sábado, 7 de abril de 2012

Vigília Pascal - Ano B


1. Hoje é o grande dia da Vigília Pascal: a vida venceu para sempre a morte.
Duelaram forte e mais forte, mas é a vida que vence a morte.
O amor supera e vence a morte. O amor sempre supera tudo.

2. O silêncio da Vigília Pascal está grávido de aleluias!
Os que crêem no Cristo já podem preparar a festa como as mulheres que, ao contemplar de longe o lugar em que depositaram o corpo de Jesus, teimavam em crer que a vida é mais forte, e foram premiadas por sua fé e coragem.

3. Vitória! Nosso maior e último inimigo foi vencido!
As portas – da Vida que não termina – foram abertas pelo primogênito dentre os mortos.
Surge brilhante a estrela da manhã!  


I. – Os Símbolos Pascais
4. O simbolismo do fogo

4.1. O fogo, reconhecido pelos antigos como um dos quatro elementos do mundo, é um princípio ativo.

4.2. Suas características são certa “materialidade” e certa “espiritualidade” que o tornam próximo a Deus.

4.3. Tem capacidade de purificar e regenerar. Os ritos de purificação são bem conhecidos, como as queimadas para limpar o terreno para o plantio, o crisol onde são purificados os metais, entre outros.

4.4. Em sentido translato, o fogo representa o amor, as paixões que se aninham nos corações.
4.5. O fogo purifica, aquece e ilumina. Na Bíblia, o fogo é sinal da presença e da ação de Deus no mundo. É expressão de santidade e transcendência divinas. (Ex 3,2ss: a sarça ardente).

4.6. As teofanias sob a forma de fogo marcam momentos ímpares da revelação de Deus: no Sinai (19,18ss). São também importantes do ponto de vista da vocação de alguns profetas: Isaías – Is 6,6; Ezequiel – Ez 1,4; Eliseu – 2Rs 2,11.

4.7. Na liturgia da Vigília Pascal, o fogo representa a grande teofania de Deus: a nova criação realizada na ressurreição de Jesus.

5. O simbolismo da luz

5.1. A luz é força fecundante, condição indispensável para que haja vida. As trevas são símbolo do mal, da infelicidade, da perdição e da morte. A luz exalta o que é belo e bom.

5.2. Na Bíblia, Deus é luz: – O Senhor é minha luz e salvação – Sl 27,1;
- o povo que caminhava nas trevas, viu uma grande luz – Is 9,1). Jesus é a luz do mundo: – enquanto estou no mundo, eu sou a luz do mundo – Jo 9,5).
- Eu sou a luz do mundo, quem me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida – Jo 8,12;

5.3. – Quem crê se torna luz: – vós sois a luz do mundo – Mt 5,14;
- reflexo da luz de Cristo: – o mesmo Deus que mandou a luz brilhar na treva, iluminou as vossas mentes, para que brilhe no rosto de Cristo a manifestação da glória de Deus – 2Cor 4,6.
- A vida inspirada pela fé é um caminhar na luz: – …. já brilha a luz verdadeira. Quem diz que está na luz, mas odeia seu irmão continua em trevas…” – 1Jo 2,8-11.
- A transfiguração de Jesus, – manifestação de sua filiação divina, – é uma antecipação da glória pascal que ilumina os que crêem.

5.4. Dentre os simbolismos que derivam da luz e do fogo, o Círio Pascal é a expressão mais forte por sua riqueza de significados. É a fusão da lua cheia de Nisan (símbolo da salvação pascal) com o rito da luz (quando à tardinha, os hebreus acendiam as lâmpadas), que é uma ação de graças pelo dom da luz.

5.5. Representa Cristo Ressuscitado,
- vencedor das trevas e da morte (os cravos do círio),
- Senhor da história (os algarismos),
- princípio e fim (A e Z),
- sol que não conhece ocaso.
É aceso com o fogo novo, produzido em plena escuridão, pois na Páscoa tudo renasce.

