quarta-feira, 3 de abril de 2013

Catequese com o Papa Francisco


Catequese 
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 3 de abril de 2013

Queridos irmãos e irmãs, bom dia,

Hoje retomamos as Catequeses do Ano da Fé. No Credo repetimos esta expressão: “Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras”. É propriamente o evento que estamos celebrando: a Ressurreição de Jesus, centro da mensagem cristã, ecoando desde o início e transmitido porque se estende até nós. São Paulo escreve aos cristãos de Corinto: “A vós…transmiti, antes de tudo, aquilo que também eu recebi; isso é, que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e que ressuscitou ao terceiro dia segundo as Escrituras e que apareceu a Cefas e aos Doze” (1 Cor 15, 3-5). Esta breve confissão de fé anuncia propriamente o Mistério Pascal, com as primeiras aparições do Ressuscitado a Pedro e aos Doze: a Morte e a Ressurreição de Jesus são propriamente o coração da nossa esperança. Sem esta fé na morte e na ressurreição de Jesus a nossa esperança será frágil, mas não haverá esperança nenhuma, e propriamente a morte e a ressurreição de Jesus são o coração da nossa esperança. O Apóstolo afirma: “Se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé e vós estais ainda em vossos pecados” (v. 17). Infelizmente, sempre se procurou obscurecer a fé na Ressurreição de Jesus, e também entre os próprios crentes se insinuaram dúvidas. Um pouco daquela fé “água de rosas”, como dizemos nós; não é a fé forte. E isto por superficialidade, às vezes por indiferença, ocupados por mil coisas que são consideradas mais importantes que a fé, ou por uma visão somente horizontal da vida. Mas é propriamente a Ressurreição que nos abre à esperança maior, porque abre a nossa vida e a vida do mundo ao futuro eterno de Deus, à felicidade plena, à certeza de que o mal, o pecado, a morte podem ser vencidos. E isto leva a viver com mais confiança as realidades cotidianas, enfrentá-las com coragem e com compromisso. A Ressurreição de Cristo ilumina com uma luz nova estas realidades cotidianas. A Ressurreição de Cristo é a nossa força!
 
Mas como nos foi transmitida a verdade de fé da Ressurreição de Cristo? Há dois tipos de testemunho no Novo Testamento: alguns são na forma de profissão de fé, isso é, de fórmulas sintéticas que indicam o centro da fé; outras, porém, são em forma de relatos do acontecimento da Ressurreição e de fatos ligados a ela. A primeira: a forma da profissão de fé, por exemplo, é aquela que escutamos há pouco, ou aquela da Carta aos Romanos na qual São Paulo escreve: “Se com a tua boca proclamarás: ‘Jesus é o Senhor!’, e com o teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo” (10, 9). Desde os primeiros passos da Igreja está bem clara e firme a fé no Mistério de Morte e Ressurreição de Jesus. Hoje, porém, gostaria de concentrar-me sobre a segunda, sobre o testemunho na forma de relatos, que encontramos nos Evangelhos. Antes de tudo, notamos que as primeiras testemunhas deste acontecimento foram as mulheres. Ao amanhecer, essas vão ao sepulcro para ungir o corpo de Jesus, e encontram o primeiro sinal: o túmulo vazio (cfr Mc 16,1). Segue depois o encontro com um Mensageiro de Deus que anuncia: Jesus de Nazaré, o Crucificado, não está aqui, ressuscitou (cfr vv. 5-6). As mulheres são movidas por amor e estão prontas para aceitar este anúncio com fé: acreditam, e imediatamente o transmitem, não o guardam para si mesmas, transmitem-no. A alegria de saber que Jesus está vivo, a esperança que enche o coração, não se pode conter. Isto também deve ser feito na nossa vida. Sintamos a alegria de ser cristãos! Nós cremos em um Ressuscitado que venceu o mal e a morte! Tenhamos a coragem de “sair” para levar esta alegria e esta luz a todos os lugares da nossa vida! A Ressurreição de Cristo é a nossa maior certeza; é o tesouro mais precioso! Como não compartilhar com os outros este tesouro, esta certeza? Não é somente para nós, é para transmiti-la, para doá-la aos outros, compartilhá-la com os outros. É propriamente o nosso testemunho.

