domingo, 2 de fevereiro de 2014

Mensagem do 18º Dia Mundial da Vida Consagrada


Mensagem aos Institutos Seculares e de Vida Consagrada

Amados, amadas de Deus,

Tenho Sede!

"Despertem o mundo! Sejam testemunhos de uma forma diferente de fazer as coisas, de agir, de viver! É possível viver neste mundo de forma diferente" (Papa Francisco).

Caríssimos irmãos, caríssimas irmãs, em Jesus Cristo, nosso Salvador, membros dos Institutos Seculares e das Sociedades de Vida Apostólica, a nossa Mãe Igreja faz coincidir o dia da Apresentação de Jesus ao Templo com o dia dedicado aos senhores e às senhoras.

As ricas imagens de Simeão, com Jesus nos braços e a da profetisa Ana, que dia e noite servia a Deus no Templo, nos falam da harmonia que deve haver entre o antigo e o novo no coração de cada consagrado(a) a Deus, qualquer que seja o estado de vida. Como não ver nestas imagens a vida e o trabalho de cada um dos senhores e de cada uma das senhoras, membros dos Institutos Seculares e das Sociedades de Vida Apostólica, homens e mulheres que, de maneira livre e espontânea, total e existencial, vivem, mediante os carismas próprios, a radicalidade do seguimento de Jesus. Toda vocação é boa e bonita. Basta vivê-la em plenitude.

Jesus Cristo é apresentado ao mundo como luz e salvação para o povo de Israel que vivia na expectativa da chegada do Messias de Deus. Como Simeão, devemos, como consagrados e consagradas, ter sempre em nossos corações o desejo do encontro com Jesus e de receber dele a plenitude de vida e de sua graça, que somente Ele pode nos oferecer. Ele é a luz que ilumina nossas vidas e aquece nossos corações. É Ele a esperança última dos corações humanos que não querem morrer antes de o encontrar. É Ele o este sinal de contradição para um mundo que prima .. Ele é a espada que traspassará nossos corações, deixando-os indivisos.

A vida, a vocação e a missão de quem se consagrada a Deus, a exemplo de Jesus, deve também ser um farol que ilumina aqueles que vivem na noite do pecado, da ignorância e do desamor. Ajudar os homens e as mulheres do nosso tempo a se encontrar com Jesus e ter a alegria de carregá-lo no coração é a missão primeira de quem se consagra a Deus na doação total.


As pessoas de vida consagrada, vivida plenamente pelos membros dos Institutos Seculares e pelas Sociedades de Vida Apostólica, são chamadas a ser reflexo da bondade, da misericórdia e da compaixão que vem de Deus. Ao refletir a luz de Cristo na vida cotidiana de silêncio, de escondimento e de inserção no tecido da vida social, os senhores e as senhoras irradiam o bom odor de Cristo e são capazes de gritar com vossas vidas o quanto é importante ser sinal do amor oblativo e criativo de Deus por este mesmo mundo que tem dificuldade de fazer as contas com o mistério de Deus. Não são poucos hoje aqueles ou aquelas que vivem suas vidas como se Deus não existisse. A estes devemos com coragem anunciar a boa nova do Reino.

Devemos ser, neste mundo, sal, luz e fermento, pois “a Igreja cresce, não por proselitismo, mas por atração; como Cristo atrai tudo para si, com a força do seu amor, a Igreja atrai quando vive em comunhão, pois, os discípulos de Jesus serão reconhecidos se amarem uns aos outros como Ele nos amou” (DAp 159).

Caros e caras, o papa Francisco, na Evangelli Gaudium, com uma frase lapidar, define muito bem o que os senhores e as senhoras são na e para a Igreja: “os religiosos tem na sua vida consagrada um meio privilegiado de evangelização eficaz. Pelo mais profundo de seu ser, eles situam-se de fato no dinamismo da Igreja, sequiosa do Absoluto de Deus e chamada a santidade. É desta santidade que dão testemunho. Eles encarnam a Igreja desejosa de se entregar ao radicalismo das bem-aventuranças” (EG, 69).

