domingo, 16 de junho de 2013

É amor ou nostalgia?


O véu jamais foi abolido da Sagrada Liturgia. Mas, havendo sido suprimida a sua obrigatoriedade canônica, acabou por cair em desuso.

Vários sacerdotes e leigos nos anos 70 e 80 sepultaram o véu. Foi considerado ultrapassado, antiquado, retrógrado e símbolo de um contexto litúrgico que queriam apagar da história. A ideologia feminista fez o véu ser visto de uma forma que a Santa Igreja nunca o fez: um símbolo da opressão machista, denegrindo a dignidade da mulher. Algumas senhoras continuavam usando o véu e muitos respiravam aliviados, pensando que essa “mera nostalgia” se extinguiria junto com elas.

Agora, sob a sombra do gigante Bento XVI, parte do mundo católico olha perplexo ao ver jovens, por livre e espontânea vontade, restaurando o uso do véu. São meninos e meninas que amam, e são apaixonados por Jesus Eucarístico e pela Santa Igreja. São meninas que usam véu, e meninos que apóiam o uso e são para elas suporte para enfrentar os “olhares tortos” – olhares estes que são compensados por muitos olhares comovidos de gente de mais idade, que se surpreende e vê nelas a presença de uma sacralidade que ainda existe em nossas igrejas.

São jovens adoradores, que não vivem isso por mera "nostalgia”, pois não chegaram a conhecer o tempo em que isso era comum. Vivem porque sabem que fazem parte de uma Igreja que tem uma tradição de 2000 anos, tradição que mantém o seu sentido em meio à falta de sentido do século 21.


Uma geração suprime; a outra, restaura. Uma geração acaba por deixar a lacuna; a outra, a sente.

O Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, comentou sobre como jovens sentem a distorção litúrgica dos dias de hoje e sobre a revalorização do próprio latim: "É preciso que volte a ser claro que a ciência da liturgia não existe para produzir constantemente novos modelos, como é próprio da indústria automobilística (...) A Liturgia é algo diferente da manipulação de textos e ritos, porque vive, precisamente, do que não é manipulável. A juventude sente isso intensamente. Os centros onde a Liturgia é celebrada sem fantasias e com reverência atraem, mesmo que não se compreendam todas as palavras." (livro "O sal da terra", 1996).

Bento XVI comenta, ainda, na Carta aos Bispos que acompanhou o Motu Próprio Summorum Pontificum, em 2007, sobre jovens que se identificam com a Missa Tridentina, a forma tradicional do Rito Romano. Diz o Santo Padre: "Logo a seguir ao Concílio Vaticano II podia-se supor que o pedido do uso do Missal de 1962 se limitasse à geração mais idosa que tinha crescido com ele, mas entretanto vê-se claramente que também pessoas jovens descobrem esta forma litúrgica, sentem-se atraídas por ela e nela encontram uma forma, que lhes resulta particularmente apropriada, de encontro com o Mistério da Santíssima Eucaristia."

Muito se rezou pelos jovens, e aí estão muitos dos quais o Espírito Santo tem levantado!

Então, é amor ou nostalgia?



Francisco Dockhorn
____________________________
Fonte: Facebook 'Salvem a Liturgia'

sábado, 15 de junho de 2013

Deus ama o diabo?


Ao falar de Deus, no início da Suma Teológica, Santo Tomás de Aquino responde à questão se Deus está em todas as coisas. Ao colocar essa pergunta, como em toda a Suma, ele se depara com alguns ‘adversários’ aos quais deve dirigir-se.

Ele diz: "4. ADEMAIS, os demônios são realidades. No entanto, Deus não está nos demônios, pois não existe união entre a luz e as trevas, diz a segunda Carta aos Coríntios. Logo, Deus não está em todas as coisas." Em seguida, ele faz uma distinção entre a natureza do diabo - que vem de Deus -, e a deformidade da culpa que foi inventada pelo próprio diabo:


"RESPONDO: Deus está em todas as coisas, não como uma parte da essência delas, ou como um acidente, mas como o agente presente naquilo em que age. É necessário que todo agente se encontre em contato com aquilo em que imediatamente age e o atinja em seu poder. Por isso, no livro VII da Física se prova que o motor e o que é movido têm de estar juntos. Ora, sendo Deus o ser por essência é necessário que o ser criado seja seu efeito próprio, como queimar é efeito próprio do fogo.

Este efeito, Deus o causa nas coisas não apenas quando começam a existir, mas também enquanto são mantidas na existência, como a luz é causada no ar pelo sol enquanto o ar permanece luminoso. Portanto, enquanto uma coisa possui o ser, é necessário que Deus esteja presente nela, segundo o modo pelo qual possui o ser. Ora, o ser é o que há de mais íntimo e de mais profundo em todas as coisas, pois é o princípio formal de tudo o que nelas existe, como já se explicou. É necessário, então, que Deus esteja em todas as coisas e intimamente." (cf. Suma Teológica I, q. 08, a. 1) Assim, a presença de Deus nas coisas não é como se Ele fosse uma espécie de fluido. Não. Ele está intimamente presente, está na raiz, no próprio ser das coisas. Isso ocorre porque Ele é a fonte de tudo, é Ele quem sustenta todas as realidades no ser. Este é um ato de amor de Deus, pois Ele age de maneira gratuita.

