Durante uma semana os participantes do sínodo
discutiram aspectos relacionados com a vida da família nos tempos atuais. Foram
vários os temas abordados, desde os mais consensuais aos mais polêmicos, em
discussões descritas pelos participantes como francas e abertas.
O relatório intercalar apresentado esta segunda-feira pelo Cardeal Peter Erdö reúne os principais pontos das discussões e servirá de base para os debates que agora vão decorrer durante os próximos dias em grupos mais pequenos, reunidos por ordem da língua dos participantes.
Nenhum dos pontos deste relatório tem força de lei: são apenas propostas e ideias para ajudar ao debate. No final do sínodo, que termina a 19 de Outubro, será apresentado um novo relatório que, por sua vez, servirá de base para o sínodo de 2015.
Eventuais conclusões definitivas e mudanças de disciplina da Igreja dependerão sempre do Papa Francisco, que é livre de aceitar ou ignorar as propostas dos sínodos, e apenas deverão chegar em 2016.
A Renascença transcreve de seguida alguns dos principais pontos do relatório. A Santa Sé publicou uma tradução não oficial em inglês, aqui e, mais tarde, a versão original em italiano, aqui.
Indissolubilidade do casamento
14 – O próprio Jesus, referindo-se ao plano primordial para o casal humano, reafirma a união indissolúvel entre um homem e uma mulher, compreendendo todavia que "Moisés permitiu que se divorciassem das vossas mulheres por causa da dureza do vosso coração. Mas no princípio não era assim". Desta forma, Ele mostra como a condescendência divina acompanha sempre o caminho da humanidade, apontando-a em direção a um novo começo, não sem ter de passar pela cruz.
Apoio às pessoas cujos casamentos falharam
17 – Considerando o princípio do gradualismo no plano salvífico divino para a família, questionamo-nos sobre que possibilidades são dadas aos casados que experimentam o falhanço do seu casamento, ou melhor, como é possível oferecer-lhes o auxílio de Cristo através do ministério da Igreja.