domingo, 1 de dezembro de 2013

A morte não é o fim


Um só é o projeto de Deus para a humanidade: a salvação. Foi para isto que o Pai enviou o seu único Filho amado ao mundo, não para nos condenar, mas para nos salvar (Jo 3,17). O apóstolo Pedro nos fala: “Pois vocês sabem que não foi com coisas perecíveis, isto é, com prata ou com ouro, que foram resgatados da vida fútil que herdaram dos seus antepassados. Vocês foram resgatados pelo sangue precioso de Cristo, como o de um cordeiro sem defeito e sem mancha.” (1Pd 1,18-19). Ninguém nos amou e nos ama como Jesus.

Jesus mostrou que não nascemos para terminarmos na morte, mas, pela morte, ganharmos a vida em plenitude na casa do Pai. Jesus é a resposta definitiva sobre as perguntas da vida. Donde vim, porque vivo e para onde vou. Ele é a nossa única esperança nos ensina o apóstolo Paulo.

Sabemos pela história que a maior busca do coração humano é a busca pela eternidade. Por caminhos diferentes todos procuram este caminho. Nada no tempo nos basta e nos sacia plenamente. Somos seres finitos em busca do infinito. Nascemos e vivemos no tempo, mas, no mais intimo, aspiramos pela eternidade. Como seres finitos, todos sofrem a morte, não como castigo, mas como dimensão da finitude humana. Em nossa natureza humano-espiritual somos dotados e destinados à imortalidade.


Acabamos de celebrar o Ano da Fé convocado pela Papa emérito, Bento XVI. Nós, os cristãos, acreditamos que a morte não aparece mais como decreto final de nossa vida, mas, ela se apresenta, mesmo com seu drama, como caminho-passagem para o encontro definitivo com a vida em plenitude na casa do Pai. Essa é a nossa fé e a nossa esperança. A grande verdade que todos os dias devemos tomar consciência é de que nada levamos desta vida a não ser a vida que cada um de nós leva.

Não refletirmos sobre a morte, é não levarmos a sério a vida. Por outro lado, nossa vida terrena não é apenas “um vale de lágrimas”. Nossa existência humana, marcada por provações e alegrias, erros e acertos, é o tempo da esperança onde se opera nossa salvação ou perdição. A partir de Jesus o presente de nossa vida, em cada dia, é o espaço sagrado no qual somos chamados a construir o “tesouro que não passa”.

A Igreja no findar de cada ano litúrgico nos questiona sobre o que estamos fazendo de nossa vida. Mas, se por um lado tudo na vida passa, pelo outro tudo se eterniza se vivermos o cotidiano de nossa vida em Cristo, por Cristo e para Cristo.

A morte não é o fim, mas passagem para o encontro definitivo na casa de Deus, onde jamais sofreremos a dor da separação, mas da felicidade eterna com Deus.


“Não fique perturbado o coração de vocês. Acreditem em Deus e acreditem também em mim. Existem muitas moradas na casa de meu Pai. Senão fosse assim eu lhes teria dito, porque vou preparar um lugar para vocês. E quando eu for e lhes tiver preparado um lugar, voltarei e levarei vocês comigo, para que onde eu estiver, estejam vocês também.” (Jo 14,1-3).


Pe. Evaristo Debiasi
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O Beijo de Judas Iscariotes: O Inimigo está Dentro - Parte II


Em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Dignáre me laudáre te, Virgo sacráta. Da mihi virtútem contra hostes tuos. Tibi laus, Tibi glória, Tibi gratiárum áctio in sǽcula sempitérna, o beáta Trínitas. Amém.

(1)Na Última Ceia, João 13:21, “Dito isso, Jesus ficou perturbado em seu espírito e declarou abertamente: Em verdade, em verdade vos digo: um de vós me há de trair!…” vv. 26-27, “Jesus respondeu: É aquele a quem eu der o pão embebido. Em seguida, molhou o pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. Logo que ele o engoliu, Satanás entrou nele. Jesus disse-lhe, então: O que queres fazer, faze-o depressa.

