quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Aceitar Jesus como seu único Senhor e Salvador?


Alguém ou algum católico já viu este apelo em ambientes  protestantes evangélicos: “Para ser salvo, você deve aceitar Jesus como seu único Senhor e Salvador”? Veja alguns exemplos destes APELOS para ver do que falamos:


“Prezado Irmão, em primeiro lugar, queremos agradecer a você por ter acessado o site do Ministério. Gostaríamos e mostrar a você o porquê de se ter que aceitar a Jesus em sua vida. Vamos tentar escrever de uma forma mais resumida...”


"Antes de conhecer Jesus, minha vida era uma lástima. Uma dificuldade, uma tristeza. Uma frustração. Quando eu aceitei JESUS, Deus abriu as portas de emprego para mim..."

Agora, voltando à realidade teológica e bíblica: Crente aceita Jesus mas isso é anti-bíblico. ANTI-BÍBLICO!
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Quando os pastores perguntam: “Quem quer aceitar Jesus?”, estão seguindo uma doutrina inventada pelo teólogo John Wesley, mas é contrária ao evangelho.
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O que ensinam os apóstolos:

Rm 15,7: “Portanto, aceitem-se uns aos outros como também CRISTO NOS ACEITOU para a glória de Deus”.
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Como podemos ver é Jesus que nos aceita. Essa apelação é uma forma diabólica de tirar a glória do Senhor no poder de aceitação, transferindo esse poder para o público. Nós não temos poder de aceitação ou escolha sobre Jesus. É ele quem nos aceita e que nos escolhe.
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Veja o que ensina Nosso Senhor e Deus Jesus Cristo:

Jo 15,16: “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e vosso fruto permaneça".

Uma pergunta para os que vivem com a sola-escriptura na mão:

Onde está na Bíblia que você tem que aceitar Jesus para ser salvo?
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Veja este video de um ex-pastor pentecostal no minuto 11,20 mostrando claramente que o ACEITAR JESUS PROTESTANTE  é uma mentira, uma falácia anti-bíblica:
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Disponível em: CaiaFarsa

Projeto que criminaliza preconceito contra homossexuais é retirado da pauta da CDH


Com a sala cheia de deputados ligados a entidades religiosas, pastores e outros representantes de igrejas, a senadora Ana Rita (PT-ES) anunciou, na abertura da reunião desta manhã (20) da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), que o PLC 122/2006 foi retirado da pauta dos trabalhos de hoje.

Manifestações de deputados da bancada evangélica e de representantes de igrejas marcaram a primeira tentativa de votação, nesta quarta-feira (20), na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), do substitutivo de Paulo Paim (PT-RS) ao projeto que torna crime a discriminação ou o preconceito pela orientação sexual e identidade de gênero (PLS 122/2006).

A pedido de lideranças partidárias e de senadores da CDH, Paim pediu a retirada da matéria da pauta da comissão, para buscar consenso sobre o texto. Ele, no entanto, disse já ter realizado diversas conversas para a elaboração do substitutivo, tanto com entidades religiosas como com grupos do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros).

Para atender a demandas dos grupos religiosos, o relator já havia, por exemplo, modificado artigo que torna crime “impedir ou restringir a manifestação de afetividade de qualquer pessoa em local público ou privado aberto ao público”, incluindo ressalva para que seja “resguardado o respeito devido aos espaços religiosos”.

A medida, no entanto, não foi suficiente para o entendimento.

– Um dos argumentos que ouvi aqui hoje foi de que uma celebração religiosa pode ser realizada em um ginásio de esporte, que não é um templo. Nesse caso, como é que fica? Eles querem que fique mais clara essa questão – explicou, ao reafirmar sua disposição ao diálogo.


Empenho

Também a presidente da CDH, senadora Ana Rita (PT-ES), disse que a comissão buscará promover o entendimento, para que o projeto seja aprovado ainda este ano.

– É importante que os líderes partidários se empenhem. Não gostaríamos de deixar isso para o ano que vem, até porque houve debate intenso sobre esse assunto. É matéria que, do nosso ponto de vista, contempla perfeitamente todos os setores discriminados – opinou.

Em sentido oposto, o senador Magno Malta (PR-ES), que é evangélico, afirma que o texto atual “não contempla ninguém” com interesse na questão.

– Acompanhamos o esforço do senador Paim. Realmente, não é matéria fácil. Nem vou entrar no mérito, mas não podemos deixar um legado infame para as gerações futuras. Queremos um texto que trate de tolerância e não de intolerância – afirmou o senador capixaba.

Já Gustavo Bernardes, representante do Conselho Nacional LGBT, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, considera que o substitutivo é fruto de entendimento, onde cada setor cedeu um pouco, e deve ser votado, para que o país possa ter uma legislação de proteção às minorias.

– Apesar de, em 2012, terem sido registrados 310 assassinatos motivados por homofobia no Brasil, ainda há setores que se negam a reconhecer que exista violência contra a população LGBT – frisou.