Assim, se uma realidade existe é porque Deus a está sustentando porque a ama. Sem o sustento de Deus, as coisas cairiam no nada, no não-ser. "Se Deus fosse capaz de dormir, Ele acordaria sem as coisas", diz o padre jesuíta Vicente Garmar, ou seja, as coisas existem porque Deus as está pensando nesse momento. A consequência disso é que quando o homem peca, o faz no exato momento em que Deus o está amando, pois o está sustentando. É exatamente o que o diabo faz: no instante em que Deus está lhe dando a vida, sustentando, ele está se revoltando contra o seu criador. Refletindo que Deus está presente no homem em todos os momentos e que essa é uma presença ativa, amorosa, de sustentação, sem a qual ele cairia no nada, pode-se inferir que, nesse sentido, Deus ama também o diabo, pois, o ama enquanto natureza criada, a natureza dele vem de Deus. Contudo, segundo Santo Tomás de Aquino, Deus não está na deformidade da culpa presente no diabo, portanto, não está na maldade, que foi criada pelo próprio Satanás.

Não existe amizade entre Deus e Satanás, pois, para existir amizade é preciso um amor que é oferecido e um amor que é correspondido, uma reciprocidade. Ora, Satanás odeia a Deus no exato momento em que é amado por Ele. É possível dizer que o tormento do inferno é o amor de Deus, pois Deus ama e oferece o seu amor para Satanás, que o rejeita. A soberba satânica impede a aceitação do amor de Deus. Isso significa que, de alguma maneira, o amor de Deus está presente também no inferno. Não como uma correspondência de amizade, mas enquanto Deus - fiel - que sustenta no ser e não se arrepende de ter criado, de ter amado, embora não seja correspondido neste amor.

O que se disse referente ao diabo pode ser aplicado também ao homem. O pecado faz com que o ser humano perca o estado de amizade com Deus. Enquanto para o diabo não há mais tempo, para o homem ainda é possível arrepender-se e voltar atrás, retomando a amizade com Deus. O homem pode evitar o tormento horrível de ser amado e, ao mesmo tempo, odiar aquele que lhe dá a vida, que lhe sustenta.

Ao revoltar-se contra Deus, o ser humano comete um ato de suicídio e é por isso que o inferno é chamado de ‘morte eterna’, pois é uma morte que não morre, morte que não acaba mais, é um ato de suicídio contínuo e eterno. Deus ama todas as suas criaturas porque Ele é fiel. É o homem que corre o risco de terminar como Satanás, não amando de volta Àquele que o amou de forma extraordinária.
____________________________________________

Disponível em:Católicos com Fé

Liturgia perfeita?


O Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Júnior, reitor do seminário de Cuiabá-MT e consultor do Vaticano para assuntos de catequese, afirmou em sua recente entrevista publicada [no blog Salvem a Liturgia]:

“Se nós olharmos para a história da Igreja, nós notaremos que nunca aconteceu aqui na terra o paraíso da Liturgia perfeita. Penso que é importante não esperar esse paraíso. O que nós podemos esperar para o nosso futuro é que nós tenhamos força e decisão moral o suficiente de proteger a Liturgia e os Sacramentos da Igreja, de lutar para que os Sacramentos e a Liturgia não sejam destruídos, mas celebrados conforme a Tradição, conforme aquilo que Jesus e os Apóstolos deixaram.”

Nesse sentido, a Liturgia instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo é ***perfeita em si mesma***. Pois Nosso Senhor Jesus Cristo está presente verdadeiramente e sibstancialmente no Santíssimo Sacramento do Altar, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, nas aparências do pão e do vinho, como afirma o Catecismo da Igreja Católica (Cat.), nos números 1374-1377; e que Ele se faz presente durante a Santa Missa, que é a renovação do Seu Único e Eterno Sacrifício, consumado de uma vez por todas na cruz e tornado presente no altar, pelas mãos do sacerdote (Cat. 1362-1372; 1411).


Por isso a Liturgia é sempre ***perfeita em si mesma***, porque o Santo Sacrifício da Missa possui um valor infinito. Por isso Santo Tomás de Aquino, doutor da Santa Igreja, diz: "Tanto vale a Santa Missa quanto vale a morte de Jesus." Na mesma linha, afirma o Concílio de Trento: “O próprio Deus todo-poderoso não pode fazer que exista uma ação mais sublime do que o Santo Sacrifício da Missa.”

Por outro lado, a Liturgia na terra é ***imperfeita em sua forma***, e está sempre sujeita as limitações de quem a celebra e mesmo do Rito que é celebrado – afinal, embora todos os Ritos aprovados pela Santa Igreja sejam válidos e católicos, cada um expressa de forma mais profunda uma ou outra verdade da fé; é impossível para um Rito expressar todas as verdades com a mesma profundidade, e essa riqueza especial de cada um é riqueza para toda a Igreja.

