Quem não se lembra da cena do filme “Matrix” em que o herói
se desvia das balas? Neo, interpretado por Keanu Reaves, dribla milagrosamente
e em câmera lenta a saraivada de balas que passa ao lado dele sem lhe causar
nenhum dano.
O papa João
Paulo II não conseguiu driblar a bala em 13 de maio de 1981, mas atribuiu a sua
sobrevivência à intercessão milagrosa da Virgem Maria. E o papa Francisco? Será
que ele está cortejando o perigo ao recusar o papamóvel blindado em sua próxima
visita à Terra Santa? Uma enorme operação de segurança está sendo montada para
essa visita. Mas não teria sido mais prudente usar também o papamóvel à prova
de balas?
O papa Francisco
decidiu que não. Ele disse que quer ficar o mais próximo possível das pessoas.
Essa decisão não o coloca perto das pessoas só fisicamente: ao evitar o
papamóvel à prova de balas, ele se coloca mais perto das pessoas comuns também
simbolicamente. Mas será que esse gesto humilde vale o risco?
A
chance de perigo parece pequena, mas o papa Francisco vai visitar uma região
altamente volátil, em que o extremismo religioso abunda e o ódio ao
cristianismo, por parte de radicais tanto judeus quanto muçulmanos, está
presente em toda parte. Basta um louco portando uma arma...