quarta-feira, 8 de maio de 2013

O que é a pena de excomunhão? O que é ser excomungado? O excomungado pode ser reintegrado na Igreja novamente?



A pena de excomunhão possui um sentido pastoral pois protege o Povo de Deus. É costume considerar que a excomunhão supõe a exclusão da comunhão com a Igreja.

A excomunhão é uma das penas previstas pelo Direito da Igreja. Por “excomunhão” se entende a censura ou pena medicinal pela qual o réu de delito é excluído da comunhão com a Igreja Católica. Faz-se necessário esclarecer algumas premissas antes de descrevermos a pena de excomunhão e seus efeitos.

SENTIDO PASTORAL DA EXCOMUNHÃO

Como dissemos, por excomunhão se entende a pena que exclui o réu de delito da comunhão com a Igreja. Pode parecer pouco pastoral a atitude da Igreja ao impor a sanção de excomunhão a um pecador. Já o fato de expulsar o pecador ao invés de perdoá-lo parece ser contrário ao “perdoar setenta vezes sete” como o Senhor recomendou (cf. Mateus 18,22). Porém, deve-se levar em conta algumas considerações de oportunidade pastoral e de caridade.

É missão da Igreja o cuidado pastoral de todo o Povo de Deus. Por isso, o Direito Penal tem o seu lugar no Direito da Igreja. Pode-se dizer que é pastoral estabelecer um Direito Penal que tipifica delitos e estabelece penas. E falando mais propriamente da excomunhão, tem por finalidade proteger o Povo de Deus, pois a pena de excomunhão é estabelecida para os delitos mais graves, aqueles em que a legítima autoridade eclesiástica considera que colocam o sujeito fora da comunhão com a Igreja. Quem comete um delito tipificado com a excomunhão coloca-se fora da Igreja, não por palavras, mas por fatos. A autoridade eclesiástica deve apontar essas condutas, de modo que toda a comunidade eclesial conheça a gravidade dessas condutas.

Não devemos esquecer que a função da pena de excomunhão é evitar o escândalo: os fiéis se escandalizariam se não se castigasse com a devida proporção aquelas condutas tão graves como aderir à heresia, profanar o Santíssimo Sacramento, ou cometer um aborto. E o Senhor pronuncia palavras bastante duras para aqueles que escandalizam (cf. Mateus 18,6). Se não se castigassem esses delitos – ou outros delitos gravíssimos – o escândalo viria não do delinquente, mas da autoridade eclesiástica que não os tipifica.

Portanto, é possível concluir que pode constituir verdadeira obrigação de justiça a tipificação de delitos e a imposição da pena de excomunhão.

Mas também se deve considerar que nesta pena – como em todas – a Igreja tenta esgotar os meios de reconciliação com o delinquente antes de proceder à imposição da pena. O Direito Canônico estabelece algumas medidas de cautela que fazem esgotar os remédios possíveis antes de se chegar à excomunhão. Entre eles, existe uma instituição de grande tradição no Direito Canônico que é a contumácia. Conforme o cânon 1347, não se pode impor uma censura – entre as quais está a excomunhão – se não se advertiu antes o delinquente, pelo menos uma vez, para que cesse em sua contumácia. Se permanece contumaz, pode-se impor validamente a censura. Assim, em nenhum caso se imporá a um fiel a censura de excomunhão sem o seu conhecimento e sem que lhe tenha sido dada a oportunidade de corrigir-se.

Esta instituição se aplica plenamente à excomunhão “ferendae sententiae”; porém, também se aplica peculiarmente no caso da excomunhão “latae sententiae” prevista no cânon 1324,§1,1 em combinação com o cânon 1324,§3, que exime da pena aqueles que sem culpa ignoravam que a lei ou o preceito traziam consigo uma pena “latae sententiae”. Nenhum fiel, portanto, será excomungado “latae sententiae” de surpresa, pois para incorrer no delito deve saber que a sua conduta será castigada com excomunhão “latae sententiae”.

No mais, não seria legítimo afirmar que a excomunhão não é uma instituição evangélica: o Senhor, em Mateus 18,17, estabelece a possibilidade de a Igreja expulsar do seu seio aqueles que cometem pecados especialmente graves. Os primeiros cristãos já a praticavam: São Pedro, em Atos 8,21, expulsou Simão Mago da Igreja, por este pretender comprar o poder de administrar o sacramento da confirmação (cometeu o delito de “simonia”, que recebe este nome em razão daquele episódio); São Paulo, em 1Coríntios 5,4-5, também expulsou da Igreja um delinquente incestuoso (nessa ocasião, o texto de sua Carta deixa claro que a finalidade da pena é medicinal: a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor; sem rodeios, São Paulo exige que os coríntios apliquem-lhe a pena: “Afastai dentre vós esse malvado!” (1Coríntios 5,13).

NATUREZA E EFEITOS DA PENA DE EXCOMUNHÃO

A excomunhão, como já foi dito, é uma das penas medicinais ou censuras. As censuras são penas que estão orientadas especialmente à correção do delinquente. É por isso que a imposição da pena está ligada à contumácia do delinquente. Dentre as censuras, a excomunhão é a pena mais grave. De fato, costuma a ser considerada a pena mais grave na Igreja, seja a pena medicinal ou não. Por isso, o cânon 1318 recomenda ao legislador não estabelecer censuras, especialmente a excomunhão, a não ser com a máxima moderação e apenas para os delitos mais graves.

Ainda que o Código de Direito Canônico não a defina assim, costumeiramente se considera que o efeito da excomunhão é a expulsão do delinquente da Igreja. Pela excomunhão o delinquente não pertenceria mais à Igreja. Naturalmente, esta afirmação merece uma reflexão, visto que os batizados não perdem o selo batismal nem sua condição de batizados. Neste sentido, não se pode dizer que os excomungados deixem de pertencer à Igreja, pois os vínculos de comunhão espiritual e invisível não se alteram; rompem-se, porém, os vínculos extrínsecos da comunhão.

