Quem se
atreveu a visitar a 31ª Bienal de Artes de São Paulo, certamente teve uma
triste surpresa.
A pseudo
arte apresentada nesta versão da mostra deste ano nada mais é do que um puro e
simples incitamento à legalização do aborto, tudo isto misturado com o
vilipêndio do sentimento religioso, especialmente no que se refere à fé
católica.
“A
exposição ‘Errar de Deus’ expõe a figura sagrada de Jesus Cristo crucificado
sendo devorada por corvos. Na sequência, uma imagem de Nossa Senhora com o
Menino Jesus toda coberta por baratas e escorpiões. Adiante, uma serpente
enroscada no corpo da Virgem Maria, com o claro intuito de inverter o conceito
católico da Virgem esmagando a cabeça da serpente. (Gen 3, 15). A Santa Ceia
dentro de uma frigideira, para ser fritada, e uma imagem de Nossa Senhora
prestes a ser triturada por um ralador de cozinha. Ao final dessa exposição, os
guias da Bienal orientam os visitantes a assinarem uma petição ao Papa
Francisco, pedindo a ‘abolição total do inferno’. A maioria dos visitantes nem
a lê, e assina sem perceber que o abaixo-assinado é promovido pelo CIHABAPAI
(Clube dos Ímpios, Hereges, Apóstatas, Blasfemos, Ateus, Pagãos, Agnósticos e
Infiéis). Seu filho ou parente será convidado a assinar esse pedido unindo-se a
tal clube! Há também ‘a sala chamada ‘Deus é [palavra impublicável]’, com obras
que subvertem ícones católicos, como uma Virgem barbada’.
Imagem de
Nossa Senhora
com o Menino Jesus
toda coberta por baratas
e escorpiões
|
Ou seja,
convenhamos, aí, de arte, pouco ou nada existe. O que de fato se pretende com
um acinte destes é agredir o sentimento religioso de nosso povo. Pura e simples
intolerância religiosa, marcada pela absoluta ignorância, pior ainda, a
intenção de “desmontar” os valores sagrados da fé. Dentro de um quadro
justificativo de uma pretensa “liberdade de expressão”, o que na verdade se
quer é destruir e ridicularizar valores e princípios religiosos.
A
intolerância religiosa, um conjunto de ofensas a crenças e à religião, é crime
de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana de quem tem o direito de crer
e de ver respeitados seus princípios religiosos. As liberdades de expressão e de
crença religiosa são asseguradas pela Declaração Universal dos Direitos Humanos
e pela Constituição Federal. Todos devem ser respeitados e tratados de maneira
igual perante a lei, independente da sua opção religiosa. Isto significa que
ninguém tem o direito de ridicularizar a crença dos demais, mesmo sob o
pretexto de arte.
O Brasil,
como um país de Estado Laico, além de separar governo de religião, tem em sua
Constituição Federal a garantia de tratamento igualitário a todos os seres
humanos, quaisquer que sejam suas crenças. Dessa maneira, a liberdade religiosa
está protegida e não deve, de forma alguma, ser desrespeitada.
Os
direitos de criticar dogmas e encaminhamentos de uma religião são assegurados
pelas liberdades de opinião e expressão. Todavia, isso deve ser feito de forma
que não haja desrespeito e incitamento ao ódio ao grupo religioso a que é
direcionada a crítica.
Portanto,
esta vergonhosa Bienal apresenta-se, nada mais nada menos do que uma ofensa
grave aos fiéis católicos, já que além da ridicularização do sentimento
religioso, vilipendia objetos de culto religioso católico, utilizando-se das
imagens sagradas para transmitir grotescas mensagens antirreligiosas.
Uma boa
forma de protestar contra esta grave situação será aquela de não ir a esta
Bienal, cabendo aos pais de alunos não permitir que seus filhos visitem a mesma
nas visitas organizadas pelas escolas.
Rezemos
pelo Brasil, que se vê às voltas com tais situações vergonhosas para uma
Sociedade que pretende ser pluralista e democrática.
Dom Antonio Carlos Rossi Keller
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