(2)No Santo Evangelho segundo São Mateus, Capítulo 10, o Filho de Deus diz aos seus doze discípulos: “O irmão entregará seu irmão à morte. O pai, seu filho. Os filhos levantar-se-ão contra seus pais e os matarão. Sereis odiados de todos por causa de meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo. Se vos perseguirem numa cidade, fugi para uma outra.”

(3)Em 26 de dezembro de 1957, a Irmã Lúcia, de Fátima, falou ao Pe. Fuentes, “A Bem-Aventurada Virgem Maria me contou que o demônio está com vontade de se engajar em uma batalha decisiva contra a Virgem. De agora em diante precisamos escolher os lados. Ou estamos a favor Deus ou estamos a favor do demônio. Não há outra possibilidade.”

(4)A heresia do Arianismo causou uma confusão catastrófica na Igreja de 336 A.D. a 381 A.D. O arianismo foi condenado em 325 A.D. em Nicéia, onde o Primeiro Concílio Ecumênico foi realizado. Ainda em 336 ele surgiu novamente. A heresia ao final arrastou 90% dos bispos antes que fosse finalmente derrotada cinqüenta anos mais tarde. Na confusão e perda de fé daí decorrentes, mesmo o grande Santo Atanásio foi perseguido e enviado ao exílio.

(5)São João Gualberto, Abade, nasceu em Florença, Itália, ao final do século X. Ele se tornou fundador dos Beneditinos Ambrosianos de Val. A virtude cristã heróica de São João foi demonstrada por ter perdoado o assassino de seu próprio irmão. Antes de se tornar um monge, ele havia procurado o assassino de seu irmão com um bando de soldados. Quando eles encontraram o assassino, o assassino colocou os seus braços em forma de cruz e pediu-lhe clemência pelo amor de Cristo crucificado. São João o perdoou, e através desse grande ato de perdão, Deus levou a São João a se tornar um monge.

Apesar de suas virtudes cristãs exemplares de misericórdia e perdão, São João Gualbert não hesitou em buscar a remoção de um prelado corrupto de sua época. São João foi à Roma para pedir ao Papa para destituir o Arcebispo de Florença porque ele era indigno de seu cargo. O fundamento para a petição de São João era que o Arcebispo havia pago dinheiro a determinadas pessoas de influência a fim de ser ele mesmo nomeado Arcebispo.

(6)A Aparição da Bem-Aventurada Virgem Maria em La Salette foi aprovada pela Igreja Católica em 1851. De acordo com Nossa Senhora de La Salette, “O vigário de meu Filho terá muito que sofrer, uma vez que, por um tempo, a Igreja será a vítima de grande perseguição: este será um tempo de escuridão. A Igreja sofrerá uma crise terrível. Todos os governos civis terão um e o mesmo plano, que será o de abolir e acabar com todo princípio religioso, abrir caminho para o materialismo, ateísmo, e vício de todos os tipos. Roma perderá a Fé e se tornará a sé do Anticristo.”

(7)No final dos anos trinta, antes de se tornar Papa Pio XII, o Cardeal Eugenio Pacelli afirmou: “Estou preocupado com as mensagens da Bem-Aventurada Virgem à Lúcia de Fátima. Essa persistência de Maria sobre os perigos que ameaçam a Igreja é um alerta divino contra o suicídio de alterar a Fé, em sua liturgia, Sua teologia e Sua alma.”

(8)Antes falecer, em 1981, o Pe. Joaquin Alonso, que foi o arquivista oficial de Fátima durante dezesseis anos, testemunhou o seguinte, em referência ao Terceiro Segredo de Fátima: “Portanto, é completamente provável que o texto faça referências completas à crise de fé dentro da Igreja e à negligência dos próprios pastores [e às] lutas internas no próprio seio da Igreja e da negligência pastoral grave da alta hierarquia.”