A excomunhão pode ser infligida “ferendae sententiae” ou “latae sententiae”. A excomunhão “ferendae sententiae” obriga ao réu a partir do momento em que é imposta; a excomunhão “latae sententiae” obriga a partir do momento em que o delito é cometido. Se a pena é aplicada “ferendae sententiae” , para que haja delito requer-se decreto do Bispo ou sentença judicial (cf. cânon 1341 e seguintes). No entanto, quando se aplica a excomunhão “latae sententiae”, não é necessária a declaração da legítima autoridade para que se esteja obrigado a cumprir a pena (cf. cânon 1314); é costumeiro dizer que o juízo é feito pelo delinquente mediante seu próprio ato delitivo.

O delito que carrega consigo a excomunhão “latae sententiae”, portanto, pode encontrar-se no foro da consciência do delinquente. A autoridade legítima, contudo, pode considerar oportuno declarar a excomunhão; assim, deve-se distinguir entre excomunhões “latae sententiae” declaradas e não-declaradas.

Os efeitos da excomunhão encontram-se claros no cânon 1331:

Cânon 1331

§1 - Proíbe-se ao excomungado:

1. Possuir qualquer participação ministerial na celebração do Sacrifício Eucarístico ou em quaisquer outras cerimônias de culto;

2. Celebrar os sacramentos ou sacramentais e receber os sacramentos;

3. Desempenhar ofícios, ministérios ou cargos eclesiásticos ou realizar atos de regime.

§2 - Quando a excomunhão foi imposta ou declarada, o réu:

1. Se quiser agir contra o que é prescrito no §1, deverá ser rejeitado ou deve cessar a cerimônia litúrgica, a não ser que obste uma causa grave;

2. Realiza invalidamente os atos de regime, que conforme o §1,3 são ilícitos;

3. Está proibido de gozar dos privilégios que anteriormente lhe foram concedidos;

4. Não pode obter validamente uma dignidade, ofício ou outra função na Igreja;

5. Não tem para si os frutos de uma dignidade, ofício, função ou pensão que tenha na Igreja.

O §1 se refere ao excomungado em geral, sem oferecer maiores especificações. Portanto, diz respeito a todos os excomungados, sejam “latae sententiae” ou “ferendae sententiae”. Por outro lado, o §2 refere-se apenas àqueles que foram excomungados “ferendae sententiae” (excomunhão imposta) ou “latae sententiae” declarada; excluem-se aqueles que incorreram em excomunhão “latae sententiae” não-declarada.

Além disso, deve-se considerar que o cânon 1355 suaviza os efeitos da excomunhão todas as vezes que objetive atender a um fiel em perigo de morte. Esta indicação se refere ao ministro que incorreu em excomunhão; o cânon 976, por sua vez, concede faculdade a qualquer sacerdote, ainda que não esteja aprovado, de absolver de qualquer censura.

Para a cessação da excomunhão deve-se ter em conta as normas do Direito Canônico sobre a cessação das censuras eclesiásticas.
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Postado por Carlos Wylker no facebook do Caiafarsa.
Fonte Desconhecida.

Lideranças da PJ visitam CNBB e mostram ações contra a violência e o extermínio da juventude brasileira



Na manhã da terça-feira, 07/05, o secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, recebeu na sede da instituição em Brasília (DF) a coordenação da Pastoral da Juventude (PJ), representada pelos jovens Thiesco Crisóstomo, secretário nacional, e Joaquim Alberto Silva, da Comissão Nacional de Assessores da PJ.

O encontro teve como pauta apresentar o diálogo que a PJ tem construído no que diz respeito à violência e extermínio da juventude brasileira, inclusive o debate em torno da redução da maioridade penal. Thiesco partilhou a realização do Seminário da Campanha Nacional contra a violência e extermínio de jovens, realizado de 3 a 5 de maio, e enfatizou o clamor da juventude presente na atividade para que, como cristãos,  “possamos lutar pela vida da juventude e que a redução da maioridade penal não é a solução para a questão violência que assola no país e, sim, uma maneira de criminalizar a juventude”, afirmou o jovem.


“Com a realização da Campanha Nacional contra a violência e extermínio de jovens a Pastoral da Juventude reafirma a sua luta pela vida, com destaque para que adolescentes e jovens sejam reconhecidos como sujeitos de direitos e tenham vida em abundância”, afirmou Joaquim Alberto.

Dom Leonardo, destacou a necessidade de que as dioceses possam dialogar localmente sobre a pauta da redução da maioridade penal, fortalecendo o posicionamento da Igreja do Brasil de que a proposta esta proposta não soluciona o problema, mas violenta e penaliza ainda mais adolescentes e jovens, sobretudo os mais pobres, negros e moradores de periferias. A CNBB já tem esta posição sobre o assunto, publicada em nota no ano de 2009.

Ao final do encontro, foi entregue a dom Leonardo o subsídio de estudo da PJ, materiais da Campanha Nacional contra a violência e extermínio de jovens e da celebração dos 40 anos da PJ no Brasil.
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Fonte: CNBB.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Pronunciamento do CLAI Região Brasil em relação à Seca no Nordeste



A Glória do Senhor se manifestará (Is 40: 5)

Declaração do Clai-Brasil sobre a seca de 2013



Baseados no Evangelho de Jesus Cristo, que nos compromete com a defesa da causa dos empobrecidos, vimos a público nos pronunciar contra a omissão política que tem provocado a situação calamitosa em que se encontram mais de 10 milhões de pessoas no Nordeste brasileiro, neste momento onde se vive a maior seca dos últimos 50 anos.

