sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Igreja apela à oração pela paz na Ucrânia


Perante o aumento da tensão na Ucrânia, a Igreja lançou um apelo à oração pela paz e pela contenção da violência. Ontem, ao final do dia, em declarações feitas por telefone à Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), diretamente da Praça Maidan, em Kiev, o Bispo Auxiliar da diocese de rito latino de Kyiv-Zhytomyr explicou que cristãos de todas denominações estavam em oração pela paz, reunidos em duas tendas transformadas em capelas.

Quando soube do agravamento da tensão entre manifestantes e agentes da autoridade, o bispo, Dom Stanislav Szyrokoradiuk, dirigiu-se imediatamente para a Praça, para “oferecer o apoio espiritual às pessoas necessitadas”, independentemente das suas convicções religiosas. “Não faz diferença se alguém é católico ou não”, acrescentou o prelado que destacou ainda a presença no local de “padres capuchinhos que estão também ajudando a cuidar dos feridos”.


Durante a tarde de anteontem, os sinos das Igrejas católica e Ortodoxa estiveram tocando, reforçando o apelo para que todos os cristãos se unam numa corrente de oração pela paz. Também o Bispo Petro Herkulan Malchuk sublinhou a urgência deste apelo, pedindo, através da AIS, que toda a comunidade cristã “reze conosco pela paz na Ucrânia”.


Já hoje, o Papa Francisco também manifestou a sua preocupação pela violência na Ucrânia. Durante a audiência pública semanal, na Praça de São Pedro, o Papa Francisco disse acompanhar "com o espírito preocupado", o que está acontecendo por estes dias em Kiev. "Asseguro a minha proximidade ao povo ucraniano e rezo pelas vítimas da violência, seus familiares e pelos feridos". O Papa convidou ainda que ambas as partes cessem de imediato com a violência e procurem "a concórdia e a paz" para o país.


No final de Janeiro, o presidente executivo da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, Johannes Freiherr Heereman, num encontro com representantes das conferências episcopais da Alemanha, Polônia e Estados Unidos, reiterou a importância do “papel das Igrejas cristãs como força de pacificação na Ucrânia”.



A Ajuda à Igreja que Sofre permanece em contato permanente com representantes da Igreja na Ucrânia e convida a todos para rezar pela paz no país.
__________________________________
Fonte: Aleteia

O papa Francisco expulsa mais um padre pedófilo


Em vários artigos, estivemos falando sobre o compromisso da Igreja na luta contra a pedofilia. Em outros vários, sobre a obstinação de alguns organismos internacionais em atacar a Santa Sé, fingindo não enxergarem a evidência dos seus progressos em transparência e no combate a esse fenômeno terrível.

A "linha dura" foi adotada por Bento XVI, que, só entre 2011 e 2012, expulsou do sacerdócio 400 padres acusados de pedofilia. O papa Francisco manteve a mesma postura. Um dos exemplos aconteceu algumas semanas atrás, mas só foi revelado há poucos dias: sem esperar o fim do julgamento em terceira instância por parte do Estado italiano, a Santa Sé reduziu ao estado laical mais um sacerdote acusado de pedofilia.

Trata-se do pe. Marco Mangiacasale, da diocese de Como, no norte do país. Nos dois primeiros níveis do processo criminal italiano, ele já foi condenado a três anos, cinco meses e vinte dias de prisão por abusarsexualmente de quatro meninas menores de idade. O processo está agora na terceira instância, mas a Igreja não esperou e já reduziu o ex-pároco e tesoureiro da paróquia de San Giuliano ao estado laical. A decisão foi assinada no dia 13 de dezembro pelo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o futuro cardeal Gerhard Ludwig Müller (Il Fatto Quotidiano, 12 de fevereiro).