5.6. A tipologia da luz é descrita no “canto do Exultet” que forma um todo orgânico com o anúncio da libertação pascal. A aclamação “Eis a luz de Cristo!” é um memorial da Páscoa. A procissão com o Círio marca a presença de Cristo no meio do seu povo.

6. O simbolismo da água

6.1. A água é símbolo da vida. Sem água não há vida de forma alguma. Representa a eficácia do sangue redentor de Cristo comparado à água que lava.

6.2. A imersão do Círio Pascal na água é a união do elemento divino com o humano, a força fecundante de Cristo, – gerador de vida nova, – para que todos os que se banharem nessa água fecundada se tornem filhos de Deus.

6.3. A água simboliza a vida, fertiliza a terra, mata a nossa sede, lava-nos e purifica-nos… Lembra a imersão batismal pela qual nos tornamos filhos de Deus. Representa o novo  nascimento: “quem não renascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3,5). Na celebração eucarística mistura-se a água (=nossa humanidade) com o vinho (=divindade). Do lado aberto de Cristo na cruz, traspassado pela lança, “saiu sangue e água” (Jo 19,34). Do interior de quem crê em Jesus – morto e ressuscitado – “fluirão rios de água viva” (Jo 7,38).

7. O simbolismo da cor branca

7.1. Embora os símbolos fortes e marcantes da Vigília Pascal sejam o fogo, a luz e a água, queremos também lembrar o simbolismo da cor branca que predominará durante todo o tempo pascal.

7.2. O branco é a cor da alegria e da festividade. Coélet , o pregador, dá o conselho: “vai, come teu pão com alegria e bebe gostosamente o teu vinho … que tuas vestes sejam brancas em todo tempo e nunca falte perfume sobre a tua cabeça” (Eclesiastes 9,7s). Segundo a lei mosaica, era prescrito um fino linho branco para os tecidos do santuário (Ex 26,1; 27,9). Também para as vestes dos sacerdotes “empregarão ouro, púrpura escarlate, carmesin e linho fino branco (Ex 28, 5-8): a túnica e o turbante devem ser confeccionados inteiros com linho branco (Ex 28,39). Na visão de Daniel, Deus aparece como “Ancião”: “suas vestes eram brancas como a neve; e os cabelos de sua cabeça, alvos como a lã ” (Dn 7,9).

7.3. No monte da transfiguração, a face de Cristo ficou brilhante como o sol, “e as suas vestes tornaram-se alvas como a luz” (Mt 17,2). “Suas vestes tornaram-se resplandecentes, extremamente brancas, de alvura tal como nenhuma lavadeira na terra as poderia alvejar” (Mc 9,3). Os anjos presentes na ressurreição do Senhor sentavam-se, “vestidos de branco” junto ao sepulcro (Jo 20,12). No Apocalipse a cor branca simboliza a pureza perfeita e a glória inacessível. Aqueles que entram na Jerusalém celeste, vindos da grande tribulação, “lava ram suas vestes e alvejaram-nas no sangue do Cordeiro” (Ap 7,13s). (ex Lurker M., Dicionário de figuras e símbolos bíblicos, Paulus, 2ª.ed., 2006).

7.4. Os paramentos brancos anunciam a vitória sobre o mal… e a paz que Jesus Ressuscitado nos dá. Apontam para o viver revestido dos mesmos sentimentos de Jesus: “como escolhidos de Deus, santos e amados, vistam-se de sentimentos de compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência …” (Cl 3,12). As vestes brancas identificam os que são fiéis a Jesus e estão inscritos no Livro da Vida (Ap 3,4-5).
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Fonte: parte extraída de http://www.celebrando.org.br/reflexao-dominical/ano-b/vigilia-pascal-ano-b/

Mensagem de Páscoa aos leigos do Brasil


O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB, dom Severino Clasen, enviou uma mensagem de Páscoa para todos os leigos da Igreja no Brasil. No texto, ele destaca a missão de cada cristão de anunciar o Cristo Ressuscitado a todas as pessoas. Confira a íntegra da mensagem a seguir:

Cristo ressuscitou, eis a nossa grande alegria!

