domingo, 24 de junho de 2012

Roubar de Padre é pecado?



Quando estou em casa, após a oração matinal, tenho o costume de acessar a internet e folhear os jornais para me inteirar das notícias que alimentam – ou destroem – a esperança e a vida das pessoas. Na segunda-feira, dia 30 de abril, chamaram-me particularmente a atenção três fatos relacionados com a religião.
Em São Paulo, quatro meliantes (dentre eles, duas menores) foram presos depois de obrigarem uma mãe e sua filha a acompanhá-los, durante três horas, enquanto faziam saques em diversas caixas eletrônicas. Ao mesmo tempo, talvez para não perder tempo (!), aproveitaram para assaltar pedestres e motoristas que encontravam pelo caminho. Um deles era padre. Mas, «foi poupado – transcrevo as palavras utilizadas pela imprensa – porque os criminosos acharam que, roubar de padre, é pecado».
No mesmo domingo, outro grupo de bandidos interrompeu um culto religioso numa igreja da Assembleia de Deus, em Caxias do Sul. Mataram um casal e feriram uma jovem. De acordo com a polícia, os criminosos invadiram o templo e ordenaram aos fiéis que deitassem no chão. Em seguida, atiraram contra o homem e a mulher, ambos com 46 anos e, aparentemente, sem nenhum antecedente criminal.
Por fim, no município piauiense de Coivaras, a 68 km de Teresina, uma professora aposentada conseguiu uma vaga na Câmara Municipal, após o Tribunal Regional Eleitoral do Piauí cassar o mandato de outra vereadora. Evangélica convicta, ao tomar posse, ela garantiu que chegou ao posto por “um chamado de Deus”.  Detalhe: nas eleições de 2008, ela obtivera um único voto, o seu...
Escrevi acima que os “três fatos estão relacionados com a religião”. Será verdade?


No primeiro caso, os assaltantes não roubam do padre porque é pecado. Se assim pensam, talvez sejam “cristãos”. Ou melhor, batizados, mas não evangelizados. Roubar é sempre pecado, independente da pessoa que é afetada. Provavelmente, para eles – somente para eles?! – o pecado esteja confinado ao sagrado: faltar à missa, tomar o nome de Deus em vão, não cumprir uma promessa, violar a lei do jejum, etc. Esquecem que, no Juízo Final, Jesus os julgará a partir do social, ou seja, do que fizeram – ou deixaram de fazer – aos irmãos necessitados, independentemente da religião, raça ou condição social de cada um. Com isso, não estou menosprezando os pecados que se cometem diretamente contra Deus, sem passar pelo irmão. Mas, existem esses pecados?!
No segundo episódio, o crime é cometido num templo. Diferentemente dos bandidos de São Paulo, os de Caxias do Sul não fazem nenhuma distinção entre sagrado e profano. Para quem é dominado pelo ódio, pela vingança ou pela ambição, pouco ou nada significam o lugar ou a pessoa em que satisfazem seus instintos. Que o digam os leitores que já passaram por suas mãos: são tratados como animais. Aliás, há seres humanos que superam de longe a ferocidade dos brutos. Obcecados pelo vício, eles nada buscam senão o seu prazer.
O terceiro fato – a da mulher que se diz vereadora por um chamado de Deus – me lembra os jogadores de futebol que, ao vencerem um jogo, exclamam: “Graças a Deus!”. Em caso de derrota, a quem atribuiriam a culpa? Quando uma pessoa recupera a saúde, agradece a Deus. Mas, quando não sara, a culpa é de Deus? Não sou masoquista, mas estou certo que amadurecemos muito mais lutando nas dificuldades do que acomodados no bem-estar: é nelas que aprendemos a solidariedade, a paciência e a misericórdia. Tinha razão Jó quando dizia à esposa: «Se aceitamos de Deus os bens, não devemos aceitar também os males?» (2,10). Infelizmente, não é o que acontece em algumas igrejas ditas “cristãs”: renegando as bem-aventuranças proclamadas por Jesus, apresentam um deus que debandou para o lado de quem está por cima.
«O Reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo», ensina São Paulo (Rm 14,17). É o trinômio que cria a sociedade sonhada por Deus e pelas pessoas de boa vontade. Mas, para «construir o Reino de Deus, é preciso enfrentar muitas tribulações» (At 14,22). Eis, então, o papel da religião: oferecer ao ser humano que, por natureza, «é corrupto e bebe a iniquidade como água» (Jó 15,16), os meios de que necessita para se transformar em protagonista dos «novos céus e da nova terra» (2Pd 3,13) que todos almejamos.
Dom Redovino Rizzardo
Bispo de Dourados (MS)

sábado, 23 de junho de 2012

Ritos de Leitorato e Acolitato




A Arquidiocese de São Luís do Maranhão realizou, no dia 16, às 19h, na Paróquia de São Francisco de Assis, a celebração de Instituição dos 31 candidatos ao Diaconato Permanente, da Escola Diaconal São Francisco de Assis, aos Ministérios de Leitorato e Acolitato (Leitores e Acólitos). A Missa foi presidida por dom José Belisário da Silva.