Hoje muito se fala da crise pela qual passa a vida consagrada. É preciso, enfim, nos debruçarmos com atenção sobre esta questão para identificar as razões de tal situação e as possíveis respostas para amenizar os efeitos danosos de tal crise. Mais do que uma crise da vida consagrada enquanto tal, o que está em crise hoje é nossa capacidade de entregar completamente nossa vida a Jesus; o que está em crise são nossas escolhas, o nosso testemunho, a nossa vivência do Evangelho. Diante deste estado de coisas, devemos ritmar  nossos passos no caminho de Jesus, descobrindo que Ele nos dá tudo aquilo que nos faz plenamente felizes. Por Ele, vale a pena deixar tudo e arriscar a vida. Somente Ele pode saciar nossa sede e nossos desejos de paz e de felicidade que se aninham em nosso coração.

Por fim, constatamos com alegria que os Institutos Seculares e as outras formas de vida apostólica vão, aos poucos, encontrando seus lugares na Igreja e no mundo, manifestando a força transformadora do Evangelho de Jesus Cristo. É importante que a vocação e a missão dos senhores e das senhoras sejam cada vez mais valorizadas, estimuladas, visibilizadas e testemunhadas, a fim de que a Igreja seja realmente uma comunidade plena de dons e de carismas.

Neste dia de feliz comemoração dos vossos estados de vida, façamos votos que todas as comunidades paroquiais ou outras formas de comunidades e diferentes famílias religiosas, se reúnam para momentos de oração e fervorosa ação de graças. Vivam este dia que o Senhor fez para os senhores e as senhoras como dia de oração, reflexão, revisão de vida e confraternização.

Aproximamo-nos daquele que é Vida Plena e somente nele encontremos nossa alegria e nossa esperança!

Que o bom Jesus nos carregue em seus braços e ilumine nossas vidas.

Com minha benção!

Dom Pedro Brito Guimarães
Arcebispo Metropolitano de Palmas e
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os

Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada

sábado, 1 de fevereiro de 2014

A redenção da bicha má (e da Tv Globo também)


Um espanto! Essa foi minha reação diante da reação de muita gente ao último capítulo da novela “Amor à vida” ontem, especialmente com o beijo gay entre Félix e Niko.

Antes de tecer meus comentários, porém, é preciso ressaltar que só devo ter visto uns 15 capítulos da novela toda, ainda assim pela metade e jogando sueca no iPad. Logo, não sou profundo conhecedor da causa.

Comecemos pelo óbvio: poucas vezes se viu um show de imoralidades como nessa novela. Parece que cada personagem que merecia nosso repúdio era tratado como herói. Deixo o melhor para o final. Vamos ao que me lembro.

A mãe da Valdirene, Márcia, é uma ótima pessoa, cheia de boas intenções, com um coração enorme, que só quer o melhor para a filha. E isso significa passar a novela toda insistindo para que ela desse o golpe da barriga e fisgasse um cara rico. Uma mãe e tanto! Quanto amor, quanta nobreza de caráter.

O Thales é um escritor romântico, mas que é apaixonado por uma víbora que só pensa em dinheiro e não mede esforços para obtê-lo, jogando o namorado no colo das belas ruivas ricas em busca do vil metal. Thales acaba se casando com uma delas, dois pombinhos apaixonados, e cheios de dignidade. O amor salva, sempre.


O quarteto formado por Michel, Patrícia, Sílvia e Guto passa a novela toda pensando apenas em sexo, se traindo, voltando, traindo mais um pouco, e todos mui amigos no final, dando alfinetadas maliciosas por pura brincadeira. Promiscuidade é pouco para descrever o joguinho cansativo da turma.

Rafael é um ótimo rapaz que se apaixonou por uma autista (que não se comporta como uma de forma alguma). Em vez de ser visto como um pervertido que abusa de uma incapaz, é a melhor pessoa do mundo. Advogado supostamente inteligente, não consegue trocar 5 frases direito com a namorada, mas quem liga? O amor é lindo.

Pérsio flertava com o terrorismo islâmico, mas se encanta com uma judia, e novamente o amor salva tudo. Se os pais dela ficam com o pé atrás, não aprovam o namoro ou se mostram incomodados com o passado do rapaz, isso só pode ser preconceito, claro. Ora, quem nunca quis jogar umas bombinhas nos outros porque são de religiões diferentes?

