quinta-feira, 6 de março de 2014

Arquidiocese de São Luís lança Campanha da Fraternidade 2014



Será lançada no próximo dia 7 de março pela Arquidiocese de São Luís do Maranhão, a Campanha da Fraternidade 2014. Com o tema “Fraternidade e tráfico humano”, o  encontro acontecerá no Iesma Faculdade Católica do Maranhão, no Centro de São Luís, a partir das 09h.

O anúncio de abertura da campanha será através de coletiva de imprensa a todos os profissionais da comunicação local e terá a presença de Dom José Belisário.

O objetivo desta é identificar as práticas de tráfico humano e suas várias formas. A campanha pretende ainda mobilizar os cristãos e a sociedade brasileira para a erradicação do tráfico humano.

SERVIÇO

O QUÊ - Coletiva de Imprensa de lançamento da Campanha da Fraternidade
QUANDO - Dia 07/03, às 9 horas

ONDE - Iesma – Faculdade Católica do Maranhão
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Fonte: O Imparcial

Seis em cada dez pessoas traficadas são mulheres, diz ONU


Agências da ONU lançaram hoje (5) uma campanha global para combater vários tipos de tráfico. O evento ocorreu durante uma feira do setor de turismo em Berlim, na Alemanha. Participam da iniciativa a Organização Mundial do Turismo (OMT), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Escritório sobre Drogas e Crime (Unodc). Segundo o Unodc, as mulheres representam 60% das vítimas de tráfico humano, 27% são crianças – na maioria, meninas.

O objetivo é que os viajantes apoiem a luta contra o comércio ilegal de animais selvagens, artefatos culturais, drogas, produtos piratas e o tráfico humano. A campanha, cujo tema é "Suas ações contam – seja um viajante responsável", quer chamar a atenção para os procedimentos ilegais mais comuns a que os turistas possam estar expostos quando viajam.

A iniciativa fornece um guia informando como identificar possíveis situações de tráfico e que ação deve ser tomada caso isso ocorra. Segundo a agência, se o turista perceber que alguma pessoa está  sofrendo qualquer tipo de abuso, seja num bar, num hotel ou num restaurante, ele deve denunciar às autoridades locais.


A ONU alerta também para o comércio de partes de animais selvagens. Elefantes, rinocerontes e tigres correm o risco de extinção por causa de caçadores em busca dos chifres, da pele. Calcula-se que as transações ilegais dos chamados artefatos culturais cheguem a US$ 60 bilhões anuais. Já os produtos piratas geram um lucro dez vezes maior.

O Unodc alertou que o comércio global do tráfico beneficia diretamente o crime organizado que usa o dinheiro para financiar outras atividades ilegais.

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(Agência Brasil
Disponível em: Aleteia

Tráfico de pessoas. Uma vergonha!


Poucas semanas antes de sua vinda ao Brasil, em julho passado, o papa Francisco esteve na ilha de Lampedusa, já próxima da África, no sul da Itália; ali aportam numerosos prófugos da miséria e da violência, procedentes da África e de outras partes do mundo, sonhando com a vida na Europa.

Muitos, de fato, nem conseguem chegar à terra firme e naufragam, ou são abandonados pelos modernos mercadores de escravos no meio do Mediterrâneo em barcos abarrotados e sem o mínimo respeito à sua dignidade. Isso, depois de terem pago caro a alguma organização criminosa pelo transporte e pela promessa de visto e emprego no lugar de destino. Milhares acabam morrendo e jogados ao mar, nada diferente do que acontecia durante séculos com os navios negreiros no período colonial.

O Papa jogou flores ao mar para lembrá-los; ao mesmo tempo, rezou pelos que pereceram e confortou sobreviventes; e denunciou o tráfico de pessoas como uma atividade ignóbil, uma vergonha para sociedades que se dizem civilizadas. Diante dessa questão, os governos muitas vezes ficam indiferentes ou sem ação. Francisco conclamou a todos à superação da “globalização da indiferença”.

Desde tempos imemoriais, o tráfico de pessoas era praticado amplamente e até aceito, geralmente, em vista do trabalho escravo. O Brasil conviveu por séculos com a escravidão de índios e africanos; estes últimos eram adquiridos, traficados e comercializados como “coisa” num mercado vergonhoso, mas florescente. Foram necessários séculos para que a escravidão fosse formalmente proibida e abolida. Um progresso civilizatório!