A Liturgia que é perfeita em sua essência e forma é a Liturgia celeste. Pois “na liturgia da terra, participamos, saboreando-a de antemão, na liturgia celeste, celebrada na cidade santa de Jerusalém, para a qual nos dirigimos como peregrinos e onde Cristo está sentado à direita de Deus, como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo.” (Cat. 1090)

Hoje, seguindo a voz profética do gigante Bento XVI, muitos desejam lutar pela autêntica litúrgica católica, pela defesa da fé católica na Presença Real de Nosso Senhor na Hóstia Consagrada e na Santa Missa como Renovação do Santo Sacrifício de Calvário, pelo esplendor litúrgico conforme a tradição litúrgica, pela obediência as normas litúrgicas, e assim por diante. E isso é algo maravilhoso!

Porém, em alguns desses meios, e mesmo na internet, nos comentários deixados aqui no blog, em nossas comunidades do Orkut e em nossas listas de discussão, temos percebido e nos preocupado com uma tendência perigosa, uma espécie de “efeito-colateral” deste processo, que pode ser algo pastoralmente destrutivo em nossos apostolados, e que acreditamos que é uma tendência que precisa ser podada. Que tendência é essa? É exatamente a de esperar uma Liturgia perfeita aqui na terra!

Por exemplo: mostra-se as fotos uma Santa Missa belamente celebrada, com autêntico espírito de adoração por parte do celebrante e dos fiéis, esplendor litúrgico, correta disposição do local sagrado, uso completo dos paramentos, paramentos maravilhosos e mil coisas mais...e alguém comenta: “Pô, mas a pontinha da página do missal usado está amassada!!!” Ou então: “Pô, mas o tamanho dos castiçais não está proporcional a cruz!!!”. Ou ainda: “Pô, o estilo da casula não combina com o formato das orelhas do cachorro do pároco que está no pátio da igreja!!!”

Evidente que (ao menos neste último exemplo) estou caricaturizando a situação, mas podemos nos perguntar cada um: será que não estamos esperando uma Liturgia perfeita aqui na terra, e por causa disso deixando de nos focar naquilo que realmente é mais necessário?

Explico: evidentemente, com a Santa Igreja, cremos que é necessário buscarmos a obediência as normas litúrgicas (Sacrossanctum Concilium, n. 22; Ecclesia de Eucharistia, n. 52), e buscar, o máximo possível, a beleza, o esplendor e a solenidade, segundo a tradição litúrgica católica, que as celebrações exigem. Porém, será que é possível atingir a perfeição litúrgica aqui na terra? Será que, em alguns dos exemplos dados acima, a pontinha da página do Missal não poderia estar amassada e os castiçais levemente desproporcional por simplesmente não termos outro Missal ou outros castiçais a disposição para serem utilizadas naquela ocasião? E ao olharmos as fotos desta Missa, será razoável que isso nos gere um mal-estar tão grande e nossa atenção se prenda nisso, ao invés dos inúmeros detalhes maravilhosos desta celebração, e principalmente, da sua própria essência?

O Pe. Paulo Ricardo muito tem nos falado da chamada “mentalidade revolucionária”. O revolucionário “descobriu como é a realidade”! Quando ele se depara com a realidade, que NÃO e exatamente como ele havia “descoberto”...o problema é a realidade! Esta mentalidade se manifesta em todos as revoluções liberais e totalitárias dos últimos séculos, que esperam construir o “paraíso aqui na terra”, “a terra sem males”, “o outro mundo que é possível”...mas esta mentalidade pode se “disfarçar” de uma forma mais sutil mesmo nos chamados “meios conservadores”.

Ora, se eu espero uma Liturgia perfeita aqui na terra, e quando me deparo com a realidade da nossa imperfeição e limitação humana que tornam impossível a Liturgia perfeita aqui, eu ignoro esta realidade e continuo com a minha idéia de esperar a Liturgia perfeita....eu estou sendo revolucionário, nesse sentido! E cada vez que eu me deparar com alguma limitação assim, mesmo nas Missas com as Liturgias mais cuidadosas que eu participar, terei dificuldade em lidar com essas imperfeições.

Esse comportamento “revolucionário” pode me levar a, obsessivamente, me focar nos aspectos externos da Liturgia, em detrimento dos internos, e cair em um farisaísmo, condenado por Nosso Senhor quando disse:

"Este povo somente Me honra com os lábios; mas seu coração está longe de Mim" (Mc 7,6).

"Vós, fariseus, limpais o que está por fora do vaso e do prato, mas o vosso interior está cheio de roubo e maldade. Insensatos!" (Lc 11, 39-40)

Quem de nós já não se pegou, durante a Oração Eucarística, reclamando internamente pelo castiçal desproporcional, pela pontinha amassada do Missal, pelo canto desafinado ou inadequado, pelas crianças fazendo barulho, pelo falta de paramentação do celebrante ou mesmo pela sua falta de piedade, e ficando com o pensamento e afetos fixos nisso...ao invés de contemplar o Mistério e se entregar junto com Nosso Senhor no altar?