Parabéns a todos os pré-diáconos – leitores e acólitos – especialmente aos quatro membros da nossa Paróquia, sendo 3 deles candidatos ao diaconato pela Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e 1 pela Capelania Militar. Desejamos muitas bênçãos, que o Espírito Santo  guie e fortaleza a todos para bem exercerem suas missões.


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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Entendendo a Missa: Temas de Liturgia VIII



Neste novo artigo sobre a liturgia da Santa Missa, vamos nos deter na Oração Eucarística, também chamada de Anáfora. É a parte mais importante de toda a celebração. Eis algumas observações:

1. A Oração Eucarística é precedida por uma Oração sobre as Oferendas e pelo Prefácio com o canto ou recitação do “Santo”. É importante observar que não se pode mudar a letra do “Santo”. Quando ele é cantado deve-se usar uma letra o mais próxima possível daquela que está no Missal.

2. Quanto à Oração Eucarística, deve-se ter cuidado na escolha. É sempre preferível utilizar uma das quatro, aprovadas para toda a Igreja. O prefácio da Oração IV não pode ser substituído por um outro. A Oração V é tipicamente brasileira. Aos domingos dever-se-ia utilizar sempre uma das quatro principais. Nas grandes solenidades o ideal é utilizar a Oração Eucarística I, também conhecida como Cânon Romano. As orações eucarísticas “para diversas circunstâncias” somente devem ser usadas em circunstâncias especiais, nunca aos domingos nem nas missas ordinárias. O que se faz atualmente – inclusive os venenosos jornaizinhos – é um abuso e um erro.

3. O celebrante não pode mudar nada na Oração Eucarística. É absolutamente proibido!

4. A quem é dirigida toda a Oração? Ao Pai pelo Filho no Espírito. O celebrante deve ter todo o cuidado para não dar a entender que está fazendo a Oração dialogando com o povo! O diálogo é do padre, em nome de toda a Igreja, com Deus-Pai e não com a assembléia!

5. Deve ser bem realçado o rito de impor as mãos sobre as ofertas, pedindo ao Pai que derrame sobre elas o Espírito Santo do Senhor Jesus. É na força do Santo Espírito e no pronunciar as santas palavras do Senhor Jesus, cheias do Espírito Santo, que se dá a Consagração.

6. O padre deve ter o maior cuidado de, na hora da Consagração, não estar narrando a Última Ceia para o povo! É um erro gravíssimo! É não ter compreendido nada da dinâmica da Missa! A narração que o padre faz (“Na noite em que ia ser entregue...”) é ao Pai! É a Igreja toda que, pela voz do celebrante, faz memória ao Pai e diante do Pai de tudo quanto o Senhor Jesus fez pela nossa salvação!

7. Também é um gravíssimo erro quebrar a hóstia logo na hora da Consagração: “Ele tomou o pão, deu graças e partiu”... Aqui não se parte a hóstia! Ela será partida no momento do Cordeiro! É preciso compreender que a estrutura da Missa segue os quatro gestos de Jesus: ele tomou o pão e o vinho (Apresentação das Ofertas), deu graças (Oração Eucarística), partiu (no momento do Cordeiro) e o deu aos seus discípulos (Comunhão). Partir o pão na hora da Consagração avacalha a espinha dorsal da celebração numa clara e triste demonstração de desobediência à Igreja e ignorância litúrgica!

8. Outro erro muito comum e muito feio é a mania de ler intenções da Missa durante a Oração Eucarística. Quebra-se totalmente a dinâmica da oração ao Pai... É como meter um monte de avisos e informações para a assembléia bem no meio da Oração! Seria possível dizer neste momento o nome do morto por quem se está celebrando se fosse um ou dois mortos apenas... Mas, no Brasil, são muitas intenções numa Missa só! Então, o momento de dizer as intenções é no início da Missa, antes da entrada do celebrante ou logo após o “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo” ou, ainda e melhor que todas as opções, ao final da Oração dos Fiéis. Pode um leitor ou o próprio padre dizer mais ou menos assim: “Pelas intenções pelas quais é oferecida esta santa Eucaristia...” E aí se colocam as intenções, começando pelos vivos e terminando pelos mortos... Depois, como nas outras preces, diz-se o “Rezemos ao Senhor”... Na Oração Eucarística não se lê mais intenção alguma!