Um outro elemento. Nas profissões de fé do Novo Testamento, como testemunhas da Ressurreição são recordados somente homens, os Apóstolos, mas não as mulheres. Isto porque, segundo a Lei judaica daquele tempo, as mulheres e as crianças não podiam dar testemunho confiável, credível. Nos Evangelhos, em vez disso, as mulheres têm um papel primário, fundamental. Aqui podemos colher um elemento a favor da historicidade da Ressurreição: se fosse um fato inventado, no contexto daquele tempo não estaria ligado ao testemunho das mulheres. Os evangelistas, em vez disso, narram simplesmente isso que aconteceu: são as mulheres as primeiras testemunhas. Isto mostra que Deus não escolhe segundo os critérios humanos: as primeiras testemunhas do nascimento de Jesus são os pastores, gente simples e humilde; as primeiras testemunhas da Ressurreição são as mulheres. E isto é belo. E isto é um pouco a missão das mulheres: das mamães, das mulheres! Dar testemunho aos filhos, aos sobrinhos, que Jesus está vivo, está vivo, ressuscitou. Mães e mulheres, sigam adiante com este testemunho! Para Deus conta o coração, o quanto estamos abertos a Ele, se somos como as crianças que confiam. Mas isto nos faz refletir também sobre como as mulheres, na Igreja e no caminho de fé, tiveram e têm também hoje um papel particular no abrir as portas ao Senhor, no segui-Lo e no comunicar a sua Face, porque o olhar de fé tem sempre necessidade do olhar simples e profundo do amor. Os apóstolos e os discípulos encontraram dificuldades para acreditar. As mulheres não. Pedro corre ao sepulcro, mas para diante do túmulo vazio; Tomé precisa tocar com as suas mãos as feridas do corpo de Jesus. Também no nosso caminho de fé é importante saber e sentir que Deus nos ama, não ter medo de amá-Lo: a fé se professa com a boca e com o coração, com a palavra e com o amor.

Depois das aparições às mulheres, seguem outras: Jesus torna-se presente de modo novo: é o Crucificado, mas o seu corpo é glorioso; não tornou à vida terrena, mas sim em uma nova condição. No início não O reconhecem, e somente através de suas palavras e os seus gestos os olhos se abrem: o encontro com o Ressuscitado transforma, dá uma nova força à fé, um fundamento inabalável. Também para nós há tantos sinais no qual o Ressuscitado se faz reconhecer: a Sagrada Escritura, a Eucaristia, os outros Sacramentos, a caridade, aqueles gestos de amor que trazem um raio do Ressuscitado. Deixemo-nos iluminar pela Ressurreição de Cristo, deixemo-nos transformar pela sua força, para que também através de nós no mundo os sinais de morte deixem o lugar aos sinais de vida. Vi que há tantos jovens na praça. Aqui estão eles! A vocês digo: levem adiante esta certeza: o Senhor está vivo e caminha ao nosso lado na vida. Essa é a missão de vocês! Levem adiante esta esperança. Estejam ancorados nesta esperança: esta âncora que está no céu; segurem forte a corda, estejam ancorados e levem adiante a esperança.  Vocês, testemunhas de Jesus, levem adiante o testemunho de que Jesus está vivo e isto nos dará esperança, dará esperança a este mundo um pouco envelhecido pelas guerras, pelo mal, pelo pecado. Avante, jovens!

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Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Fonte: Canção Nova.

Os psicopatas estão entre nós, cuidado!



Os psicopatas são falantes, charmosos, simpáticos, sedutores, capazes de impressionar e cativar rapidamente qualquer pessoa. Sua capacidade de “parecer bonzinho, educado e inofensivo é impecável”. É a pessoa perfeita, aquela que você menos desconfia ser um psicopata. Tudo isso é uma fachada, como um teatro muito bem engendrado para esconder suas características perturbadoras.

Normalmente eles não "procuram" suas vítimas. E deixam isso muito claro, desde o início. Estas é que se sentem "atraídas" por este perfil. Mas o psicopata exerce bem sua capacidade de "atrair" devido à sua capacidade de enganar com perfeição e dizer exatamente o que você quer ouvir. 