Estimadas leigas e leigos, bispos, padres, diáconos, religiosas e religiosos, leigas consagradas, CEBs, Conselho dos Leigos, CEFEP, associações laicais e novas comunidades, enfim, todas as formas de chamados à vida cristã.

Tomados pela grande esperança e iluminados pela penitência quaresmal, chegou a hora de celebrar solenemente o anúncio da ressurreição de Cristo, “Ele está no meio de nós”. Eis agora a nossa missão, anunciar o Cristo ressuscitado a todas as pessoas.  Pelo dom do batismo, temos essa missão. A nossa satisfação na vida consiste em viver e deixar-se conduzir pelos mesmos sentimentos de nosso Senhor Jesus Cristo, morto na cruz e ressuscitado no primeiro dia da semana.

Comemorando os 50 anos do Concílio Vaticano II, eis um dentre tantos outros frutos produzidos, num dos seus documentos sobre o apostolado dos leigos e leigas, Apostolicam Actuositatem: “Sendo Cristo, enviado pelo Pai, fonte e origem de todo o apostolado da Igreja, é evidente que a fecundidade do apostolado da Igreja depende da sua união vital com Cristo, como diz o  Senhor: “aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto; porque, sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15,5) [...] Desta forma é necessário que os leigos, com prontidão e alegria de espírito, progridam na santidade, esforçando-se por superar as dificuldades, com prudência e paciência. Nem os cuidados familiares nem os outros negócios seculares devem ser estranhos à orientação espiritual da vida, segundo a palavra do Apóstolo: “tudo o que fizerdes de palavra ou ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, por ele dando graças a Deus Pai” (Cl 3,17). Tal vida exige contínuo exercício da fé, da esperança e da caridade. Só pela luz da fé e meditação da palavra de Deus é possível, sempre e em toda a parte, reconhecer Deus no qual “vivemos, nos movemos e somos” (At 17,28), procurar a sua vontade em todo o acontecimento, ver Cristo em todos os homens, quer próximos, quer afastados, ter um conceito do verdadeiro significado e do valor das coisas temporais, em si mesmas e em ordem ao fim do homem.

Os que possuem esta fé vivem na esperança da revelação dos filhos de Deus, lembrados da cruz e da ressurreição do Senhor” (A.A. 4).

Com essa belíssima mensagem, a Comissão Pastoral Episcopal para o Laicato, quer desejar a todos e a todas as redobradas bênçãos e verdadeiros sentimentos de alegria pela festa da Páscoa do Senhor. Sejamos os verdadeiros e alegres testemunhas da ressurreição do Senhor com nossas vidas e contagiemos toda a sociedade com a sincera vida digna, justa e fiel ao Senhor. Que o nosso apostolado dentro da Igreja e dentro da sociedade traga frutos de profundas mudanças, reconquistando a justiça, a fidelidade, a honestidade e a sensibilidade fraterna entre todos nós, seres humanos, em harmonia com toda a criação. Façamos a bela experiência de Maria em receber em nossas vidas a verdade e certeza de que Cristo ressuscitou e agora está no meio de nós.
 
Feliz Páscoa!
 
Dom Frei Severino Clasen, OFM
Bispo de Caçador - SC
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Indulgências da Via-Sacra


Além dos méritos adquiridos pelo exercício da Via Sacra, podemos também facilmente ser beneficiados pelas indulgências concedidas pela Igreja a quem cumprir determinadas condições.
 


Pela obtenção de indulgências nos é perdoada total ou parcialmente a pena devida pelos nossos pecados, ou seja, o Purgatório após a morte. As indulgências podem também ser aplicadas às almas de pessoas já falecidas.


Pode-se obter indulgência plenária rezando a Via Sacra de acordo com o costume, que consiste em fazer as leituras, orações e meditações de cada Estação diante do respectivo quadro, ou cruz, colocados habitualmente ao longo das paredes das igrejas. Quando a Via Sacra é rezada em conjunto e há dificuldade de todos se movimentarem ordenadamente, de uma Estação para outra, basta que o dirigente se desloque.