9. Lembrem-se todos que as respostas dentro das Orações Eucarísticas são facultativas...

10. Importante: o “Por Cristo...” é dito somente pelo celebrante. Nenhum padre tem direito ou autoridade para mandar o povo rezar com ele esta Doxologia (glorificação) final!

11. Ainda um lembrete: Na hora da Consagração todos os que tiverem saúde nos joelhos se ajoelham, inclusive os diáconos! Esta é a norma litúrgica da Igreja e ninguém é lícito fazer diversamente.

12. No caso de concelebração, ao erguer o Corpo e o Sangue do Senhor no “Por Cristo...”, o celebrante principal não deve dar aos concelebrantes outras âmbulas que estejam sobre o altar. Nesta situação, ele eleva a patena, com a Hóstia consagrada deitada sobre ela (é absolutamente errado levantar a patena mostrando a Hóstia ao povo. Isso se faz na elevação após a Consagração) e dá o cálice ao diácono ou, na ausência deste, a um dos padres concelebrantes. E pronto; as âmbulas devem ficar sobre o altar, e não serem dadas aos demais concelebrantes!

13. É muito aconselhável que o “Por Cristo” seja sempre cantado e o povo responda com um “Amém” também cantado!

Continuaremos no próximo número...

Côn. Henrique Soares da Costa
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Fonte: http://www.padrehenrique.com/index.php/liturgia/geral/145--temas-de-liturgia-viii

Mandar Dizer



Entre dizer o que pensamos e dizer aquilo de que nos foi  incumbido pode haver a diferença no efeito do que se comunica. Por isso é que o profetismo só tem efeito transformador quando exercido com a missão ou o envio  outorgado por Deus. Hoje vemos, na comunicação, uma pluralidade imensa de propostas ou até condicionamentos para o enquadramento das pessoas, que podem tornar-se “cordeiros” ou realizadores do que é comunicado. Os efeitos podem ser danosos, principalmente no que tange a valores que podem ser massacrados em troca de atrativos pouco consistentes na realização de um projeto de vida autenticamente humano. O discernimento, com o adequado espírito crítico, ajuda as pessoas a não se deixarem levar por propostas ou condicionamentos que não as deixem optar por valores maiores.

O nascimento do grande profeta, João Batista,  precursor de Jesus, traz o realce do profetismo como vocação de anúncio do que vem de Deus: “E há de caminhar à frente deles, com o espírito e o poder de Elias, a fim de converter os corações dos pais aos filhos e os rebeldes à sabedoria dos justos, preparando para o Senhor um povo bem-disposto” (Lucas 1,17). As palavras de Jeremias já preanunciavam: “E tudo que eu te mandar dizer, dirás... Eis que ponho minhas palavras em tua boca” (Jeremias 1,7.9). João incitou o povo à mudança de vida para se adequar à nova vida trazida pelo Messias. Quem quiser aceitá-lo deve ter postura diferente do paganismo e do egoísmo. Não vale o “toma lá dá cá” ou o “cada um para si”. É preciso haver a nova atitude do amor, do interesse em executar a vontade de Deus. Ele quer uma vida digna para todos. O cuidado com o planeta terra deve ser uma constante de todos. O convívio fraterno, na justiça, na promoção do bem comum, no altruísmo, na doação de si pelo semelhante, na renúncia aos interesses mesquinhos de uns que abarcam para si o que seria de benefício de todos, na política de bons prestadores de serviço ao povo, na profissão exercida para o melhor serviço à coletividade, na família assumida como valor, vocação e missão de dar base de sustentação ao amor humano e à boa convivência de pais e filhos com o ideal inerente à sua boa formação... tudo deve ser encaminhado na nova prática do profetismo que leve as pessoas a superarem o puro consumismo e materialismo.
Dizer ou propor valores inerentes à natureza criada por Deus e ao revelado explicitamente por Ele é coerente com o ser autenticamente humano e cristão. Trair essa missão leva as pessoas e até grupos de interesse a falsear a verdade de valores fundamentais inerentes à natureza dos seres, enganando os menos cautos e propondo palavras e ações que não vão cumprir. É o profetismo às avessas. Costuma aparecer muito na época de eleições e durante certos mandatos e mesmo através de certos canais de comunicações, manuseados por interesses econômicos e de grupos partidários.
A Bíblia nos diz sobre a felicidadade de quem tem Deus como Senhor. Anunciá-lo, porém, exige o bom profetismo para se dizer a verdade de Deus e não a falsa verdade de alguns, que até usam o nome de Deus. Estes não apresentam todo o conteúdo da verdade dEle  para ajudar a sociedade a não ir atrás só de certas curas sem a cura da alma para a aceitação e a realização de todo o projeto do Criador.