No jornal La Repubblica, uma fonte apresentada como “especialista em assuntos do Vaticano” comenta a decisão do papa Francisco sem manifestar surpresa: "Esta política, em linguagem laica, nós poderíamos definir como ‘justicialista’. Ela foi implantada pelo cardeal Ratzinger quando ele dirigia o Santo Ofício. Antes como prefeito e depois como papa, ele aplicou uma legislação inflexível para combater esse triste fenômeno [da pedofilia]". A sentença contra o ex-padre foi lida por dom Coletti em 30 de janeiro para as famílias das vítimas, reunidas em seu gabinete: "O pe. Marco Mangiacasale foi reduzido ao estado laical, não podendo mais atuar como educador nas escolas católicas nem participar de forma alguma em grupos ou organizações onde houver a presença de jovens" (11 de fevereiro).



Luigi Accattoli, vaticanista do Corriere della Sera durante anos, também acredita que houve no Vaticano uma espécie de “virada justicialista”: "A era dos procedimentos de segurança e garantias já passou. Faz algum tempo que o Vaticano abriu caminho para os procedimentos rápidos, derrubando a ideia de uma Igreja que esconde a verdade. O critério distintivo passou a ser a certeza moral". O jornalista explica ao Corriere di Como, edição local do Corriere della Sera: "O sistema antigo previa primeiramente os três graus de julgamento e depois o processo canônico. Era uma escolha ditada oficialmente pelo conceito da não perseguição e pela suposição da inocência do acusado até prova em contrário. Às vezes, era até conivência, mas, no geral, eram procedimentos de segurança". A virada veio com o papa Ratzinger. "Já com o papa Bento XVI, os procedimentos de redução ao estado laical foram acelerados. Em poucas palavras, não há necessidade de esperar as três instâncias dos tribunais quando já existe a ‘certeza moral’ de que o sacerdote é mesmo responsável e culpado, mesmo sem uma sentença definitiva. E isso se aplica não apenas à pedofilia, mas também a outros casos" (13 de fevereiro).
_________________________________
Fonte: Aleteia

Apedrejada até a morte por ter entrado no Facebook?!


A notícia veio da agência iraniana Fars e repercutiu na mídia ocidental, mas é tão espantosa que ninguém se atreve a usar verbos que afirmem certeza: estamos todos optando pelo “teria sido” em vez do “foi”, apesar de que o conflito de quase três anos na Síria não surpreende mais pela selvageria contra a população, especialmente contra os mais jovens. Pois bem, Fatoum Al-Jassem, uma menina síria da cidade de Rakka, teria sido apedrejada até a morte porque criou um perfil pessoal no Facebook.

Estar presente na rede com uma página própria na qual postar notícias, fotos, ideias pessoais e dos amigos e manter contato com as pessoas foi considerado um caso de conflito com a lei islâmica. O juiz de um tribunal da sharia decidiu que ter uma conta no Facebook é um comportamento imoral, merecedor da mesma pena do adultério. Ter uma conta no Facebook foi descrito como um ato "profundamente mau", que exige punição severa (Avvenire, 17 de fevereiro).

A agência Fars retransmitiu a notícia da fonte árabe Al-Rai al Yaoum (O Mundo Hoje). O episódio teria acontecido na região de Rakka, cidade do norte da Síria, às margens do Rio Eufrates e próxima da fronteira com a Turquia, onde milícias islâmicas do grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL, na sigla em inglês) impuseram o seu domínio. "É uma história que parece inacreditável, mas, infelizmente, o que está acontecendo na Síria, nas áreas dominadas pelas milícias islâmicas internacionais financiadas e apoiadas pela Arábia Saudita, pelo Catar, pelos Estados Unidos e pela Turquia, está nos acostumando ao irreal", escreve Marco Tosatti em La Stampa (17 de fevereiro).

O caso é ainda mais absurdo ao constatarmos de que a mesma Frente Al Nusra, a filial síria da Al Qaeda, tem a sua própria página no Facebook: é evidente que as normas aplicadas pelo fundamentalismo islâmico a homens e mulheres são bem diferentes. Rakka foi a primeira capital de província a cair nas mãos de insurgentes islâmicos sunitas. É de Raqqa que vêm as imagens horríveis do apedrejamento da jovem Fatoum, considerada culpada por ter uma conta no Facebook (Avvenire, 17 de fevereiro).