São mestres nisso! Sua mais poderosa ferramenta de sedução! E eles têm a capacidade de enganar, através de mentiras repetidas a fim de obter lucro pessoal ou prazer.

Mentem, fazem promessas - que jamais serão cumpridas - como se eles próprios estivessem convencidos disso. E... há falta total de remorso ou culpa por ter ferido, maltratado sua vítima.

Sentir remorso? Isso nem se passa pela cabeça do psicopata! "Pinta e borda" com os sentimentos da vítima!

Eles são inteligentes, mas insensíveis, frios, manipuladores e sua capacidade de fingir sentimentos é perfeita. Se descobertos, são mestres em inverter o jogo, colocar-se no papel de vítima ou tentar convencer de que foram mal interpretados. E estão conscientes de todos os seus atos.

Eles têm a capacidade de fazer sua vítima se sentir uma desajustada, desequilibrada. A máxima é: você está imaginando coisas... deve estar estressada...precisa descansar, dormir é muito bom. Dizem sempre estar muito assoberbados, aperreados, cansados, para deixarem a vítima se sentindo mal.

O psicopata não é exatamente um doente mental, mas sim um ser que se encontra na divisa entre sanidade e a loucura. O ser humano normal é movido pelo triangulo: razão, sentimento e vontade. O que move um psicopata é: razão e vontade ou seja o que os move é satisfazer plenamente seus desejos. 

Preferencialmente, desajustar sua vítima. Isso lhes dá uma sensação de poder sobre a vítima. Não importa, já que para eles não existe o fato: sentimento.

Mas falam muito em sentimentos (amizade, amor, confiança, admiração, respeito, afinidade) e enfatizam muito que são incapazes de brincar com os sentimentos dos outros. Paradoxalmente, dizem que os sentimentos são controláveis! Incrível, não é?

Os sociopatas exibem egocentrismo e um narcisismo patológico,baixa tolerância para frustração e facilidade de comportamento agressivo, falta de empatia com outros seres humanos.

Não toleram ser pressionados! Experimente "cobrar" alguma promessa que um psicopata tenha feito!

Primeiro ele arranja uma desculpa - ou várias, dependendo do grau da patologia - até inventar que passou por problemas seríssimos, como por exemplo, um parente que passou mal! 

Continue a insistir! Ele se irrita um pouco e vem com a máxima: se há uma coisa de que não gosto é sentir-me pressionado! Na verdade, eles não suportam sentir-se pressionados.

Com essas saídas ele faz a vítima se sentir culpada.

Daí ele conseguiu o primeiro intento: o de  desestruturá-la, pois ele prossegue mantendo sua promessa - e seduzindo -com tal veemência que até surpreende.
Só que ele se afasta estrategicamente, deixando a vítima perplexa!


Eles são geralmente cínicos, incapazes de manter uma relação e de amar. Eles mentem sem qualquer vergonha.

E a vítima acredita e segue sendo sua presa. É o que o psicopata quer!

O pesquisador canadense Robert Hare, um dos maiores especialistas do mundo em sociopatia criminosa, os caracteriza como "predadores intra-espécies que usam charme, manipulação, intimidação e violência para controlar os outros e para satisfazer suas próprias necessidades. Em sua falta de consciência e de sentimento pelos outros, eles tomam friamente aquilo que querem, violando as normas sociais sem o menor senso de culpa ou arrependimento."

Os próprios sociopatas se descrevem como "predadores" e sentem orgulho disto.

Voltando ao exemplo anterior: a vítima começa a se dar conta de que está sendo enganada, de que este comportamento não pode ser normal e o põe contra a parede. O psicopata calmamente convence a vítima de que ela está "imaginando" coisas. Porém, sempre destacando suas qualidades com mais e mais mentiras. Mas...

Quando descobre que seu comportamento foi identificado, ele reage escondendo muito bem este seu “lado negro”, mas nunca mudando, disfarça de forma inteligente as suas características de personalidade.

Algumas vítimas caem em total confusão! 

Eles - os psicopatas - apresentam um comportamento tranquilo quando interagem com a sociedade, geralmente possui uma considerável presença social e boa fluência verbal. Não é incomum, eles se tornarem líderes sociais de seus grupos.

Ou serem porta-vozes de alguém ou palestrantes! 