Alô Senado

Foi destaque no Alô Senado nessa segunda-feira (18/11), o Projeto de Lei da Câmara nº 122 de 2006, que criminaliza a homofobia. A maioria dos cidadãos que entrou em contato solicitou a rejeição da proposta, utilizou a justificativa de que seu conteúdo vai contra seus preceitos religiosos cristãos de instituição familiar. José Felipe Silva, de Jaboatão dos Guararapes (PE), defendeu que “há diferenças entre uma opinião e atos discriminatórios”, com base na liberdade de expressão garantida pela Constituição Federal.

Em seu twitter, o grupo @ContraPL122 alerta que o projeto que favorece os homossexuais foi tirado da pauta de hoje, mas ainda não foi arquivado, e pede para que os internautas contrários ao PL 122 liguem para o Alô Senado pedindo o arquivamento do projeto de lei.

@ContraPL122 O PLC122 foi tirado de Pauta, mas não foi arquivado. Vamos ligar no @AloSenado que queremos o arquivamento 0800 61 22 11

Tramitação

De autoria da deputada Iara Bernardi (PT-SP), o PLC 122/2006 já foi aprovado na Câmara dos Deputados e tramita no Senado há sete anos. O texto passou pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde foi modificado por substitutivo apresentado pela então senadora Fátima Cleide.

Na CDH, Paulo Paim elaborou novo substitutivo, na tentativa de superar a polêmica que acompanha a matéria. Na busca do consenso, ele ampliou a lei que já pune a discriminação racial (Lei 7.716/1989) e o capítulo do Código Penal (Decreto-Lei 2.848/1940) que trata do crime de injúria, para incluir o combate a todo tipo de preconceito, não apenas aos homossexuais, mas também ao direcionado a idosos, mulheres e deficientes físicos.

De acordo com Paim, a nova lei terá como o objetivo “o combate ao ódio, à intolerância e à violência de um ser humano contra o outro”.


Depois da votação na CDH, o projeto ainda precisa passar pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), antes de ir a Plenário.
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Não, a Igreja não defende o "casamento tradicional"

O que a Igreja defende é o casamento como Deus quer, o que é bem diferente

"Mulher, case-se e seja submissa" ("Sposati e sii sottomessa") é o polêmico e "ofensivo" título de um livro escrito pela italiana Costanza Miriano, quem, com um toque de humor, quis falar da beleza do amor esponsal.
 
Como em tudo, aqueles que não se deram ao trabalho de ler o livro tentaram apedrejá-lo só porque a autora utilizou como estratégia de marketing uma paráfrase do apóstolo Paulo, quando afirma: "Mulheres, submetam-se aos seus maridos" (Efésios 5, 22-24).
 
Mas, claro, os que se deixam levar pelas aparências não estão interessados em conhecer a verdade, mas simplesmente em reafirmar aquilo em que sempre acreditaram: que a Igreja é uma instituição interessada em submeter a mulher, e que seus membros defendem o machismo para poder manter o status quo.
 
Mas qual é a verdade exposta pelo Evangelho sobre o casamento e o que a Igreja, em consonância com a Palavra de Deus, defende sobre esta instituição natural?
 
Não podemos ignorar que existem "correntes" católicas que, mal-interpretando o texto do apóstolo Paulo, afirmam que o casamento querido por Deus se baseia na submissão da mulher ao seu marido. Neste sentido, fala-se do casamento "tradicional", ou seja, aquele em que um homem, casado com uma mulher, sai de casa para trabalhar e sustentar a família, enquanto a esposa se limita a cuidar dos filhos e das tarefas domésticas, esperando que o marido volte para poder atendê-lo e estar atenta às suas decisões, por ser ele o "chefe" do lar.
 
Mas... será este o modelo de casamento defendido pela Igreja?


Não. A Igreja não defende o casamento "tradicional", mas sim o casamento "cristão", ou seja, aquele querido por Jesus e que se baseia na doação mútua de um homem e de uma mulher, que entenderam que ambos estão chamados a construir sua família e a sociedade, oferecendo sua contribuição, cada um a partir da sua condição de homem e mulher (o que envolve necessariamente certa assimetria, já que cada um tem uma identidade sexual específica – o que não significa que um contribua mais que o outro), mas ambos com a possibilidade de desenvolver todas as suas potencialidades humanas, sem renunciar ao que caracteriza cada um como pai ou mãe.

 
A sociedade contemporânea, tendo aberto à mulher a possibilidade do estudo e da vida profissional, está conhecendo toda a riqueza e poder de transformação que ela é capaz de oferecer. Mas o fato de abrir esta porta, necessária e justa, foi mal-interpretado por aqueles que acreditam que a maternidade ou seu exercício vão contra a possibilidade de desenvolvimento profissional e econômico da mulher.
 
O casamento cristão é o sonho de Deus: homem e mulher, chamados à complementariedade. Não se trata de duas pessoas pensando como uma só, nem de pensar como um "eu" e um "você": o casamento é um pensar como "nós". Esse pensar como "nós" exige levar em consideração o parecer, a opinião, o desejo do cônjuge, sem supor o que o outro pensa nem anular sua vontade; mas, isso sim, ambos dispostos a morrer para o bom, com o fim de chegar ao melhor.
 
Nem todos os pareceres católicos são realmente "católicos"; e o fato de que cada um pense de uma maneira e mesmo assim se considere católico e apostólico não significa necessariamente que sua opinião coincida com o ensinamento da Igreja.
 