É necessário ainda, além da repulsa de todo o afeto a qualquer pecado, até venial, o cumprimento das três condições seguintes: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice (costuma-se rezar um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e um Glória). Uma confissão pode valer para se obterem todas as indulgências plenárias durante o período de um mês.

Mons. João S. Clá Dias, EP
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Fonte: http://www.arautos.org.br/noticias/25580/-Artigo--Indulgencias-da-Via-Sacra.html

quinta-feira, 5 de abril de 2012

O lava-pés


A quaresma é tempo de fazer "caminho" com Jesus, para chegar à Ressurreição. Fazer caminho significa conversão e seguimento. A quaresma sempre nos propõe a olhar os gestos de Jesus e para uma verdadeira conversão.

O que significa converter-se num mundo que nos propõe todas as facilidades para viver globalmente o individualismo?

Jesus ao percorrer o caminho da cruz não pensa nele, nas suas dores, mas nas dores de tantos crucificados como Ele, que buscam a Ressurreição. A cruz é sinal de conversão, mudança, transformação para a conquista de mais vida.

Páscoa é passar de uma vida centrada sobre nos mesmos, sobre o nosso egoísmo, para uma vida solidária com os muitos irmãos marginalizados em nossa sociedade. Portanto, o anúncio cristão não pára na cruz. No meio de nós está presente Jesus, o Ressuscitado, o Deus vivo. Antes de tomar o caminho da cruz, Jesus nos apresenta uma proposta de vida, que é um programa de conversão: o lava-pés. O lava-pés traduz toda a vida de Jesus: o amor. "Ele, que tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim" (Jo 13, 1) ou seja até as últimas conseqüências do gesto de amar, isto é, até a cruz: "Tudo está realizado" (Jo 19,30).

Vamos acompanhar os gestos praticados por Jesus no lava-pés (Jo 13, 4-11). Este aconteceu numa refeição. Estar ao redor de uma mesa é sentar-se e partilhar as alegrias, as angústias, as emoções..., também algo para comer.

- Jesus levantou-se da mesa. Ele nos diz que é preciso sair do nosso egoísmo, mobilizar-se, ir ao encontro dos outros.

- Tirou o manto. Jesus se esvazia de si mesmo e coloca-se na condição de servo. Ele nos ensina sobre a necessidade de despojar-se de tudo o que divide, dos fechamentos, das barreiras, dos medos, das inseguranças, que nos bloqueiam na prática do bem.

- Pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. Jesus põe o avental para servir. "Aquele que era de condição divina, humilhou-se a si mesmo" (Fl 2, 6-8). Ele nos propõe o uso do avental do servir na disponibilidade, e na generosidade, e ainda do comprometer-se com os mais necessitados e colocar-se em último lugar.

- Colocou água na bacia. Jesus usa instrumentos da cultura do povo: água e bacia. Repete um gesto que era feito pelos escravos ou pelas mulheres. Ele quer nos dizer que para anunciar sua proposta é preciso entender, conhecer, assumir o que o povo vive, sofre, sonha...

- E começou a lavar os pés dos discípulos. Para lavar os pés Jesus se inclina, olha, percebe e acolhe a reação de cada discípulo. Com o lavar os pés, Jesus nos compromete a acolher os outros com alegria, sem discriminações, a escutar com paciência, a partilhar os nossos dons...

- Enxugando com a toalha que tinha na cintura. Jesus enxuga os pés calejados, rudes e descalços de seus discípulos. São muitos os gestos que Jesus nos convida a praticar para amenizar os calos das dores de tantos irmãos: visita a doentes e idosos, organizar-se para atender crianças de rua, uma palavra de ânimo a aidéticos, valorização de nossos irmãos indígenas...

Diante da prática de Jesus podemos nos perguntar: Quais os gestos concretos que nós como cristãos/ãs e catequistas, vamos assumir? Será que esta Páscoa pode ser igual a outras tantas?