E por aí vai. Não vou me alongar, por falta de memória ou para não ficar cansativo. Adiantamos o filme até chegar na família rica e mais desestruturada da história das novelas. César é um canalha completo e Pilar, que parecia legal, planejou um atentado para matar uma rival (tudo sempre com a justificativa de que sentia muito ciúmes). Aquela casa parecia um hospício!

Félix… ah, o Félix! A bicha má caiu nas graças do público, e o autor teve de criar sua redenção. Um sujeito que nunca quis saber do próprio filho, que jogou a própria sobrinha recém-nascida em uma caçamba para morrer abandonada, que tentou matar uma pessoa pois ela havia descoberto suas falcatruas, esse mesmo Félix virou a melhor pessoa do mundo e descobriu a pureza na vida simples e pobre! Viva Rousseau!

Se até o Félix tem jeito, e não apenas de se arrepender dos pecados, mas de se tornar a mais nobre alma do planeta (ao menos da novela), então tudo sem salvação! Fernandinho Beira-Mar pode ser até o próximo papa! Marcola pode ser canonizado um dia! Lula pode ser o presidente da República! Ops…

Sei o que alguns vão dizer: é só ficção. Concordo. Mas tem um detalhe: a própria novela assim não se vê. Fosse o caso, não cederia a tanta pressão politicamente correta e não faria maçantes discursos “educativos” o tempo todo. Logo, o autor sabe do papel não-ficcional e “pedagógico” que novelas da Globo tem no Brasil, país com muitos ignorantes e analfabetos. Só que usa isso para mensagens bem questionáveis, para dizer o mínimo.

O único casal correto da novela, Bruno e Paloma, era também o mais chato de todos. E, lógico, politicamente correto: a rica empresária que assumiu o comando do hospital não liga para o lucro, e só pensa em fazer caridade (detalhe: sem lucro, o hospital não poderia sobreviver, inclusive para fazer caridades). Fica assim: se é decente, tem que ser pentelho.

Chegamos, finalmente, ao tão falado beijo gay. Sério que precisa causar tanta comoção assim? Soube que um deputado afetado deu pulinhos de alegria. Menos. Não vou negar que representa uma conquista sob o ponto de vista do movimento gay (longe de ser, então, uma conquista dos brasileiros). Mas para que tanta euforia?

Duas coisas chamam a minha atenção: a turma esquerdista do relativismo moral assiste novela da Globo! Apesar de a Rede Globo ser vista como o demônio por eles, na hora em que tasca um beijinho de gays na tela, a mesma galerinha vai ao delírio e passa a nutrir profunda paixão pela Globo “progressista”. Curioso, não? A Globo é reacionária ou avançadinha? É PIG ou JEG?

Segundo: os “tolerantes” querem impor, de qualquer jeito, suas preferências aos demais, sem tolerar de fato o que pensam ou sentem. Por que digo isso? Porque algumas pessoas podem, simplesmente, sentir aversão natural à imagem de dois homens barbados se beijando. É um direito deles.

Ninguém deve ser obrigado a achar “lindo” um beijo entre dois homens. Não são pela “diversidade”? Então que aceitem a verdadeira diversidade, inclusive com pessoas que não apreciam esteticamente um beijo entre machos. Ou não? Ou vão tirar a máscara e admitir que são autoritários, intolerantes, e querem um mundo onde todos pensem como vocês?

Dito isso, esse pessoal é tão militante que coloca essa questão como prioritária. E eis que o beijo entre Félix e Niko passa a ser a coisa mais importante do mundo, e dane-se quem era o Félix. Como liberal, que aprendeu com o discurso de Martin Luther King Jr. algumas coisas, prefiro julgar o caráter das pessoas, não a cor da pele ou a preferência sexual.

Jamais teria como herói alguém que tentou matar um bebezinho (que era sua própria sobrinha, para adicionar insulto à injúria). Qualquer pessoa razoável, creio eu, torceria para alguém assim acabar atrás das grades na vida real. Mas muito brasileiro é sentimental demais, romântico, e adora uma reviravolta incrível como a da bicha má. Confundem ter simpatia pelo personagem engraçado com precisar admirar sua pessoa.