Muito poucas pessoas, mesmo após um contato duradouro com o sociopata, são capazes de imaginar o seu "lado negro", o qual a maioria dos sociopatas é capaz de esconder com sucesso durante sua vida inteira, levando a uma dupla existência.

Sim! Dupla, tripla, ou até mais. Todas diferentes entre si, mas todas com algo em comum. Somente um profissional tem olho clínico para perceber isso! 

Graças aos céus os psicopatas que matam, estupram e torturam não são os mais frequentes. O mais comum é o tipo parasita: aquele que se dedica a atormentar e dar golpes em suas vítimas sem nunca atentar fisicamente contra elas. Políticos corruptos, líderes autoritários, pessoas agressivas e que abusam da sua confiança, etc...

Ou se mostram revestidos de uma pseudo honestidade irrepreensível, às vezes, beirando a "santidade". Muitos deles adotam estilos de vida ou pertencem a seitas - um modo de refrearem seus instintos mais baixos (?).

Uma característica comum aos sociopatas é a de usarem sistematicamente a enganação e manipulação de outros visando ganhos pessoais.

Ou visando uma mera vingança ou satisfação de ver a vítima sofrendo, ou a simples vontade de fazer um estupro na alma, nos valores de boa-fé da vítima. Um estupro anímico. 

Seu comportamento frequentemente é rude, imprevisível e arrogante.

Principalmente, imprevisível!

São extremamente inteligentes, manipuladores, porém corroem a mente de sua vítima e destoem sua auto-estima. Agem como verdadeiras drogas! A vítima fica como que "viciada" por estes sociopatas!

Quero frisar com este artigo que, se uma pessoa foi vítima de um deles, não se sinta culpada por ter se deixado enganar. Psicopatas têm a capacidade de conviverem por anos, ao lado de suas vítimas, sem que estas percebam. E que, se mesmo assim não superarem este abuso, procurem um profissional!
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Comentários de: A moça do sonho.
Disponível em: Comenta-se por aí...

IV Retiro das Santas Missões Populares acontece dia 15 de junho de 2013 na Arquidiocese de São Luís.



Vocês ainda estão no começo desta bela caminhada, pois A MISSÃO CONTINUA, porque A VIDA É MISSÃO. Este será o grande recado do quarto retiro. Vocês estão saindo do tempo especial das SMP para continuar a missão no cotidiano da vida.

E as SMP vão acompanhar também no tempo ordinário. Um livro que não deverá faltar nas mãos e no coração do maior número possível de pessoas, é o livro A VIDA É MISSÃO. Vocês já deslancharam o processo da terceira etapa das SMP (A MISSÃO CONTINUA) como está nas páginas 87-96, especialmente da página 89? É muito importante.

Vocês devem motivar para que aconteçam, antes do quarto retiro e sem correr, as sugestões para o âmbito pessoal, comunitário e setorial. Insistimos: muito importante. O quarto retiro paroquial será depois do quarto retiro diocesano.


A respeito do quarto retiro vejam também as sugestões nas páginas 63-66. Aqui vão mais outras sugestões. Vai ter que ser um retiro sonhado, preparado e vivido, para mexer na vida e na pastoral da diocese. E isso não se improvisa.

Portanto, as FINALIDADES do quarto retiro são:

a) Partilhar o que mais tocou das duas primeiras etapas das SMP (o tempo do acordar e do saborear);

b) Aprofundar mais o sentido da missão: A VIDA É MISSÃO;

c) Olhar para frente: o que fazer para que a Arquidiocese de São Luís seja cada vez mais uma Arquidiocese missionária permanente, através de suas comunidades e paróquias?

Vocês da coordenação assumam a preparação e a execução do retiro com garra, com participação ativa e fecunda, com alta espiritualidade, envolvendo muita gente na preparação. O retiro deve ser um marco na caminhada missionária da arquidiocese.

ATENÇÃO: Convidar ao retiro somente os que querem mesmo continuar como missionários/as. Podem ser muitos, não tem problema, mas com essa condição. Ser bastante claro, mostrando a beleza, a grandeza e a exigência da proposta.
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Fonte: Arquidiocese de São Luís.

