quarta-feira, 17 de julho de 2013

Nota Pastoral de Dom Celso Marchiori sobre o PLC 03/2013

Nota Pastoral
A respeito do PLC nº 3 de 2013

Enquanto a população saía às ruas para pedir o fim da corrupção na política e melhores condições de vida, no Congresso Nacional era votada a 'toque de caixa' a proposta da deputada Iara Bernardi (PT-SP), que trata do atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual.

O projeto de lei aprovado e que está nas mãos da presidente Dilma Rousseff para sanção, tem como pano de fundo a legalização do aborto no Brasil. Por mais que se queira dizer o contrário, o próprio texto da lei deixa clara a possibilidade de pôr fim à vida do feto em qualquer hospital credenciado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O texto fala em "profilaxia" da gravidez. O sinônimo de profilaxia é prevenção, ou seja, ato ou efeito de prevenir. Outro ponto indicativo da legalização do aborto é considerar "violência sexual qualquer forma de atividade sexual não consentida". Não é sequer necessária a realização de exames para constatar a suposta violência sexual. Isto significa que a mulher, ao descobrir uma gravidez indesejada, pode procurar um hospital e pedir a profilaxia da gravidez e terá que ser atendida.

Não seria esta a prática do aborto? Não seria esta uma ação de pôr fim a uma vida, no caso do feto ainda em formação?
 
Não se deve esquecer o posicionamento da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) contra o aborto: "O drama vivido pela mulher por causa de uma gravidez indesejada ou por circunstâncias que lhe dificultam sustentar a gravidez pode levá-la ao desespero e à dolorosa decisão de abortar. No entanto, é um equívoco pensar que o aborto seja a solução".

É preciso lembrar que a lei maior do País, a Constituição Federal, em seu artigo 1º, afirma que a República Federativa do Brasil tem como um de seus fundamentos a dignidade da pessoa humana. E, no seu artigo 5º, garante a inviolabilidade do direito à vida. O inalienável direito à vida de todo o indivíduo humano inocente é um elemento constitutivo da sociedade civil e a toda a sociedade.

A atitude do Governo Federal e dos parlamentares que lhe dão sustentação no Parlamento é criminosa e caminha em direção oposta à defesa da vida. Tenho comigo que a legalização do aborto, mesmo que não às claras, é uma saída mais barata, pois a defesa da vida envolve investimentos na saúde da mulher e da criança.

Faço minha as palavras de Dom Antônio Carlos Rossi Keller, bispo da Diocese de Frederico Westphalen: "O aparente respeito à legalidade que tal encaminhamento deste iníquo projeto de lei possa estar seguindo tropeça em uma única e definitiva verdade, como nos diz o bem aventurado Papa João Paulo II, na Evangelium Vitae: "Reivindicar o direito ao aborto, ao infanticídio, à eutanásia, e reconhecê-lo legalmente, equivale a atribuir à liberdade humana um significado perverso e iníquo: o significado de um poder absoluto sobre os outros e contra os outros. Mas isto é a morte da verdadeira liberdade".

Vejam que a Igreja – e nela atuo como pastor na Diocese de Apucarana – tem posição clara e indiscutível em defesa da vida. Tenho a lembrar que a vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento de sua existência, ao ser humano devem ser reconhecidos os seus direitos de pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida. (Cf. Catecismo da Igreja Católica, 2270).

Desde o Século I a Igreja condena o aborto. Essa prática é gravemente contrária à lei moral, obra da Sabedoria Divina: "Não matarás o embrião por aborto e não farás perecer o recém-nascido". Assim, sob a ótica da Lei Moral, a cooperação formal para um aborto constitui uma falta grave, incorrendo em excomunhão em sentença já promulgada (Cf. Catecismo da Igreja Católica, 2272).

A sociedade, como dito acima, é defensora da vida e em favor dela (vida) deve se erguer. O silêncio diante da decisão do Parlamento e que está nas mãos da Presidente da República deve ser quebrado.

É preciso lembrar que a presidente Dilma Rousseff assumiu um compromisso com o povo brasileiro, durante as eleições de 2010, de que não legalizaria o aborto no país. Necessário agora, mais do que nunca, que a população cobre do Governo a defesa da vida e vete todos os artigos desse projeto falacioso e mal intencionado.