Por isso, é preciso formar-se, conhecer a maneira como a Igreja defende a beleza do amor humano, do amor matrimonial e, por isso, está disposta a ser alvo de ataques e más-interpretações, com tal de ajudar cada pessoa a encontrar o verdadeiro significado da felicidade.

 
Parabéns à autora do livro, que foi bastante corajosa ao dar-lhe tal título; é uma pena que alguns o julguem apenas pela sua capa, e que seus preconceitos os impeçam de se aproximar da possibilidade de reconhecer e reavaliar a falsa imagem de uma instituição que, apesar de ter passado por tantas fases em sua história, foi aprendendo com seus próprios erros e sempre lutou por levar o ser humano à verdade sobre si mesmo e sobre Deus.
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Disponível em: Aleteia

"O serviço do sacerdote como ministro exige que seu coração esteja em paz; que não maltrate os fiéis, mas que seja delicado, benevolente e misericordioso; que saiba semear esperança nos corações", diz Papa.


PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Praça de São Pedro
Quarta-feira, 20 de Novembro de 2013 


Caros irmãos e irmãs, bom dia!

Na quarta-feira passada falei sobre a remissão dos pecados, referida de modo especial ao Baptismo. Hoje aprofundamos o tema da remissão dos pecados, mas em referência ao chamado «poder das chaves», que é um símbolo bíblico da missão que Jesus confiou aos Apóstolos.

Antes de tudo, devemos recordar que o protagonista do perdão dos pecados é o Espírito Santo. Na sua primeira aparição aos Apóstolos, no Cenáculo, Jesus ressuscitado fez o gesto de soprar sobre eles, dizendo: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos» (Jo 20, 22-23). Transfigurado no seu corpo, Jesus já é o homem novo, que oferece os dons pascais, fruto da sua morte e ressurreição. Quais são estes dons? A paz, a alegria, o perdão dos pecados e a missão, mas sobretudo o Espírito Santo, que é fonte de tudo isto. O sopro de Jesus, acompanhado pelas palavras com as quais comunica o Espírito, indica a transmissão da vida, a vida nova regenerada pelo perdão.

Mas antes de fazer o gesto se soprar e conceder o Espírito, Jesus mostra as suas chagas, nas mãos e no lado: essas feridas representam o preço da nossa salvação. O Espírito Santo concede-nos o perdão de Deus, «passando através» das chagas de Jesus. As feridas que Ele quis conservar; também neste momento, no Céu, Ele mostra ao Pai as chagas com as quais nos resgatou. Em virtude destas feridas, os nossos pecados são perdoados: assim Jesus ofereceu a sua vida pela nossa paz, pela nossa alegria, pelo dom da graça na nossa alma, pelo perdão dos nossos pecados. É muito bom contemplar Jesus assim!


Consideremos o segundo elemento: Jesus concede aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados. É um pouco difícil compreender como um homem pode perdoar os pecados, mas Jesus confere este poder. A Igreja é depositária do poder das chaves, de abrir ou fechar ao perdão. Na sua misericórdia soberana, Deus perdoa cada homem, mas Ele mesmo quis que quantos pertencem a Cristo e à Igreja recebam o perdão mediante os ministros da Comunidade. Através do ministério apostólico, a misericórdia de Deus alcança-me, as minhas culpas são-me perdoadas e é-me conferida a alegria. Deste modo, Jesus chama a viver a reconciliação também na dimensão eclesial, comunitária. E isto é muito bom! A Igreja, que é santa e ao mesmo tempo carente de penitência, acompanha o nosso caminho de conversão durante a vida inteira. A Igreja não é senhora do poder das chaves, mas é serva do ministério da misericórdia e rejubila todas as vezes que pode oferecer este dom divino.

Talvez muitas pessoas não compreendam a dimensão eclesial do perdão, porque predominam sempre o individualismo e o subjectivismo, e até nós cristãos sentimos isto. Sem dúvida, Deus perdoa cada pecador arrependido, pessoalmente, mas o cristão está unido a Cristo, e Cristo à Igreja. Para nós cristãos há um dom a mais, há sempre um compromisso a mais: passar humildemente através do ministério eclesial. Devemos valorizá-lo; é uma dádiva, uma atenção, uma salvaguarda e também a certeza de que Deus me perdoou. Vou ter com o irmão sacerdote e digo: «Padre, cometi isto...». E ele responde: «Mas eu perdoo-te; Deus perdoa-te!». Naquele momento, estou convicto de que Deus me perdoou! E isto é bom, é ter a segurança que Deus nos perdoa sempre, nunca se cansa de perdoar. E não devemos cansar-nos de ir pedir perdão. Podemos ter vergonha de confessar os nossos pecados, mas as nossas mães e avós já diziam que é melhor corar uma vez do que empalidecer mil vezes. Coramos uma vez, mas os pecados são-nos perdoados e vamos em frente.