Dom José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros (MG)

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Programação do Encontrão dos Coroinhas 2012


Dia 18 de Agosto de 2012 a Arquidiocese de São Luís-MA promove mais um encontrão dos coroinhas. O evento será realizado na Quadra da Paróquia Nossa Senhora da Conceição - Anil. Tema: "Coroinhas, enviados em missão nos 400 anos de evangelização".

8h: Acolhida/recepção
8:30: Oração Inicial;
9h: Apresentação das Paróquias;
9:30: Apresentação sobre São Tarcísio;
10h: Lanche/animação;
10:30: Reflexão do tema do encontro;
11h: Celebração Eucarística;
12h: Almoço partilhado;
13:30: Gincana;
15:30: Oração Final.

Programação da Festa Junina da Igreja Matriz 2012

De 21 a 24 de junho a partir das 19h a Igreja Matriz estará fazendo o seu arraial no largo da Igreja com brincadeiras e comidas típicas de São João; Confira agora a programação:*

DIA 21/06:

19h: Dança do Boiadeiro Cowboy de Ouro;
20h: Dança Portuguesa Encanto de Lisboa;
21h: Cacuriá de Dona Sasá;

DIA 22/06:

19h: Axé de Dona Raimundinha - Coroadinho;
22h: Boi Brilho da Comunidade;

DIA 23/06:

19h: Dança Portuguesa Pioneira de Portugal;
20h: Dança Portuguesa Realeza de Portugal;

DIA 24/06:

19h: Quadrilha da Misericórdia;
20h: Boi Pirilampo;
21h: Boi Brilho da Noite;
22h: Tambor de Crioula Brilho;

* Outras brincadeiras poderão ainda ser confirmadas. Poderá haver alterações sem aviso prévio. Lembramos que também na comunidade Nossa Senhora da Paz (3º conj) estará acontecendo no pátio da Igreja o arraial dias 22 e 23 a partir das 19:30.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Entendendo a Missa: Temas de Liturgia VII



Prosseguimos ainda com as observações sobre a liturgia. Recordo ao leitor que são observações soltas, que vou fazendo à medida que recordo os usos e abusos mais comuns nas nossas comunidades, alguns deles com o conselho, o incentivo e o aval de conhecidos liturgistas em nada comprometidos com as orientações emanadas pela Santa Sé. E, assim, o nosso povo vai se tornando cobaias de um laboratório (ou oficina, como é moda dizer) litúrgico – como se a liturgia pudesse ser fabricada em laboratório ou inventada artificialmente...

Assim, vamos agora à Liturgia Eucarística, que se inicia com a apresentação das ofertas e vai até a oração após a comunhão. Eis as observações que proponho:

1. É um abuso que se deixa para cobrir o Altar neste momento. Na liturgia latina, o Altar deve sempre estar coberto, mesmo que seja uma mesa bela e artisticamente rica. Altar descoberto significa abstinência de celebração da Eucaristia e é um símbolo próprio do período que vai do encerramento da Missa na Ceia do Senhor até a tarde do Sábado Santo, quando se ornamente a igreja para a Vigília Pascal. Pior ainda é deixar o Altar descoberto mesmo durante a Liturgia Eucarística, usando somente o corporal!

2. Não esqueçamos: a toalha deve ser branca, digna, não deve ser vazada, pois deve reter os fragmentos da hóstia que porventura caiam ou o vinho consagrado em caso de acidente.

3. É importante que os vasos sagrados não sejam uma adaptação de mau gosto, mas sejam próprios para a liturgia. Por exemplo: muitas vezes, para o lavabo, colocam uma bacia comum e uma leiteira com a água para lavar as mãos, além de uma toalha de rosto! Está errado! Outras vezes, as galhetas são improvisadas em vidrinhos ou galhetas de refeição comum. Não é adequado. Pior ainda quando, ao invés do cibório ou âmbula, toma-se um recipiente de vidro próprio para se guardar doce ou biscoitos! É puro mau gosto!