Aliás, Félix era engraçado porque era mau, porque não ligava para os freios politicamente corretos que essa turma adora. Com aquelas suas tiradas hereges e hilárias, do tipo “será que eu toquei bumbo no Sermão da Montanha para merecer isso?”, ou “devo ter dançado pagode com a Rainha de Sabá para merecer isso”, o personagem virou a sensação no país.

Se a novela continuasse após o “fim”, como seria o “novo” Félix, agora totalmente reformado, bonzinho, perdoado até pelo “papi soberano”? Seria um chato de galochas, ora! Seria, afinal, mais um ícone perfeito do politicamente correto, que mede cada palavra para não ofender ninguém. Imagino até que se tornaria um ecochato comedor de granola e tofu orgânico, e ficaria abraçando árvores e aplaudindo o pôr do sol…

Em geral, essa é a visão que fiquei da novela de Walcyr Carrasco. A redenção da bicha má é exagerada, soa falsa, impossível e até ultrajante. Pau que  ”nasce” tão torto nunca se endireita. Mas os militantes do movimento gay não querem saber disso. Passaram a amar o Félix, só porque protagonizou um beijo gay na novela. O problema de todo coletivista é esse: coloca seu único critério de julgamento como o relevante, e tudo o mais que vá para o inferno!

PS: Mateus Solano deixou sua marca como um dos melhores atores que o Brasil já teve. Fica aqui meus parabéns por sua atuação impecável. Carregou nas costas a audiência da novela, e merece esse reconhecimento por seu talento fora de série.


Rodrigo Constantino
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Fonte: Veja

Apresentação de Jesus no Templo - 02 de fevereiro


Na narração que nos deixou a peregrina Etéria sobre a estada dela em Jerusalém (séc. IV), há uma referência também a respeito da festa do dia 2 de fevereiro. Ela não diz o nome, mas nos informa que no quadragésimo dia após a manifestação do Senhor sobre a terra se celebra uma grande solenidade. Fazem uma grande procissão até ao Anástasis (que os latinos chamam de Santo Sepulcro) e tudo acontece numa grande alegria, como na Páscoa. Acrescenta ainda que, em seguida, o bispo faz a leitura e o comentário do Evangelho de Lucas (2:21-39) que ainda hoje é lido nas Igrejas do Oriente e do Ocidente no dia 2 de fevereiro.

Por essa descrição podemos entender quão antiga e solene (significativa a alusão de Etéria à Páscoa) seja a festa que o Missal Romano atual intitula de "Apresentação do Senhor" ao passo que o Oriente bizantino chama de Hypapántê, que significa "Encontro." Com efeito, na adoração dos Reis Magos tudo tinha acontecido na intimidade da Sagrada Família, ao passo que em 2 de fevereiro se festeja o primeiro encontro público, no Templo de Jerusalém, do Verbo de Deus com o seu povo, bem representado pelo justo Simeão e pela profetisa Ana. Encontramos o nome Hypapántê também em antigos calendários romanos e é rico de interpretações, porque há também um encontro entre o Antigo e o Novo Testamento.

Desde a sua origem, a festa é cristológica, mas, no decorrer dos séculos, assumiu um colorido mariano: na Igreja romana a festa era chamada também de "Purificação da Virgem Maria." O tropário principal e alguns outros do Ofício bizantino do dia 2 de fevereiro são dirigidos, de fato, à Mãe de Deus, permanecendo, porém, Jesus ao centro da atenção de todos.

Salve, ó Virgem, Mãe de Deus, cheia de graça,
pois de ti nasceu o sol de justiça, o Cristo, nosso Deus,
 
iluminando os que estão nas trevas.
Alegra-te, ó justo ancião,
 
ao receber em teus braços o libertador das nossas almas,
 
que nos dá a ressurreição.
Tropário (1º tom)

Encontrado em uma garagem grande parte do tecido embebido no sangue de Wojtyla

O fragmento da relíquia foi reconstruído pelo bispo auxiliar de L'Aquila, 
Giovanni D' Ercole, segundo o qual faltam alguns fios de ouro 
que a polícia ainda está procurando

A história do roubo da relíquia de João Paulo II, em Abruzzo, parece ter chegado ao fim. Hoje, grande parte do tecido que contém o sangue do Beato foi encontrado na garagem de um dos três jovens viciados denunciados ontem.

