sábado, 3 de janeiro de 2015

Saiba quais serão as atividades mais importantes na vida da Igreja em 2015


Um novo ano acaba de começar e com este uma série de atividades e aniversários na vida da Igreja Universal, que comemorou ontem, dia 1º de janeiro, a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus.

Em primeiro lugar é preciso destacar que o ano de 2015 está dedicado à Vida Consagrada, decisão anunciada pelo Papa Francisco em 29 de novembro de 2013 ao final do encontro com a União de Superiores Gerais, assim –informou a Rádio Vaticano-, espera-se que o Santo Padre publique uma nova Constituição Apostólica sobre a vida contemplativa depois da Sponsa Christi promulgada pelo Papa Pio XII em 1950.

O Santo Padre terá em janeiro a sua primeira viagem do ano. Os destinos serão: Sri Lanka entre os dias 12 e 15 de janeiro e as Filipinas de 15 a 19 de janeiro. Depois, em setembro, o Papa viajará à Filadélfia (Estados Unidos) para participar do Encontro Mundial das Famílias. 

Será que vem aí uma nova encíclica (e novas polêmicas) do papa Francisco?

Jornal diz que texto vai abordar a mudança climática, 
mas Vaticano ainda não se pronunciou

A mudança climática tratada como tema na próxima encíclica do papa Francisco pode gerar novas controvérsias no seio da Igreja, de acordo com um artigo publicado ontem no jornal britânico “The Guardian”.

O jornal diz que a primeira encíclica verdadeiramente de Francisco deverá ser lançada no primeiro semestre de 2015 e relacionará a "ecologia humana" com as preocupações ambientais, a fim de influenciar uma crucial reunião da ONU sobre o clima, prevista para acontecer em Paris no segundo semestre. Os países membros esperam concluir vinte anos de negociações nesse encontro da ONU e assinar um compromisso universal para reduzir as emissões de poluentes.

Em seu artigo, “The Guardian” cita o bispo argentino dom Marcelo Sanchez Sorondo, chanceler da Pontifícia Academia das Ciências: recentemente, em um discurso em Londres, ele declarou que o papa espera influenciar a reunião da ONU para "conscientizar todas as pessoas sobre a situação do nosso clima e sobre a tragédia da exclusão social".

O Vaticano até agora não deu nenhuma pista de que a encíclica vá abordar de fato as mudanças climáticas; o que foi informado é que a "ecologia humana" será um dos temas centrais.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

A Festa da Alegria das Nações


A Epifania ( manifestação ) cumpre o sentido pleno da Encarnação e do Natal, Jesus oferece a sua salvação a todos os povos. As Nações são convidadas ao ágape da alegria, que celebra o encontro com o Esperado e Desejado por todas as culturas, na busca de verdade e realização das aspirações mais humanas. Na figura emblemática dos sábios de Oriente, estamos todos representados, o ser humano na sua diversidade étnica, cronológica e civilizatória.

Os nomes e os atributos procedentes da iconografia tradicional (elaborada segundo os parâmetros da época, na qual se pensava que o homem mais antigo era o caucásico) dos magos revela isso: Gaspar branco, indo-europeu e ancião representa os povos da Europa, Melquior de estirpe semita de meia idade os povos do Oriente, finalmente, da raça negra, o mais jovem representa o Continente africano (hoje, de acordo aos dados arqueológicos Baltasar seria o ancião).

Os presentes oferecidos a Jesus também tem um significado especial: o ouro representa a realeza do Menino Deus é hoje a caridade com queremos corresponder a Jesus, a mirra simboliza já sua missão redentora de dar a vida por nós, e hoje nossos sacrifícios para agradar o Senhor, finalmente o incenso, a condição divina do Menino recém nascido e hoje a nossa oração feita com todo o coração. 