(9)Em uma entrevista de 1991 com o Pe. Malachi Martin, ele disse o seguinte: “Tudo o que sabemos dos santos e dos Papas a partir do século dezenove nos diz que o nosso século em particular é o tempo de crise no qual existe uma batalha de dois mil anos entre Cristo e Satanás. Se tivermos que ser bastante francos, devemos dizer que há um aumento enorme no pecado público ou legalizado. Há um aumento enorme no número de abortos. Há um aumento enorme na quantidade de pornografia. Esses acontecimentos devem ser atribuídos a uma atividade intensa por parte de Satanás. Penso que estamos testemunhando a escalada para o ponto de crise da grande batalha entre Lúcifer e Maria, a Mãe de Deus.”

(10)             Pe. Malachi Martin, em uma entrevista de 1991: “Os clérigos não tomarão medidas verdadeiras porque eles não querem problemas. Eles não querem ser impopulares. Eles não querem ser mártires. Muitos bispos e padres pensam que não há nada errado com o aborto. Eles perderam a sua fé. Eles não são mais católicos. Eles se tornaram alguma forma de neo-católicos, que é meio caminho entre os anglicanos e os clubes rotarianos. No campo da educação, a situação é até mesmo pior. Não há dúvida de que o ensinamento do catecismo, o ensino da religião, desapareceu. Os jesuítas, dominicanos, carmelitas e franciscanos se tornaram secularizados. E você não pode falar mais sobre faculdades católicas. Não há como estimar o dano que tem sido feito. Hoje em dia, os marxistas, lésbicas e homossexuais têm direitos iguais nos campus católicos. Eles ensinam sobre preservativos, o estilo de vida homossexual e a eutanásia. Os estabelecimentos católicos de ensino querem ser como os outros. Querem se adaptar ao sistema, mas infelizmente o sistema é imoral. Assim, a condição da Igreja é muito triste a partir desse ponto de vista. Além desses problemas existe o fato de que a Igreja está dilacerada por facções. A grande maioria dos católicos nos países ocidentais agora foram afastados da Igreja como ela era. Eles não rezam mais da mesma maneira. Eles não pensam mais da mesma maneira. O jejum e a abstinência acabaram. Nossa Igreja está sendo completamente secularizada porque a fé desapareceu”.

Jovens brasileiros entregam ícone de Nossa Senhora aos franceses


O ícone de Maria Sedes Sapientiae que durante um ano esteve em peregrinação pelo Brasil passou, no último sábado, 30/11, às mãos dos universitários franceses. A passagem simbólica do Ícone - que não é a reprodução de Nossa Senhora Salus Popoli Romani que acompanhou a Cruz Peregrina no Brasil – aconteceu ao final da celebração das Primeiras Vésperas celebradas por Papa Francisco na Basílica Vaticana.

Após a celebração, milhares de jovens continuaram reunidos em festa na Praça São Pedro. Entre eles, jovens universitários brasileiros que estão estudando em Roma. Rodrigo Zanetti, de Carlos Barbosa (RS), carregava o ícone de Maria no momento em que este foi entregue aos jovens franceses e estava emocionado por ter cumprimentado Papa Francisco.

- Eu esperava estar perto do Papa, mas não tão próximo, por estar carregando o ícone de Nossa Senhora. No final, quando o Papa veio nos cumprimentar, foi o auge da celebração, disse à RV.

Durante a homilia, Papa Francisco voltou a usar a expressão que ficou conhecida durante seu encontro com os argentinos no Rio de Janeiro, só que desta vez em italiano.


“Não vejam a vida passar do balcão, desçam, misturem-se lá onde existem os desafios”.

Denis Uchôa, do Piauí, está há três meses em Roma e diz já ter percebido antes esse chamado de Papa Francisco. 

- De um tempo pra cá já tenho visto essas ações do Papa no sentido de incentivar à caridade para com as pessoas que é, de fato, vivenciar o Evangelho, relatou.

Por outro lado, Denis afirma que Papa Francisco também enfrenta desafios aqui na Europa onde, muitas vezes, seu pensamento não é bem compreendido. 