O anúncio foi dado por monsenhor Giovanni D' Ercole, bispo auxiliar de L' Aquila, durante uma conferência de imprensa conjunta com a polícia e os carabinieres. O prelado declarou-se “feliz”, dizendo  que o fragmento de tecido foi pessoalmente reconstruído por ele e que faltaria somente alguns fios de ouro que a polícia ainda está procurando. As investigações já tinham se concentrado desde esta manhã na região do Projeto Case di Tempera, residência de um dos três jovens acusados do sacrilégio. A delegacia de Aquila tinha pedido o envio de uma Força-Tarefa da Polícia Científica de Roma especializada em encontrar vestígios de sangue, e de Milão também foi enviado um cão molecular, um pastor alemão sob as forças da Polícia de Fronteira do aeroporto de Malpensa, capaz de reencontrar o precioso objeto sagrado.


A relíquia durante cinco dias foi exposta à intempérie. As investigações foram iniciadas pela polícia no domingo passado, depois de que o pároco do pequeno santuário de São Pedro da Lenca, no sopé do Gran Sasso, denunciou o incidente. No dia seguinte, 50 homens foram envolvidos na investigação dos objetos roubados (além da relíquia foi roubado também um crucifixo).

Ontem de manhã, os investigadores tinham prendido os dois ladrões por roubar um ônibus, que depois confessaram o crime e indicaram o lugar onde tinham enterrado a cruz e parte do ferro que continha o frasco, o terreno do Sert de Collemaggio. Durante os interrogatórios, tinham afirmado ter jogado nos arbustos o recipiente que continha um pedaço do hábito do Papa Polonês embebido do sangue do atentado de maio de 1981.

Trad.TS
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(31 de Janeiro de 2014) © Innovative Media Inc.
Fonte: Zenit

O que a Igreja Católica fez pela paz?


A Igreja sempre considerou a defesa da paz como um ato de caridade cristã, porque a guerra, a violência e a insegurança são males sociais contrários ao Evangelho. Seus pronunciamentos, iniciativas e experiências a favor da paz são incalculáveis.
 
Vale a pena lembrar algumas destas grandes iniciativas pacificadoras que a Igreja levou a cabo ao longo da história, como fez o historiador e vigário episcopal de Barcelona Joan Galtés, no último dia 21, em uma conferência dentro da Jornada de Questões Pastorais 2014.
 
Focando a atenção em alguns territórios europeus, o sacerdote se referiu, em primeiro lugar, às instituições de Paz e Trégua (“Trégua de Deus”), nascidas no século X, com as quais a Igreja pretendia limitar os estragos da violência e criar espaços e paz, inclusive dentro dos períodos de guerra.
 
Como explicou Galtés, os bispos de Elna e Vic, por volta do ano 1020, haviam estabelecido os primeiros estatutos a favor da paz. Em 16 de maio de 1027, o grande Oliba, bispo de Vic, presidiu um sínodo em Toluges, que reunia o clero e uma multidão de fiéis, homens e mulheres, e pela primeira vez Oliba proclamou Trégua de Deus.


A Paz de Deus, já instituída anteriormente, proibia a qualquer momento o ataque a um monge, um clérigo, às mulheres e às famílias em suas ocupações domésticas, bem como a violação de igrejas e casas situadas ao redor, dentro de um espaço de 30 passos.

 
A novidade de Paz e Trégua era impor um cessar temporal de hostilidades em determinados momentos e períodos do ano litúrgico.
 
A partir desse momento, esta instituição benéfica se estendeu por outras regiões da França e da Espanha, passou à Alemanha, Inglaterra e Itália. Desde então, foram realizadas assembleias com a adesão da autoridade civil, ou seja, dos condes e reis. Muitos acordos passaram aos repertórios dos juristas, como, por exemplo, os Usajes.
 
Além disso, a ideia da guerra justa também se desenvolve na época medieval, ainda que já se encontrasse no pensamento de Santo Agostinho. Estabelece-se que a violência poderia ser aceitável quando se tratasse de uma causa justa ou defensiva. Desta ideia derivou a justificação, por parte da Igreja, de determinados enfrentamentos bélicos.
 