Não se deve silenciar diante de tal situação, pois pelo egocentrismo de alguns está-se legalizando o aborto. Mas é preciso defender a vida, como especifica o documento Donum vitae: "No momento em que uma lei positiva priva uma categoria de seres humanos da proteção que a legislação civil lhes deve dar, o Estado nega a igualdade de todos perante a lei. Quando o Estado não coloca sua força a serviço dos direitos de todos os cidadãos, particularmente dos mais fracos, os próprios fundamentos de um estado de direito estão ameaçados ...".

Esta é uma situação real e precisa ser rechaçada por todos os cidadãos, independente de credos religiosos.

Por outro lado, nós, católicos, tendo Deus como Senhor da vida e como ponto de convergência de tudo, não devemos nos esquecer que entre os direitos fundamentais da pessoa estão o direito à vida e à integridade física de todo o ser humano, desde a concepção até a morte.

Reafirmo que na defesa da vida – desde a concepção até a morte – precisamos entender que a legalização do aborto é uma saída menos custosa ao Governo, pois garantir a vida – da mulher e da criança – requer investimentos em profissionais de saúde, clínicas, hospitais, medicamentos, assistência social. Ao aprovar o aborto - não de forma explícita na lei - o parlamento e o Governo, através do Ministério da Saúde, pretende evitar mais despesas para o já combalido orçamento público.

É inegável que a legalização da prática criminosa do aborto (mesmo estando implícito na proposta da deputada Iara Bernardi), contraria os preceitos da Igreja. Arrancar o feto do útero da mulher é um crime. Um ser indefeso é assassinado, sob a tênue luz de uma suposta legalidade. Este feto, com poucas semanas de gestação, é filho de Deus e sua concepção é abençoada. Na leitura de Jeremias (1–5), vemos que "antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia; antes de teu nascimento, eu já te havia consagrado".

Negar a este ser indefeso o direito a vida, sob pretexto de uma profilaxia da gravidez, é caminhar em contrário ao que prega Jesus, especificamente no quinto mandamento – "Não matarás o inocente nem o justo, porque não absolverei o culpado" (Ex 23,7). Nele é nítido que o assassino e os que cooperam voluntariamente com o assassinato do inocente cometem um pecado que clama ao céu por vingança. Este mesmo mandamento proíbe que se faça algo com a intenção de provocar indiretamente a morte de uma pessoa.

A Congregação para a Doutrina da Fé publicou em 1987 o documento Donum vitae, uma Instrução sobre o respeito à vida humana nascente e a dignidade da procriação. Estabelece o documento que os direitos inalienáveis da pessoa devem ser reconhecidos e respeitados pela sociedade civil e pela autoridade política. Os direitos do homem pertencem à natureza humana e são inerentes à pessoa em razão do ato criador do qual esta se origina. Reafirmo que entre estes direitos fundamentais é preciso citar o direito à vida e à integridade física de todo ser humano, desde a concepção até a morte.

Pode parecer redundante repisar estas questões - concepção e morte. Mas este é o cerne da questão. É inaceitável que o poder público, através dos parlamentares e da presidente Dilma Rousseff, sinta-se no direito de legislar sobre tão fundamental direito, que é a vida. É legitimar o genocídio, é assegurar o assassinato de um indefeso, no caso o feto, com poucas semanas de vida.

A lei aprovada, caríssimos, é nefasta e merece ser rejeitada por todos os que creem em um Deus misericordioso, que ama seus filhos e quer todos sob seu abrigo. Deus que quer o direito à vida respeitado pela sociedade.

Assim sendo, clamo aos católicos e todos os irmãos e irmãs de outras comunidades cristãs e religiosas, contrários ao aborto no Brasil, que se dediquem a oração, suplicando ao Senhor da Vida e Vida em Plenitude, que afaste de nós, seus filhos, esta chaga horrorosa que é o aborto.

Apucarana, 15 de julho de 2013.
XV Domingo Comum C


+ Celso Antônio Marchiori

Bispo de Apucarana

Papa Francisco: tutelar a vida desde a concepção até a morte natural

A vida deve ser protegida desde a concepção.