Enfim, um último ponto: o sacerdote, instrumento para o perdão dos pecados. O perdão de Deus, que nos é concedido na Igreja, é-nos transmitido mediante o ministério do nosso irmão, o sacerdote; também ele, um homem que como nós precisa de misericórdia, se torna verdadeiramente instrumento de misericórdia, comunicando-nos o amor ilimitado de Deus Pai. Inclusive os presbíteros e os Bispos devem confessar-se: todos nós somos pecadores. Também o Papa se confessa a cada quinze dias, porque inclusive o Papa é pecador. O confessor ouve os pecados que lhe confesso, aconselha-me e perdoa-me, porque todos nós precisamos deste perdão. Às vezes ouvimos certas pessoas afirmar que se confessam directamente com Deus... Sim, como eu dizia antes, Deus ouve sempre, mas no sacramento da Reconciliação envia um irmão a trazer-nos o perdão, a segurança do perdão em nome da Igreja.

O serviço que o sacerdote presta como ministro, por parte de Deus, para perdoar os pecados é muito delicado e exige que o seu coração esteja em paz, que o presbítero tenha o coração em paz; que não maltrate os fiéis, mas que seja manso, benévolo e misericordioso; que saiba semear esperança nos corações e sobretudo que esteja consciente de que o irmão ou a irmã que se aproxima do sacramento da Reconciliação procura o perdão, e fá-lo como as numerosas pessoas que se aproximavam de Jesus para serem curadas. O sacerdote que não tiver esta disposição de espírito é melhor que, enquanto não se corrigir, não administre este Sacramento. Os fiéis penitentes têm o direito, todos os fiéis têm o direito de encontrar nos sacerdotes servidores do perdão de Deus.

Caros irmãos, como membros da Igreja estamos conscientes da beleza desta dádiva que o próprio Deus nos concede? Sentimos a alegria deste esmero, desta atenção materna que a Igreja tem por nós? Sabemos valorizá-la com simplicidade e assiduidade? Não esqueçamos que Deus nunca se cansa de nos perdoar; mediante o ministério do sacerdote, Ele aperta-nos num novo abraço que nos regenera e nos permite erguer-se de novo e retomar o caminho. Porque esta é a nossa vida: devemos erguer-nos sempre de novo e retomar o caminho!


Saudação

Saúdo cordialmente os peregrinos de língua portuguesa, de modo especial os membros da comitiva do Estado brasileiro de Santa Catarina e os fiéis de Matosinhos, que aqui vieram movidos pelo desejo de afirmar e consolidar a sua fé e adesão a Jesus Cristo. Ele vos encha de alegria e o Espírito Santo vos ilumine para poderdes cumprir fielmente na vossa vida a vontade do Pai celeste. Rezai por mim; nunca faltará a minha oração por vós, e que a Bênção de Deus vos acompanhe!

Amanhã, 21 de Novembro, memória litúrgica da Apresentação de Maria Santíssima no Templo, celebraremos o Diapro Orantibus, dedicada à recordação das comunidades religiosas de clausura. É uma ocasião oportuna para dar graças ao Senhor pelo dom de tantas pessoas que, nos mosteiros e nos ermos, se dedicam a Deus na oração e no silêncio diligente. Demos graças ao Senhor pelos testemunhos de vida claustral e não permitamos que faltem a estes nossos irmãos e irmãs o nosso auxílio espiritual e material, a fim de que eles possam cumprir a sua importante missão.

No próximo dia 22 de Novembro será inaugurado pela ONU o «Ano Internacional da Família Rural», destinado a ressaltar também que a economia agrícola e o desenvolvimento rural encontram na família um agente respeitador da criação e atento às necessidades concretas. Inclusive no trabalho, a família é um modelo de fraternidade para viver uma experiência de unidade e de solidariedade entre todos os seus membros, com uma maior sensibilidade em relação a quantos precisam de cuidados ou de ajuda, impedindo desde o início eventuais conflitos sociais. Por estes motivos, enquanto manifesto apreço por esta iniciativa oportuna, faço votos a fim de que ela contribua para valorizar os inúmeros benefícios que a família oferece para o crescimento económico, social, cultural e moral de toda a comunidade humana.


Finalmente, dirijo o meu pensamento carinhoso aos jovens, aos doentes e aos recém-casados. No mês de Novembro, a liturgia convida-nos a rezar pelos defuntos. Não esqueçamos os nossos entes queridos, os benfeitores e todos aqueles que nos precederam na fé: a Celebração eucarística é a melhor ajuda espiritual que podemos oferecer pelas suas almas, especialmente às mais abandonadas. E neste momento não podemos deixar de recordar as vítimas da recente inundação na Sardenha: oremos por elas e pelos seus familiares, e sejamos solidários com quantos tiveram prejuízos. Recitemos uma breve oração em silêncio e depois oremos a Nossa Senhora para que abençoe e ajude todos os irmãos e irmãs sardos. E agora rezemos em silêncio (...) Ave Maria...
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Fonte: Santa Sé

Papa Francisco convida ao discernimento: virtude cristã de entender onde está o Espírito do Senhor e onde está o espírito do mal


PAPA FRANCISCO
ANGELUS 
Praça de São Pedro
Domingo, 17 de Novembro de 2013



Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho deste domingo (cf. Lc 21, 5-19) consiste na primeira parte de um discurso de Jesus: sobre os últimos tempos. Jesus pronuncia-o Em Jerusalém, nos arredores do templo; e a oportunidade é-lhe proporcionada pelas pessoas que falavam do templo e da sua beleza, porque aquele templo era bonito! Então, Jesus disse: «Dias virão em que destas coisas que vedes não ficará pedra sobre pedra» (Lc 21, 6). Naturalmente, perguntam-lhe: quando acontecerá isto? Quais serão os sinais? Mas Jesus desvia a atenção destes aspectos secundários — quando será? como será? — desvia para as questões verdadeiras. E são duas. Primeira: não se deixar enganar pelos falsos messias e não se deixar paralisar pelo medo. Segunda: viver o tempo da expectativa como tempo do testemunho e da perseverança. E nós vivemos neste tempo da expectativa, da espera da vinda do Senhor.