Mas o problema voltou, se é que já havia sido erradicado de maneira completa. A forma contemporânea de escravidão é bem mais difundida e grave do que se poderia imaginar e está sendo favorecida pela globalização das atividades econômicas ilegais e clandestinas. Hoje, como no passado, essa atividade criminosa envolve organizações e redes nacionais e internacionais, com altos ganhos a custos e riscos baixos para os traficantes.

O tráfico de pessoas é praticado em vista de vários âmbitos da economia, legais e ilegais, como a construção civil, a agricultura, o trabalho doméstico, o entretenimento, a exploração sexual e, mesmo, a adoção ou a comercialização de órgãos. As vítimas, geralmente, são atraídas por promessas de trabalho e emprego, boas condições de vida em outras cidades ou países. Com freqüência, o tráfico de pessoas está ligado ao fenômeno das migrações e à permanência ilegal e precária em algum país.

Capítulo especialmente doloroso representa o tráfico de crianças e adolescentes, praticado por redes que envolvem pequenas vítimas do mundo inteiro. Entidades não-governamentais, que acompanham esta questão, estimam que, na década de 1980, quase 20 mil crianças brasileiras foram levadas para a adoção no exterior; constataram-se numerosos processos fraudulentos nessas adoções. No Brasil, há denúncias de tráfico de crianças e adolescentes destinados à exploração sexual; e continua grande o contingente de crianças de 7 a 14 anos de idade exploradas no trabalho infantil.


Algumas características do tráfico humano já foram estudadas. Antes de tudo, ele envolve o crime organizado, com uma complexa estrutura que relaciona meios e fins para facilitar suas atividades; há aliciadores, fornecedores de documentos falsos e de assistência jurídica, transportadores, lavagem de dinheiro... Há rotas nacionais e transnacionais do tráfico de mulheres para a exploração sexual, de trabalhadores ilegais, de crianças, de órgãos. No Brasil, a Região Amazônica apresenta o maior número dessas rotas, seguida pelo Nordeste.
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Autor: Cardeal dom Odilo Scherer
Fonte: Aleteia

O Papa é uma pessoa normal: sorri, chora e tem amigos como todos


“Eu gosto de estar entre o povo, junto dos que sofrem, e andar pelas paróquias. Não gosto das interpretações ideológicas, uma certa mitologia do Papa Francisco. Quando se diz, por exemplo, que saio de noite do Vaticano para levar comida aos mendigos da Via Ottaviano... Jamais me ocorreria. Sigmund Freud dizia, se não me engano, que em toda idealização existe uma agressão. Pintar o Papa como se fosse uma espécie de Superman, uma espécie de estrela, é para mim ofensivo. O Papa é um homem que sorri, chora, dorme tranquilo e tem amigos como todos. É uma pessoa normal”. Assim se mostra o Papa Francisco em uma entrevista publicada hoje pelo jornal italiano Corriere della Sera.

Relação com Bento XVI e estilo “franciscano” de governo


Durante a entrevista, o Papa Francisco aborda a relação com seu predecessor Bento XVI: “O Papa emérito não é uma estátua de museu. (...) Ele é discreto, humilde, não quer incomodar. Conversamos e juntos chegamos à conclusão de que era melhor que visse gente, que saísse e participasse da vida da Igreja”. E fala de seu estilo “franciscano” de governo na Igreja: “O Papa não está sozinho em seu trabalho porque está acompanhado pelo aconselhamento de muitos. Seria um homem sozinho se decidisse sem escutar ninguém ou fingindo que escuta. Mas há um momento, quando se trata de decidir, de assinar, no qual ele fica sozinho com seu senso de responsabilidade”.

Sobre as mudanças neste primeiro ano de pontificado, Francisco dá exemplos claros: “Tinha-se falado da situação espiritual das pessoas que trabalham na Cúria, e então começaram a fazer retiros espirituais. Era preciso dar mais importância aos exercícios espirituais anuais: todos têm direito a passar cinco dias de silêncio e meditação, enquanto que antes na Cúria se escutavam três orações por dia e depois alguns continuavam trabalhando” e recorda que a ternura e a misericórdia são a essência e “o coração do Evangelho”.