- Porém, penso que Papa Francisco, com auxílio do Espírito Santo, esteja conseguindo transformar até mesmo os corações mais endurecidos, finalizou.

Os Ícones de Maria


O conhecido ícone de Maria da Jornada Mundial da Juventude é uma reprodução da Salus Popoli Romani (Salvação do Povo Romano) muito venerada pelos habitantes da Cidade Eterna e que se encontra na Basílica Papal de Santa Maria Maior. Todavia, Nossa Senhora acompanha os universitários do mundo em uma peregrinação similar - mas não sempre em coincidência com aquela da JMJ - em uma outra invocação, aquela da Sedes Sapientiae (Sede da Sabedoria), um ícone moderno, feito por Marko Rupnik. Este último ícone foi entregue aos jovens universitários pelo Beato João Paulo II em 10 de setembro de 2000, em ocasião do Jubileu do mundo universitário.
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Em referendo, Croácia proíbe casamento gay


A maioria dos cidadãos da Croácia decidiu neste domingo que a Constituição do país deve definir o casamento exclusivamente como a união entre um homem e uma mulher, em um em referendo proposto por uma associação católica e que foi tachado de discriminatório pelos homossexuais.

A votação sobre a proposta de reforma constitucional que confirma que apenas os heterossexuais podem se casar foi aprovada com 64,84% dos votos a favor e 35,56% contra, segundo os primeiros dados oficiais com 25% dos votos apurados.

Segundo os dados preliminares da Comissão Eleitoral, a participação de cidadãos aptos a votar foi inferior a 40%. No entanto, a legislação atual estabelece que basta uma maioria simples de votos a favor, independentemente do índice de participação, para validar o resultado.


Após votar contra a exclusividade do casamento a heterossexuais, o primeiro-ministro croata, o social-democrata Zoran Milanovic, declarou hoje que "infelizmente não pôde ser evitado o referendo sobre o casamento, por mais triste que isso soe".


O governo qualificou como homofóbica a realização da consulta, convocada após uma associação católica conseguir 740.000 assinaturas. 
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Fonte: UOL
Disponível em: Jesus o Bom Pastor

Papa Francisco: Um caminho sem Jesus não é um caminho de cristãos


O Papa Francisco visitou na tarde deste domingo, 1° de dezembro, a paróquia de São Cirilo de Alexandria, localizada no bairro Tor Sapienza, em Roma. Como previsto o Santo Padre encontrou brevemente as crianças da primeira comunhão, os doentes, os batizados, com os seus pais, do ano pastoral em andamento, e os 9 adolescentes que receberam o Sacramento da Confirmação. Enfim confessou alguns dos paroquianos.

No final da missa, que teve início meia hora antes do previsto, o Papa se encontrou com o conselho pastoral formado por trinta agentes paroquiais e voluntários.


Na sua homilia o Papa Francisco destacou que um caminho no qual não é contemplado Jesus "não é um caminho de cristãos". Falando aos 9 crismandos perguntou: "e depois da Crisma, adeus, não se vai mais à Igreja? E verdade ou não? Esta não seja a cerimônia do adeus".


Após a Crisma - continuou o pontífice -, toda a vida, também um encontro com Jesus na oração, quando vamos a Missa, e quando fazemos boas obras, quando visitamos os doentes, quando ajudamos um pobre, quando pensamos nos outros, quando não somos egoístas, quando somos amáveis... encontramos sempre Jesus!. E o caminho da vida é precisamente este: caminhar para encontrar Jesus.


O Santo Padre recorda que "as pessoas que Jesus procurava mais" eram os pecadores, e era repreendido, e diziam que não era um verdadeiro profeta. Jesus perdoa os nossos pecados - recorda o Papa - e nos perdoa na confissão. "Sejam corajosos, exortou. Não tenham medo! Encontrar Jesus é o presente mais bonito".