Precisamos lembrar que, havendo sacerdote, intensão, matéria válida para a Santa Missa e palavras da Consagração conforme a Santa Igreja prescreve, a Missa é válida. Mesmo se, pela necessidade da situação ou mesmo pela falta de zelo, a Missa for celebrada debaixo de uma árvore. O Santo Sacrifício de Nosso Senhor e a Sua Presença Real na Hóstia Consagrada é maior do que a árvore.


Nesta tensão entre a excelência litúrgica que, com justiça buscamos, e as possibilidades que a realidade nos oferece, precisamos buscar o equilíbrio. Busquemos, sim, a beleza, o esplendor, a solenidade a tradição litúrgica e a obediência as normas litúrigicas; mas compreedendo que as limitações, mesmo as limitações litúrgicas, fazem parte da nossa caminhada aqui na terra; e pedindo perdão das nosas imperfeições interiores (“Oh Deus, tende piedade de mim, pois sou pecador!” – Lc 18,14), com os olhos fixos na Liturgia celeste, onde Deus será tudo em todos (ICor 15,28).
_________________________________

“O embaraçoso silêncio da Cúria mostra que as palavras do Papa são verdadeiras”.


Silêncio na Cúria Romana após as palavras que o Papa teria pronunciado sobre um “lobby gay”. Incômodo pela difusão do encontro privado que Francisco teve com religiosos latino-americanos, mas até agora não houve ninguém que desmentisse o publicado. A reação depois da bomba de palavras sobre o “lobby gay” no Vaticano atribuída ao Papa Francisco é de silêncio. A cúpula da CLAR, a Confederação Latino-Americana dos Religiosos, que transcreveu o seu diálogo com Bergoglio e que acabou sendo publicado no sítio chilene “Reflexion y Liberación”, deplora a publicação, sem explicar, todavia, como chegou ela às mãos dos editores do sítio. Embora no Vaticano digam que não é correto colocar entre aspas as afirmações que o Papa teria feito, como se tratasse de verdadeiras citações, ninguém desmentiu a substância do publicado.


« Na Cúria há desconcerto pelo fato de que Francisco não esteja livre para falar em privado sem que depois suas palavras sejam publicadas », susurra desconsolado um monsenhor, que depois acrescenta sobre o “lobby gay”: « fala-se disse há tempos, não é nenhum mistério; a novidade é que agora quem falou disso foi o Papa, embora não nestes termos específicos ».

 Vendo o Papa ontem, saudando e abençoando a mais de 50 mil fiéis durante a audiência das quartas, não se podia dizer que ele estava preocupado com o que poderia ter se tornado o primeiro incidente midiático de seu pontificado. Ademais, como não recordar que justamente os grupos, as facções de poder dentro da Cúria Romana e o escândalo dos “vatileaks” ocuparam muito espaço nas discussões entre os cardeais, sobretudo os estrangeiros, antes do último conclave? Para não falarmos do caso do purpurado escocês, Keith O’Brien, obrigado a renunciar e a não participar do conclave após ter admitido abusos cometidos há trinta anos contra alguns seminaristas (adultos).

Ou seja, apesar de algumas reações indignadas, não é nenhum mistério que o problema exista. Antes de partir da Argentina, o Cardeal Bergoglio — segundo a sua biografia que acaba de ser publicada por Evangelina Himitian (“Francisco. O Papa do povo”), respondeu a uma pergunta sobre o perfil do futuro Papa, citando entre os seus deveres o de “limpar a Cúria”. Não esperava que o deveria fazer ele mesmo, apesar de seus 76 anos.

É complicar adentrar no labirinto de intrigas e acusações cruzadas que circulam nos sagrados palácios, onde as cartas anônimas estão na ordem do dia e onde justamente a acusação de homossexualidade é a que se usa com maior desenvoltura para destruir os adversários. Não devemos esquecer que há alguns anos, depois de uma investigação do programa italiano “Exit”, no canal 7, um monsenhor da Congregação para o Clero foi filmado, em segredo, com um jovem que havia conhecido pela internet. O prelado perdeu o seu cargo na Cúria, apesar de ter afirmado que estava realizando um estudo, como se fosse um infiltrado, embora seus superiores ignorassem o caso. Noutros casos, por sua vez, não basta ser pego em flagrante para ter uma carreira interrompida, como é o caso do brilhante diplomata vaticano que foi pego na cama com um homem; tiraram-no da nunciatura, porém, de toda forma, foi feito bispo poucos anos depois. Para alguns, evidentemente «protegidos», a carreira não se interrompe. Uma acusação de homossexualismo feita por um cardeal contra um importante bispo da cúria “congelou” qualquer nomeação do acusado para postos importantes, embora depois das investigações dos “007 de batina” as acusações tenham caído e se chegou à desejada nomeação. Para não falarmos de jovens e empreendedores leigos que caíram nas graças das mais altas esferas vaticanas por conta de inconfessáveis questões sexuais. Um exemplo desse sórdido mundo foi o caso do “gentil-homem de Sua Santidade” Angelo Balducci, para quem um dos coristas da Capela Giulia procurava amantes em troca de dinheiro.