Temas polêmicos: abusos de menores, pobreza, globalização e família


O Papa Francisco não evita nenhum tema e responde, por exemplo, a uma pergunta sobre abuso de menores: “Bento XVI foi muito valente e abriu o caminho. E seguindo esse caminho a Igreja avançou muito. Talvez mais que ninguém. As estatísticas sobre o fenômeno da violência contra os menores são impressionantes, mas mostram também com clareza que a grande maioria dos abusos provêm do entorno familiar e das pessoas próximas”. E o Papa continua mostrando a transparência da Igreja: “a Igreja Católica é talvez a única instituição pública que se moveu com transparência e responsabilidade. Nenhuma outra fez tanto. E, no entanto, a Igreja é a única a ser atacada”.

De igual maneira, fala da pobreza e da globalização financeira. O Papa Francisco explica que a pobreza “nos afasta da idolatria. E a quem tem seus celeiros cheios do próprio egoísmo, o Senhor, ao final, lhes pedirá contas”. Sobre o problema da globalização, afirma: A atual globalização ‘esférica’ econômica, e sobretudo financeira, produz um pensamento único, um pensamento fraco. E em seu centro já não está a pessoa humana, apenas o dinheiro”.


A família, eixo central da atividade do Conselho de oito cardeais, também é abordada na entrevista, e o Papa Francisco pede que se evite ficar na superfície do tema: “Os jovens já não se casam. Há muitas famílias separadas, cujo projeto de vida comum fracassou. Os filhos sofrem muito. E nós temos que dar uma resposta. Mas para isso há que refletir muito e em profundidade”. Ele comenta sobre o informe do cardeal Kasper: “Os cardeais sabiam que podiam dizer o que quisessem, e apresentaram pontos de vista diferentes, que sempre são enriquecedores” (...), “fazer crescer o pensamento teológico e pastoral. Isso não me amedronta. E mais: eu busco isso”.


Deste modo, recorda que “o casamento é entre um homem e uma mulher” e afirma que as uniões civis servem para “regular aspectos econômicos entre as pessoas, como, por exemplo, a obra social. Há que ver cada caso e avaliá-los em sua diversidade”.

Mulher, vida e controle de natalidade


“É verdade que a mulher pode e deve estar mais presente nos postos de decisão da Igreja”, afirma o Papa Francisco. “Mas a isso eu chamaria de uma promoção de tipo funcional. E só com isso não se avança muito”. “A Virgem é mais importante que qualquer bispo e qualquer um dos apóstolos. O aprofundamento teológico já está em marcha”.

Sobre bioética e vida, o Papa Francisco retoma o texto da “Humanae Vitae” e se pergunta sobre uma interpretação que se fez do texto: “O tema não é mudar a doutrina, mas ir a fundo e assegurar que a pastoral considere as situações de cada pessoa e o que essa pessoa pode fazer. Também sobre isso se discutirá no sínodo”.


Saudades da Argentina e viagens


O Papa Francisco mostra não sentir nostalgia da Argentina e afirma não ter pensado ir lá antes de 2016, posto que “agora tenho de ir à Terra Santa, à Ásia e depois à África”.


Esta primeira viagem à Terra Santa dá ocasião do Papa explicar que “a teologia ortodoxa é muito rica” e mostra sua expectativa por mais resultados nos diálogos. Sobre a Ásia, revela que mantém contato com o povo chinês: “é um grande povo a quem quero muito bem”.
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Fonte: Aleteia

Papa Francisco é indicado a Prêmio Nobel da Paz


O Papa Francisco está entre os candidatos ao Prêmio Nobel da Paz, segundo anunciou o diretor do Instituto Nobel, Geir Lundestad, ao apresentar a lista de 278 nomes escolhidos, informou a agência italiana Ansa.

A candidatura acontece poucos dias antes de Jorge Bergoglio completar, em 13 de março, o primeiro aniversário de seu pontificado.


A comissão do Nobel vai reduzir a lista a uma dúzia de nomes antes do final de abril e, finalmente, o escolhido será anunciado em 10 de outubro, em Oslo, na Noruega, de acordo com a Ansa.


Entre os candidatos também está o presidente russo, Vladimir Putin, que foi eleito por seu papel na crise da Síria, mas atravessa um conflito com a Ucrânia, que poderá desencadear em uma guerra na Crimeia.