A paróquia de São Cirilo de Alexandria foi construída 50 anos atrás, em 23 de março de 1963, quando o bairro ainda era pouco desenvolvido e uma pequena capela era usada para funções litúrgicas.
Não obstante se encontre na área de importantes empresas romanas, falta trabalho e a paróquia está fazendo o que pode para atender as dificuldades das famílias.


Esta foi a segunda visita do Papa Francisco a uma paróquia romana desde quando foi eleito.


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Fonte:Rádio Vaticano 
Disponível em: Central Católica

Sejam protagonistas diante dos desafios atuais, diz Papa aos jovens


HOMILIA
Primeiras Vésperas do Advento
Basílica de São Pedro, no Vaticano
Sábado, 30 de novembro de 2013


Renova-se hoje o tradicional encontro de Advento com os estudantes das Universidades de Roma, aos quais se unem os reitores e professores das Universidades romanas e italianas. Saúdo cordialmente a todos: o Cardeal Vigário, os Bispos, as autoridades acadêmicas e institucionais, os assistentes das Capelanias e grupos universitários. Saúdo particularmente vocês, queridos universitários e universitárias.

O desejo que São Paulo dirige aos cristãos de Tessalônica, para que Deus possa santificá-los até a perfeição, por um lado mostra a sua preocupação com sua santidade de vida colocada em perigo, e de outro uma grande confiança na intervenção do Senhor.

Esta preocupação do Apóstolo é válida também para nós cristãos de hoje. A plenitude da vida cristã que Deus realiza nos homens, na verdade, está sempre ameaçada pela tentação de ceder ao espírito mundano.

Por isso, Deus nos doa a sua ajuda mediante a qual podemos preservar os dons do Espírito Santo, a nova vida no Espírito que Ele nos deu. Conservando esta “linfa” saudável em nossa vida, todo o nosso ser, espírito, alma e corpo, se conserva irrepreensível, na posição vertical. Mas por que Deus, depois de ter concedido seus tesouros espirituais, ainda tem de intervir para mantê-los íntegros? Porque somos fracos, a nossa natureza humana é frágil e os dons de Deus são preservados em nós como em “vasos de argila”.


A intervenção de Deus em favor de nossa perseverança até o fim, até o encontro definitivo com Jesus, é expressão de sua fidelidade. Ele é fiel primeiramente a si mesmo. Portanto, a obra que começou em cada um de nós, com seu chamado, Ele a levará até o fim. Isso nos dá segurança e grande confiança: uma confiança que se apoia em Deus e exige nossa colaboração ativa e corajosa para enfrentar os desafios do momento presente.

Queridos jovens universitários, a sua vontade e suas capacidades, unidas ao poder do Espírito Santo que habita dentro de cada um de vocês desde o dia de seu Batismo, permitem que vocês sejam não espectadores, mas protagonistas dos acontecimentos contemporâneos.

São vários os desafios que vocês jovens estudantes universitários são chamados a enfrentar com coragem interior e audácia evangélica. O contexto sociocultural em que vocês estão inseridos às vezes sofre o peso da mediocridade e do tédio.

Não é necessário se resignar à monotonia da vida cotidiana, mas cultivar grandes projetos, ir além do comum: não lhes deixem roubar o entusiasmo juvenil! Seria um erro também deixar-se aprisionar pelo pensamento fraco e pelo pensamento uniforme, bem como pela globalização entendida como homologação.

Para superar estes riscos, o modelo a seguir não é da esfera na qual está nivelada toda saliência e desaparece toda diferença; o modelo é do poliedro que inclui uma multiplicidade de elementos e respeita a unidade na variedade.

O pensamento, de fato, é fecundo quando é expressão de uma mente aberta, que discerne sempre iluminada pela verdade, pelo bem e pela beleza.

Se vocês não se deixarem condicionar pela opinião dominante, mas permanecerem fiéis aos princípios éticos e religiosos cristãos, vocês encontrarão a coragem para caminhar até mesmo contracorrente. Num mundo globalizado, vocês poderão contribuir para salvar peculiaridades e características próprias, buscando, porém não baixar o nível ético.