Queremos ser a Igreja do avental, que se coloca a serviço na defesa dos que mais sofrem, dos que não têm defesa. Vamos com coragem vestir o avental do servir na alegria e testemunhar todos os gestos praticados por Jesus. Só assim poderemos realizar sempre a festa da Ressurreição. Feliz Páscoa!

Ir. Marlene Bertoldi
www.portalcatolico.org.br
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Fonte: http://www.catequisar.com.br/texto/materia/celebracoes/semanasanta/12.htm

Dioceses do Maranhão recebem os símbolos da JMJ


Os Símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) chegaram à diocese de Caxias do Norte (MA) por volta das 23h do dia 31 de março. Iniciou-se na cidade de Timon uma grande peregrinação da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora. As celebrações e as vigílias da noite foram marcadas por orações e testemunhos.

No dia 1° de abril, a juventude e o povo de Deus, somando oito mil pessoas das quatro paróquias da cidade, tomaram conta das ruas e caminharam em procissão para a celebração de Domingo de Ramos. Os jovens da Fazenda da Paz (instituição de recuperação de dependentes químicos) carregaram a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora no percurso pelo qual milhares de pessoas passaram para rezar.

Na tarde do mesmo dia, o momento que tomou conta do coração das pessoas foi a entrada dos Símbolos na cadeia de Timon, onde os 250 presos puderam tocá-los e rezar diante deles, dando um testemunho de fé e agradecendo à Igreja por ter preocupado com eles.


Em seguida a Cruz e o Ícone, acompanhados de 200 carros, partiram em carreata para a cidade de Caxias. Os Símbolos foram acolhidos por milhares de pessoas com seus altares nas portas e janelas das casas. O parque da cidade foi tomado por uma multidão de 15 mil pessoas que caminharam três quilômetros até chegar à Praça da Catedral, onde mais 20 mil pessoas esperavam. Lá, dom Vilson Basso, bispo de Caxias e referencial da juventude no Regional Nordeste 5 (Maranhão), celebrou a missa.

A 5h da manhã do dia 2 de abril, os Símbolos continuaram peregrinando pela cidade. Carregados pelos jovens voluntários, eles foram até o Batalhão do Exército de Caxias e até a Polícia Militar. Vinte jovens do Exército e mais dez da policia militar carregaram a Cruz e o Ícone até a Praça da Catedral, onde 20 mil estudantes os esperavam para rezar e fazer sua procissão. Para poder acolher a Cruz, foi decretado feriado municipal.

Durante a caminhada com os estudantes, dom Vilson pedia para parar o trio elétrico diante de hospitais, creches, repartições publicas, do comércio, do centro cultural, e ia abençoando cada um desses lugares, deixando uma mensagem de amor e paz. Na tarde do mesmo, dia os Símbolos passaram pela cadeia de Caxias e, em seguida, se encontraram com os universitários, num momento em que a oração e o testemunho tomaram conta dos jovens e professores. A noite começou a vigília na Catedral, onde muitos jovens testemunharam a sua fé.

Na terça, 3 de abril, por volta de 4h da madrugada, começou a missa de envio e milhares de pessoas se despediram da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora.

Segundo o padre Toninho Ramos, assessor nacional da Juventude, o calor humano foi contagiante. “Passei 24h rezando com os jovens e seguindo os Ícones da JMJ. Na Procissão de Ramos, num calor de 35 graus, Nosso Senhor Jesus tocava profundamente o coração daquelas oito mil pessoas que caminhavam incansavelmente seguindo os Símbolos da JMJ em Timon. Como se não bastasse, a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora foram levados pelos jovens para dentro da cadeia, e ao ver tantos jovens na prisão meu coração sangrou. Os jovens presos pediam a Deus que os tirasse daquela cadeia e mesmo com uma dor muito grande, perguntei ao jovem Rafael pelo buraco da grade da prisão, qual era a esperança dele. Resposta dele foi: ‘Deus é mais e ele vai me tirar daqui e vou começar uma vida nova’. Nesse momento chorei, porque sei que nas cadeias do Brasil a maioria dos presos são jovens e, assim como esses presos de Caxias do Norte, também milhares de jovens sonham e gritam por liberdade”, enfatizou o padre Toninho.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Roteiro prático para uma boa e santa confissão


Instruções para fazer bem o exame de consciência. 