A existência de uma rede de monsenhores “homossensíveis” foi confirmada no sítio da web “Venerabilis”, promovido pelos membros da “Homosexual Roman Catholic Priests Fraternity”, grupo virtual que coloca em contato sacerdotes gays, e alguns deles trabalham nos escritórios da Cúria Romana.

As mensagens que lança a este respeito, como as que repetiu sobre o “carreirismo” eclesiástico e sobre a transparência das finanças vaticanas, indicam que o Papa está ciente da situação que deve enfrentar e mudar.

______________________________________
Tradução e disponibilidade: Fratres inUnum.com

Por: Andrea Tornielli

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Jovens em tratamento contra drogas encenam espetáculo “Streetlight”, em São Luís


Cerca de 200 jovens em recuperação da Fazenda da Esperança (Coratá) serão protagonistas, nos dias 18 e 19 de junho, do espetáculo “Streetlight”, da banda internacional Gen Rosso. O show, que envolve música, dança e teatro, acontecerá no Ginásio Castelinho e faz parte do projeto “Forte sem Violência”.

Trazido ao Brasil pelo Frei Hans Stapel, fundador da Fazenda da Esperança, o projeto internacional Stark Ohne Gewalt, em português Forte sem Violência, foi idealizado na Alemanha, pelo pedagogo Mathias Kaps. O espetáculo conta a história real de Charles Moats, um jovem idealista que viveu num gueto de Chicago nos anos 60. Durante sua vida, ele descobre amizades verdadeiras e que, para viver o ideal de fraternidade em que acredita, deve fazer escolhas, que levadas até as últimas consequências, podem ser muito perigosas e mudar definitivamente o rumo da sua vida.

A turnê Streetlight já passou pela Europa, Aparecida do Norte, São Paulo, Minas Gerais e, após passar por São Luís, segue para Aracajú, Fortaleza e por fim para o Rio de Janeiro, quando o show será apresentado ao Papa Francisco, durante a Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá de 23 a 28 de julho.


TURNÊ EM SÃO LUÍS

Para atuar no espetáculo em São Luís, jovens em recuperação da Fazenda da Esperança e da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados, ambos de Coroatá, participaram de um treinamento no mês de maio com artistas alemães, onde receberam formações sobre o fortalecimento mental e a descoberta de seus potenciais através da arte.

Neste final de semana, os recuperandos juntamente com voluntários, somando 200 artistas, receberão capacitação intensiva da equipe Gen Rosso por meio de oficinas de coral, canto, instrumental, música, dança, teatro, layout de palcos e produção técnica de luz e som.

O espetáculo acontece às 20h no Ginásio Castelinho. Ingressos estão à venda no local e em pontos como as livrarias Econômica, Vozes e Paulinas, no Centro, e a Comunidade Católica Shalom (Calhau).

SERVIÇO

Streetlight São Luís – projeto Forte Sem Violência
Datas: 18 e 19 de junho/ 2013
Local: Ginásio Castelinho
Ingressos: R$ 30 inteira / R$ 15 meia, à venda no Ginásio Castelinho, Santuário Nossa Senhora da Conceição (Monte Castelo), Livrarias Econômica, Vozes e Paulinas (Centro), e na Comunidade Católica Shalom (Calhau).

Saiba mais sobre o projeto em http://www.fortesemviolencia.org.br/

Marcha das vadias em Guarulhos: o contra-protesto


Na semana passada, as auto-intituladas “vadias” ameaçavam veladamente marchar sobre a Catedral de Guarulhos no domingo. A concentração estava marcada para o Marco Zero da cidade, curiosamente no mesmo lugar onde se encontra a Catedral de Nossa Senhora da Conceição.

Nós levamos a sério. Em carta enviada “[à] Polícia Militar do Estado deSão Paulo, [à] Polícia Civil do Estado de São Paulo, [à] Prefeitura Municipalde Guarulhos, [à] Secretaria Municipal de Segurança Pública de Guarulhos [e à]Imprensa”, o pároco da Catedral denunciou as articulações diabólicas das revoltosas e solicitou às autoridades públicas proteção: transferência da marcha para outro lugar e «fornecimento de policiais em número adequado e de obstáculos para impedir a violação do solo sagrado da Catedral Nossa Senhora da Conceição e dos direitos de todas as pessoas católicas».


No domingo, nós estávamos a postos. Diante da Catedral, de joelhos, rezando à Santíssima Virgem que não permitisse o vilipêndio do templo erigido em honra à Sua Imaculada Conceição. Prontos para não deixarmos as desocupadas profanarem o lugar sagrado.


