Um
documento oficial publicado nesta segunda-feira (13/10) pelo Vaticano diz
textualmente que pessoas homossexuais "têm talentos e qualidades a
oferecer à comunidade cristã" e indaga se o Catolicismo é capaz de
"receber essas pessoas" e "lhes garantir um espaço
fraterno".
O
documento, que alguns analistas já interpretam como uma significativa mudança
de tom no discurso da Igreja Católica, é fruto de mais de uma semana de
discussão na assembleia de centenas de bispos e leigos convocada pelo
papa Francisco para debater assuntos relacionados à família.
"A
nossa comunidade é capaz de aceitar e valorizar sua orientação sexual sem
comprometer a doutrina católica sobre a família e o matrimônio?",
questiona o texto redigido em meio às discussões do sínodo, nome pelo qual é
conhecido o encontro de bispos.
Embora
faça maior uso de termos conciliatórios do que de uma linguagem crítica — em
especial, quando comparado às declarações pré-papa Francisco —, o texto
não dá qualquer sinal de mudanças na doutrina católica sobre a unidade
familiar, a condenação de atos homossexuais e a manutenção da exclusividade do
matrimônio entre um homem e uma mulher.
O
documento do Vaticano servirá de base para a discussão da segunda e última semana
da assembleia. Além disso, será elemento de reflexão entre os católicos do
mundo todo antes do próximo (e mais definitivo) sínodo, a ser realizado em
2015.
Repercussão
O
especialista em assuntos do Vaticano John Travis classificou o documento como
um "terremoto" na atitude da Santa Sé em relação a pessoas gays.
"O texto claramente reflete o desejo do papa Francisco em adotar uma
postura pastoral mais misericordiosa em relação ao casamento e a outros
assuntos familiares", disse o autor ao jornal britânico The
Guardian.
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Com informações do Opera Mundi
Foto: Divulgação Disponível: CONIC
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