Maria na Reforma Protestante


Os Reformadores conservaram muitos pontos da tradição Mariana; pontos que as gerações seguintes foram pondo de lado. Lutero, por exemplo, não negou a virgindade perpétua de Maria, mas julgava que ninguém está obrigado a aceitá-la como artigo de fé. Não hesitava em dizer que a expressão “irmãos de Jesus” deve ser entendida no sentido semita; este atribuía a irmãos o significado de “parente, familiar”; para o confirmar, Lutero apelava para a significação ampla da palavra grega adelphoi na tradução dos LXX.

Lutero também admitia a imaculada conceição de Maria, devida à prévia aplicação dos méritos de Cristo. Quanto a Assunção corporal, o reformador não ousava professá-la explicitamente, mas não excluía que o corpo de Maria tenha sido levado pelos anjos dos céus. No calendário Luterano ficaram três festas Marianas, que têm base no Novo Testamento e estão muito ligadas a Cristo: a Anunciação ou festa da Encarnação, a Visitação de Maria a Isabel ou festa da vinda de Cristo, e a Purificação de Maria aos quarenta dias após o parto, também tida como festa da Apresentação de Jesus no Templo.

Calvino foi mais radical. Suprimiu as festas Marianas, aceita o título “Mãe de Deus” definido pelo Concílio de Éfeso em 431 mas prefere a expressão “Mãe de Cristo”. Sustenta a perpétua virgindade de Maria, afirmando que “os irmãos de Jesus” citados em (Mateus 13,55) não são filhos de Maria, e sim parentes. Professar o contrário, segundo Calvino, significa “ignorância”, louca sutileza e “abuso da Sagrada Escritura”.

Zuínglio, o reformador em Zurich, conservou três festas Marianas e a recitação da Ave Maria durante o culto sagrado. É interessante notar que Lutero, Calvino e Zuínglio, autores da Reforma protestante no século XVI, deixaram belas expressões de estima e louvor a Maria Santíssima. Martinho Lutero em seu comentário sobre o Magnificat (Lucas 1,46 – 55) escreve: “Ó bem-aventurada Mãe, Virgem digníssima, recorda-te de nós e obtém que também em nós o Senhor faça essas grandes coisas”.

Ao referir-se a (Mateus 1,25) observa: “Destas palavras não se pode concluir que, após o parto, Maria tenha tido consórcio conjugal. Não se deve crer nem dizer isto” (Obras de Lutero, edição Weimar, tomo 11 pg. 323).

Disse ainda: “Os irmãos de Jesus, mencionados no Evangelho, são parentes do Senhor” (Edição Weimar, tomo 46 pg. 723, Tischreden 5, nº 5839). O Reformador prometia cem moedas de ouro aquem lhe provasse que a palavra almah em (Isaías 7,14) não significa virgem (Edição Weimar, tomo 53, pg. 640)

No fim de sua vida, aos 17/01/1546, Lutero exclamou num sermão muito agitado: “Não se deve adorar somente a Cristo? Mas não se deve honrar também a Santa Mãe de Deus? Esta é a mulher que esmagou a cabeça da serpente. Ouve-nos, pois o Filho te honra; Ele nada te nega”. Vê-se que até os últimos dias Lutero guardou devoção à Maria.

No tocante às imagens, Lutero não as proibia; afirmava que as proibições feitas no Antigo Testamento não afetavam os Cristãos ( Edição Weimar, tomo 7 pg. 440 – 445). Considerava as imagens como a Bíblia dos pobres e iletrados.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Aos Sacerdotes!



"Antes de te formar no ventre eu te escolhi, antes de saíres do seio materno eu te consagrei e te nomeei profeta entre as nações" (Jr 1,5).

Devido ao momento atual de contradições sobre a vida da Igreja, tanto de uma alegria muito grande pelos passos dados, em especial pela escolha do Papa Francisco, como pelos eternos questionamentos da vida e dificuldades de muitos clérigos, celebrar o dia da instituição do sacerdócio é um momento de afirmações importantes para nossas vidas e para a vida da Igreja.

O mundo está correndo velozmente. A cada instante uma novidade é criada em algum lugar do planeta. Elas mudam a opinião das pessoas. Há novos desafios, problemas e tarefas na linha de frente para um padre. Como lidar com tudo isso? O que e a quem recorrer e em que trabalho? O que nunca vai esquecer? Aqui estão as perguntas que a Igreja dá e a resposta que guarda no depósito da fé e da moral, principalmente registrada nas Escrituras e explicada nos documentos da Igreja.


