Bispos católicos se manifestam contra carta anônima de bispos comunistas, que critica o atual governo do presidente Bolsonaro.
Muitos estão perguntando sobre uma Carta divulgada por um grupo que se apresenta como “Bispos do diálogo pelo Reino”.
Um grupo de “bispos” lançou, na manhã desta segunda-feira (24), uma carta contra a reeleição de Jair Bolsonaro (PL) à Presidência da República, sem citar diretamente o presidente, mas se referindo ao governo atual.
Intitulado “Bispos do Diálogo pelo Reino”, se supõe que o coletivo reúne bispos da Igreja Católica de várias regiões do Brasil e, no documento, afirma que o segundo turno das eleições coloca a população brasileira “diante de um desafio dramático” que não permite a neutralidade.
Afirmam ainda que o atual governo supostamente “virou as costas para a população mais carente, principalmente no tempo da pandemia”, e que, junto de seus apoiadores, abusou “do nome de Deus para legitimar seus atos e ainda o usam para fins eleitorais”, condenando ainda a disseminação de fatos inverídicos.
Contrapondo essa carta, uma nova carta foi divulgada por um novo grupo de bispos fiéis ao Papa Francisco com o seguinte título: PAZ E HARMONIA EM ÉPOCA DE ELEIÇÕES – Sobre a carta de um grupo que se intitula “Bispos do Diálogo pelo Reino”. Leia na íntegra:
“Que todos sejam um como eu e Tu, ó Pai, somos um, para que o mundo creia”
(João 17, 21).
Muitos estão perguntando sobre uma Carta divulgada por um grupo que se apresenta como “Bispos do diálogo pelo Reino”.
Em plena sintonia com o Amado Papa Francisco, que deseja ardentemente uma Igreja sinodal, o que significa uma igreja unida, cujos membros procuram caminhar juntos, à luz da palavra de Cristo: “Que todos sejam um, como eu e Tu, Pai, somos um, para que o mundo creia” (Jo 17, 21); ouvindo sua sabia homilia pronunciada no dia 11 de outubro passado na celebração dos 60 anos da abertura do Concílio Vaticano II; também em sintonia com a CNBB que reúne todos os bispos católicos do Brasil, independente de posições políticas; respeitando a opinião de cada um, dentro do espírito de diálogo fraterno; esclarecemos o seguinte:
1) A referida carta divulgada no dia 25 de outubro não é texto oficial da CNBB, nem da Igreja em seu sentido mais amplo. É uma posição de alguns bispos cujos nomes não sabemos.
2) A CNBB goza de paz entre seus membros no que há de essencial na fraternidade episcopal e nas questões de fé, mas respeita opiniões e opções políticas, havendo grupos diferentes, com numerosos bispos de um lado e de outro, sem imposição de ideias. Podemos dizer que há unidade no essencial, mas não há, nem precisa haver, uniformidade nas opções políticas. Hoje há menos uniformidade que no passado, pois o grupo de opiniões políticas diferentes tem aumentado.
3) Independente das posições políticas, somos todos fiéis ao Papa Francisco e comprometidos com a colegialidade episcopal na CNBB, não podendo um grupo se considerar superior ao outro, ou mais fiel que o outro.
4) Respeitosamente, julgamos que a linguagem da mencionada carta não ajuda a fraternidade sinodal, porquanto ataca pessoas a partir de uma ótica unilateral e fechada. A linguagem dos Pastores não deve ser essa. Vejamos que o Papa Francisco tem inúmeros textos sobre questões sociais, mas nunca atinge pessoas, nem direta nem indiretamente, mas trabalha com ideias, sempre respeitosamente, como é tradição da Igreja.
5) Embora a carta condene o uso da religião para fins eleitoreiros, ela mesma acaba utilizando do mesmo método, porquanto usa da autoridade episcopal para induzir os votos dos fiéis.
6) Vários bispos estão tristes com esse uso indevido do nome da CNBB e do Papa Francisco, dando a impressão de que somente este referido grupo é que está em plena comunhão com o Papa e com a CNBB, o que não corresponde à verdade.
7) Caro eleitor cristão, seja muito fiel à Igreja e respeite sempre seus Pastores, porém, em questões políticas você é livre para escolher seus candidatos. Sobretudo, você deve rezar, pedir as luzes do alto para votar. Ponha-se diante de Deus, com o coração em paz, análise qual o candidato, segundo a sua consciência, esteja mais de acordo com os princípios de sua fé católica e confira-lhe seu voto.
Em sintonia com o coração do Papa Francisco, pedimos a intercessão de Nossa Senhora Aparecida para que sejam eliminados de nosso meio todo ódio, toda intolerância, toda violência, reine a paz e o respeito mútuo.
Deus o (a) abençoe e lhe dê serenidade.
Um grupo de bispos que trabalham pela harmonia sinodal na construção do Reino de Deus entre nós!
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Templário de Maria
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