E a “marcha” foi um verdadeiro fiasco. O Fratres nos traz o pequeno relato do Júnior Ferreira:

A ‘marcha das  vadias’ em Guarulhos foi um fiasco. Tinha tanta polícia na frente da Catedral, que achávamos que iam ter pelo menos um número aceitável de pelo menos umas 500 pessoas, mas se tivesse 30 era muito!! Nós não conseguimos ouvi-las, pois o terço foi rezado na sacada do coro da Catedral, com caixas de som potentes, e o órgão musical dava mais beleza às nossas ladainhas. Um grupo de pessoas fizeram uma corrente humana nas portas da igreja, caso os desordeiros inventassem de invadir, como fizeram na Bélgica. Uma representação por parte de católicos foi enviada a polícia, que proibiu nudez no protesto. As pessoas que passavam pelo Centro nem davam bola para os manifestantes. Nossa Senhora esteve conosco ! Uma Missa foi rezada após o terço, a os manifestantes cansados, desistiram e foram embora!

Impedimos o vandalismo das desocupadas, Deo Gratias. Os católicos de Guarulhos estão de parabéns.

Por fim, a cereja do bolo: num patético exercício de jus sperniandi extemporâneo, a Lola reclama que duas meninas foram presas “porque o padre mandou” e, sob ameças vagas e vaticínios apocalípticos, a organização da Marcha promete um “novo ato”. “Amanhã vai ser maior”.


Sim. Amanhã vai ser maior.  Já chega desses “protestos” de mau gosto, que há muito já deixaram de ser em defesa de legítimos direitos das mulheres. Já chega dessas agressões em público mal-disfarçadas de “liberdade de expressão”. A Civilização há de sobreviver a barbárie: amanhã vai ser um novo dia. O sol há de raiar contra o vandalismo obscurantista das revolucionárias das maminhas ao léu.
___________________________
Fonte: Deus lo Vult!

500 estudantes são esperados no II Encontro Latino-americano de Pastoral Universitária


O Setor Universidades, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), se prepara para o II Encontro Latino-americano de Pastoral Universitária. O evento será na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC MINAS), de 18 e 21 de julho, durante a Semana Missionária, dentro Congresso Mundial de Universidades Católicas (CMUC).

O I Encontro Latino-americano de Pastoral Universitária aconteceu em Granada, na Espanha, durante a Pré Jornada Mundial da Juventude de 2011. O primeiro encontro reuniu 430 estudantes. Desse total, 150 representavam o Setor Universidades. Segundo a Assessora Nacional do Setor Universidades, Irmã Maria Eugênia Lloris, o encontro representou um marco para a unidade pastoral, que caminha da utopia a uma realidade cada dia mais presente nas Instituições de Ensino Superior. “Com o evento em Granada produzimos uma carta a todos os Bispos da América Latina”, conta a assessora. Para a II Encontro Latino-americano de Pastoral Universitária são esperados 500 estudantes, com presença já confirmada das pastorais de Argentina, Chile, Colômbia e Venezuela. “Nesse encontro nós queremos materializar um projeto comum, criar unidade entre as pastorais. Descobrir no novo rosto da América Latina, qual o rosto das novas pastorais e, onde queremos chegar?” questiona Maria Eugênia.


O evento será dia 18 de julho com programação especial das 8 às 17 horas. Além dos universitários, o Setor Universidades da CNBB também espera contar com a participação diversos bispos do Brasil e da América Latina, responsáveis por acompanhar e promover atividades relacionadas a evangelização no meio universitário. Entre os religiosos está o cardeal Andrés Rodríguez Maradiaga, de Tegucigalpa, em Honduras.

Inscrições gratuitas


As inscrições para o II Encontro Latino-americano de Pastoral Universitária são gratuitas e podem ser realizadas até dia 30 deste mês no blog do evento ou pela site:  www.universitarioscristaos.com.br. Para participar do CMUC os interessados devem acessar o site www.cmuc.pucminas.br
_________________________________
Fonte: CNBB

Participação de culto protestante


Uma coisa é estar num dito culto ecumênico, por algum motivo importante, podemos é certo rejeitá-los todos, mas quando não dá, paciência. Outra é dar assentimento e comparecer a estes cultos sem nenhum motivo sério, simplesmente porque gostam do amigo ou das músicas, existe vários motivos.

Existe hoje uma banalização da religião e conceitos errôneos em relação a adesão à verdadeira doutrina, e é nela que pensamos e é ela que queremos expor, sem pressionar mas esclarecer, que sem motivo muito sério, não se permite compactuar com suas doutrinas e cultos, afinal, temos a verdadeira doutrina e o verdadeiro culto.

O que devemos salientar, a meu ver, é que eles podem tomar parte do verdadeiro culto a Deus, na Sua Igreja, onde tem a plenitude da Revelação, mas isto, muitas vezes é rejeitado por eles, afinal neste quesito, são muito mais fiéis que muitos católicos, que acham que tudo podem.


Segundo Del Greco, a visita de culto de uma falsa religião pode ser tolerada por razão de conveniência civil ou de cortesia, e por causa grave, estar presente a funerais, ou casamentos e solenidades semelhantes, tanto que seja remoto o perigo de perversão ou de escândalo.(cân. 1258- 2). E quando se participa nestes cultos de forma material, diz Del Greco, que não se pode orar, cantar em coro, etc.