Numa mensagem aos católicos da Irlanda, Escócia, Inglaterra e Gales, o Papa Francisco convida a defender a vida desde a concepção até a morte natural.

Aproveitando o Dia pela vida anualmente celebrado em diferentes datas nas Ilhas britânicas, o Pontífice ressalta o "valor inestimável da vida humana":

"Também os mais frágeis e mais vulneráveis, os doentes, os anciãos, os nascituros e os pobres, são obras-primas da criação de Deus, feitos à sua imagem, destinados a viver para sempre, e merecedores da máxima reverência e respeito."

O Papa eleva a sua oração a fim de que esta celebração "contribua para assegurar que a vida humana receba sempre a proteção que lhe é devida".


A edição deste ano tem como tema "Proteja a vida. Vale a pena", tema extraído de uma homilia pronunciada em 2005 pelo então Cardeal Bergoglio numa missa em honra do protetor das mulheres gestantes, São Raimundo Nonato, religioso espanhol do Séc. XIII que, segundo a tradição, foi tirado do corpo da mãe morta no dia precedente.

No centro da edição 2013 deste Dia pela vida encontra-se a atenção pelas crianças nascituras e as suas mães; pelos anciãos e pelas pessoas com intentos suicidas e as suas famílias.

O objetivo – explicam duas notas da Conferência dos bispos ingleses e galeses (Cbcew) e da Conferência episcopal irlandesa (Icbc) – é "favorecer um clima de compaixão e atenção que defenda a vida também nos momentos e nas circunstâncias pessoais mais difíceis", porque – como afirmara o então Arcebispo de Buenos Aires – "todos devem cuidar da vida com ternura e calor humano".

O Dia pela vida é celebrado na Escócia no último domingo de maio, na Inglaterra e Gales em 28 de julho próximo, e na Irlanda no primeiro domingo de outubro.

Em vista da celebração de 28 de julho, a Conferência episcopal inglesa e galesa já começou a colocar em seu site vários subsídios e material informativo. Além disso, mais de meio milhão de panfletos foi enviado a todas as paróquias do Reino Unido.


Também este ano os fundos resultantes da coleta feita por ocasião do Dia pela vida serão destinados, entre outros, ao "Centro de Bioética Anscombe". (RL)
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Jornada Mundial da Juventude - Chegando e partindo

Brasão Episcopal de dom José Belisário

A realização da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, neste mês de julho, é um ponto de chegada e um ponto de partida. Para se chegar à Cidade Maravilhosa muitos passos foram dados e muita canseira e muito devotamento foram necessários.

No dia 10 de maio de 2007, aconteceu o primeiro passo, durante o encontro do papa Bento XVI com os jovens no estádio do Pacaembu, São Paulo. Devidamente respaldado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e cercado por milhares de jovens, dom Eduardo Pinheiro da Silva – bispo referencial para a juventude no Brasil – dirigiu ao Santo Padre o pedido oficial para que, depois de Madri, o Brasil sediasse a Jornada Mundial da Juventude.

O segundo passo ocorreu no final da Jornada Mundial da Juventude de Madri – 28 de agosto de 2011. Neste dia, Bento XVI anunciou oficialmente a escolha do Rio de Janeiro para acolher a próxima Jornada. A partir de então, os passos se multiplicam. Escolhida para ser a sede da Jornada, a Arquidiocese do Rio de Janeiro começa a se organizar e a se mobilizar. À semelhança do Cristo Redentor – “braços abertos sobre a Guanabara” –, ela precisa se preparar para acolher peregrinos do Brasil e do mundo inteiro.


Mas, não só para o Rio de Janeiro a caminhada se acelera. A cruz e o ícone mariano da Jornada Mundial da Juventude começam a percorrer o Brasil. Todas as arquidioceses, dioceses e prelazias passam a ser visitadas. No último final de semana de abril de 2012, foi a vez da Arquidiocese de São Luís. Durante três dias, esses dois símbolos puderam ser vistos e tocados em vários lugares da arquidiocese. Ponto culminante foi a concentração na Praça Maria Aragão, com a celebração da Eucaristia e um grande show com artistas da terra e artistas convidados, de renome nacional. 