Jesus, conhecendo a nossa fraqueza e sabendo que poderíamos cair, instituiu o Sacramento da Confissão para nos perdoar os pecados. Foi Jesus quem deu aos padres o poder de perdoar os nossos pecados; Jesus falou: "Os pecados a quem perdoardes serão perdoados". ( Jo 20, 19- 23).

Só a confissão bem feita é que perdoa os pecados. Para a confissão ser bem feita, é preciso:

* EXAMINAR a consciência para descobrir os meus pecados.
* ARREPENDIMENTO para eu ter dor por ter ofendido a Deus (Lc 18, 13; Mt 26, 75; Lc 15, 21).
* PROPÓSITO ou vontade séria de não querer pecar mais.
* CONFISSÃO para eu contar meus pecados ao padre.
* SATISFAÇÃO para eu rezar aquilo que o padre mandar.

 
PECADO ESQUECIDO na confissão fica perdoado, se eu fiz bem o exame de consciência

PECADO ESCONDIDO na confissão não fica perdoado e eu não posso comungar e tenho de fazer outra confissão.

"Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós. Se confessarmos nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a culpa". (1ª carta de S. João cap. 1, 8-9)

Agenda da Paróquia - Abril de 2012


01/04: DOMINGO DE RAMOS DA PAIXÃO DO SENHOR (Semana Santa);

OBS: Baixe no site www.pnsps.com.br a Programação completa da Semana Santa na Paróquia e saiba os horários das celebrações como toda e qualquer outra informação em todas as comunidades da paróquia;

- Missa nos horários de costume; Na Igreja Matriz, missa principal com procissão tendo início às 8h na Igreja da Natividade e chegando na Matriz às 9:30;

04/04: Sacramento da Confissão em preparação à Páscoa do Senhor às 19h com vários padres na Igreja Matriz;


05/04: Quinta-feira Santa: pela manhã não haverá missa na Igreja Matriz;

- Às 9h, Missa do Crisma (santos óleos) na Igreja da Sé (Centro);

- À tarde: TRÍDUO PASCAL (1º dia): MISSA DA CEIA DO SENHOR (lava-pés) às 17h na Matriz, após a celebração, Vigília Eucarística na Capela do Santíssimo Sacramento;

06/04: Sexta-feira Santa: dia de jejum e abstinência; neste dia a Igreja não celebra a Eucaristia;

- Às 8h Via-Sacra nas ruas;

- TRÍDUO PASCAL (2º dia): CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR às 15h na Igreja Matriz, após a celebração, procissão do Senhor morto nas ruas do bairro;

07/04: Sábado Santo: dia de jejum e abstinência; neste dia a Igreja não celebra a Eucaristia (não haverá missa às 6:30 e às 17h);

- TRÍDUO PASCAL (3º dia): VIGÍLIA PASCAL (Celebração da Luz) às 20h na Igreja Matriz; todos devem trazer uma vela; Na celebração: 9 pessoas serão batizadas e 25 receberão a 1ª Eucaristia;

08/04: DOMINGO DA RESSURREIÇÃO – SOLENIDADE DA PÁSCOA DO SENHOR;

- Missa em todas as comunidades nos horários de costume;

08-15/04: OITAVA DE PÁSCOA;

12/04: As Profecias da Paixão (Com. Ebenézer) às 19:30 no Teatro Arthur Azevedo;

13/04: Reunião do Conselho Comunitário da Matriz às 19:30 na sala 6.

16/04: Aniversário natalício do Sumo Pontífice Papa Bento XVI, 85 anos.

19/04: Aniversário do 7º ano de Pontificado do Sumo Pontífice Papa Bento XVI como Pastor Universal da Igreja Católica Apostólica Romana.

