quarta-feira, 21 de maio de 2014

A experiência de sair do rock satânico e encontrar Jesus.



Os sons do mais duro heavy metal eram uma harmoniosa sinfonia para ele. Ferido e prejudicado na infância, sedento de fama, não hesitou em oferecer tudo ao diabo, acreditando que assim encontraria seu tesouro.
 
“A prioridade era estar nos palcos e ter o controle. Eu gostava de ser adorado e que as pessoas olhassem para mim, dizendo: ‘Nossa! Quero ser como ele!’”: estas são palavras de Kirk Martin, quem, até alguns anos atrás, liderava uma banda de heavy metal chamada Power of pride (O poder do orgulho), nos Estados Unidos.
 
Ele chegou a participar de inúmeros concertos, nos quais projetava uma imagem selvagem nos palcos. “Conseguir que milhares de pessoas gritassem blasfêmias era a maior adrenalina que eu poderia experimentar”, contou Kirk à emissora CBN.
 
Mas esta imagem sinistra não era somente uma pose: tinha seu correlato na vida real de Kirk. Sua aparência e suas várias tatuagens mostravam as crenças que habitavam seu espírito. “Eu estava tão cheio de ódio, que projetava esse ódio nas pessoas. (...) Dois dos membros da banda acabaram se cansando de mim, não me aguentavam mais e, de fato, decidiram abandonar a banda”, contou.
 
Kirk reconhece que, por muito tempo, ele foi orgulhoso e enaltecia a soberba nas letras das suas músicas, mostrando nelas a rebeldia dos jovens que o idolatravam. “Toda a minha intenção era dizer às pessoas que elas precisavam acreditar em si mesmas, seguir suas próprias visões, seus sonhos, ainda que fosse preciso pisotear quem se interpusesse em seu caminho.”
 
Mas a origem do seu inesperado sucesso, relatou, não foi o simples empenho, a assertividade ou a qualidade musical. Kirk não estava disposto a arriscar-se ao fracasso ou esperar a sorte. Sem hesitar, ele decidiu concretizar seu desejo, mesmo sujeitando-se a um pacto sinistro. “Cravei minhas garras no chão, arranhei a terra e disse a Satanás: ‘Se você me der o que eu quero, se você fizer de mim um Deus, se me der mulheres, drogas, fama e o poder de pisotear as pessoas, eu te servirei até o fim dos tempos’.”
 
O trauma da infância

 
Kirk recordou que, poucos dias depois de pronunciar esta sentença, uma gravadora lhe ofereceu um suculento contrato, para que sua banda pudesse gravar um CD. Mas aquele pacto de escravidão não era o único segredo que Kirk guardava, enquanto afundava na ilusão da fama, do sexo e da fortuna.
 
“Durante a minha infância, uns garotos do bairro começaram a me assediar sexualmente e a me sodomizar, quando eu tinha cerca de 8 anos. Isso aconteceu mais de uma vez e nunca cotei a ninguém, nunca falei disso.”
 
Para alguém que foi abusado na infância e estava cheio de raiva, aproveitar-se sexualmente das mulheres se tornou parte do estilo de vida heavy metal. “A pior parte do meu abuso foi que eu o interiorizei e acabei abusando de outros”, confessou.
 
O encontro com a verdade
 
Algumas horas antes de assinar o contrato com a gravadora pela qual ele havia vendido sua alma, Kirk teve um encontro com um misterioso estranho durante uma manhã, em uma cafeteria. “Um cara entrou e se sentou justamente ao meu lado, mesmo havendo muitas mesas livres. Imediatamente, eu olhei para ele com esta horrível e mesquinha expressão do meu rosto.”
 
“Olhei para ele e lhe disse: ‘Que foi, cara?’. Ele olhou para o seu café, depois olhou para mim e me respondeu: ‘O que foi, amigo?’. Eu pulei na mesa, encostei meu rosto no dele, olhei bem para ele e o xinguei de todas as formas mais imundas que me vieram à mente. Ele então me disse: ‘Deus me mandou aqui para lhe dizer que Ele ama você e quer que você saiba que Ele não foi o responsável pelos jovens que abusaram de você quando você era criança’. O mais alucinante de tudo isso foi que ele até citou os nomes dos garotos e me disse: ‘Jesus está esperando por você, está esperando que você volte para casa’.”
 
O misterioso homem foi embora e Kirk continuou meditativo, em choque, por alguns instantes. Depois se levantou e foi em direção ao homem, queria enfrentá-lo, mas, quando saiu na rua, a pessoa havia desaparecido.

A noite em que uma só estrela brilhou
 
Horas mais tarde, quando Kirk estava quase dormindo no ônibus da banda, foi acordado de repente no meio da noite. Talvez tenha sido um sonho revelador, mas ele recorda o fato como algo real.
 
“De repente, apareceu uma grande estrela, como se caísse do céu, e o espírito do próprio Deus agiu naquele ônibus. Eu não sabia por que odiava tanto Deus. Mas tudo, simplesmente tudo desapareceu, sumiu, e a única coisa que eu sentia era amor. Eu me senti aceito, senti como se fosse aquele menino novamente, antes de abusarem de mim.”
 
“Então, eu disse: ‘Jesus, vem aqui e destrói tudo, porque eu não quero mais ser isso’. Agora, eu percebo que, diante da presença de Deus, o pecado, o ódio, a fealdade não podem existir, não há lugar para isso; então, precisam sair. E todas essas coisas começaram a abandonar o meu coração.”
 
Kirk, como uma criança, voltou a dormir. Quando acordou, na manhã seguinte, tudo parecia diferente. “A grama era mais verde, o céu estava mais bonito, as nuvens eram belas e eu me sentia diferente.”
 
O contrato? Pouco lhe importava, pois “aquilo que eu sempre quis, de repente não queria mais. Abandonei tudo e nunca mais voltei à banda”.
 
Reconciliado
 
Em busca de repostas e de reconciliação com a fé, Kirk encontrou uma igreja em sua cidade natal e mergulhou no cristianismo. Quando começou a assistir às celebrações, seu conselheiro espiritual lhe sugeriu concluir o doloroso ciclo que havia começado na infância: seu desafio era buscar os jovens que haviam abusado dele para perdoá-los.
 
“Eu os encontrei e não sei se eles se lembravam de mim. Então, eu lhes perguntei: ‘Por que você me fizeram aquilo?’. Eles me explicaram que também tinham sido abusados na infância e que, depois de ver uma revista pornográfica, sentiram vontade de abusar de mim, e depois convidaram outro garoto a fazer a mesma coisa. Eles já haviam dado seus corações a Cristo. Nós nos sentamos, choramos e nos abraçamos. Falamos disso e rezamos, e foi assim que superamos tudo isso.
 
Com o tempo, Kirk também reencontrou seu talento musical, apoiado na liberdade e na cura dadas por Deus, escrevendo e interpretando músicas de louvor. Ele formou uma família e, juntos, viajam por todo o país compartilhando o milagre que transformou sua vida.
 
“Minha esposa é simplesmente um tesouro, e minha família é o mais testemunho da piedade e da graça de Deus. Eu, que era viciado em drogas, sexo, violência, ódio, e usava a música como uma ferramenta para destruir as pessoas, fui acolhido e curado por Deus. Tudo isso para a sua glória”, conclui.

________________________________
Disponível: Aleteia

Nenhum comentário:

Postar um comentário