A seca é um fenômeno climático. Mas, a miséria das populações atingidas por ela é resultado da omissão política, que nasce na hora da construção dos orçamentos públicos, quando se decide investir mais em ações que favoreçam o grande capital e menos naquilo que promova a justiça social.

A sociedade civil nordestina plasmou, por meio da Articulação do Semiárido, muitas medidas para fazer avançar formas criativas de convivência com o semiárido. Infelizmente, uma das medidas do governo federal, por meio do Ministério da Integração, foi substituir a implantação de cisternas de placa para captação da água de chuva, com o uso do saber local, por cisternas de PVC, não adaptadas ao clima do semiárido. O semiárido é um ecossistema, com o bioma caatinga, que exige uma postura apropriada à essa condição. 25 milhões de brasileiros vivem nesse bioma, são filhas e filhos de Deus que exigem respeito à sua dignidade.


A atual estiagem prolongada, para além da insegurança hídrica, gerou severas situações para o povo do semiárido: êxodo rural, migrações forçadas, exposição à penúria e agravamento da miséria, perda da produção agrícola e muitas mortes de animais. Nas cidades do sertão, a água virou ouro. A frota oficial de carros pipa não atende à população da caatinga, e o custo do serviço de abastecimento de águas por meio de carros pipa atinge preços proibitivos. Há formação de cartéis, que usurpam os recursos parcos da população local. O que indica a ineficiência da Operação Carros Pipa, executada pelo Exército, sob a coordenação do Ministério da Integração Social, que já custou meio bilhão aos cofres públicos. Lastimamos o renascimento da velha “indústria da seca”, gerando dependência da população pobre do semiárido às artimanhas políticas.

Conquanto várias ações governamentais tenham sido realizadas, as Igrejas-membros e os organismos fraternos-membros do Conselho Latino-Americano de Igrejas, em atitude solidária às irmãs e irmãos do Nordeste e do semiárido, exigem:

1. A elaboração e implementação de programas e políticas públicas permanentes para o combate à insegurança hídrica;

2. Ações estruturantes de cuidado com o bioma caatinga, com a revitalização das fontes d’água e com a promoção de sistemas simplificados e democráticos de abastecimento hídrico potável humano e para dessedentação animal;

3. O recadastramento dos perímetros irrigados, para evitar que haja concentração dos reservatórios de grande porte em posse da iniciativa privada – como ocorre no CE, no qual 35% desses reservatórios estão nessa condição;

4. Que se promova e incentive as novas tecnologias de captação de água da chuva, de barragem subterrânea, de cisterna e de irrigação de salvação – sem o uso de energia elétrica.

Com este pronunciamento, nos afirmamos contra os entraves burocráticos e a ineficácia de financiamento e execução que atingem os programas e políticas públicas para o semiárido nordestino. As populações do semiárido brasileiro já estão há séculos envergonhadas pelas “esmolas”, cansadas de tanto sofrer e esperar promessas que teimam em não se cumprir.

Nós, do CLAI, nos juntamos a esses homens, mulheres, jovens e crianças exigindo respeito e justiça.

Como voz que clama no deserto, queremos, em nome do Deus que dá força ao cansado (Is 40: 3-28), exigir de nossos governantes a devida atenção ao povo da caatinga!


Assembleia do CLAI.
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Fonte: Conselho Nacional de Igrejas Cristãs - CONIC

Maria Medianeira



Meu primeiro encontro pessoal com a Virgem Maria aconteceu quando eu era um estudante em um seminário anglicano protestante na Inglaterra.Eu tinha sido criado como um evangélico e encontrei meu caminho para a igreja Anglicana. Lá eu estava me preparando para a ordenação. Um amigo católico, que foi um oblato beneditino, sugeriu que eu gostaria de visitar um mosteiro beneditino católico.

Enquanto lá, eu disse a um dos monges que durante um tempo de oração contemplativa que eu havia sentido a presença de Deus de uma forma muito real, mas feminino. A feminilidade me havia perturbado porque eu sabia que Deus não é feminino. O monge sorriu e disse: “Não se preocupe. Isso não é Deus. É a Virgem Maria. Ela é a Medianeira. Ela quer ajudá-lo com suas orações e trazê-lo mais perto de Deus.”

Eu fiquei chocado. Na época, a Virgem Maria não desempenhou nenhum papel na minha vida devocional. Como um bom rapaz evangélico que eu era, tinha memorizado 1 Timóteo 2:5, que diz: “Há um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” Ao chamar a Maria de “Medianeira”, ele confirmou meu preconceito contra os católicos que acreditam em coisas que “contradizem a Bíblia”. Ele também confirmou a minha suspeita de que os católicos deram à Maria um status de igualdade com Jesus.

Eu coloquei essa noção firmemente para um lado e não considerei-a novamente até depois de eu ter entrado na Igreja Católica. Este adiamento foi possível porque o papel de Maria como Co-redentora e Medianeira da graça não é um dogma definido formalmente da Igreja Católica. Continua a ser uma opinião piedosa, um modo devocional útil e forma teológica de meditar sobre Maria. Minha atenção foi atraída de volta à questão, no entanto, quando eu estava escrevendo Maria: Um Debate católicos x evangélicos com um velho amigo que tinha frequentado a Bob Jones University comigo.

Programa da viagem do Papa ao Rio de Janeiro



Foi divulgada ao meio-dia de hoje, 7 de maio, no Vaticano, a programação oficial da viagem do Papa Francisco ao Brasil. O Santo Padre chega ao Rio de Janeiro na tarde de segunda-feira, 22 de julho, sendo recebido no Aeroporto Internacional do Galeão/Antonio Carlos Jobim pela Presidente da República, Dilma Rousseff; pelo Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta; pelo Arcebispo de Aparecida e Presidente da CNBB, Cardeal Raymundo Damasceno Assis; pelo Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral; e pelo prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.