20/04: Reunião do Conselho Pastoral Paroquial às 19:30 na sala 6 do Centro Catequético da Matriz;

21/04: 1º JUVM - Juventude Vocacional Mista das 14:30 às 17h na Igreja Matriz;

- Reunião com os voluntários do Bote Fé - São Luís, às 16h na Cúria Arquidiocesana;

23/04: Aniversário natalício de Frei Luís Spelgatti, pároco. 

24/04: Aniversário do Início de Pontificado do Papa Bento XVI na Igreja Universal, 7 anos.

24-26: Tríduo do Bote Fé às 19:30 na sala 6 do Centro Catequético da Matriz;

27-30/04: Acolhimento da Cruz da Jornada Mundial da Juventude (baixe a programação completa do Bote Fé no site www.pnsps.com.br); verifique na sua comunidade se haverá missa neste período;


29/04: às 14h sairá um ônibus da Matriz e da Ig. N. S. Graças (forquilha) para levar os jovens que desejarem participar do bote fé. Não será cobrado transporte!



As Chagas de Cristo

 
Estamos já às vésperas da celebração do Mistério da Morte e Ressurreição do Senhor, a celebração da Páscoa do Ressuscitado! Durante os 40 dias da Quaresma, fomos vivenciando as lições de desprendimento, de liberdade interior e de fidelidade ao Pai, que Jesus nos deixou nos Evangelhos, através da oração, da esmola e do jejum. À medida que chegamos próximos à Páscoa, vamos nos tornando mais sensíveis aos que hoje prolongam a Paixão de Cristo em suas vidas, submetidos ao peso da Cruz.

A Campanha da Fraternidade nos faz olhar para a realidade da Saúde Pública em nosso país, que exige recursos do Estado (SUS 100% publico e estatal) e, ao mesmo tempo, uma maior conscientização por parte da população para que haja novos equipamentos, controle social e participação nos conselhos, atendimento de qualidade e a garantia do direito à saúde digna para todo cidadão, preconizado pela Constituição Federal de 1988.

Além dessa realidade, outra situação é da mobilidade humana. A cada ano, o Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM) vê aumentar o número dos imigrantes e refugiados que procuram abrigo e refúgio no Brasil. Só em 2011, a Casa do Migrante em São Paulo acolheu pessoas vindas de 56 nacionalidades: a maioria delas da América Latina, da África e do Leste Europeu.

É uma realidade que se agravou, nestes últimos dois anos com a chegada dos haitianos. Vítimas do terremoto de janeiro de 2010, muitos deles são obrigados a deixar sua Pátria, suas famílias, e virem ao Brasil, em busca da sobrevivência para si e para suas famílias, em condições precárias de vida, sem apoio humanitário e perspectiva de melhores condições de vida.

Em 2011, o Centro de Acolhimento aos Refugiados, projeto executado pela Cáritas Arquidiocesana de São Paulo, recebeu 145 solicitações de refúgio de cidadãos haitianos em situação bastante precária. Desses, 44 obtiveram visto de permanência concedido pelo CNIg (Conselho Nacional de Imigração), sendo que 101 ainda aguardam decisão do governo brasileiro.

Nos dois primeiros meses de 2012, já são 148 solicitações de refúgio, ou seja, 102% a mais que todo o ano passado. Eles chegam a esta Capital à espera de regulamentarem sua permanência no país e encontrarem trabalho que lhes permitam ajudar seus familiares, que ficaram no país de origem, a espera de ajuda e proteção.

As condições que enfrentam para chegar a terras brasileiras são muito difíceis. Muitos deles são vítimas do "tráfico humano", ou seja, entregam tudo o que tem aos "coiotes" que cobram grandes quantias, prometendo-lhes transporte, estadia e condições de trabalho em solo brasileiro. Enganados, muitos desses se veem expostos às humilhações, ao roubo, a chantagem emocional, e por isso procuram no Estado e na Igreja a defesa dos seus direitos e a segurança para suas vidas.