Para o historiador, “a questão, no entanto, é saber quando e quem deve determinar a suposta causa justa. De fato, toda guerra é um grande mal que se opõe ao amor efetivo do Evangelho”.
 
Com relação à época contemporânea, Galtés comentou que os papas interpuseram sua autoridade moral contra a guerra e a favor da paz.
 
Bento XV, durante a 1ª Guerra Mundial, procurou por todos os meios alcançar uma paz justa, mas não encontrou apoio nos responsáveis dos diversos países e sua neutralidade foi mal interpretada e muito criticada.
 
Também Pio XII tentou acabar com o espiral beligerante que levou à 2ª Guerra Mundial: “Não se perde nada com a paz, mas tudo pode ser perdido com a guerra”, disse em 24 de agosto de 1939, mas seu clamor não foi escutado; tampouco foi atendida sua petição de trégua por ocasião do Natal.
 
Anos mais tarde, Pio XII foi reprovado injustamente por não ter defendido suficientemente os judeus durante a perseguição nazista, sem que tenham levado em consideração sua atuação pela via diplomática e sua ação a favor dos judeus.

 
Finalmente, o historiador recordou “o grande número de cristãos que arriscaram suas vidas para salvar outros”, bem como alguns exemplos atuais, como a ação decidida de João Paulo II contra a guerra do Iraque e a mais recente, do Papa Francisco, contra a guerra da Síria e a intervenção armada dos Estados Unidos nesse país.
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Fonte: Aleteia

Para onde a nossa cultura de sexo e “bem-estar” nos conduz?


Em meio a blazers e gravatas, resolvendo os rumos das guerras culturais do mundo em uma mesa de happy hour, uma cálida névoa de nostalgia foi me envolvendo durante o terceiro Tanqueray com tônica. O open bar a convite e a discussão das grandes ideias da humanidade eram como voltar no tempo e reviver os velhos anos de universidade.
 
Eu tinha conhecido aqueles elegantes companheiros de bar havia pouco, por meio de uma revista cultural conservadora, e, durante horas, me senti em casa enquanto compartilhávamos histórias de campus sobre esquerdistas e multiculturalistas que vestiam dashikis. Mas, à medida que esvaziávamos a sétima rodada, a conversa impagável mudou de rota:do tapete de asfalto preto,pontuado por linhas amarelas bem nítidas,eu fui lançado direto ao meio do mato. Eu devia ter previsto isso, eu acho, antes de mencionar o aborto.


O assunto era Teddy Kennedy e eu citei o seu abandono dos nascituros como mais uma das facetas reluzentes da sua miséria moral. O cavalheiro mais loiro da mesa tossiu discretamente. Outro fez um diplomático e suave assentimento com a cabeça. O terceiro apenas desviou o olhar. Um sujeito mais refinado teria captado a dica silenciosa e mudado o assunto para Hilary Clinton, mas eu sou filho de um carteiro do Queens. E toquei em frente.

 
Até que o cara ruivo de jaqueta voltou seus olhos apertados para mim e declarou sem maiores cerimônias: "Precisamos do aborto legalizado para abater os custos do bem-estar social".

 
Pela primeira vez em muitos, muitos anos, eu fiquei mudo, e mudo durante tempo suficiente para que outro dos meus novos amigos acrescentasse: “E os índices de criminalidade. Você nunca leu Freakonomics? Nova Iorque se tornou habitável de novo graças à Roe x Wade” [Nota da redação: Freakonomics é uma coletânea de estudos do economista Steven Levitt e do jornalista Stephen Dubner, que, entre outras teses polêmicas, sugere que o aborto foi o maior responsável pela diminuição dos crimes nos EUA. Quanto à questão Roe x Wade, trata-se do caso judicial em que a Suprema Corte dos EUA aprovou o direito ao aborto].
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Fonte: Aleteia

Polêmica no Grammy: por que uma cantora cristã abandonou o evento?


No último domingo à noite, uma cantora cristã evangélica, a conhecida Natalie Grant, abandonou antecipadamente a entrega dos prêmios Grammy como sinal de protesto. O motivo, segundo explica o site SoyAdorador, foram os atos de conteúdo anticristão que ocorreram durante o evento.
 