No aeroporto não serão realizadas formalidades particulares e não serão pronunciados discursos. A Cerimônia de boas-vindas se realizará internamente no Palácio Guanabara. O Santo Padre se detérá por alguns minutos na Sala Presidencial do aeroporto, enquanto a Comitiva toma o seu lugar nos veículos do cortejo papal.

Papa Francisco deixará o aeroporto de papamóvel em direção ao Palácio Guanabara, sede oficial do Governo do Estado do Rio de Janeiro, onde será realizada a cerimônia de boas-vindas; presentes os mais altos cargos do Estado, o Corpo Diplomático e algumas centenas de convidados institucionais. Além da execução dos hinos e honras militares, os discursos da Presidente Dilma e do Santo Padre; em seguida a apresentação das duas delegações (brasileira e vaticana).

A Senhora Presidente acompanha o Santo Padre à Sala Verde do primeiro andar, onde se realizarão os encontros privados.

- breve encontro com o Governador do Estado do Rio de Janeiro e apresentação da família.
- breve encontro com o Prefeito da cidade do Rio de Janeiro e apresentação da família.


O Papa deixará o Palácio Guanabara em direção ao Sumaré, onde será a sua residência durante a permanência no Rio de Janeiro.

A terça-feira, dia 23, será estritamente privada até a manhã de quarta-feira, 24 de julho.

Na quarta-feira, 24, às 8h15 o Papa deixará o Rio de Janeiro e de helicóptero irá até Aparecida onde irá venerar a imagem de Nossa Senhora no Santuário Nacional e celebrará a Santa Missa.

O Santo Padre será acolhido pelo Arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis e pelo Reitor do Santuário Padre Domingos Sávio da Silva. Papa Francisco almoçará no Seminário Bom Jesus, retornando depois ao Rio de Janeiro.

No final da tarde no Rio de Janeiro o Santo Padre visitará o Hospital São Francisco de Assis. O Hospital, dirigido pela Associação homônima, dedica-se seja à recuperação dos dependentes da droga e do álcool, seja na assistência médica-cirúrgica, assegurada gratuitamente aos indigentes, com cerca 500 leitos. Está previsto um discurso do Papa.
No início da noite Papa Francisco retornará ao Sumaré onde irá jantar de forma privada e onde pernoitará.

Na quinta-feira, dia 25, o Santo Padre celebrará no início da manhã a Santa Missa em privado na Residência do Sumaré.

Às 9 horas Papa Francisco deixará o Sumaré em direção ao Palácio da Cidade, onde receberá das mãos do Prefeito Paes, as chaves da cidade e irá abençoar as bandeiras oficiais dos Jogos Olímpicos e paraolímpicos.

Por volta das 10 horas deixará o Palácio da Cidade e se dirigirá à Comunidade da Varginha – Manguinhos, para uma visita. A Comunidade da Varginha faz parte de uma ampla favela "pacificada" em virtude do programa de recuperação realizado pelas Autoridades brasileiras. O Santo Padre será acolhido pelo Pároco, pelo Vice-Pároco, pelo Vigário episcopal e pela Superiora das Irmãs da Caridade. Logo em seguida se dirigirá para a pequena igreja dedicada a São Jerônimo Emiliano onde encontrará alguns membros da comunidade paroquial. Na Paróquia, após um momento de oração, será abençoado o novo altar e o Papa oferecerá um presente à comunidade. O Santo Padre se dirigirá depois ao campo de futebol, onde estará reunida a comunidade. Ao longo do percurso (cerca 100 m) visitará a casa de uma família da Comunidade. Ali o Papa fará um discurso.

Papa Francisco retornará depois ao Sumaré para o almoço em privado. Na parte da tarde às 17 horas o Santo Padre deixará movamente o Sumaré em direção da Praia de Copacabana onde terá lugar a Festa da Acolhida aos jovens participantes da JMJ. O ato está previsto na forma de Celebração da Palavra. O Papa fará um discurso e abençoará os jovens. Retornará depois ao Sumaré onde pernoitará.

Na sexta-feira de manhã, dia 26, Santa Missa em privado na Residência do Sumaré. Em seguida irá se deslocar em automóvel até à Quinta da Boa Vista onde às 10 horas irá confessar 5 jovens provenientes dos cinco continentes. Após as confissões Papa Francisco se transferirá para o Palácio São Joaquim, residência do Arcebispo do Rio de Janeiro, o qual acolhe o Santo Padre na entrada principal.

O Santo Padre irá encontrar em forma reservada cinco jovens detentos. Presentes também alguns assistentes acompanhantes dos jovens detentos. Em seguida o Santo Padre e o Arcebispo se dirigirão ao primeiro andar para visitar a Capela onde encontrará as Irmãs que trabalham na residência.

Às 12 horas o Santo Padre do balcão do Palácio rezará a oração do Angelus. Em seguida encontrará os 20 membros do Comitê Organizador e os 10 grandes patrocinadores-benfeitores da JMJ para uma saudação. Não estão previstos discursos.

No Salão redondo no primeiro andar do Arcebispado, o Santo Padre almoçará com S.E. Dom Tempesta e com 12 jovens de várias nacionalidades: um jovem e uma moça de cada um dos continentes mais um jovem e uma moça de nacionalidade brasileira. O almoço terá a duração de cerca 1 hora. Após o almoço o Papa retornará ao Sumaré.

No final da tarde, às 17 horas retornará à Praia de Copacabana para a Via Sacra com os jovens: o Santo Padre, depois de introduzir o ato litúrgico, acompanhará do palco o desenvolvimento da Via Sacra, e ao término pronunciará a sua alocução e concluirá a oração. Depois retornará ao Sumaré onde pernoitará.