Têm razão o Unicef e as outras organizações internacionais que lançaram a campanha de angariação de fundos “No Lost Generation” [“Não a uma Geração Perdida"]: é necessário levantar 1 bilhão de dólares para evitar a perda de uma geração inteira de crianças sírias. Mais de um milhão de refugiados que tentam escapar da guerra são crianças, das quais mais de 425 mil têm menos de 5 anos de idade. Cerca de 5.000 crianças estão separadas de suas famílias. Mais de 3 milhões de crianças estão desabrigadas dentro da Síria. "No Lost Generation" é uma estratégia que pretende ajudar as vítimas do conflito sírio a terem a oportunidade de um futuro mais estável e seguro (Repubblica.it, 7 de janeiro).

E um futuro mais seguro deve incluir a possibilidade de uma menina criar o seu perfil pessoal no Facebook.

________________________________________
Fonte: Aleteia 

No Consistório, Papa reza pela Ucrânia


O Papa Francisco abriu o segundo dia de trabalhos do Consistório extraordinário, nesta sexta-feira, 21, rezando pela Ucrânia, que vem sofrendo intensas situações de violência.

“Eu gostaria de enviar uma saudação, não somente pessoal, mas em nome de todos, aos cardeais ucranianos – o cardeal Jaworski, arcebispo emérito de Leopoli, e o cardeal Husar, arcebispo maior emérito de Kiev – que nestes dias sofrem tanto e têm tantas dificuldades em sua pátria. Talvez será belo fazer chegar essa mensagem em nome de todos: vocês concordam, todos, com isso? (aplausos)”.


Depois, o Santo Padre mencionou a exposição sobre a família feita ontem pelo Cardeal Walter Kasper. O Papa contou que, antes de dormir, leu novamente o trabalho do cardeal e gostaria de agradecê-lo, porque encontrou profunda teologia, um pensamento sereno na teologia.


“É agradável ler teologia serena. E encontrei aquilo que Santo Inácio nos dizia, aquele sensus ecclesiae, o amor à Mãe Igreja, ali. Fez-me muito bem e me veio uma idéia, desculpe-me, eminência, se a faço envergonhar, mas a idéia é: isto se chama fazer teologia de joelhos. Obrigado. Obrigado”.
______________________________________
Fonte: Canção Nova

“Fofocas podem matar. Nada de fofocas”, pede Papa no Angelus


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 16 de fevereiro de 2014

Queridos irmãos e irmãs,

O Evangelho deste domingo faz parte ainda do chamado “sermão da montanha”, a primeira grande pregação e Jesus. Hoje o tema é a atitude de Jesus com relação à Lei judaica. Ele afirma: “Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição” (Mt 5, 17). Jesus, então, não quer cancelar os mandamentos que o Senhor deu por meio de Moisés, mas quer levá-los à sua plenitude. E logo depois acrescenta que este “cumprimento” da Lei requer uma justiça superior, uma observância mais autêntica. Diz de fato aos seus discípulos: “Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 5,20).

Mas o que significa este “pleno cumprimento” da Lei? E esta justiça superior em que consiste? O próprio Jesus nos responde com alguns exemplos. Jesus era prático, falava sempre com os exemplos para se fazer entender. Começa pelo quinto mandamento do decálogo: “Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo” (vv. 21-22). Com isto, Jesus nos recorda que também as palavras podem matar! Quando se diz que uma pessoa tem língua de serpente, o que quer dizer? Que as suas palavras matam! Portanto, não só não se deve atentar contra a vida do próximo, mas também não lançar sobre ele o veneno da ira e atingi-lo com a calúnia. Nem falar mal dele. Chegamos às fofocas: as fofocas podem matar, porque matam a fama das pessoas! É tão bruto fofocar! No começo pode parecer uma coisa agradável, até divertida, como chupar uma bala. Mas no fim enche o coração de amargura e envenena também nós. Digo-vos a verdade, estou convencido de que se cada um de nós fizesse o propósito de evitar as fofocas, no fim se tornaria santo! É um belo caminho! Queremos nos tornar santos? Sim ou não? [Praça: Sim!] Queremos viver atrelados às fofocas como hábitos? Sim ou não? [Praça: Não!] Então estamos de acordo: nada de fofocas! Jesus propõe a quem O segue a perfeição do amor: um amor cuja única medida é não ter medida, ir além de todos os cálculos. O amor ao próximo é uma atitude tão fundamentada que Jesus chega a afirmar que a nossa relação com Deus não pode ser sincera se não queremos fazer as pazes com o próximo. E diz assim: “Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão” (vv. 23-24). Por isso, somos chamados a reconciliar-nos com os nossos irmãos antes de manifestar a nossa devoção ao Senhor na oração.