Não podem os fiéis ser testemunhas, nem padrinhos, nas cerimônias dos hereges, nem ouvir prédicas ou tomar parte em divertimentos promovidos por eles. Contanto que não haja escândalo, pode visitar seus templos.

Sobre rezar juntos, veja-se Ut unum sint, 22-23.

Mas isso parece ter sentido dentro de uma celebração ecumênica. Quanto a assistir um culto protestante, ou utilizar músicas protestantes, acho que o melhor seria consultar antes um diretor espiritual. Se houver necessidade em virtude da convivência civil, acho que, tendo em vista essa comunhão autorizada nas coisas espirituais (numa celebração ecumênica, por exemplo), não é necessário que o católico tenha uma partipação meramente passiva. É CLARO que não vai ficar dizendo "Glória a Deus!" a cada palavra do pregador protestante. 

Pelo Código de 1983, a communicatio in sacris é bem mais aberta do que pelo de 1917. Outrossim, é preciso distinguir communicatio in sacris de communicatio in spiritualibus.

Destaco as palavras do confrade Rafael Vitola Brodback sobre a questão:

Os moralistas católicos são unânimes em dizer que a frequência a cultos não-católicos só pode ser feita em casos muito isolados e de real necessidade. Passaremos a explicar essa conceituação, mas antes é preciso deixar claro que é preciso diferenciar um culto não-católico (no caso do tópico, um culto protestante), de uma reunião ecumênica de oração.

Uma reunião de oração em que se busque, como objetivo final, a conversão dos hereges, é bem-vinda, desde que os católicos que dela participem tenham a adequada formação, seja afastado todo o risco para a fé, e os legítimos pastores (os Bispos) a autorizem expressamente. Iniciativas individuais, da parte dos fiéis, são perigosas e proibidas, no terreno de práticas de oração públicas com protestantes.

Enfim, é forçoso dizer que, de tais reuniões, seja removida, da parte dos católicos, toda ideia de que a Igreja esteja dividida e de que ela só será unificada com a conversão dos hereges, ou de que o cristianismo é a soma dos católicos com os hereges e cismáticos, ou de que todas as “igrejas” são verdadeiras e parcelas da verdade. Não! Tal tese foi condenada na Mortalium Animos, encíclica contra os erros de certo feitio de ecumenismo. A Igreja de Cristo é uma só: católica e romana. Nela está a salvação. Em outras comunidades eclesiásticas podem existir elementos da verdade, mas tais elementos são propriamente católicos, ainda que presentes fora dos limites visíveis da Igreja. Ao participarmos de cultos ecumênicos, o que se deve buscar é a conversão dos protestantes, mesmo que só como meta final, não imediata. Não é a união das confissões cristãs, em uma suposta federação de Igrejas, o que se quer, e sim o diálogo fraterno com eles e sua conversão, com conseqüente submissão ao Papa, Vigário de Cristo.

Em resumo, o católico só pode ir a um culto protestante se houver necessidade ou conveniência (um casamento, uma formatura, uma apresentação artística inserida no culto e que importe em sua real adequação). E, mesmo assim, não deve participar do culto ativamente, apenas de modo passivo. Pode, entretanto, fazer certos gestos (sentar-se, ajoelhar-se, ficar de pé, descobrir a cabeça, colocar véu etc), se o faz para impedir qualquer estranheza e singularidade. Pode também ir a um templo protestante para visitação e mesmo assistir outros atos que não sejam de culto (exposição, reunião de caráter civil, concerto musical), evitada toda contaminação doutrinária e todo o perigo de defecção da fé católica.

Fr. Teodoro da Torre Del Greco, OFMCap, em seu manual de teologia moral:

“A participação ativa ‘in sacris’ é absolutamente proibida (...).

Não é lícito pedir os sacramentos a um herege, salvo em perigo de morte e contanto que ao recebê-los em tal urgência, não seja interpretado, dadas as circunstâncias, como adesão à tal seita.

(...)

É proibido cantar juntamente com acatólicos nas suas funções religiosas, tocar órgão ou qualquer instrumento. Não é proibido recitar, privadamente, com um herege, orações, contanto que não contenham nada contra a fé e não haja escândalo.Pode ser tolerada a presença passiva ou puramente material por razão de conveniência civil ou de cortesia, e por causa grave, estar presente a funerais, ou casamentos e solenidades semelhantes, contanto que seja sempre remoto o perigo de perversão ou de escândalo.

Na dúvida, compete ao Ordinário julgar da gravidade da causa. Assistência passiva significa mera presença material, sem nenhuma participação, ao menos externa, nos ritos sacros; por isso não se pode orar, cantar em coro, etc. Não participa, porém, aquele que, entrando num templo acatólico, descobre a cabeça, senta-se, se os demais o fazem, levanta-se como os outros, se o faz para evitar singularidade.

(...)