No sábado de manhã, dia 27, Papa Francisco irá à Catedral da cidade onde celebrará a Santa Missa, às 9 horas, com os bispos da JMJ, com sacerdotes, religiosos e seminaristas. Já no Teatro Municipal, às 11h30, o Santo Padre encontrará a classe dirigente do Brasil; presentes políticos, diplomatas, expoentes da sociedade civil, empresários, pessoas do mundo da cultura e representantes das maiores comunidades religiosas do país. O Papa fará um discurso. Na conclusão o Pontífice retornará ao Sumaré onde irá almoçar com os Cardeais do Brasil, a Presidência da CNBB, os Bispos da Região e a Comitiva papal.

No início da noite, por volta das 18h15 o Papa deixa o Sumaré em direção do Campus Fidei de Guaratiba onde será realizada a Vigília de Oração com os jovens. O encontro com os jovens terá lugar em uma área campestre denominada Campus Fidei, preparada para a ocasião pelas Autoridades locais, e que pode conter mais de dois milhões de pessoas. O encontro será na forma de uma Liturgia da Palavra, com testemunhos e perguntas de cinco jovens ao Santo Padre; respostas e discurso do Santo Padre; orações e cantos; troca de presentes e benção. Os jovens dormirão no Campus Fidei, esperando a missa do dia seguinte.

No domingo, dia 28, Papa Francisco às 8h20 deixará novamente o Sumaré em direção a Guaratiba. Durante o deslocamento, o helicóptero do Santo Padre sobrevoará a célebre estátua do Cristo Redentor que do alto do Corcovado abraça a cidade do Rio. Um cinegrafista do CTV estará abordo do helicóptero e transmitirá as imagens ao vivo através do host broadcaster. Às 10 horas terá início a Missa de Envio da JMJ Rio2013. Prevista a presença da Presidente da República. A Celebração terminará com o discurso de S.E.Card.Rylko; Angelus do Santo Padre; e anúncio da sede e do ano onde se realizará a sucessiva JMJ. Papa retornará ao Sumaré onde irá almoçar com a Comitiva papal.

Ainda no Sumaré às 16 horas o Papa encontrará o Comitê de Coordenação do CELAM, Conselho Episcopal Latino-Americano. O Comitê de coordenação do Celam é composto por cerca 45 bispos, que iniciarão as Sessões de trabalho na segunda-feira, dia 29 de julho. Depois de se despedir do pessoal da residência do Sumaré Papa Francisco se dirigirá ao Rio Centro onde encontrará cerca de 15 mil voluntários da JMJ. O Papa fará a eles um discurso.

Às 18h30 a cerimônia de despedida no aeroporto Galeão/Antonio Carlos Jobim. O Santo Padre será acolhido no Pavilhão de honra Marechal Trompowski de Almeida pela Presidente da República, Dilma Rousseff. Discurso da Senhora Presidente e do Santo Padre. O Santo Padre se despedirá da Presidente da República nas escadas do avião. A partida para Roma está prevista para às 19 horas, e a chegada a Roma, 11h30 da manhã, hora italiana. Conclusão da 1ª Viagem Apostólica Internacional de Papa Francisco.
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Fonte: CNBB.

Comunicação



Na Festa da Ascensão do Senhor, na volta de Cristo ao Pai, tocamos no tema do Dia Mundial das Comunicações Sociais. Estamos numa cultura que se prima por comunicar de forma toda especializada e perfeita. Apesar do individualismo, as pessoas estão, a todo momento, conectadas, principalmente no caminho virtual. Os meios, os instrumentos estão, cada vez mais, marcantes na vida das pessoas.

Outro tema de importância neste tempo é a abertura da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Os Meios de Comunicação Social precisam contribuir para a unidade das pessoas. A força da comunicação deve ser caminho de aproximação dos indivíduos, não provocando violência, incentivo aos vícios e destruição dos valores que dão segurança para o povo. Eles precisam contribuir com uma paz sustentável.


Dizemos que o Espírito Santo é o comunicador de Deus Pai. Cumprido sua missão na terra, Jesus retornando ao céu, comunica à Igreja, como ação de sabedoria divina, Aquele que seria o laço de comunicar, o Espírito Santo. É Aquele que conduz e orienta o itinerário da Igreja, tendo como meta, a construção do Reino de Deus. É a forma de Cristo continuar presente na história da Igreja até o fim dos tempos.

Temos os nossos instintos e meios materiais de comunicação, de criar laços fraternos. Quando mal usados, podem prejudicar a unidade. É o caso, por exemplo, da força da palavra, do uso da língua mal intencionada e destruidora do espírito de convergência. A forma como usamos as redes sociais, como força de comunicar dos novos tempos, pode ser bom instrumento de unidade.

Lembramos também as nossas mães, geradoras de vida e de formação básica para seus filhos. Queremos parabenizá-las, principalmente àquelas que assumem seu papel de educar com responsabilidade, preparando os filhos para enfrentar os desafios que o mundo vem oferecendo, especialmente para a juventude. Elas são verdadeiras comunicadoras dos princípios do Evangelho tanto cristãos como também cidadãos da nova cultura. Que Deus as abençoe e as cubra de forças para cumprir a missão que lhes é confiada.


Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)

segunda-feira, 6 de maio de 2013

O Sacrifício da Santa Missa



Quando falamos que a missa é o Sacrifício de Cristo na cruz, muitas pessoas não compreendem o significado e a profundidade deste ensinamento. Por Milênios a Igreja e os santos repetiram isso "Missa é sacrifício". É uma pena que os "modernos" tenham deixado isso de lado e fazem de conta que não é importante, ou pior: rebaixam o sacrifício de Cristo renovado em cada santa missa, querem a todo custo abrir brechas para introduzir erros na Liturgia como palmas e danças, com o pretexto de que não é "somente" sacrifício (como se isso fosse pouca coisa). Colocarei aqui documentos da Igreja Católica Apostólica Romana, onde veremos que esse mistério é tão profundo que é quase impossível descrever tamanha profundidade. Começo este artigo com uma frase de São Tomas de Aquino:

"Espero nunca ter ensinado nenhuma verdade que não tenha aprendido de Vós. Se, por ignorância, fiz o contrário, revogo tudo e submeto todos meus escritos ao julgamento da Santa Igreja Romana". Vamos aos ensinamentos Católicos. Acompanhem.