Este discurso de Jesus é sempre actual, também para nós que vivemos no século XXI. Ele repete-nos: «Prestai atenção para não serdes enganados. Muitos virão em meu nome» (v. 8). Trata-se de um convite ao discernimento, aquela virtude cristã de compreender onde se encontra o espírito do Senhor e onde está o espírito maligno. Com efeito, também hoje existem «salvadores» falsos, que procuram substituir-se a Jesus: líderes deste mundo, santões e até feiticeiros, personagens que desejam atrair a si as mentes e os corações, especialmente dos jovens. Jesus alerta-vos: «Não os sigais! Não os sigais!».

E o Senhor ajuda-nos também a não ter medo: perante as guerras e as revoluções, mas inclusive diante das calamidades naturais e das epidemias, é Jesus quem nos liberta do fatalismo e das falsas visões apocalípticas.


O segundo aspecto interpela-nos precisamente como cristãos e como Igreja: Jesus prenuncia provações dolorosas e perseguições que os seus discípulos deverão padecer por causa d’Ele. No entanto, assegura: «Não se perderá um só cabelo da vossa cabeça» (v. 18). Ele recorda-nos que estamos totalmente nas mãos de Deus! As adversidades que encontramos devido à nossa fé e à nossa adesão ao Evangelho constituem ocasiões de testemunho; elas não devem afastar-nos do Senhor, mas impelir-nos a abandonar-nos ainda mais a Ele, à força do seu Espírito e da sua Graça.

Neste momento penso, todos nós pensemos. Façamo-lo juntos: pensemos nos numerosos irmãos e irmãs cristãos, que sofrem perseguições por causa da sua fé. Existem tantos! Talvez muito mais do que nos primeiros séculos. Jesus está com eles. Também nós estamos unidos a eles mediante a nossa oração e o nosso afecto; nutrimos admiração pela sua intrepidez e pelo seu testemunho. São os nossos irmãos e irmãs, que em numerosas partes do mundo sofrem porque permanecem fiéis a Jesus Cristo. Saudemo-los de coração e com carinho.

No final, Jesus fez uma promessa que é garantia de vitória: «É pela vossa constância que alcançareis a salvação» (v. 19). Quanta esperança há nestas palavras! Elas são um hino à esperança e à paciência, ao saber esperar os frutos seguros da salvação, confiando no sentido profundo da vida e da história: as provações e as dificuldades fazem parte de um desígnio maior; o Senhor, Dono da história, leva tudo ao seu cumprimento. Não obstante as desordens e desventuras que angustiam o mundo, o desígnio de bondade e de misericórdia de Deus há-de realizar-se! E esta é a nossa esperança: ir em frente assim, por este caminho, no desígnio de Deus que se realizará. Esta é a nossa esperança!

Esta mensagem de Jesus faz meditar sobre o nosso presente e incute-nos a força para o enfrentar com coragem e esperança, em companhia de Nossa Senhora, que caminha sempre ao nosso lado.


Depois do Angelus

Saúdo todos vós, famílias, associações e grupos, que viestes de Roma, da Itália e de muitas regiões do mundo: Espanha, França, Finlândia e Países Baixos. Em particular, saúdo os peregrinos provenientes das localidades italianas de Vercelli, Salerno e Lizzanello; o moto clube Lucania de Potenza; e os jovens de Montecassino e de Caserta.

Hoje, a comunidade eritreia de Roma celebra a festa de São Miguel. Saudemo-la de coração!

Celebra-se hoje também o «Dia dedicado às vítimas da estrada». Asseguro a minha oração e encorajo-vos a dar continuidade ao compromisso da prevenção, porque a prudência e o respeito das normas são a primeira forma de tutela pessoal e do próximo.

Neste momento, gostaria de vos aconselhar um remédio. Mas alguém pensa: «Agora o Papa é farmacêutico?». Trata-se de um remédio especial, para concretizar os frutos do Ano da fé, que se aproxima do seu termo. Mas é um remédio de 59 contas intracordiais. Trata-se de um «remédio espiritual» chamado Misericordina. Uma caixinha com 59 contas intracordiais. Esta pequena caixa contém o remédio que alguns voluntários vo-lo distribuirão ao deixardes a Praça. Tomai-o! Contém um Rosário, com o qual podeis rezar também o «terço da Misericórdia”, auxílio espiritual para a nossa alma e para propagar em toda a parte o amor, o perdão e a fraternidade. Não vos esqueçais de o tomar, porque faz bem. Faz bem ao coração, à alma e à vida inteira!


Desejo a todos vós um feliz Domingo. Bom almoço e até à vista!
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Fonte: Santa Sé

A Bíblia ensina a Reencarnação?