Entre tais atos, cabe destacar um casamento massivo (no qual havia vários casais homossexuais) presidido pela cantora e atriz Queen Latifah, tendo Madonna como testemunha. A atividade foi interpretada como um ato de apoio ao casamento gay. No casamento, foi interpretada a música “Same love”, de Macklemore & Ryan Lewis, um tema conhecido em prol dos direitos homossexuais.
 
Em outro momento, a atriz Katy Perry (filha de pastores evangélicos) simulou uma execução de bruxas pela Inquisição, e no cenário havia símbolos de conteúdo satânico.


Natalie Grant publicou no seu mural do Facebook: “Saí do Grammy muito cedo. Fiz várias reflexões e é melhor que a maioria delas permaneça na minha cabeça. Mas vou dizer isso: nunca me senti tão honrada por cantar por Jesus e para Jesus. E nunca estive tão segura sobre o caminho que escolhi”.


 
Em outro post, acrescentou: “Não julguei ninguém. E acho que cada pessoa foi criada à imagem de Deus. Nunca estarei em uma esquina da rua levantando cartazes, não utilizarei uma plataforma para discussões políticas que só dividem e não unem. Continuarei orando para que a minha vida seja uma mensagem. Tenho minhas próprias convicções pessoais, pelas quais vivo, e continuarei me preocupando com a minha salvação, no temor do Senhor”.
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Disponível em: Aleteia

O Mistério da Morte


Em face da morte, o enigma da condição humana atinge o seu ponto máximo. O homem não apenas é atormentado com a dor e o progressivo declínio do corpo, mas com muito maior força pelo temor da destruição perpétua. Pelo acertado instinto de seu coração, afasta com horror e rejeita a ideia da total ruína e da morte definitiva de sua pessoa. A semente de eternidade que traz em si, irredutível à pura matéria, insurge-se contra a morte. Todas as conquistas da técnica, por mais úteis que sejam, não conseguem acalmar a angústia humana, pois o prolongamento biológico da vida não pode satisfazer o desejo inelutavelmente presente em seu coração de viver sempre.

Já que diante da morte toda imaginação fracassa, a Igreja, instruída pela Revelação, afirma ter sido o homem criado por Deus para uma finalidade feliz, para além dos limites da miséria terena. E não só, mas a fé cristã ensina que a morte corporal, que lhe seria poupada se não houvesse pecado, será vencida quando o homem recuperar a salvação, perdida por culpa sua, pelo onipotente e compadecido Salvador. Com efeito, Deus chamou e continua a chamar o homem a aderir com sua natureza integral à perpétua comunhão na incorruptível vida divina. Cristo conseguiu esta vitória, libertando o homem da morte por meio de sua morte e ressurgindo para a vida. Para quem reflete, a fé baseada em sólidos argumentos oferece uma resposta a sua ansiedade sobre a sorte futura. Ao mesmo tempo dá a possibilidade de comunicar-se com os caros irmãos já arrebatados pela morte em Cristo, despertando a esperança de possuírem eles, desde agora, a verdadeira vida junto de Deus.


Certamente incumbe ao cristão o dever urgente de lutar contra o mal através de muitas tribulações e de aceitar a morte; mas unido ao mistério pascal, configurado à morte de Cristo, firme na esperança, chegará à ressurreição.

Tudo isto vale para os cristãos e também para todos os homens de boa vontade em cujos corações a graça age invisivelmente. Tendo, pois, Cristo morrido por todos, e sendo uma só a vocação última do homem, isto é, a divina, devemos afirmar que o Espírito Santo oferece a todos a possibilidade, de modo só conhecido por Deus, de se associarem ao mistério pascal.


De tal valia e tão grande é o mistério do homem, que se esclarece pela Revelação cristã aos fiéis. Por conseguinte, por Cristo e em Cristo, ilumina-se o enigma da dor e da morte que, fora de seu Evangelho, nos esmaga. Cristo ressuscitou, por sua morte destruiu a morte e deu-nos a vida para que, filhos no Filho, clamemos no Espírito: Abá, Pai!
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Da Constituição Pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo de hoje, do Concílio Vaticano II (N.18-2) (Séc.XX)