Quantos quilômetros terão percorrido os dois símbolos da Jornada? Num país de dimensão continental como o nosso, não terão sido poucos. O que é certo é que, através dessa peregrinação, muitos – jovens e adultos que não estarão no Rio de Janeiro – puderam participar e puderam tocar na cruz e ser tocados por ela, pois, no dizer de Bento XVI, “é preciso tocar na cruz para ser tocado por ela”.

O grande evento do Rio de Janeiro será precedido por uma semana missionária, Nós também queremos realizar essa semana em todas as nossas paróquias. Será o último passo antes da Jornada.


Após o grande evento do Rio de Janeiro, os peregrinos voltarão cada um para suas casas e os símbolos da Jornada serão confiados a outro país e a outra Igreja particular. Esperamos, porém, que a Jornada não fique apenas como uma lembrança agradável em nossas histórias pessoais e eclesiais, pois a Jornada do Rio de Janeiro deverá ser também um ponto de partida. Concretamente, contamos com uma mudança na quantidade e na qualidade de tudo que se refere à evangelização da juventude. A construção de uma sociedade mais justa e fraterna – eis o grande ideal proposto por Jesus, que partilhamos com todas as pessoas de boa vontade.


Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís (MA)

Hackers atacam sistema operacional da Jornada Mundial da Juventude


O sistema operacional da Jornada Mundial da Juventude vem sendo alvo de ataques de hackers. Desde domingo, o sistema está lentíssimo para organizar fieis em locais pelo Rio de Janeiro.
 
Em 2011, A JMJ de Madri enfrentou o mesmo problema. Hackers chegaram a bloquear durante horas o site oficial do evento.
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Por Lauro Jardim

Pe. Lombardi: “Viagem do Papa Francisco ao Brasil será emocionante”


Uma viagem muito significativa a seu continente com um programa denso de eventos, entre os quais uma visita a uma favela, a Vigília de oração com os jovens e a santa missa da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Desta forma, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, resumiu a visita apostólica do Papa Francisco ao Brasil, durante coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira, no Vaticano.  

O Porta-Voz apresentou o programa da primeira viagem apostólica internacional do Papa Francisco ao Rio de Janeiro, de 22 a 28 de julho, por ocasião da 28ª JMJ. O roteiro está acrescido de várias novidades, em vista do que estava previsto por seu predecessor, Bento XVI.
 
"O Papa Francisco recebe a herança de Bento XVI. A viagem já estava decidida, mas certamente o programa foi também adaptado, enriquecido por ulteriores eventos com a mudança de Pontificado. Para dar algum exemplo, a peregrinação a Aparecida, ou mesmo a visita à favela, ao hospital, o encontro com o Comitê do Celam. Esses são elementos que não estavam no calendário no primeiro projeto de viagem, elaborado segundo as possibilidades do Papa Bento XVI."

Segunda-feira, 22 de julho, durante o voo para o Rio de Janeiro está previsto o habitual encontro com os jornalistas: "O encontro se terá, porém o Papa me disse que gostaria de fazê-lo de modo diferente. Não teremos o clássico esquema perguntas-respostas. Disse-me que tem a intenção de cumprimentar todos eles. Certamente será um belo encontro, amplo, cordial, porém não com a fórmula da entrevista com perguntas e respostas."

O Papa chegará ao Rio de Janeiro na próxima segunda-feira, 22 de julho. Para os deslocamentos do Papa pela cidade será utilizado carro fechado para os trechos mais longos, e carro aberto para os trechos mais breves. Não estão previstos compromissos para a terça-feira, dia 23. Na quarta-feira começará um denso programa de encontros e celebrações:

"E será dedicado principalmente a essa peregrinação a Aparecida, fortemente querida pelo Santo Padre que irá à capela do Santuário, onde é conservada a imagem de Nossa Senhora. Depois, se transferirá para a nave da Basílica para a celebração da missa. Ao término, se deslocará para o Seminário "Bom Jesus". Voltará ao Rio de Janeiro e irá diretamente a um hospital da venerável Ordem Terciária Franciscana, concluindo assim o dia de quarta-feira."