De fato, a pluralidade de pensamento e de individualidade reflete a multiforme sabedoria de Deus, quando se aproxima da verdade com honestidade e rigor intelectual, de modo que cada um pode ser um dom para o benefício de todos.

O compromisso de caminhar na fé e se comportar de maneira coerente com o Evangelho acompanhe vocês neste tempo de Advento, para viver de maneira autêntica a festa do Natal do Senhor.

Pode ajudá-los o belo testemunho do Beato Pier Giorgio Frassati, que dizia: “Viver sem uma fé, sem um patrimônio para defender, sem apoiar numa luta contínua a verdade, não é viver, mas com viver com dificuldade. Nós não deveríamos viver com dificuldade, mas viver”.


Obrigado e boa caminhada rumo a Belém!


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Disponível em: Portal Ecclesia

Tempo do Advento restitui a esperança, diz Papa no Angelus


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 1º de dezembro de 2013


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Iniciamos hoje, Primeiro Domingo do Advento, um novo ano litúrgico, isso é, um novo caminho do Povo de Deus com Jesus Cristo, o nosso Pastor, que nos guia na história para o cumprimento do Reino de Deus. Por isto, este dia tem um encanto especial, nos faz experimentar um sentimento profundo do sentido da história. Redescobrimos a beleza de estar todos em caminho: a Igreja, com a sua vocação e missão, e toda a humanidade, os povos, as culturas, todos em caminho pelos caminhos do tempo.

Mas em caminho para onde? Há uma meta comum? E qual é esta meta? O Senhor nos responde através do profeta Isaías, e diz assim: “No fim dos tempos acontecerá/ que o monte da casa do Senhor/ estará colocado à frente das montanhas/ e dominará as colinas./ Para aí correrão todas as gentes,/ e os povos virão em multidão:/ “Vinde, dirão eles, subamos à montanha do Senhor,/ à casa do Deus de Jacó:/ ele nos ensinará seus caminhos,/ e nós trilharemos as suas veredas”” (2, 2-3). Isto é aquilo que nos diz Isaías sobre a meta para onde vamos. É uma peregrinação universal para uma meta comum, que no Antigo Testamento é Jerusalém, onde surge o templo do Senhor, porque dali, de Jerusalém, veio a revelação da face de Deus e da sua lei. A revelação encontrou em Jesus Cristo o seu cumprimento, e o “templo do Senhor” tornou-se Ele mesmo, o Verbo feito carne: é Ele o guia e junto à meta da nossa peregrinação, da peregrinação de todo o Povo de Deus; e à sua luz também outros povos possam caminhar rumo ao Reino da justiça, rumo ao Reino da paz. Diz ainda o profeta: “De suas espadas forjarão relhas de arados,/ e de suas lanças, foices./ Uma nação não levantará a espada contra a outra,/ e não se arrastarão mais para a guerra” (2, 4). Permito-me repetir isto que nos diz o Profeta, escutem bem: “De suas espadas forjarão relhas de arados,/ e de suas lanças, foices./ Uma nação não levantará a espada contra a outra,/ e não se arrastarão mais para a guerra”. Mas quando acontecerá isto? Que belo dia será, no qual as armas serão desmontadas, para se transformar em instrumentos de trabalho! Que belo dia será aquele! Que belo dia será aquele! E isto é possível! Apostemos na esperança, na esperança da paz, e será possível!


Este caminho não está nunca concluído. Como na vida de cada um de nós, há sempre necessidade de começar de novo, de levantar-se, de reencontrar o sentido da meta da própria existência, assim, para a grande família humana é necessário renovar sempre o horizonte comum rumo ao qual somos encaminhados. O horizonte da esperança! Este é o horizonte para fazer um bom caminho. O tempo do Advento, que hoje começamos de novo, nos restitui o horizonte da esperança, uma esperança que não desilude porque é fundada na Palavra de Deus. Uma esperança que não desilude, simplesmente porque o Senhor não desilude nunca! Ele é fiel! Ele não desilude! Pensemos e sintamos esta beleza.