O que é a Santa Missa? 
Assim diz o Catecismo Romano:

"A Santa Missa é o sacrifício do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo, oferecido sobre os nossos altares, debaixo das espécies de pão e de vinho, em memória do sacrifício da Cruz". 

(Catecismo Maior de São Pio X).

"A principal excelência do santo Sacrifício da Missa consiste em que se deve considerá-lo como essencialmente o mesmo oferecido no Calvário sobre a Cruz, com esta única diferença: que o sacrifício da Cruz foi sangrento e só se realizou uma vez e que nessa única oblação JESUS CRISTO satisfez plenamente por todos os pecados do Mundo; enquanto que o sacrifício do altar é um sacrifício incruento, que se pode renovar uma infinidade de vezes, e que foi instituído para nos aplicar especialmente esta expiação universal que JESUS por nós cumpriu no Calvário. Assim, O SACRIFÍCIO CRUENTO foi o MEIO de nossa REDENÇÃO, e O SACRIFÍCIO INCRUENTO nos proporciona as GRAÇAS da nossa REDENÇÃO".

(São Leonardo de Porto-Maurício. As Excelências da Santa Missa)

"O augusto sacrifício do altar não é, pois, uma pura e simples comemoração da paixão e morte de Jesus Cristo, mas é um verdadeiro e próprio sacrifício, no qual, imolando-se incruentamente, o sumo Sacerdote faz aquilo que fez uma vez sobre a cruz, oferecendo-se todo ao Pai, vítima agradabilíssima". 

(Pio XII. Mediator Dei).

Portamos caros irmãos Católicos, o sacrifício da Missa, não é uma "lembrança" da cruz. É o mesmo sacrifício, é como se Cristo se sacrificasse outra vez na cruz por nós. É como se ele morresse novamente, em espiação dos nossos pecados, mas sem sofrimento e sem derramamento de sangue. Você tem noção do quanto isso é importante? E ainda assim você consegue rebaixar tamanho acontecimento, tamanho ensinamento para você poder bater palminha e se sentir mais a vontade na missa? Pare e reflita um pouco sobre estes ensinamentos. No mesmo livro citado acima - As Excelências da Santa Missa - São Leonardo de Porto Maurício ensina o que acabei de afirmar, acompanhem:

"Notai, portanto que na Missa não se faz apenas uma representação, uma simples memória da Paixão e Morte do nosso Salvador; mas num sentido realíssimo, o mesmo que se realizou outrora no Calvário aqui se realiza novamente: tanto que se pode dizer, a rigor, que em cada Santa Missa nosso Redentor morre por nós misticamente, sem morrer na realidade, estando ao mesmo tempo vivo e como imolado:Vidi agunum stantem tanquam occisum (Apoc. 5, 6). No santo dia de Natal, a Igreja nos lembra o nascimento do Salvador, mas não é verdade que Ele nasça, ainda, nesse dia. Nos dias da Ascensão e Pentecostes, comemoramos a subida do Senhor JESUS ao Céu e a vinda do ESPÍRITO SANTO, sem que, de modo algum nesses dias o Senhor suba ainda ao Céu, ou o ESPÍRITO SANTO desça visivelmente à Terra. A mesma coisa, porém, não se pode dizer do mistério da Santa Missa, pois aí não é uma simples representação que se faz, mas, sim, o mesmo sacrifício oferecido sobre a Cruz, com efusão de sangue, e que se renova de modo incruento: é o mesmo corpo, o mesmo sangue, o mesmo JESUS, que se imola hoje na Santa Missa. Opus trae Redemptionis exercetur, diz a Santa Igreja". [1]

Bom, o que diz São Leonardo dispensa qualquer esclarecimento. O sacrifício de Cristo na Santa Missa é o MESMO que ocorreu na cruz.

O Catecismo cita a palavra 'memorial', mas isso não significa que é uma lembrança do sacrifício da Cruz. Deixemos as palavras da Igreja e da tradição nos ensinar:

“A [celebração da] Eucaristia é memorial no sentido de que torna presente e atual o sacrifício que Cristo ofereceu ao Pai na cruz, uma vez por todas, em favor da humanidade. (...) O sacrifício da cruz e o sacrifício da Eucaristia [a Missa] são um único sacrifício. Idênticos são a vítima e o oferente, diferente é apenas o modo de oferecer: cruento na cruz, incruento na Eucaristia.” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, questão 280).

Portanto, quando algum católico afirma que é uma memória somente, como se o sacrifício não ocorresse novamente, ele está em desacordo com os ensinamentos da Igreja, e está somente interpretando erroneamente o diz o catecismo. Assim afirma a Igreja:

"Se alguém disse que o sacrifício da Missa é somente de Louvor e ação de graças, ou mera comemoração do sacrifício consumado na cruz, mas que não é propiciatório (...), seja anátema." (D. 1743 e 1753). 



A Objeção dos Modernistas: "Missa não é 'só' sacrifício é também louvor e ação de graças."

Primeiro, os modernistas usam a palavra "somente" sacrifício, como se isso fosse pouca coisa, "não é somente isso" dizem. E dizem isso para profanar o santo templo do Senhor. Pois, no pensamento deles, se não há sacrifício em algum momento da Missa podemos bater palmas, dançar, pular, cair no chão. É o que alegam, agora iremos mostrar o quanto são FALSAS estas afirmações.