Na quinta-feira – prosseguiu Pe. Lombardi – o Papa irá ao "Palácio da Cidade", ou seja, à Prefeitura do Rio de Janeiro, onde abençoará as bandeiras olímpicas. Depois disso, o Papa irá à Comunidade de Varginha, uma favela. Durante o itinerário está previsto que entre numa das casas, onde terá um breve encontro com a família residente. Depois continuará seu itinerário até o campo de futebol e ali terá um encontro com a comunidade. Na parte da tarde se realizará a festa de acolhimento dos jovens em Copacabana, portanto, o primeiro grande encontro do Papa com os jovens da Jornada Mundial da Juventude.

Na sexta-feira – continuou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé – o dia começará com as confissões numa localidade que se chama Quinta da Boa Vista e está previsto que atenda a confissão de cinco jovens. Após as confissões, o Papa se deslocará para o Arcebispado.

O Papa e o Arcebispo irão à capela, cumprimentarão as irmãs e as pessoas da residência e depois irão à sacada central da residência arquiepiscopal para a recitação do Ângelus. Depois, o Papa entrará novamente na residência, cumprimentará o Comitê organizador e almoçará com 12 jovens. Na parte da tarde – considerando que se trata da sexta-feira – se terá a Via-Sacra e em cada estação se abordará um problema importante na perspectiva dos jovens.

O sábado começará com uma grande missa na Catedral do Rio de Janeiro, com os bispos da Jornada Mundial da Juventude, os sacerdotes, os seminaristas e os religiosos. Após esta missa, o Papa irá imediatamente ao Teatro Municipal do Rio de Janeiro onde haverá o encontro com a classe dirigente do Brasil. Depois disso, o Papa terá um encontro e almoço com os cardeais e bispos do Brasil.

Na parte da tarde se deslocará para o lugar onde se realizarão a Vigília de oração e a missa conclusiva da Jornada Mundial da Juventude. Trata-se de uma área que foi batizada como "Campus Fidei", na localidade que se chama Guaratiba, precisou Pe. Lombardi.

Após a Vigília de oração o Papa retornará ao Sumaré, e os jovens ficarão no Campus Fidei. Na manhã seguinte, domingo, o Papa voltará ao Campus Fidei e, às 10h, teremos a missa conclusiva, a grande missa conclusiva da Jornada Mundial da Juventude. No final será anunciado o lugar da próxima edição da JMJ.

Padre Lombardi lembrou que o Papa Francisco será o terceiro Pontífice a visitar o Brasil: "João Paulo II esteve quatro vezes, Bento XVI uma vez. Agora, na primeira viagem apostólica internacional de Francisco, o terceiro Papa a visitar o Brasil. O Papa foi convidado pelos bispos organizadores e promotores da JMJ e o Papa Francisco confirmara imediatamente, poucos dias após a sua eleição, que faria esta viagem. Portanto, permitiu a toda a organização continuar trabalhando sem incertezas."

Por fim, Pe. Lombardi deteve-se também sobre a situação no Brasil, por conta das manifestações das últimas semanas.


"Naturalmente, sabemos que há esta situação nas últimas semanas, nos últimos tempos, com manifestações. Muitos se perguntam se haverá tais manifestações também por ocasião da visita do Papa. Não se sabe. Temos confiança total, como sempre, também na capacidade por parte das autoridades governamentais de gerir de modo crível e bem estas situações. Portanto, iremos com total serenidade, sabendo que estas manifestações não têm nada de específico em relação ao Papa e à Igreja."
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Fonte: CNBB

terça-feira, 16 de julho de 2013

Nota Pastoral de Dom Antônio Rossi Keller sobre o PLC 03/2013

Nota Pastoral

A respeito do PLC nº 3 de 2013


Irmãos e irmãs, Diocesanos de Frederico Westphalen e demais católicos e pessoas de boa vontade. Com amargura na alma, mais uma vez, vejo-me obrigado a escrever uma Nota Pastoral em relação à questão do aborto e à sua implantação no Brasil.