De tudo isso, entende-se que Jesus não dá importância simplesmente à observância disciplinar e à conduta exterior. Ele vai à raiz da Lei, com foco, sobretudo, na intenção e, portanto, no coração do homem, de onde provêm as nossas ações boas ou más. Para ter comportamentos bons e honestos, não bastam as normas jurídicas, mas são necessárias motivações profundas, expressão de uma sabedoria oculta, a Sabedoria de Deus, que pode ser acolhida graças ao Espírito Santo. E nós, através da fé em Cristo, podemos abrir-nos à ação do Espírito, que nos torna capazes de viver o amor divino.

À luz deste ensinamento, cada preceito revela o seu pleno significado como exigência de amor, e todos se reúnem no maior mandamento: ama Deus com todo o coração e o próximo como a ti mesmo.
________________________________________ 

Fonte: Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

«Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo» (Mt 5, 13.14).


PAPA FRANCISCO
ANGELUS
Praça de São Pedro
Domingo, 9 de Fevereiro de 2014


Irmãos e irmãs, bom dia!

No Evangelho deste domingo, que vem logo a seguir às bem-aventuranças, Jesus diz aos seus discípulos: «Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo» (Mt 5, 13.14). Isto faz-nos admirar um pouco, se pensarmos em quem Jesus tinha perante si quando proferiu estas palavras. Quem eram os discípulos? Eram pescadores, pessoas simples... Mas Jesus fita-os com os olhos de Deus, e a sua afirmação compreende-se precisamente como consequência das Bem-Aventuranças. Ele quer dizer: se fordes pobres de espírito, se fordes mansos, se fordes puros de coração, se fordes misericordiosos... sereis o sal da terra e a luz do mundo!

Para compreender melhor estas imagens, tenhamos presente que a Lei judaica prescrevia que se colocasse um pouco de sal em cima da oferenda apresentada a Deus, em sinal de aliança. Depois, a luz para Israel era o símbolo da revelação messiânica que triunfa sobre as trevas do paganismo. Os cristãos, novo Israel, recebem portanto uma missão em relação a todos os homens: com a fé e com a caridade podem orientar, consagrar, tornar fecunda a humanidade. Todos nós, baptizados, somos discípulos e missionários e estamos chamados a tornar-nos no mundo um evangelho vivente: com uma vida santa daremos «sabor» aos diversos ambientes e defendê-los-emos da corrupção, como faz o sal; e levaremos a luz de Cristo com o testemunho de uma caridade genuína. Mas se nós cristãos perdermos sabor e cancelarmos a nossa presença de sal e luz, perderemos a eficiência. Como é bonita esta missão de levar a luz ao mundo! É uma missão nossa. É bela! É também muito bom conservar a luz que recebemos de Jesus, guardá-la e preservá-la. O cristão deveria ser uma pessoa luminosa, que dá luz, que dá sempre luz! Uma luz que não é sua, mas é a prenda de Deus, é a prenda de Jesus. E nós levamos esta luz. Se o cristão apagar esta luz, a sua vida não terá sentido: é cristão só de nome, que não leva a luz, uma vida sem sentido. Mas agora eu gostaria de vos perguntar como pretendeis viver? Como uma lâmpada acesa ou como uma lâmpada apagada? Acesa ou apagada? Como quereis viver? [as pessoas responderam: acesa!] Lâmpada acesa! É precisamente Deus que nos dá esta luz e nós devemos levá-la aos outros. Lâmpada acesa! Eis a vocação cristã.