A Cáritas da Arquidiocese de São Paulo tem, a partir do convênio com o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), oferecido a muitos imigrantes, entre eles os haitianos, a assistência necessária para obter o visto de permanência no Brasil (refúgio), executando os Programas de: Proteção - acompanhamento jurídico; Assistência social - que prevê encaminhamento para abrigamento temporário, documentação, cuidados de saúde; Integração local; Saúde mental; e Assistência religiosa; procurando assim diminuir os impactos que a imigração provoca na vida de refugiados e migrantes na Pátria estrangeira.

A triste realidade dos haitianos, peruanos, bolivianos, africanos, que buscam acolhida no Brasil merece de nossa parte, às vésperas da celebração da Páscoa, uma atenção especial; pois, neles as chagas de Cristo continuam expostas, e infelizmente não deixam de sangrar. Quando olhamos o trabalho humanitário realizado pela Casa do Migrante em São Paulo, pelo Serviço da Pastoral do Migrante (SPM), e a Cáritas, bem como outros organismos, nos damos conta de que não faltam generosidade e disponibilidade em acolher estas irmãs e estes irmãos. Mas, não é suficiente!

Hoje os órgãos que tratam de perto a realidade da mobilidade humana estimam que o número de refugiados e estrangeiros no Brasil tende a aumentar sobremaneira atraídos pela propaganda da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Não podemos ignorar que no cenário mundial países como o Brasil, em acelerado crescimento econômico, surgem para muitas nações como o "paraíso prometido", onde seria possível garantir a sobrevivência e realizar o sonho de bem estar e perspectivas melhores de vida.

Assistimos uma mudança no cenário mundial: nações que outrora gozavam de estabilidade financeira e melhores condições sociais podendo abrigar e acolher estrangeiros - hoje, veem seus cidadãos partirem em busca de trabalho e qualificação profissional naquelas nações que outrora socorreram e que hoje estão em condições de oferecer acolhimento aos que no passado acolhiam seus cidadãos. As chagas de Cristo estão expostas e sangram em tantas vidas hoje vítimas da mobilidade humana, vítimas da degradação social e necessitadas do socorro humano.

Somos tentados a ignorar a sorte desses milhares de mulheres e homens que entram em nosso país em situação de tamanha fragilidade. O Menino nascido em Belém viveu isso de perto, também Ele obrigado pelo "recenseamento" se viu obrigado a nascer num estábulo, por não encontrar lugar nas hospedarias da cidade; e para fugir à ira do rei iníquo, foi obrigado com sua família a viver como migrante no Egito, à semelhança dos seus antepassados, que tiveram que suportar o peso da migração e da exploração em terra estrangeira.

Na tarde daquela Sexta-feira, 14 de Nisan, carregando o madeiro sob os seus ombros, cruzou as ruas de Jerusalém, considerado como criminoso, não só por se dizer Filho de Deus, mas porque era galileu, um "estranho" aos olhares dos habitantes da metrópole. Hoje, em tantas vidas ameaçadas e obrigadas a deixar sua terra e sua família, está o Filho de Deus a bater à nossa porta, pedindo nossa acolhida. Lembrando as suas palavras é importante que chegará o dia em que será Ele a dizer: "Era migrante e me acolheste!".

Mais uma vez, o Senhor nos desafia na sua condição de peregrino, exilado ou migrante. Ele espera que curvados sobre as suas chagas, o tratemos com o óleo e o vinho da acolhida e da ternura, fazendo de nossas comunidades e de nossas casas a hospedaria que acolhe o ferido da parábola (cf. Lc 10, 29-37), sem medo de acolher e servir, pois o próprio Jesus nos garante que ao retornar haverá de restituir o dobro que dispensamos aqueles que acolhemos.

Nossa Páscoa será verdadeira se abrirmos nossos corações não só ao Cristo que vem no Mistério celebrado, mas também ao Cristo vivo no irmão migrante e refugiado que precisa de nossa acolhida e espera pelo nosso amor!

A todos vocês, uma Abençoada Páscoa do Senhor!
 
Dom Milton Kenan Junior
Bispo Auxiliar de São Paulo