Não. A Bíblia ensina que "está determinado que os homens morram uma só vez, e depois vem o julgamento" (Hebreus 9,27). Não há absolutamente qualquer evidência bíblica em favor da reencarnação.

Às vezes, algumas pessoas tentam encontrar suporte bíblico para a reencarnação nas palavras de Cristo acerca de João Batista. Em Mateus 17,12, Cristo diz: "E eu vos digo mais: Elias já veio, e não o reconheceram. Pelo contrário, fizeram com ele tudo o que quiseram. Assim também o Filho do Homem será maltratado por eles" (Mateus 17,12).

Jesus está aqui dizendo que João era a reencarnação de Elias? Não! E por uma simples razão: conforme 2Reis 2,9-18, Elias foi levado em corpo para o céu sem experimentar a morte. Com efeito, ele não era candidato a reencarnar porque permanecia em sua encarnação original.

Ademais, em Mateus 17,1-8, Moisés e Elias aparecem a Cristo e a alguns de seus discípulos durante o episódio da Transfiguração. Isto ocorre após João Batista ter sido executado por Herodes Antipas. Por que, então, Moisés e Elias é que aparecem a Cristo e seus discípulos e não, ao contrário, Moisés e João Batista?


terça-feira, 19 de novembro de 2013

A tatuagem e sua moralidade


Vemos em nossos tempos um número cada vez maior de tatuagens em diversos tipos de ambientes. É preciso dizer algo, ainda que brevemente, quanto à moralidade delas.

Alguns afirmam não haver problema com tatuagens em nossos dias atuais e que o preceito dado no Antigo Testamento (Levítico XIX, 28: “Não fareis incisões na vossa carne, por causa de algum morto, nem fareis figuras algumas ou sinais sobre o vosso corpo. Eu sou o Senhor.”) com relação a isso era válido unicamente pelo fato de ela favorecer o paganismo naquele contexto. A tatuagem era coisa de pagãos. Assim, o povo judeu era o único povo monoteísta, rodeado de pagãos e, para ser preservado na crença em um só Deus, o Senhor deu-lhe vários preceitos circunstanciais. Entre eles, a não utilização de tatuagem, que poderia favorecer a infidelidade do povo israelita naquele contexto. Portanto, a proibição da tatuagem não era a proibição da tatuagem em si, mas a proibição em virtude das circunstâncias. Continuam o argumento dizendo que essas circunstâncias já não existem e, consequentemente, a tatuagem pode ser lícita. Em geral, é esse o raciocínio que se faz em favor da tatuagem. É preciso fazer, diante disso, duas perguntas: (1) as circunstâncias que existiam na época e que proibiam a tatuagem realmente não existem mais? (2) a tatuagem é lícita sem uma causa proporcional que a justifique?


(1)  Parece-nos claro que a mesma razão que proibia a tatuagem no Antigo Testamento continua sendo válida hoje. A associação com o paganismo da época passada é substituída pela associação com o neo-paganismo reinante em nossos dias, pela cultura de revolta e de rebelião contra a ordem natural e sobrenatural. Não se deve considerar como  um puro acaso que a tatuagem tenha se difundido e se difunda justamente no momento em que o catolicismo recua e que uma nova ordem, independente de Cristo ,se estabelece. Essa nova ordem tem uma concepção altamente errônea do corpo, colocando-o irracionalmente acima da alma (hedonismo) ao mesmo tempo em que o despreza (donde a cremação e as tatuagens).  Aqueles que defendem que se pode fazer a tatuagem hoje simplesmente porque já estamos no Novo Testamento, sob a lei da graça, adotam uma postura que poderíamos chamar de essencialista. Dizem: se algo não é intrinsecamente mau, se não é essencialmente mau, se não é em si proibido, podemos fazer, pois estamos na Nova Aliança, não precisamos nos preocupar com esses detalhes, pois Cristo nos liberou deles. É a tese de que, se não é pecado em si, pode-se fazer. Ora, para se julgar da moralidade de um ato humano, é preciso levar também em conta as circunstâncias, mesmo no Novo testamento, como é evidente. É preciso levar em conta as circunstâncias, sem cair, porém em uma espécie de existencialismo, sem cair na moral de situação, em que só se consideram as circunstâncias sem considerar o ato em si. São Paulo, para resolver a questão da carne oferecida aos ídolos, por exemplo, considera justamente as circunstâncias. A carne oferecida aos ídolos não é em si má, pode-se comê-la, a princípio. Todavia, pela circunstância do possível escândalo gerado para os fracos, não se deve comê-la, se o escândalo for previsível. Em um ato humano, portanto, é preciso considerar o ato em si, a finalidade e as circunstâncias.Para que um ato seja bom, ele precisa ser integralmente bom – bonum ex integra causa. Assim, o ato para ser moralmente bom precisa ser bom em si mesmo ou indiferente, precisa ser feito conforme as circunstâncias o pedem e o agente deve ter uma boa finalidade. Se há um defeito em um dos três aspectos, o ato já não pode ser classificado como bom, pois basta um só defeito para que o ato seja mau – malum ex quocumque defectu. No tempo presente, é relativamente claro que as circunstâncias ainda militam fortemente contra a tatuagem, pois está muito associada a uma revolta contra o real, contra a ordem estabelecida, contra os superiores, portanto contra Deus. Ela está associada a uma mentalidade neo-pagã, sendo fruto dela e conduzindo a ela.