Também aparece na lista Edward Snowden, ex-funcionário da CIA a serviço da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, que denunciou a existência de uma rede norte-americana de espionagem global, e hoje está refugiado na Rússia. "Tivemos um número crescente de indicações de pessoas de países que nunca antes haviam apresentado candidatura", disse Lundestad ao anunciar, em Oslo, os indicados.


O recorde anterior foi estabelecido no ano passado, quando houve 259 candidatos, entre os quais acabou vencendo a Organização para a Proibição de Armas Químicas, premiada por seus "grandes esforços" para eliminar esses arsenais.


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(Agência Brasil)

Disponível em: Aleteia

O que você conhece da Quaresma? Faça o teste e descubra.


A Quaresma começa hoje e você ainda está a tempo de testar seus conhecimentos sobre este período tão especial para os católicos.
 
Responda às perguntas a seguir, com suas próprias palavras, e depois compare suas respostas com as que aparecem na segunda página.
 
1. O que significa a palavra “Quaresma” e em que consiste?
 
2. Quais são os dias de jejum e como eles são vividos?
 
3. Por que é feita uma cruz de cinzas na testa dos católicos, na Quarta-Feira de Cinzas?
 
4. Como se chamam os dias entre a Quarta-Feira de Cinzas e o 1º Domingo da Quaresma?
 
5. Cite 3 práticas de piedade que a Igreja recomenda na Quaresma.
 
6. O que significa a palavra “esmola”?
 
7. Quais são os dias de abstinência e em que consistem?
 
8. Mencione pelo menos 3 formas diferentes de orar.
 
9. Que aclamação da Missa é suprimida durante a Quaresma?
 
10. Que oração da Missa é suprimida durante a Quaresma?
 
11. Além da oração, esmola e jejum/abstinência, o que a Igreja nos pede na Quaresma?
 
12. De que maneiras concretas você vai viver a oração, esmola, jejum/abstinência e a reconciliação com Deus nesta Quaresma?
 Na página 2, você encontrará as respostas, continue lendo.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Iniciemos a Quaresma


Quando iniciamos a Quaresma, na Quarta-feira de Cinzas recebendo-as sobre as nossas cabeças como sinal de reconhecimento do nosso pecado e a necessidade de conversão, a Palavra de Deus nos lembrava do jejum, esmola e a oração (Mt 6, 1-6.16-18). “Quando jejuares perfuma a cabeça e lava o rosto... e o teu Pai que vê o que está escondido, te dará a recompensa. Encontramos também Jesus lembrando que “quando o esposo for tirado, então jejuarão”, na clara alusão tanto à Sexta-feira Santa, como também à nossa separação d’Ele pelo pecado.

Sim, oração, jejum, esmola, lectio divina, confissão e tantas outras práticas quaresmais se juntam ao tema da Campanha da Fraternidade, neste ano sobre o Tráfico Humano para nos ajudar a vivenciar a nossa vida cristã e renová-la neste tempo favorável.

O apelo de Cristo visa a nossa mudança interior, à transformação de nossas vidas, à conversão do coração e à conversão e à penitência interior, reorientando nossa vida para Deus e rompendo com o pecado. É a busca de acolher o coração novo! Para isso as atitudes de reconciliação, cuidado dos necessitados, confissão de nossas faltas, revisão de vida e outras atitudes nos ajudam, assim como algumas atitudes que fazem o nosso corpo também participar dessa renovação espiritual.

Somos chamados a sempre buscar uma vida de conversão, e, para isso, ao acolher a graça de Deus ter também práticas de ascese que nos ajudem nessa caminhada. “O Cristão é, de modos e formas diferentes, asceta e místico, virtuoso e espiritual ao mesmo tempo, operante por capacidade própria e dirigido pelo influxo do Espírito do Ressuscitado. Com esse princípio, a vida cristã propõe também uma ascese que se funda na caridade, em virtude da qual o cristão renuncia a tudo o que impede de tender à perfeição evangélica.”

A caminhada quaresmal conduz-nos a renovar a vida cristã, que no fundo é uma busca de recolocar-nos no caminho da santidade, atitude que deve ser constante, mas que recebe um incremento especial neste tempo favorável. “O aspecto mais sublime da dignidade humana consiste em sua vocação para a comunhão com Deus. Desde o seu nascimento o homem é convidado ao diálogo com Deus.” (GS, 19)

É nesse contexto que a Igreja propõe como um dos seus mandamentos “Jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja” (CIC 2043), contribuindo para nos ajudar a preparar para as festas litúrgicas e a adquirir domínio sobre nossos instintos e a liberdade de coração.

