do Missal Romano por inquietude do Vaticano



A Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) decretou na semana passada que a tradução para o inglês da conclusão das orações de coleta do Missal Romano será modificada a partir de 17 de fevereiro, dia em que se celebra a Quarta-feira de Cinzas.

As palavras "one God, for ever and ever" (um Deus, pelos séculos dos séculos) serão substituídas por "God, for ever and ever" (Deus, pelos séculos dos séculos), removendo a palavra "one" (um).

A decisão segue uma carta enviada em maio de 2020 às conferências episcopais de língua inglesa pelo Cardeal Robert Sarah, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, abordando uma preocupação sobre a tradução para o inglês.

Até agora, as palavras latinas "Deus, per omnia sæcula sæculorum" haviam sido traduzidas em inglês como "um só Deus, pelos séculos dos séculos".

Em 4 de fevereiro, o Comitê de Adoração Divina da USCCB indicou que o Cardeal Sarah havia observado que "não se menciona 'um' em latim, e 'Deus' no texto latino se refere a Cristo...". “O cardeal prefeito destacou a importância de afirmar esta verdade cristológica em meio ao pluralismo religioso do mundo atual”.

A nota acrescentou que os missais escritos à mão em inglês que precederam o Concílio Vaticano II "refletiam a tradução corrigida, no entanto, quando os textos pós-conciliares foram publicados em inglês, a palavra 'um' foi adicionada".

O Sacramentário Inglês-Latim, um missal publicado em 1966 durante o período de transição da Missa Tradicional em Latim ao Novus Ordo, omitiu a palavra "um" na conclusão das coletas. A tradução ao inglês encontrada em “The English-Latin Sacramentary” era propriedade de PJ Kennedy & Sons e havia sido aprovada pela Conferência Nacional dos Bispos, em 3 de setembro de 1965.

O comitê da USCCB escreveu em sua nota de 4 de fevereiro que “deve-se notar que quando a tradução do Missal atualmente em uso estava em andamento, ICEL [a Comissão Internacional para o Inglês na Liturgia] assinalou a discrepância para a Congregação em Roma, mas foi-lhe dito para manter o uso de 'um só Deus' na nova tradução".

A nota indica que os bispos de rito latino dos Estados Unidos votaram para emendar a versão do país da Instrução Geral do Missal Romano para refletir a mudança, e que foi confirmado pela Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos.

O comitê da USCCB indicou que a palavra "um" "corre o risco de sugerir que Jesus se tornou um deus independente da Santíssima Trindade e é um deus entre muitos... o que rezamos deve expressar o que a Igreja acredita, exigindo que, em fórmulas litúrgicas, defendam a doutrina da Santíssima Trindade”.

Silêncio de Salesianos após polêmica sobre "casamento" de transexuais na Argentina



Até agora os Salesianos da Argentina não se manifestaram sobre a polêmica que surgiu depois que Pe. Fabián Colman presidiu o suposto casamento da transexual identificada como Victoria Castro, de 46 anos, e Pablo López Silva, de 54 anos.

Segundo o jornal argentino Clarín, o suposto “casamento” de Castro e López Silva não foi registrado como tal "nos documentos eclesiásticos porque as normas do direito canônico” o impedem. Eles se casaram no civil em 2011, antes da "transição" de Castro.

O Clarín indica que ambos são funcionários do Governo da província de Tierra del Fuego: Castro na Secretaria de Diversidade da província, enquanto López Silva é secretário de Educação. A cerimônia também contou com a presença do governador provincial Gustavo Melella.

ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, procurou nestes dias uma declaração do sacerdote envolvido ou das autoridades salesianas, mas não encontrou resposta.

No dia 8 de fevereiro, após ligar para a casa provincial de Buenos Aires, cujo edifício ficará fechado até 31 de março, segundo mensagem de voz, esta agência enviou um e-mail para o endereço indicado na mesma mensagem para perguntar se houve alguma sanção ou medida em relação ao Pe. Colman. O e-mail não teve resposta.

ACI Prensa enviou um e-mail semelhante para o endereço indicado na página DonBoscosur.org e também não recebeu uma resposta.

Ao serem contatados no dia 9 de fevereiro, pela página do Facebook, os Salesianos pediram que entrássemos em contato com o endereço de e-mail que já havíamos escrito. Ao solicitar um número de telefone, fomos orientados a "escrever para o e-mail indicado acima".

No dia 9 de fevereiro, ACI Prensa enviou um e-mail ao endereço pessoal do Pe. Darío Perera Pereira, Provincial da Inspetoria Salesiana da Argentina Sul e, até a publicação desta nota, não houve resposta.

Na quarta-feira, 10 de fevereiro, voltou a solicitar uma resposta sobre se houve ou não uma sanção ao Pe. Colman, mais uma vez, não houve resposta.

ACI Prensa telefonou para a paróquia Nossa Senhora das Mercês, em Ushuaia, na província de Tierra del Fuego, onde o Pe. Colman foi pároco desde junho de 2019.

Ao ser perguntada sobre a solenidade do sábado, 6 de fevereiro, uma mulher que trabalha lá disse que "não estou autorizada a dar nenhuma informação sobre este tema, sou funcionária".

“Pe. Colman não é mais pároco aqui. Pe. Fabián Colman não está mais em Ushuaia, já não é mais o nosso pároco”, acrescentou.

Com efeito, e embora ainda esteja listado como pároco na página do Facebook da paróquia, Pe. Colman não é mais pároco de Nossa Senhora das Mercês. O anúncio foi feito no dia 8 de dezembro em suas redes sociais: “À minha comunidade de Ushuaia, à minha família, aos meus amigos, compartilho que a partir de 2021 me unirei à comunidade salesiana de Chos Malal (norte de Neuquén)”.

O novo pároco em Ushuaia é o Pe. Daniel Martínez, que segundo a mulher que atendeu na paróquia, não estava.

Em 9 de fevereiro, ACI Prensa telefonou para a Diocese de Río Gallegos, à qual pertence a paróquia Nossa Senhora das Mercês, para pedir a Dom Jorge García Cuervas uma declaração sobre o evento presidido pelo Pe. Colman. A secretaria indicou que "se é sobre este tema (do falso casamento), a única resposta que o bispo está dando e que vai dar sobre isso é o comunicado que já emitiu de maneira oficial”.