Em primeiro lugar, a missa é INTEIRA, desde o começo até o final: SACRIFÍCIO. Não deixa de ser um só momento, mesmo quando cantamos o 'gloria in excelsis' ou o 'kyrie'. Ela não deixa de ser sacrifício. Os modernistas colocam acento nas palavras 'louvor' como se esse pequeno louvor nosso (que é pequeno como um grão de areia perto do que Cristo merece), fosse ser comparado com todo o amor que Deus tem por nós na cruz quando morreu por nós e agora quando renova seu sacrifício. O que quero dizer com isso? Quero dizer que NADA neste mundo pode ser comparado com o Sacrifício de Cristo na Cruz, que é o mais perfeito e que mais agrada a Deus! A Afirmação dos modernistas tem um fundo de verdade, até o demônio fala meias palavras verdadeiras e uma mentira no meio. Realmente a Missa tem seus momento de Louvor e ação de graças, mas isso em nenhum momento, em hipótese alguma tira o brilho do Sacrifício de Cristo renovado no altar. O sacrifício não "para de acontecer" para você louvar o Senhor. Portanto é falsa a afirmação descrita acima, pois não existe missa sem sacrifício, mas existe louvor sem missa. Compreende? Ou seja, o alvo, ou o objetivo principal da Santa Missa é o Sacrifício!

A Missa renova misticamente o Sacrifício do Calvário a fim de que em todo o tempo e lugar a Oferta pura e perfeita de Jesus fosse oferecida a Deus em benefício do povo cristão e da humanidade.

Por quatro motivos Cristo instituiu a Missa: 

1º) Para prestar um culto perfeito e total a Deus, onde se reconhece o Seu domínio sobre tudo, a nossa submissão a Ele e o direito d´Ele sobre as nossas vidas;
2º) Para render graças por tudo o que Ele nos dá e louvá-Lo por sua imensidão e majestade;
3º) Para dar a Deus devida reparação e satisfação à Sua justiça ofendida por nossos pecados e aplacar a Sua ira sobre nós;
4º) Para que alcancemos todo o tipo de graças das quais necessitamos, desde que isso sirva para o nosso bem e não atrapalhe a nossa salvação. [2]

Aqui neste link temos o Breve Catecismo da Sagrada Eucaristia e da Santa Missa que traz mais informações sobre este assunto, e é de grande valia.

Por que Cristo quis renovar seu Sacrifício na cruz?

Agora que já sabemos que a missa é sacrifício, e que este sim é o objetivo principal, ou o centro da Santa Missa. Mais não bastou Cristo morrer na Cruz por nós uma vez? Pra que Ele quis renovar este sacrifício em cada Santa Missa?

Deus nos amou muito quando morreu por nós na Cruz. Assim diz Santo Afonso de Ligório: "Deus não contentou em dar-nos estas belas criaturas. Alem disso, para cativar todo o nosso amor, ele deu-se a nós em todo o seu ser. Deus Pai chegou ao extremo de nos dar seu próprio Filho. (...) Vendo-nos mortos e privados de sua graça, por causa do pecado, o que fez o Eterno Pai? Pelo amor imenso, ou melhor, pelo amor excessivo que nos tinha, mandou seu querido Filho que pagasse por nossos pecados. (...) Inteligência alguma compreenderá o quanto arde este fogo no Coração de Jesus Cristo. Assim como lhe foi mandado sofrer uma morte, do mesmo modo, se lhe tivesse sido ordenado que sofresse mil mortes, ele teria amor bastante para sofrê-las todas." [3]

Ele agora continua falando do sacrifício de Cristo no Capítulo II:  "Nosso Salvador, sabendo ter chegado a hora de partir deste mundo, antes de morrer por nós, quis deixar-nos a maior prova possível de seu amor. Foi precisamente este dom do Santíssimo Sacramento. (...) Neste Dom da Eucaristia Cristo quis derramar todas as riquezas do amor que reservava para os homens. Ele quis fazer esse presente aos homens. (...) Diz São Bernardino de Sena que Jesus Cristo, abrasado de amor por nós e não satisfeito de preparar-se para dar sua vida pela nossa salvação, foi constrangido pelo excesso de seu amor a fazer uma obra maior: dar-nos, como alimento o seu próprio corpo." [3]

Estas palavras são fortes e profundas! Como é grande o amor de Cristo por nós! Cristo quis renovar seu sacrifício por nós em cada missa, por que nossos pecados caem em suas costas. Você tem noção ou entendimento desse ensinamento? É ele quem se oferece como VÍTIMA ao Pai novamente, em expiação dos nossos pecados! Sim, Ele morreu por você, e continua se sacrificando na missa em expiação dos teus, e dos meus pecados. Eis por que o mundo ainda subsiste, eis por que Deus parece estar silencioso frente a tantas atrocidades que vemos no mundo de hoje, aborto, homossexualismo, pecados e ofensas a Deus. Tudo isso cai encima de um inocente ainda: Jesus Cristo. Por isso Ele merece ser amado por nós, como nos pediu no Primeiro e maior mandamento: "Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração e de todo teu entendimento." Como é grande o Amor de Deus por nós, a ponto de ser a Vitima inocente ainda para que nós sejamos salvos.

Na Missa tudo Lembra o Sacrifício de Cristo


Repito: A Missa Inteira é Sacrifício e não somente na hora da consagração. Vejam agora, alguns simbolismos da Missa que nos remete diretamente ao Sacrifício do Calvário, acompanhem:
  



Depois de todas estas verdades, não entendo como alguém consegue rebaixar a Santa Missa dizendo que não é "só" sacrifício, e assim rebaixar Jesus Cristo nosso Senhor. Fiz este artigo para aqueles que insistem em ir contra os ensinamentos da Santa Igreja e querer transformar o Calvário num Culto Protestante, onde se "louva" na base do grito e das palmas. Esse não é louvor que agrada a Deus. O conceito de louvor, de ir até a Igreja para louvar e dizer aleluia, é um Culto Protestante, Missa é outra coisa!