Depois do Angelus

Depois de amanhã, 11 de Fevereiro, celebraremos a memória da Bem-Aventurada Virgem de Lourdes, e viveremos o Dia Mundial do Doente. É a ocasião propícia para pôr no centro da comunidade as pessoas doentes. Rezar por elas e com elas, estar-lhes próximos. A Mensagem para este Dia inspira-se numa expressão de são João: Fé e caridade: «Também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos» (1 Jo 3, 16). Em particular, podemos imitar a atitude de Jesus para com os doentes, doentes de todos os tipos: o Senhor ocupa-se de todos, partilha o seu sofrimento e abre o coração à esperança.

Penso também em todos os agentes no campo da saúde: como é precioso o seu trabalho! Muito obrigado pelo vosso precioso trabalho. Eles encontram todos os dias nos doentes não só corpos marcados pela fragilidade, mas pessoas, às quais oferecer atenção e respostas adequadas. A dignidade da pessoa nunca se limita às suas faculdades ou capacidades, e não desaparece quando a pessoa é frágil, inválida e necessitada de ajuda. Penso também nas famílias, nas quais é normal ocupar-se de quem está doente; mas por vezes as situações podem ser mais difíceis... Muitos escrevem-me, e hoje gostaria de garantir uma oração por todas estas famílias, e digo-lhes: não tenhais medo da fragilidade! Não tenhais medo da fragilidade! Ajudai-vos uns aos outros com amor e sentireis a presença confortadora de Deus.

A atitude generosa e cristã para com os doentes é sal da terra e luz do mundo. A Virgem Maria nos ajude a praticá-la, e obtenha paz e alívio para todos os sofredores.

Nestes dias estão a decorrer em Sochi, na Rússia, os Jogos Olímpicos Invernais. Gostaria de fazer chegar a minha saudação aos organizadores e a todos os atletas, com os votos de que seja uma verdadeira festa do desporto e da amizade.

Saúdo todos os peregrinos presentes hoje, as famílias, os grupos paroquiais, as associações. Em particular saúdo os professores e os estudantes provenientes da Inglaterra; o grupo de teólogas cristãs de diversos países europeus, presentes em Roma para um congresso de estudos.

E antes de me despedir, vem-me ao pensamento a pergunta que fiz: lâmpada acesa ou lâmpada apagada? Que quereis? Acesa ou apagada? O cristão leva a luz! É uma lâmpada acesa! Sempre em frente com a luz de Jesus!


Desejo a todos feliz domingo e bom almoço. Até à vista!
_____________________________________
Fonte: Santa Sé

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Quem não se reconhece pecador que não venha à Missa!, afirma o Papa Francisco


Em sua última catequese, o Papa Francisco destacou como a Eucaristia nos introduz na comunhão real com Jesus e o seu mistério. Nesta quarta-feira, 12, o Santo Padre insistiu que a Eucaristia é também um sacramente de Comunhão entre os cristãos e de maneira especial uma ocasião para experimentar a Misericórdia Divina. Usando palavras fortes o Santo Padre instou que aqueles que não se reconhecem pecadores não deveriam nem sequer comparecer à Eucaristia.
 
O Papa iniciou sua alocução propondo algumas perguntas sobre a relação entre a Eucaristia que celebramos e a nossa vida, como Igreja e como cristãos individualmente: “Como vivemos a Eucaristia? Quando vamos à Missa aos domingos, como a vivemos? É somente um momento de festa, é uma tradição consolidada, é uma ocasião para se encontrar ou para sentir-se bem, ou é algo a mais?”

“Há alguns sinais muito concretos para entender como vivemos tudo isso, como vivemos a Eucaristia; sinais que nos dizem se nós vivemos bem a Eucaristia ou não a vivemos tão bem. O primeiro indício é o nosso modo de olhar e considerar os outros. Na Eucaristia, Cristo realiza sempre novamente o dom de si que fez na Cruz. Toda a sua vida é um ato de total partilha de si por amor; por isso Ele amava estar com os discípulos e com as pessoas que tinha oportunidade de conhecer”.