No último dia 4, alavancado pelo apoio e pressão do PT e de seus aliados, o Congresso Nacional, enviou para a sanção da Presidente da República, o PLC n. 3, de 2013. Tal Projeto foi aprovado em regime de urgência, ou seja, sem dar o devido tempo exigido pela gravidade da proposta para que os Congressistas pudessem analisar e principalmente, escutar a sociedade civil, em relação ao texto em questão.

Os defensores da implantação do aborto no Brasil usaram uma estratégia muito bem preparada: sabendo que jamais passaria pelo Congresso algum tipo de projeto que diretamente permitisse a implantação do aborto, trocaram termos e palavras, sem contudo desviar um só milímetro de suas intenções: o puro e simples encaminhamento para a aprovação do aborto de fato.
 
O artigo 1º do Projeto que prevê o "atendimento emergencial integral" de vítimas de violência sexual é depois manipulado pelos abortistas no artigo 3, parágrafo 4, através de uma "profilaxia da gravidez", que deve ser simplesmente entendida como a autorização para o aborto.

Não se encontra, naturalmente no texto, a palavra "aborto". Mas as intenções são suficientemente claras: proporcionar aos profissionais da Medicina e do Direito a base legal para a realização pura e simples de abortos. Esta é e sempre foi a estratégia usada: fugir dos termos contundentes, mas implantar, de forma disfarçada a devida autorização para que se possa agir de acordo com a ideologia abortista.

O resultado da aprovação deste Projeto de Lei já é conhecido… este é o objetivo da agenda abortista: o Executivo, sancionando a Lei, irá estabelecer as regulamentações e as normas técnicas que abrirão a estrada da implantação, na prática, do aborto.

A estratégia é clara e, infelizmente, o Congresso brasileiro entrou, como se costuma dizer, "na jogada" aprovando e encaminhando um projeto destes para a sanção da Presidente da República. Tudo muito bem preparado, estudado e levado a efeito sem a devida discussão e sem a necessária participação da sociedade brasileira como tal, que sabidamente é em sua grande maioria, contrária à implantação do aborto.

O aparente respeito à legalidade que tal encaminhamento deste iníquo projeto de lei possa estar seguindo tropeça em uma única e definitiva verdade, como nos diz o bem aventurado Papa João Paulo II, na Evangelium Vitae: "Reivindicar o direito ao aborto, ao infanticídio, à eutanásia, e reconhecê-lo legalmente, equivale a atribuir à liberdade humana um significado perverso e iníquo: o significado de um poder absoluto sobre os outros e contra os outros. Mas isto é a morte da verdadeira liberdade".

É bom que exista uma legislação adequada ao atendimento humano de mulheres vítimas de violência sexual, no Brasil. O que não podemos jamais admitir é que entre os possíveis encaminhamentos, permita-se o aborto. Isto é inaceitável!

Assim sendo, venho, através desta Nota Pastoral expor esta dramática situação aos diocesanos da Igreja Particular de Frederico Westphalen e às pessoas de boa vontade, que acreditam e defendem o valor da vida humana desde a sua natural concepção até seu fim natural, e pedir, fundamentalmente, duas coisas:

1.      Orações intensas, suplicando ao Senhor da vida, que possa salvar-nos desta chaga horrorosa que é o aborto;
2.      A firme manifestação contra a sanção deste Projeto de Lei, fazendo telefonemas ou enviando fax para o Gabinete da Exma Sra. Presidente da República que, como todos lembramos, na Campanha eleitoral, vendo que poderia perder a eleição, comprometeu-se publicamente, junto a diversos líderes religiosos e perante a Nação, a não permitir, durante seu governo, a implantação de nenhuma forma de aborto, no Brasil.

Os contatos são os seguintes:

Telefones:(61) 3411.1200 / (61) 3411.1201
Fax:(61) 3411.2222

Desejando a todos a Paz e o Bem que vem de Deus, os abençoo no Senhor.


Frederico Westphalen, 14 de julho de 2013.
XV Domingo Comum C



+ Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen

Nossa Senhora do Carmo - 16 de julho


Nossa Senhora do Carmo tem origem no século XII, quando se um grupo de eremitas começou a se formar no monte Carmelo, na Palestina, terra Santa, iniciando um estilo de vida simples e pobre, ao lado da fonte de Elias, que se estendeu ao mundo todo.