O modelo desta atitude espiritual, deste modo de ser e de caminhar na vida é a Virgem Maria. Uma simples moça do campo, que leva no coração toda a esperança de Deus! Em seu ventre, a esperança de Deus tomou carne, fez-se homem, fez-se história: Jesus Cristo. O seu Magnificat é o cântico do Povo de Deus em caminho, e de todos os homens e mulheres que esperam em Deus, no poder da sua misericórdia. Deixemo-nos guiar por ela, que é mãe, é mãe e sabe como guiar-nos. Deixemo-nos guiar por ela neste tempo de espera e de vigilância ativa.

A todos desejo um bom início de Advento. Bom almoço e até mais!
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Fonte: Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

As 12 estrelas


A bandeira da União Européia (UE), estabelecida pelo Tratado de Maastricht na década de 1990, possui 12 estrelas douradas que formam um círculo sobre um fundo azul. Essa bandeira aparece na face de todas as notas de “Euro” e as estrelas em todas as moedas. Essa bandeira foi criada pelo designer francês católico Arsène Heitz, que ganhou a competição para a escolha do símbolo maior da UE. Heitz disse que se inspirou na “Medalha Milagrosa” que ele usava no pescoço. O simbolismo da bandeira é uma clara alusão à devoção mariana, que atribui a Nossa Senhora a passagem do início do capítulo 12 do Apocalipse: “E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e sobre a cabeça uma coroa de 12 estrelas”. O presidente da comissão julgadora era um judeu belga que se convertera ao catolicismo e foi bastante sensível ao número 12 que, na simbologia bíblica, representa a perfeição: 12 tribos de Israel, 12 Apóstolos, 12 meses do ano, etc.

Interessante e irônico! A Europa, que cada vez mais rejeita os valores cristãos, que tinha recusado estampar a cruz na sua bandeira por ser um símbolo cristão, acabou colocando nela um símbolo mariano, honrando assim a Mãe de Jesus. “Ad Jesum per Mariam!” Parece com a história daquele ateu que não conseguia rezar o Pai-Nosso, e tentou rezar a Ave-Maria: é claro que se converteu. Chegou, por Maria, até Jesus. Caminho seguro!


A “Medalha Milagrosa”, que inspirou o designer francês, tem origem na célebre aparição de Nossa Senhora a Santa Catarina Labouré, então noviça das Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo, em Paris, em 27 de novembro de 1830, há precisamente 183 anos. A Virgem lhe apareceu sobre um grande globo, com os braços estendidos e dedos ornados por anéis que irradiavam luz e rodeada por uma frase que dizia: Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”. E lhe disse: “Faz cunhar uma medalha onde apareça minha imagem como vês agora. Todos os que a usarem receberão grandes graças”. E Maria lhe mostrou como deveria ser o verso da medalha: a letra M, monograma de Maria, com uma cruz em cima, os Corações de Jesus e de sua Mãe, contornado por uma coroa de 12 estrelas.

A frase inscrita na medalha sintetiza a mensagem que a Virgem revelou: sua Imaculada Conceição, que seria proclamada dogma de Fé em 1854, pelo Papa Pio IX, e ratificada na aparição de Lourdes em 1858, e a mediação da Mãe de Deus junto ao seu Divino Filho: Maria, Medianeira imaculada. Assim temos Nossa Senhora das Graças, da Medalha Milagrosa.

Interessante é que de início, o padre confessor de Santa Catarina, Pe. Jean Marie Aladel, não acreditou no que ela lhe contou, mas depois de dois anos de cuidadosa observação, ele se dirigiu ao Arcebispo, que ordenou a cunhagem das medalhas, que se espalharam pela Europa e por todo o mundo, sendo o veículo de inúmeras graças de Deus.

O Papa Pio XII chamou Santa Catarina Labouré de “a santa do silêncio”, pois guardou consigo até à morte o segredo dessa aparição.


Dom Fernando Arêas Rifan

Bispo da Administração Apostólica Pessoal 
São João Maria Vianney