“Após afirmar que a Eucaristia deve levar o cristão a ver Cristo nos demais, especialmente nos que mais sofrem o Papa afirmou:

Todos nós vamos à Missa porque amamos Jesus e queremos partilhar, na Eucaristia, a sua paixão e a sua ressurreição. Mas amamos, como quer Jesus, aqueles irmãos e irmãs mais necessitados? Por exemplo, em Roma, nestes dias vimos tantos problemas sociais ou pela chuva que fez tantos danos a bairros inteiros, ou pela falta de trabalho, consequência da crise econômica em todo o mundo. Pergunto-me, e cada um de nós se pergunte: eu que vou à Missa, como vivo isto?” (...)

“Devemos nos preocupar com os nossos irmãos e irmãs que têm necessidade por causa de uma doença, de um problema”.

“Um segundo indício, muito importante, é a graça de sentir-se perdoados e prontos a perdoar. Às vezes alguém pergunta: “Por que se deveria ir à igreja, visto que quem participa habitualmente da Santa Missa é pecador como os outros?”. Quantas vezes ouvimos isso! Na realidade, quem celebra a Eucaristia não o faz porque se acredita ou quer parecer melhor que os outros, mas propriamente porque se reconhece sempre necessitado de ser acolhido e regenerado pela misericórdia de Deus, feita carne em Jesus Cristo”.


“Se algum de nós não se sente necessitado da misericórdia de Deus, não se sente pecador, é melhor que não vá à Missa!”, asseverou.

“Nós vamos à Missa porque somos pecadores e queremos receber o perdão de Deus, participar da redenção de Jesus, do seu perdão. Aquele “Confesso” que dizemos no início não é “pro forma”, é um verdadeiro ato de penitência!”, exclamou o Pontífice.   

“Eu sou pecador e o confesso, assim começa a Missa! Não devemos nunca esquecer que a Última Ceia de Jesus aconteceu “na noite em que foi traído” (1 Cor 11, 23). Naquele pão e naquele vinho que oferecemos e em torno do qual nos reunimos se renova toda vez o dom do corpo e do sangue de Cristo para a remissão dos nossos pecados”.
 
“Devemos ir à Missa humildemente, como pecadores e o Senhor nos reconcilia”, exortou Francisco.

“Um último indício precioso nos vem oferecido pela relação entre a celebração eucarística e a vida das nossas comunidades cristãs. É necessário sempre ter em mente que a Eucaristia não é algo que fazemos nós; não é uma comemoração nossa daquilo que Jesus disse e fez. Não. É propriamente uma ação de Cristo! É Cristo que age ali, no altar. É um dom de Cristo, que se torna presente e nos acolhe em torno de si, para nutrir-nos da sua Palavra e da sua vida. Isto significa que a missão e a identidade própria da Igreja surge dali, da Eucaristia, e ali sempre toma forma”.

“Uma celebração pode ser também impecável do ponto de vista exterior, belíssima, mas se não nos conduz ao encontro com Jesus Cristo arrisca não levar alimento algum ao nosso coração e à nossa vida”.

O Papa afirmou que “Cristo quer entrar na nossa existência e permeá-la pela sua graça, de forma que em toda comunidade cristã haja coerência entre liturgia e vida” através da Eucaristia.
“O coração se enche de confiança e esperança pensando nas palavras de Jesus reportadas no Evangelho: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6, 54). Vivamos a Eucaristia com espírito de fé, de oração, de perdão, de penitência, de alegria comunitária, de preocupação pelos necessitados e pelas necessidades de tantos irmãos e irmãs, na certeza de que o Senhor cumprirá aquilo que nos prometeu: a vida eterna. Assim seja!”, concluiu o Santo Padre.
____________________________________
Fonte: ACIDigital

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

“O islã não é a única causa do conflito na Síria”


Ele fala suaíli e árabe. É um dos maiores especialistas católicos em islamismo. Fez estudos sobre o islã em mais de 30 países. É doutor, pela prestigiosa SOAS, de Londres, em Línguas e Culturas Africanas. Nesta entrevista, o pe. Justo Lacunza Balda, reitor emérito do Pontifício Instituto de Estudos Árabes e Islâmicos (PISAI), de Roma, nos adentra no conflito sírio e nos oferece chaves de leitura para compreendê-lo nesta nova fase de negociações, iniciada com a conferência de paz Genebra 2, cujo foco foi precisamente a Síria.