(2)  Além disso, e independente das circunstâncias, a tatuagem marca o corpo praticamente de forma indelével, o que constitui um tipo de mutilação. Ora, a mutilação só é lícita se há causa proporcionalmente grave. Assim, só podemos mutilar uma parte de nosso corpo em vista do bem do todo, pois o homem não tem um domínio completo sobre o seu próprio corpo. É importante compreender que o homem não tem um domínio completo sobre o seu corpo: o homem só pode dispor de seu corpo para os usos determinados por Deus através da própria natureza do homem. Essa ausência de domínio absoluto sobre o próprio corpo destrói até mesmo o absurdo argumento das feministas, que querem o aborto porque pretendem fazer o que quiserem com o próprio corpo. A finalidade proposta pela tatuagem não é, evidentemente, o bem do todo, nem outro bem proporcional à mutilação causada pela tatuagem. Quem se tatua, normalmente o faz por vaidade, para ser visto pelos outros, para chocar, para mostrar uma pretensa força, etc. Todos esses motivos são motivos desordenados, o que torna a tatuagem pecaminosa (gravemente ou venialmente, dependendo do tamanho, do tema, do local em que é feita, do grau de malícia da intenção). O mesmo, porém, não se pode dizer de brincos usados segundo o costume recebido, pois eles são usados como adereço feminino, que distingue a mulher do homem e corresponde à inclinação natural da mulher de se ornar, desde que com moderação.

Na prática:

(a)        Se a tatuagem é uma imagem ou frase diabólica, esotérica, ou que envolve símbolos de falsas religiões, vai contra o 1º mandamento,  contra a virtude de religião. Se a tatuagem é simplesmente feia ou de mau gosto, ela é uma exaltação da feiura, se opondo a Deus, infinitamente belo. Promover e se alegrar com o feio se opõe à ordem natural e é promover o reino do demônio.
(b)        Se a tatuagem for de um símbolo religioso, como uma Cruz ou Nossa Senhora, por exemplo, é um pecado de irreverência, contrário, portanto, ao 2º mandamento, à virtude de religião.
(c)        Se o objetivo for repelir, intimidar, chocar os outros, ela se opõe à caridade fraterna, ao 5º mandamento.
(d)        Se o objetivo for se opor aos superiores, ao pais, à ordem, etc., se opõe ao 4º mandamento, isto é, à virtude de piedade.
(e)        Se for por vaidade, isto é, para chamar a atenção dos outros, para exaltar alguma qualidade, é contra a humildade. Opõe-se também à modéstia chamando demasiadamente atenção ao exterior da pessoa.
(f)        Se a tatuagem for de algo indecente ou impuro, ou de uma frase indecente ou impura, se opõe ao sexto mandamento. Ela pode se opor ao 6º mandamento também pela sua localização ou por dirigir olhares para partes menos honestas.

Em suma, é quase impossível haver uma causa proporcional para justificar uma tatuagem em nossa civilização. A pele humana não é uma tela. Foi criada com outra finalidade: servir a Deus sendo ordenado pela alma. Raciocínio análogo se aplica a piercings e coisas semelhantes.

Se uma tatuagem é gravemente pecaminosa, por exemplo, opondo-se ao primeiro mandamento ou ao sexto, a obrigação de tirá-la é grave. Também a sua visibilidade pelas outras pessoas aumenta a necessidade de tirá-la. Se ela for levemente pecaminosa, a obrigação é leve.  

Todavia, há cristãos que já há muito tempo (desde a Idade Média, ao menos) fazem tatuagens, que são os coptas. Aparentemente, começaram a fazê-lo para se protegerem contra o Islã. Tanto para dificultar a apostasia – pois tendo a tatuagem não poderão negar que são cristãos – quanto para poderem ser identificados pelos outros cristãos, se forem sequestrados ou assassinados. Nesse caso, há uma causa proporcionalmente grave para se fazer a tatuagem. Normalmente, esses cristãos fazem uma pequena cruz no punho ou na mão.

Há também o caso de Santa Joana de Chantal, que marcou o Santo Nome de Jesus com ferro incandescente em seu coração. Ora, a santa fez isso por moção divina, o que torna a ação lícita, já que Deus tem o domínio absoluto sobre o nosso corpo. Ela não o fez por simples veleidade, mas por inspiração divina.

Portanto, as circunstâncias – associação com o paganismo – que existiam à época dos judeus e que levaram à proibição da tatuagem continuam bem presentes em nossa sociedade neo-paganizada, com uma concepção não cristã do corpo. E a tatuagem não é intrinsecamente má, mas seria preciso uma causa proporcionalmente grave para fazê-la sem pecado. Não encontramos essas causas em nossa sociedade. A vaidade, o desejo de chamar a atenção, de estar na moda, de fazer como todos fazem, ou de mostrar algo que temos, somos, ou pensamos, não são causas que justifiquem a tatuagem. Encontrar nessas causas uma justificativa para a tatuagem é tornar-se um católico mundano.

É preciso se revestir de Cristo, de sua graça e virtudes e não de tatuagens, que são indício de barbárie e de corrupção da reta razão.