Cada um dos graus do sacramento da Ordem: diaconato, presbiterato e episcopado, traz as impressões distintas de um personagem sacramental e, portanto, de uma maneira especial um homem configurado com Cristo Sacerdote, Profeta e Rei. "Os padres, pela ordenação, são enviados para servir a Cristo Mestre, Sacerdote e Rei, comunhão no seu ministério, através do qual a Igreja aqui na terra está em constante crescimento como povo de Deus, o corpo de Cristo e do templo do Espírito Santo".

Cada ordenado deve levar todos à experiência da vida divina e isto lhe dá a graça necessária para cumprir diversas tarefas relacionadas ao ministério sacerdotal. Esta comunhão com Cristo lhes confere os dons de Profeta, Sacerdote e Pastor, atendendo a vontade de Deus e acolhendo os dons do Espírito Santo conferidos pelo sacramento da Ordem.

Como traduzir para o mundo, que tudo questiona e que prescinde da fé, o que é ser padre hoje? Como unir aquilo que é a certeza de sempre, com o chamado de Deus para o serviço do altar, com as necessidades de evangelização em uma sociedade que perdeu os valores e a visão cristã?

É chamado a ser de Deus e, como conseqüência, ser humano. Essa é a nossa base para viver o serviço ao povo de Deus. A oração liga o padre a Deus e ao povo, e leva o povo a ligar-se com Deus, Pai de todos. Tudo o que faz está intimamente relacionado com o seu ministério sacerdotal. É uma grande alegria se doar pelo Reino de Deus na comunicação do Evangelho. Com certeza é uma atividade cheia de responsabilidades, que ele faz bem e com firmeza institucional, mas sempre alimentado pela oração e com leveza espiritual. Está ciente de que ser padre é um aprendizado constante. Em cada graça o padre vê e participa da alegria e das dores do próximo.

A sua solidão será preenchida pela vida de oração e comunhão com Deus. E será necessária diante de tantas urgências de reuniões e encontros. Sabemos que não é fácil ser padre hoje. Mas o mistério que se dá no momento da ordenação vem para ajudar. Ser chamado por Deus para esta missão é assumir todas as dores, dificuldades e alegrias que o ministério traz. O homem vai aos poucos assumindo a sua vocação. Por isso a oração dos fiéis vem para ajudar a manter os sacerdotes para serem sempre bons padres.

Tem necessidade de constante atualização com cursos e encontros, além de um trabalho permanente na comunicação pessoal e homilética. Tem necessidade de encontro com seus irmãos de presbitério para partilhar sonhos e esperanças junto com o planejamento pastoral. A presença junto ao povo em suas necessidades faz parte de sua constante preocupação de pastor. É chamado a viver constantemente em conversão, procurando converter-se a cada dia. Ele é chamado a ter um coração indiviso e, por isso, o discernimento levou-o a ser escolhido - por ter vocação ao sacerdócio e o dom do celibato - para melhor servir ao povo de Deus. Mesmo com os questionamentos atuais, vemos que este sinal incomoda muito a atual mentalidade, a ponto de quererem culpá-la por número de vocações ou desvios de comportamento. Mas todos nós sabemos que não é esse o problema.

O trabalho com os pobres de todas as situações está na ordem do dia da missão sacerdotal. Faz parte de seu coração de pastor. Tanto nas preocupações sociais, que tantas dificuldades enfrentam hoje, como nas dependências químicas ou ainda no atendimento das pessoas para uma orientação espiritual com seus problemas que machucam a vida. Mas também o grande sacramento da Confissão: é uma grande alegria ver como a pessoa vai embora perdoada e reconciliada e em busca de viver uma nova vida! Jesus chama os homens para serem padres, para que eles sejam corajosos na proclamação da verdade, do amor e da misericórdia, fascinados por Deus e homens de santidade.

"Pois o zelo da tua casa me consome". Quantos sacerdotes deram a vida pelo povo de Deus! Foram fiéis até o fim e consumiram suas vidas pelo Evangelho! E ainda hoje agradeço a Deus por ver esse zelo presente em nosso clero. Vocação que transpareceu no desejo e que foi discernida como aptidão através dos dons de Deus em sua vida.

