Razões políticas na Reforma
A Reforma protestante foi iniciada por Martinho
Lutero, embora tenha sido motivada primeiramente por razões religiosas, também
foi impulsionada por razões políticas e sociais os conflitos políticos entre
autoridades da Igreja Romana e governantes das monarquias européias, tais
governantes desejavam para si o poder espiritual e ideológico da Igreja e do
Papa, muitas vezes para assegurar o direito divino dos reis.
Práticas como a usura eram
condenadas pela ética católica romana, assim a burguesia capitalista que
desejava altos lucros econômicos sentiria-se mais "confortável" se pudesse
seguir uma nova ética religiosa, adequada ao espírito capitalista, necessidade
que foi atendida pela ética protestante e conceito de Lutero de que a fé sem as
obras justifica (Sola fide).
Algumas causas econômicas para a aceitação da
Reforma foram o desejo da nobreza e dos príncipes de se apossar das riquezas da
igreja romana e de ver-se livre da tributação papal que, apesar de defender a
simplicidade, era a instituição mais rica do mundo, não por falcatruas, mas por
doações de nobres, aristocratas, senhores feudais e até imperadores, quando se
convertiam a Cristo.
Também na Alemanha, a pequena nobreza estava
ameaçada de extinção em vista do colapso da economia senhorial. Muitos desses
pequenos nobres desejavam às terras da igreja. Somente com a Reforma, estas
classes puderam expropriar as terras da Igreja Católica.
Durante a Reforma na Alemanha, autoridades de
várias regiões do Sacro Império Romano-Germânico pressionadas pela população e
pelos luteranos, expulsavam e mesmo assassinavam sacerdotes católicos das
igrejas, substituindo-os por religiosos com formação luterana.
Lutero era radicalmente contra a revolta camponesa
iniciada em 1524 pelos anabatistas liderados por Thomas Münzer,que provocou a
Guerra dos Camponeses. Münzer comandou massas camponesas contra a nobreza
imperial, pois propunha uma sociedade sem diferenças entre ricos e pobres e sem
propriedade privada.
Lutero por sua vez defendia que a existência de
"senhores e servos" era vontade divina,motivo pelo qual eles romperam.Lutero
escreveu posteriormente:
"Contras as hordas de
camponeses (...), quem puder que bata, mate ou fira, secreta ou abertamente,
relembrando que não há nada mais peçonhento, prejudicial e demoníaco que um
rebelde".