Pode-se ler com proveito:


PadrePeter Joseph, professor de Seminário.


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Líder evangélico reconhece as heresias protestantes e as abandona.


Caro amigo e leitor, publico aqui esse interessante desabafo de uma das maiores lideranças evangélicas do Brasil, o Pastor Ricardo Gondim. Vale destacar, além das grandes verdades por ele ditas, a elegância do seu texto, publicado em seu blog. Espero profundamente que esse homem, tal qual o filho pródigo, retorne à Casa do Pai, onde a mãe Maria Santíssima o colocará em seu colo.

Porque parti

Depois dos enxovalhos, decepções e constrangimentos, resolvi partir. Fiz consciente. Redigi um texto em que me despedia do convívio do Movimento Evangélico. Eu já não suportava o arrocho que segmentos impunham sobre mim. Tudo o que eu disse por alguns anos ficou sob suspeita. Eu precisava respirar. Sabedor de que não conseguiria satisfazer as expectativas dos guardiões do templo, pedi licença.

Depois de tantos escarros, renunciei. Notei que a instituição que me servia de referencial teológico vinha se transformando no sepulcro caiado descrito pelos Evangelhos. Restou-me dizer chega por não aguentar mais.

Eu havia expressado minha exaustão antes. O sistema religioso que me abrigou se esboroava. Notei que ele me levava junto. Falei de fadiga como denúncia. Alguns interpretaram como fraqueza. Se era fraqueza, foi proveitosa, pois despertava para uma realidade: o Movimento Evangélico vinha se transformando em cabide de oportunistas; permitindo que incompetentes, desajustados emocionais e – por que não dizer? – vigaristas, se escorassem nele.

Não há sentido em gastar os poucos dias que me sobram em remendar panos rotos. Para que continuar no mesmo arraial de pessoas que me desconsideram e que eu desconsidero? Deixei de tolerar os bons modos de moralistas (sexuais) que não se incomodam em transformar a casa de Deus em feira-livre.


Verdade, desisti. Desisti, porém, de apenas um segmento religioso. Que eu já não trato como lídimo representante do caminho do Nazareno. Larguei o esforço de recauchutar um movimento carcomido de farisaísmo.

Mas saio assustado. A fúria dos severos defensores da reta doutrina, confesso, me surpreendeu. Há alguns anos experimento o peso do rancor religioso. Nada mais perigoso do que um crente assustado; e nada que assuste mais um crente do que a transgressão da ortodoxia. Amigos me voltaram as costas. Estranhos se intrometeram em minha vida particular. Fui traído. Antigas invejas se fantasiaram de zelo pela verdade, e parceiros se transformaram em inimigos. Senti o escarro do desdém.

Embora tenha repetido, não me deram atenção. Eu nunca me atrevi solucionar os paradoxos filosóficos ou os mistérios teológicos que se arrastam há séculos. Não sou ingênuo: as Esfinges modernas, iguais às míticas, devoram o fígado de incautos que se imaginam donos da verdade.

Meu adeus foi ético. Passei a evitar a parceria de gente a quem eu jamais confiaria a carteira. Eu tinha que partir. Se critérios éticos não bastarem para definir o acampamento onde cravamos nossa tenda, há algo muito errado em nossa credibilidade. Nervoso com o carreirismo de gente que não hesita em vender a alma, preferi caminhar por outra estrada.

Rejeito a bitola que qualquer grupo - fundamentalista ou não – chancelou e recomendou. Não aceito que tradição, escola ou cânone, cerceiem a minha capacidade de arrazoar. Rechaço obediência servil. Odeio timidez intelectual. Aliás, a única chancelaria que admito é da consciência. Creio que posso ser movido pelo mesmo Espírito que inspirou, e capacitou, homens e mulheres no passado. Erros teológicos, enquanto não produzirem intolerância, ódio ou preconceito, tenho certeza, estão perdoados.

Quero reaprender a viver. Vou buscar a trilha onde menos homens e mulheres andam de dedo em riste. Anseio por fazer-me amigo de gente espirituosa, leve, risonha, que sabe desafogar a alma.

Por condescendência, alguém disse que não sou teólogo, apenas poeta. Apesar de não me achar digno de ser chamado poeta, sorri de felicidade. Que honra! Poetas não acendem fogueira. Tenho certeza que Miguel de Serveto gostaria de ver-se na companhia de trovadores.

Pretendo amar e apreciar, sem extravagância, as coisas mínimas: o tirocínio dos meninos, o desabrochar da paixão na menina em flor, a conversa de bons amigos. E no final do dia, ao rever as horas, saber celebrar a paixão de simplesmente existir.

Saio para instruir-me na adoração. Necessito transformar genuflexão em serviço. Quero descer do alto dos meus privilégios e estender a mão ao mortiço que jaz em alguma estrada poeirenta. Desisti de uma espiritualidade que se contenta em implorar favores à Divindade. Em minha partida, acalento o desejo de encarnar Deus. E assim dizer: não vivi em vão.


Soli Deo Gloria


Ricardo Gondim
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Publicado abril 23, 2012 por Eduardo Marques em Protestantismo, Uncategorized.

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Disponível em: Cai a Farsa Protestante