Volta-se a pergunta: O que é ser um padre hoje? O que Deus espera dele hoje? Aqui estão as perguntas que enfrentam todos os dias os que exercem o sacerdócio ordenado (vigário, padre, bispo) como um incentivo para trabalhar em si próprios, a fim de serem bons trabalhadores na vinha do Senhor.

Somos imbuídos a lembrar do Profeta Jeremias: "Eu te darei pastores segundo o meu coração" (Jr 3,15). Com estas palavras do profeta Jeremias, Deus promete a seu povo que não vai deixá-lo sempre sem pastores. "Porei sobre eles (e das minhas ovelhas) os pastores que não temerão, nem se espantarão, nem se perderão" (Jr 23,4).

A Igreja, como Povo de Deus, experimenta continuamente a realização deste anúncio profético e a alegria em agradecer a Deus por tudo isso. Ela sabe que Jesus Cristo é a vida, o cumprimento supremo e definitivo da promessa de Deus: "Eu sou o bom pastor" (Jo 10,11). Ele, o "Grande Pastor dos Inocentes" (Hb 13,20), confiou aos apóstolos e seus sucessores no ministério dos pastores o rebanho de Deus.

Pela instituição do sacerdócio, a ser relembrada nesta quinta-feira santa e pela Páscoa, quero cumprimentar todos os sacerdotes da arquidiocese. E peço aos fiéis que rezem sempre pelas vocações e pelo seu pároco, pelos sacerdotes de nossa Igreja!

Deus os abençoe, e tenham uma feliz Páscoa!


Dom Orani João Tempesta
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Fonte: Portal Eclesia.

Acreditar na Páscoa!



Estamos numa mudança de época. Vivemos muitas crises. A maior delas é a crise de fé. Acredita-se ainda? Acreditar em que e em quem? Há algo que ainda dá sentido à vida? Para onde caminha a humanidade? A plenitude deu definitivamente lugar ao niilismo?

Em resposta à crise de fé, os fiéis da Igreja Católica foram e são desafiados a viver um “Ano da Fé”, que iniciou em outubro do ano passado e termina em novembro deste ano. Foi proclamado, ainda, pelo Papa emérito, Bento XVI. Ele mesmo colocou uma finalidade contundente do “Ano da Fé”: “repensarmos e vivenciarmos a fé”. Em outras palavras, deseja o que o grande apóstolo das nações nos primórdios do cristianismo, o Paulo de Tarso, já propusera aos que tinham abraçado a fé em Jesus Cristo: “dar sempre razões à fé”. Também hoje, na mudança de época em que vivemos, é urgente a tarefa nossa de “darmos novas razões à fé”. Senão sucumbimos por falta de convicções; senão sucumbimos no vazio da existência sem perspectivas. Precisamos urgentemente recuperar a alegria de crer. Precisamos urgentemente testemunhas de uma fé viva e forte.


Qual é o cerne da fé cristã? É preciso acreditar em que e em quem mesmo? Pois, a resposta é esta: é preciso acreditar na PÁSCOA! Não existe ressurreição sem Páscoa! Não existe felicidade sem Páscoa! Não existe graça sem Páscoa! Não existe vida sem Páscoa! Não existe luz sem Páscoa! Hoje, na mudança de época em que vivemos, numa sociedade cada vez mais do “fácil-relativo-supérfluo-efêmero-transitório”, quer-se viver a ressurreição, a felicidade, a graça, a vida, a luz, mas sem uma Páscoa.

Páscoa é passagem. Passagem da cruz para a ressurreição, passagem da facilidade para a felicidade, passagem do pecado para a graça, passagem da morte para a vida, passagem das trevas para a luz. Nessa passagem é preciso abraçar a cruz. Procura-se sempre mais fugir da cruz. A fuga da cruz é uma ilusão e não nos leva à ressurreição, à felicidade, à graça e à vida.

Vamos acreditar na Páscoa: a humanidade depende desta fé. A humanidade precisa da Páscoa-passagem do sepulcro escuro do niilismo para a ressurreição luminosa da plenitude. Ainda é atualíssima a palavra do grande Agostinho de Hipona: “nosso coração anda inquieto enquanto não repousa no Absoluto-Deus”.