A palavra Carmo, corresponde ao monte do Carmo ou monte Carmelo, em Israel, onde o profeta Elias se refugiou. A palavra carmo ou carmelo significa jardim.

História de Nossa Senhora do Carmo e os carmelitas

A ordem dos carmelitas venera com carinho o profeta Elias, que é seu patriarca, e a Virgem Maria, venerada com o título de Bem Aventurada Virgem do Carmo. Devido ao lugar, esse grupo foi chamado de carmelitas. Lá, esse grupo de eremitas construiu uma pequena capela dedicada a Senhora do Carmo, ou Nossa Senhora do Carmelo.

Posteriormente os carmelitas foram obrigados a ir para a Europa fugindo da perseguição dos muçulmanos. Aí se espalhou ainda mais a Ordem do Carmelo.

Devoção a Nossa Senhora do Carmo

Com a expulsão dos carmelitas de Israel, a devoção a Nossa Senhora do Carmo começou a se espalhar por toda a Europa. Também foi levada para a América Latina, logo no começo de sua colonização, passando a ser conhecida em todos os lugares. E não somente no Carmelo. Foram construídas várias igrejas, capelas e até catedrais dedicadas a Senhora do Carmo.

Indulgências pela JMJ-Rio 2013



O que é exatamente “indulgência”? Indulgência consiste na remissão concedida pela autoridade eclesiástica (e válida diante de Deus) da pena temporal, devido ao pecado já perdoado. A indulgência é dada pela autoridade da Igreja, em virtude do poder de ligar e desligar dado por Jesus a Pedro e aos apóstolos. A Igreja age, ao conceder indulgências, no poder espiritual com a missão dada a ela por Cristo e na inspiração do Espírito como "dispensadora da redenção", operada pelo Crucificado. Quando nos arrependemos e confessamos, o Senhor Deus – através da Igreja – nos perdoa (cancela) a culpa (e assim a pena eterna). Todavia, todo pecado acarreta uma série de efeitos negativos (para si e para outros) que precisam ser reparados (penas temporais). Para isto existem: nesta vida – a oração, a penitência e a esmola (Mt 6,1-18), uma conversão ardorosa, o martírio e também as indulgências. Na noutra vida existe o purgatório. É, pois, uma graça divina!


Nesse sentido, em vista deste tempo forte de peregrinação em que vive a nossa Arquidiocese, o Penitenticário-mor, Sua Eminência Manuel, Cardeal Monteiro de Castro, através do Prot. N. 478/13/I, de 2 de Julho de 2013, transmitiu ao Eminentíssimo Senhor Cardeal Stanislaw Rylko, Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, a cópia do Decreto de Indulgências concedidas pelo Santo Padre Francisco, preparada pela  Penitenciaria Apostólica em língua latina e italiana, na qual vêm concedidas especiais Indulgências por ocasião da Jornada Mundial da Juventude na nossa cidade do Rio de Janeiro, de 22 a 29 do corrente mês de Julho, durante o corrente Ano da Fé.

Santo Padre Francisco, desejando que os jovens, em união com os fins espirituais do Ano da Fé, convocado pelo Papa Emérito Bento XVI, possam obter os frutos esperados de santificação da “XXVIII Jornada Mundial da Juventude, que se celebrará de 22 a 29 do próximo mês de Julho, no Rio de Janeiro, e que terá por tema: “Ide e fazei discípulos por todas as nações (cfr Mt 28, 19)”, estabeleceu que todos os jovens e todos os fiéis devidamente preparados pudessem usufruir do dom das Indulgências como determinado:

Indulgência Plenária para os fiéis presentes na Jornada: concede-se a Indulgência plenária, obtenível uma vez por dia mediante as seguintes condições: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração segundo as intenções do Sumo Pontífice, e ainda aplicável a modo de sufrágio pela almas dos fiéis defuntos, pelos fiéis verdadeiramente arrependidos e contritos, que devotamente participem dos ritos sagrados e exercícios de piedade que terão lugar no Rio de Janeiro.