4. Deve-se evitar encher o altar de coisas: jornalzinho, folha de cânticos, agenda com intenções, etc. O Altar é imagem de Cristo; deve ser reverenciado e respeitado! Sobre ele devem estar somente o indispensável: o corporal, o sanguinho, a patena com o pão, a âmbula, o cálice com a pala e o missal (se for necessário com um apoio para facilitar a leitura do celebrante). Se não tiver outra solução, coloquem-se ainda sobre ele duas velas (uma de cada lado). Nas missas solenes podem ser colocadas quatro ou até seis. Sete velas somente podem ser usadas nas missas presididas pelo Bispo. Ao lado ou sobre o Altar coloca-se também o crucifixo (sempre com o Crucificado). Se já houver um grande no fundo da igreja, voltado para o povo, basta. Neste caso, havendo cruz processional, ela é colocada voltada para o celebrante.

5. Quanto à procissão das ofertas, somente se apresenta coisas que sejam para o sacrifício (pão, vinho e água), donativos para os pobres ou objetos que depois sirvam para doação ou para o uso da igreja. Nunca se ofertam coisas que depois sejam retomadas: isso é teatro, coisa totalmente alheio ao espírito litúrgico! Então, é totalmente errado ofertar um casal, uma mãe, uma um cartaz, etc. Também não se ofertam os objetos que já são da igreja: as velas que serão colocadas sobre o Altar, o lavabo, o cálice vazio... Tudo isso é totalmente sem sentido! É teatrinho de faz-de-conta! Também não há necessidade alguma de fazer comentário sobre o que se está oferecendo! A apresentação é a Deus e Deus já sabe do que se trata. Tudo quanto se puder evitar de comentários durante a missa somente fará bem à celebração! Rito não é para ser explicado; rito é para ser vivido, saboreado!

6. Quanto ao canto das ofertas, não é necessário que tenha que falar em ofertório, em pão ou em vinho. Qualquer canto litúrgico que ajude a aprofundar o mistério celebrando ou seja dirigido a Deus e não seja contrário ou alheio ao espírito do rito que se está realizando, pode ser usado...

7. O bom é que as galhetas e o lavabo não sejam colocados sobre o Altar. Uma vez utilizados deveriam ser recolocados na credência.

8. Está se introduzindo um costume abusivo nas nossas missas, um rito novo, extra-litúrgico: oferecer água ao padre para beber. Isso está errado! Se algum celebrante tem problema de garganta, pigarro ou coisa do gênero, admite-se. Mas, que isso se torne regra, é totalmente errado! Durante a celebração não se come nem se bebe nada a não ser as sagradas espécies na hora liturgicamente prevista. Esse abuso revela o quanto a sacralidade e o espírito de renúncia e auto-disciplina vão desaparecendo na Igreja! Do mesmo modo não é nada elegante o coral ficar bebendo água dentro do espaço litúrgico durante a celebração. Quem precisar beber, vá à sacristia!

Continuaremos depois.

Côn. Henrique Soares da Costa
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Fonte: http://www.padrehenrique.com/index.php/liturgia/geral/146-temas-de-liturgia--vii

São João Batista


A Festa do Nascimento do profeta João Batista acontece no dia 24 de junho. O momento é de lembrança e de memória da vida desse santo, aliás muito popular, na vida do cristianismo e na tradição do Brasil. Foi um nascimento testemunhado nos primeiros tempos da Igreja e conservado pela história nos escritos da Sagrada Escritura.
Os pais de João Batista, Zacarias e Isabel, eram já idosos, mas Deus, numa visão, prometeu-lhes um filho, o filho da velhice. João seria aquele que deveria prepara o caminho para a realização da Aliança de Deus, em Jesus Cristo. Isto se deu nos arredores de Jerusalém, tendo João Batista relação com o ministério de Jesus.
O mesmo fato misterioso aconteceu na vida de Maria, uma jovem da Galileia, temente a Deus, que tinha feito um voto de esterilidade. Mas Deus lhe fez conceber e dar à luz um filho, concretizando a Aliança feita com Abraão e agora finalizando com a nova humanidade, com o nascimento de Jesus Cristo.

Na mentalidade do tempo, ser estéril era visto como desonra e castigo de Deus, uma vergonha (Gn 30, 23). Todas as mulheres deveriam ser como a terra, aquela que faz germinar a semente. Zacarias e Isabel entendem que o filho era um dom de Deus, um verdadeiro presente, que nasce com uma missão em Israel.