Contanto que não haja escândalo, podem visitar os seus templos.” (Teologia Moral, n. 117, II, 1)

Pe Leo Trese, em seu livro a Fé Explicada:

Há outro tipo de heresia especialmente comum e especialmente perigoso: o erro do indiferentismo. O indiferentismo sustenta que todas as religiões são igualmente gratas a Deus, que é tão boa como qualquer outra, e que é questão de preferência ou de educação professar determinada religião ou até não ter nenhuma. O erro básico do indiferentismo está em imaginar que o erro e a verdade são igualmente gratos a Deus; ou em pensar que a verdade absoluta não existe, que a verdade é o que cada um crê. Se aceitássemos que uma religião é tão boa como outra qualquer, logicamente o passo seguinte é concluir que nenhuma vale a pena, visto não haver nenhuma que tenha sido estabelecida e aprovada por Deus. 

A heresia do indiferentismo está especialmente enraizada nos países que se gabam de ter "mentalidade aberta”. Confundem o indiferentismo com a democracia. A democracia pede coisas que a caridade cristã também exige, isto é, o respeito a consciência do próximo, às suas convicções sinceras, mesmo que se saiba que são erradas. Mas a democracia não nos pede que digamos que o erro não tem importãncia, não nos exige que o ponhamos no mesmo pedestal que a verdade. Resumindo, o católico que baixa a cabeça quando alguém afirma: ”não interessa em que coisas você crê, o que interessa são as suas obras”, é culpado de um pecado contra a fé.

O indiferentismo pode ser pregado tanto por palavras quanto por ações. É por este motivo que se toma má a participacão de um católico em cerimônias não-católicas, por exemplo: a assistência aos serviços religiosos protestantes, fora dos casos prescritos pela Igreja, dentro das normas sobre o Ecumenismo. Participar ativamente de tais cerimônias - por exemplo, receber a comunhão num culto protestante - é um pecado contra a virtude da fé. Nós sabemos como Deus quer que lhe prestemos culto e, por isso, é gravemente pecaminoso fazê-lo segundo formas criadas pelos homens, em vez de observarmos as que Ele mesmo ditou.

É evidente que isto não significa que os católicos, não possam orar com pessoas de outra fé. Mas, quando se trata de cerimônias públicas ecumênicas ou sem denominação específica, os católicos devem seguir as diretrizes que forem dadas pelo seu Bispo a esse respeito.

Um católico pode, naturalmente, assistir (sem participar ativamente) a um serviço religioso não-católico, sempre que haja razão suficiente. Por exemplo, a caridade justifica a nossa assistência às exéquias ou ao casamento de um parente, de um vizinho não-católico. Em ocasiões assim, todos sabem da razão da nossa presença.

Para muitos, toma-se difícil entender a firme atitude que nós, católicos, adotamos nesta questão da não-participação. Não é raro que os ministros protestantes de diferentes denominações se revezem entre si no culto. A recusa do sacerdote católico em participar, por exemplo, nas celebrações ou cultos eucarísticos de algumas igrejas protestantes, é muito provável que a tomem como uma espécie de intolerância. Ou que o vizinho não-católico diga: “acompanhei você à Missa do Galo no Natal; por que não pode vir agora comigo ao meu serviço de Páscoa?" A nossa recusa delicada que seja, pode levá-los a pensar que não jogamos limpo, que somos intolerantes. E não é fácil explicar a nossa posição a críticos assim, e fazê-los ver a coerência da nossa atitude.

Se alguém está convencido de possuir a verdade religiosa não pode em consciência transigir com um erro religiosoQuando um protestante, um judeu ou um maometano presta culto a Deus no seu templo, cumpre o que ele acha que é a vontade de Deus, e, por mais errado que esteja, faz uma coisa agradável a Deus, Mas nós não podemos agradar a Deus se com a nossa participação proclamamos que o erro não tem a menor importância.

Cultos ecumênicos, promovidos pela legítima autoridade da Igreja, no tempo do Del Greco, eram proibidos. Hoje não são. Se forem promovidos por quem tem autoridade (o Papa, o Bispo), e neles não se ensinar o erro, são lícitos para rogar a Deus a unidade. Não se trata de communicatio in sacris, mas de communicatio in spiritualibus, que, ademais, pode ser feita de modo particular, quando um protestante, por exemplo, reza com um amigo católico. 

Cantar é a mesma coisa que orar. Inclusive, quem canta ora duas vezes, dizia Santo Agostinho. Logo, se é possível a oração em comum, como nos dizem os documentos da Igreja, é possível também o cantar em comum. Mas isso não deve ser feito de qualquer jeito. Deve haver um prévio conhecimento das autoridades eclesiásticas e uma busca de comunhão por parte dos que estão fora da Igreja, para que o diálogo seja frutífero. 

Não é aconselhável nenhum tipo de diálogo ou comunicação com outras religiões, sem antes haver uma muito boa e sólida formação católica. 

A razão disso é muito simples: Ninguém dá o que não tem.
___________________________
Fonte: Participação de culto protestante. David A. Conceição 06/2013 Tradição em Foco com Roma.