A Igreja convida-nos, durante o tempo da Quaresma e depois também todas as sextas-feiras do ano (em memória da Sexta-feira Santa) a termos momentos fortes de prática penitencial.

Mensagem do Papa para a Campanha da Fraternidade 2014


MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
AOS FIÉIS BRASILEIROS
POR OCASIÃO DA
CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 2014
Quarta-feira, 05 de março de 2014


Queridos brasileiros,

Sempre lembrado do coração grande e da acolhida calorosa com que me estenderam os braços na visita de fins de julho passado, peço agora licença para ser companheiro em seu caminho quaresmal, que se inicia no dia 5 de março, falando-lhes da Campanha da Fraternidade que lhes recorda a vitória da Páscoa: «É para a liberdade que Cristo nos libertou» (Gal 5,1). Com a sua Paixão, Morte e Ressurreição, Jesus Cristo libertou a humanidade das amarras da morte e do pecado. Durante os próximos quarenta dias, procuraremos conscientizar-nos mais e mais da misericórdia infinita que Deus usou para conosco e logo nos pediu para fazê-la transbordar para os outros, sobretudo aqueles que mais sofrem: «Estás livre! Vai e ajuda os teus irmãos a serem livres!». Neste sentido, visando mobilizar os cristãos e pessoas de boa vontade da sociedade brasileira para uma chaga social qual é o tráfico de seres humanos, os nossos irmãos bispos do Brasil lhes propõem este ano o tema “Fraternidade e Tráfico Humano”.
 
Não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria! Pense-se em adoções de criança para remoção de órgãos, em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem direitos nem voz, etc. Isso é tráfico humano! «A este nível, há necessidade de um profundo exame de consciência: de fato, quantas vezes toleramos que um ser humano seja considerado como um objeto, exposto para vender um produto ou para satisfazer desejos imorais? A pessoa humana não se deveria vender e comprar como uma mercadoria. Quem a usa e explora, mesmo indiretamente, torna-se cúmplice desta prepotência» (Discurso aos novos Embaixadores, 12 de dezembro de 2013). Se, depois, descemos ao nível familiar e entramos em casa, quantas vezes aí reina a prepotência! Pais que escravizam os filhos, filhos que escravizam os pais; esposos que, esquecidos de seu chamado para o dom, se exploram como se fossem um produto descartável, que se usa e se joga fora; idosos sem lugar, crianças e adolescentes sem voz. Quantos ataques aos valores basilares do tecido familiar e da própria convivência social! Sim, há necessidade de um profundo exame de consciência. Como se pode anunciar a alegria da Páscoa, sem se solidarizar com aqueles cuja liberdade aqui na terra é negada?


Queridos brasileiros, tenhamos a certeza: Eu só ofendo a dignidade humana do outro, porque antes vendi a minha. A troco de quê? De poder, de fama, de bens materiais… E isso – pasmem! – a troco da minha dignidade de filho e filha de Deus, resgatada a preço do sangue de Cristo na Cruz e garantida pelo Espírito Santo que clama dentro de nós: «Abbá, Pai!» (cf. Gal 4,6). A dignidade humana é igual em todo o ser humano: quando piso-a no outro, estou pisando a minha. Foi para a liberdade que Cristo nos libertou! No ano passado, quando estive junto de vocês afirmei que o povo brasileiro dava uma grande lição de solidariedade; certo disso, faço votos de que os cristãos e as pessoas de boa vontade possam comprometer-se para que mais nenhum homem ou mulher, jovem ou criança, seja vítima do tráfico humano! E a base mais eficaz para restabelecer a dignidade humana é anunciar o Evangelho de Cristo nos campos e nas cidades, pois Jesus quer derramar por todo o lado vida em abundância (cf. Evangelii gaudium, 75).

Com estes auspícios, invoco a proteção do Altíssimo sobre todos os brasileiros, para que a vida nova em Cristo lhes alcance, na mais perfeita liberdade dos filhos de Deus (cf. Rm 8,21), despertando em cada coração sentimentos de ternura e compaixão por seu irmão e irmã necessitados de liberdade, enquanto de bom grado lhes envio uma propiciadora Bênção Apostólica.

Vaticano, 25 de fevereiro de 2014.
Franciscus PP.