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Fontes:
1.  PORTO-MAURÍCIO, Leonardo. As Excelências da Santa Missa. Conforme a edição romana de 1737 dedicada a S. S. o Papa Clemente XII, p. 6-8.

3. SANTO AFONSO DE LIGÓRIO - A Prática do Amor a Jesus Cristo. 20 ° Edição
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Disponível em: Feminista, Modesta e Elegante.

O inferno? Quase ninguém mais acredita nele!


A razão por que muitos em nossos tempos não acreditam no inferno, é que nunca tiveram explicação exata do que ele significa: é frequente conceber-se o inferno como castigo que Deus inflige de maneira mais ou menos arbitrária, como se desejasse impor-se vingativamente como Soberano Senhor; o réprobo seria atormentado maldosamente por demônios de chifres horrendos, em meio a um incêndio de chamas, etc. — Não admira que muitos julguem tais concepções inventadas apenas para incutir medo ; não seriam compatíveis com a noção de um Deus Bom.

Na verdade, o inferno não é mais do que a consequência lógica de um ato que o homem realiza de maneira consciente e deliberada aqui na terra; é o indivíduo quem se coloca no inferno (este vem a ser primàriamente um estado de alma; vão seria preocupar-se com a sua topografia) ; não é Deus quem, por efeito de um decreto arbitrário, para lá manda a criatura, É o que passamos a ver.


Admitamos que um homem nesta vida conceba ódio a Deus (ou ao Bem que ele julgue ser o Fim último, Deus) e O ofenda em matéria grave, empenhando toda a sua personalidade (pleno conhecimento de causa e liberdade de arbítrio); essa criatura se coloca num estado de habitual aversão ao Senhor. Caso morra nessas condições, sem retratar, nem mesmo no seu íntimo, o ódio ao Sumo Bem, que sorte lhe há de tocar ?

A morte confirmará definitivamente nessa alma o ódio de Deus, pois a separará do corpo, que é o instrumento mediante o qual ela, segundo a sua natureza, concebe ou muda suas disposições. Depois da morte, tal criatura de modo nenhum poderá desejar permanecer na presença de Deus; antes espontaneamente pedirá afastar-se d'Ele. Não será necessário que, para isto, .o Juiz supremo pronuncie alguma sentença; o Senhor apenas reconhecerá, da sua parte, a opção tomada pela criatura ; Ele a fez livre e respeitará esta dignidade, em hipótese nenhuma forçando ou mutilando o seu alvitre.

Eis, porém, que desejar afastar-se de Deus e permanecer de fato afastada, vem a ser, para a alma humana, o mais cruciante dos tormentos. Com efeito, toda criatura é essencialmente dependente do Criador, do qual reflete uma imagem ou semelhança ; por conseguinte, ela tende por sua própria essência a se conformar ao seu Exemplar (é a natureza quem o pede, antecedentemente a qualquer opção da vontade livre); caso o homem siga esta propensão, ele obtém a sua perfeição e felicidade. Dado, porém, que se recuse, a fim de servir a si mesmo, não pode deixar de experimentar os protestos espontâneos e veementíssimos da natureza violentada. A existência humana torna-se então dilacerada : o pecador sente, até nas mais recônditas profundezas do seu ser, o brado para Deus ; esse brado, porém, ele o sufocou e sufoca, para aderir a um fim inadequado, fim que, em absoluto, ele não quer largar apesar do terrível tormento que a sua atitude lhe causa. — Na vida presente, a dor que o ódio ao Sumo Bem acarreta, pode ser temperada pela conversão a bens aparentes, mas precários..., pela auto-ilusão ; na vida futura, porém, não haverá possibilidade de engano!

É nisto que consiste primariamente o inferno. Vê-se que se trata de uma pena infligida pela ordem mesma das coisas, não de uma punição especialmente escolhida , entre muitas outras por um Deus que se quisesse “vingar” da criatura. Em última análise, dir-se-á que no inferno só há indivíduos que nele querem permanecer. — A este tormento espiritual se acrescenta no inferno uma pena física, geralmente designada pelo nome de fogo; certamente não se trata de fogo material, como o da terra, mas de um sofrimento que as demais criaturas acarretam para o réprobo, e acarretam muito naturalmente. Sim; quem se incompatibiliza com o Criador não pode deixar de se incompatibilizar com as criaturas, mesmo com as que igualmente se afastaram de Deus (o pecador é essencialmente egocêntrico), de sorte que os outros seres criados postos na presença do réprobo vêm a constituir para este uma autêntica tortura (não se poderia, porém, precisar em que consiste tal tormento).

Por último, entende-se que o inferno não tenha fim ; há de ser tão duradouro quanto a alma humana, a qual por sua natureza é imortal; Deus não lhe retira a existência que lhe deu e que, em si considerada, é grande perfeição. Embora infeliz, o réprobo não destoa no conjunto da criação, pois por sua dor mesma ele proclama que Deus é a Suma Perfeição, da qual ele se alheou (é preciso, nos lembremos bem de que Deus, e não o homem, é o centro do mundo).

Não se pense em nova “chance” ou reencarnação neste mundo. Esta, de certo modo, suporia que Deus não leva a sério as decisões que o homem toma, empenhando toda a sua personalidade; o Senhor não trata o homem como criança que não merece respeito. De resto, a reencarnação é explicitamente excluída por textos da Sagrada Escritura como os que se acham citados sob o no 8 deste fascículo.

Eis a autêntica noção do inferno, que às vezes é encoberta por descrições demasiado infantis e fantasistas.
  
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Veja a propósito E. Bettencourt, A vida que começa com a morte (ed. AGIR) Cap. VI.
Disponível em: Guia de Blogs Católicos.