O islã tem sido acusado de provocar o conflito na Síria. O que há de correto nessa ideia?


Em qualquer conflito bélico, há muitos ingredientes que atiçam a fúria dos combates, dos ataques e dos bombardeios, como no caso da Síria. Todo isso já causou a morte de milhares de pessoas de todas as idades e forçou o êxodo massivo da população. Uma tragédia humana de consequências inimagináveis. E o islã tem alguma coisa a ver com isso? Bom, ele tem, sim, o seu papel. Mas vamos por partes.


A guerra na Síria começou na cidade sulista de Daraa, com a matança de um grupo de jovens na mesquita de Al-Omari. Foi no dia 18 de março de 2011. Lá começaram esses dias sangrentos do conflito sírio, com a chegada das notícias de outros países árabes em que a população tinha saído às ruas para se livrar de sátrapas, tiranos e ditadores. O eco das revoltas populares na Tunísia, no Egito e na Líbia tinha chegado também à Síria.


Grupos de jovens se manifestaram pacificamente na cidade de Daraa. Era o começo da chamada “primavera árabe”. Os manifestantes pediam mais liberdade e mais direitos. Mas o exército tentou logo sufocar as manifestações de rua. Uma pichação contra o regime despertou a ira das autoridades.


Não demoraram para chegar as forças republicanas. Daraa foi invadida pelo exército nacional. Os tanques ocuparam as ruas e praças da cidade. Foi um cerco planejado no detalhe: cortes de água e de luz, homens proibidos de sair de casa, proibição dos meios de comunicação de entrar na cidade...


Ninguém sabe o número de mortos, presos e desaparecidos em Daraa. Os manifestantes se refugiaram na mesquita, achando que o exército iria respeitar o lugar sagrado. As forças republicanas, dirigidas por Maher Al-Assad, irmão do presidente Bashar Al-Assad, atacaram e fizeram um massacre.


Ninguém pode negar que, a partir daquele momento, o conflito sírio assumiu a marca do islã por causa do massacre perpetrado em uma mesquita. Isto é um fato histórico, é o ponto de partida do conflito sírio. À medida que a guerra vai recrudescendo e se espalhando, vão surgindo outros interesses e objetivos com “etiqueta” muçulmana.


O conflito se espalhou para outras localidades e o regime intensificou as represálias.

Nos meses seguintes ao episódio de Daraa, estouraram os protestos em Alepo, Homs, Hama, Latakia e Damasco. O regime se manchou de sangue mais uma vez, por ordem do presidente Bashar Al-Assad, que, no ano 2000, tinha se apresentado como o “presidente oculista”: um homem de mentalidade aberta e democrática, defensor dos direitos e das liberdades, promotor do diálogo no Oriente Médio.


Mas Bashar Al-Assad se mostrou um ditador feroz e implacável, que não hesitou em usar artilharia pesada para esmagar o próprio povo. Ele tachou as revoltas e manifestações de sublevação inspirada pelo terrorismo islamista e acusou os países ocidentais de darem apoio.



Bashar al-Assad continua até hoje o jogo sujo com o apoio da República Islâmica do Irã e do Hezbollah, do Líbano. Sem esquecer o apoio político e geoestratégico da Rússia. Ele não mostrou nenhuma intenção de apear do cavalo e não parece disposto a deixar o poder nem depois do anúncio da conferência Genebra 2, que aconteceu no último dia 22 de janeiro.

____________________________________
Fonte: Aleteia