Dom Jacinto Bergmann,

Arcebispo de Pelotas

Oito anos sem João Paulo II



Em 2 de abril de oito anos atrás, chegou à Casa do Pai o Beato João Paulo II.

Foi Papa Wojtyla quem nomeou Bispo, em 1992, Jorge Mario Bergoglio e o criou Cardeal em 2001.

Quando foi beatificado, em primeiro de maio de 2011, o então Arcebispo de Buenos Aires celebrou a Santa Missa na Catedral da cidade para recordar João Paulo II e dele destacou a frase “não tenham medo”.

João Paulo II não teve medo, “porque viveu a sua vida ao Senhor Ressuscitado” – disse o Cardeal na ocasião. “A coragem, a firmeza que nos dá a Ressurreição de Cristo, a serenidade de sermos perdoados através da misericórdia remove em nós o medo.”


Seis anos antes, em 4 de abril de 2005, o Arcebispo de Buenos Aires celebrou uma missa em memória do Beato Wojtyla dois dias depois de sua morte. João Paulo II – disse naquela ocasião – foi uma testemunha coerente do Senhor, que estava em comunhão com seu povo “com a coerência de um homem de Deus”. Com a coerência de quem todas as manhãs “passava muitas horas em adoração” e por isso “se deixava plasmar pela força de Deus”.

Num período em que necessitamos mais de testemunhas do que de mestres, concluiu o Arcebispo de Buenos Aires, João Paulo II viveu até o fim sendo justamente “uma testemunha fiel”.
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Fonte: Rádio Vaticano.
Disponível em: CatólicaNet.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Deus o ressuscitou!




O livro dos “Atos dos Apóstolos”, escrito pelo evangelista Lucas para narrar a vida das primeiras comunidades cristãs após a morte, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo aos céus, tem seu ponto alto nos discursos de Pedro e de Paulo. Tais discursos, chamados “querigmáticos” (Aurélio: proclamação em alta voz, anúncio), apresentam o núcleo central e essencial da mensagem cristã. Num deles, que ocorreu na cidade de Cesareia da Palestina, o apóstolo Pedro foi particularmente ousado, ao afirmar: “Eles o mataram, pregando-o na cruz. Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia” (At 10,39-40). A preocupação principal de Pedro, de Paulo e dos demais apóstolos não era a de anunciar que Jesus Cristo havia morrido, mas que ressuscitara e, portanto, estava vivo! Eles estavam convictos de que essa era a verdade mais importante que tinham para transmitir ao mundo.

Há documentos históricos que comprovam a existência de Jesus de Nazaré na Palestina e sua crucifixão em Jerusalém. Mas em que nos baseamos para afirmar que ele ressuscitou dos mortos? Em dados científicos? Certamente, não! Por mais importante que seja a ciência, ela não serve para comprovações no campo da fé. A fé é um dom e um mistério: nós a recebemos por graça divina e a razão humana não é capaz de demonstrar ou explicar o conteúdo do que nós acreditamos.

Quando se trata da ressurreição de Cristo, valem para nós o testemunho e as afirmações dos apóstolos: eles viveram para proclamar que Jesus ressuscitou, e morreram para testemunhar essa verdade. Curioso, e ao mesmo tempo significativo, foi que eles não esperavam essa ressurreição. Quando, ao terceiro dia após a morte, naquele domingo que ficaria célebre e que daria sentido a todos os demais domingos da história, os apóstolos e as santas mulheres foram ao sepulcro, tinham como objetivo cuidar do corpo de uma pessoa que havia morrido. Se estivessem esperado encontrar-se com Jesus, não teriam levado perfumes para embalsamar seu corpo. Ao verem o sepulcro vazio, ficaram inicialmente chocados; ao ouvirem a mensagem que um jovem havia transmitido às mulheres – “Procurais Jesus, o nazareno, aquele que foi crucificado? Ele ressuscitou!” –, manifestaram surpresa. Surpresos ficaram nas diversas vezes em que Jesus lhes apareceu, quando lhes perguntou se tinham alguma coisa para comer e, particularmente, ao verem que ele próprio lhes havia preparado um peixe assado.