Indulgência Plenária para os fiéis legitimamente impedidos de participar da Jornada, mas que a acompanhem pelo Rádio ou pela Televisão: há uma concessão importante de indulgências para todos os fiéis legitimamente impedidos,  que poderão obter a Indulgência Plenária desde que, cumprindo as comuns condições espirituais, sacramentais e de oração com o propósito de filial submissão ao Romano Pontífice, participem espiritualmente das sagradas funções nos dias determinados; desde que sigam estes ritos e exercícios piedosos enquanto se desenrolam, através da televisão e da rádio, ou sempre que com a devida devoção, através dos novos meios de comunicação social.

Indulgência Parcial para todos: concede-se a Indulgência Parcial aos fiéis, onde quer que se encontrem durante o mencionado encontro, sempre que, pelo menos com alma contrita, elevem fervorosamente orações a Deus, concluindo com a oração oficial da Jornada Mundial da Juventude, e devotas invocações à Santa Virgem Maria, Rainha do Brasil, sob o título de “Nossa Senhora da Conceição Aparecida”, bem como aos outros Patronos e Intercessores do mesmo encontro, de modo a que estimulem os jovens a se fortalecerem na fé e a caminharem na santidade.

Como professamos no Credo: “Creio na comunhão dos santos”, existe um admirável laço entre Cristo e todos os filhos de Deus, à semelhança da unidade que se dá entre a “videira” e os “ramos” (Jo 15,1ss; cf. 1Cor 12,27; 1,9; 10,17; Ef 1,20-23; 4,4). Podemos, pois, também oferecer as indulgências na intenção daqueles que já partiram desse mundo (cf. Código de Direito Canônico, cân. 994). O Senhor realizará aquilo que for de acordo com sua vontade e bondade.

Como o fiel pode obter a indulgência? Fazendo aquilo que a Igreja indica. Primeiramente no campo da ação exterior: Confissão sacramental, Comunhão Eucarística, oração pelo Papa Francisco – ao menos 1 Pai Nosso e 1 Ave Maria – e a obra prescrita. Em segundo lugar, e com o mesmo espírito que a anima: de disposição interior: aversão ao pecado, não estar excomungado, desejo de obter a graça. Existem inúmeras obras de piedade, algumas orações como o Creio, Salve Rainha etc., a visita ao SSmo. Sacramento, às basílicas romanas, ao cemitério, a bênção Papal, ensinar a doutrina cristã e ouvir pregações, participar de congresso eucarístico, sínodo, do ensino das Constituições do Concílio Vaticano II e, em nosso caso, neste tempo favorável, participar da JMJ-Rio2013, enriquecidas pela Igreja com especiais indulgências.

Para que estas maravilhas espirituais sejam operadas é necessário que todos os sacerdotes de nossa Arquidiocese estejam dispostos, com horários pré-marcados ou nos locais de catequeses e confissões durante os dias 22 a 29 deste mês, para o atendimento das confissões auriculares, em conformidade com o que determina o Decreto das Indulgências: "Para que os fiéis possam mais facilmente participarem destes dons celestes, os sacerdotes, legitimamente aprovados para ouvir confissões sacramentais, com ânimo pronto e generoso se prestem a acolhê-las e proponham aos fiéis orações públicas pelo bom êxito desta “Jornada Mundial da Juventude”.

Lembramos que os fiéis poderão lucrar as indulgências, plenárias e parciais, em conformidade com o Decreto, que tem validade somente para o período de celebração da JMJ-Rio2013. É um dom a mais para os participantes desses momentos de oração, adoração, celebração, piedade.

Que todos os fiéis vivam intensamente a JMJ-Rio2013 e obtenham todas as graças anexas a este tempo santo. Pelas indulgências, os fiéis podem obter para si mesmos e, também para as almas do Purgatório, a remissão das penas temporais, sequelas dos pecados, para viver a virtude da santidade, abrindo seus corações para  o Redentor, fiel ao lema que viveremos nestes dias: “Ide e fazei discípulos por todas as nações (cfr Mt 28, 19)”.



Dom Orani João Tempesta 
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)