Papa envia mensagem por ocasião dos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro


Mensagem do Papa Francisco
pelo aniversário de 450 anos do Rio de Janeiro

É com grande alegria que me dirijo a vocês, às vésperas do Ano Novo, que marcará o início das comemorações pelos 450 anos de fundação da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, para saudar, numa tão feliz circunstância, o amado povo carioca, que me recebeu de braços abertos por ocasião da Jornada Mundial da Juventude de 2013, e acender o novo sistema de iluminação da Estátua do Cristo, como fez o Beato Papa Paulo VI há cinquenta anos, simbolizando a luz que o Senhor quer acender nas nossas vidas.

Quatrocentos e cinquenta anos já representam uma venerável história; a história de um povo corajoso e alegre que nunca se deixou abater pelas dificuldades, a exemplo de seu santo padroeiro, o Mártir romano Sebastião, que mesmo depois de ter sido alvejado por flechas e dado como morto, não deixou de dar testemunho de Cristo aos seus contemporâneos; a história de uma cidade que desde o seu nascimento esteve marcada pela fé. Querido povo carioca: «crê em Deus, e Ele cuidará de ti; endireita os teus caminhos e espera n’Ele. Conserva o seu temor, e n’Ele envelhecerás» (Eclo 2,6)!

Hoje, se pudéssemos nos colocar na perspectiva do Cristo Redentor, que do alto do Corcovado domina a geografia da cidade, o que é que nos saltaria aos olhos? Sem dúvida, em primeiro lugar, a beleza natural que justifica seu título de Cidade Maravilhosa; porém, é inegável que, do alto do Corcovado, percebemos igualmente as contradições que mancham esta beleza. Por um lado, o contraste gerado por grandes desigualdades sociais: opulência e miséria, injustiças, violência... Por outro, temos o que poderíamos chamar de cidades invisíveis, grupos ou territórios humanos que possuem registros culturais particulares. Às vezes parece que existem várias cidades, cuja coexistência nem sempre é fácil numa realidade multicultural e complexa. Mas, diante deste quadro, não percamos a esperança! Deus habita na cidade! Deus habita na cidade! Jesus, o Redentor, não ignora as necessidades e sofrimentos de quantos estão aqui na terra! Seus braços abertos nos convidam a superar estas divisões e construir uma cidade unida pela solidariedade, justiça e paz. 

Líder islâmico aprova a linha adotada pelo papa Francisco


Os esforços do papa Francisco pela paz e pelo bem da humanidade "devem ser ouvidos e apoiados por todos os seres humanos, sem distinção de religião ou de crença. De modo específico, eu convido os meus irmãos e fiéis muçulmanos a ouvirem e compreenderem as palavras do pontífice: elas devem ser seguidas se quisermos derrotar o terrorismo", declarou o dirigente do Conselho de Imãs das Filipinas, Ebra M. Moxsir Al-Haj, durante uma entrevista no programa de televisão "Conheça a Verdade", que vai ao ar no início de janeiro de 2015, no contexto da visita do papa Francisco ao país (AsiaNews, 29 de dezembro).

Apelos sinceros do papa

O líder islâmico é também capelão das forças policiais nacionais nas Filipinas. Durante a entrevista, ele “abriu as portas” do país para o papa Francisco: "Nós temos que dar as nossas sinceras boas-vindas ao pontífice e apoiar os seus apelos pela cooperação inter-religiosa. Francisco nos exorta a caracterizar as relações entre as religiões com a sinceridade e com a boa vontade: este é o único caminho para a verdadeira paz. Eu apoio com vigor a posição do papa contra o extremismo, que não pode ser impedido por nada, a não ser pela paz entre as religiões".

Condenação do terrorismo

Esta é a primeira manifestação firme contra o terrorismo adotada por uma autoridade islâmica depois do apelo feito pelo papa Francisco no voo de regresso da Turquia. Na ocasião, o pontífice tinha pedido abertamente a "todos os líderes islâmicos" que condenassem os atos de terrorismo "porque será de ajuda para a maioria das pessoas islâmicas ouvir [essa condenação] da boca dos seus líderes religiosos, políticos, acadêmicos, intelectuais. Todos nós precisamos que seja feita uma condenação mundial. Os muçulmanos que têm a sua identidade precisam dizer: nós não somos isso, o alcorão não é isso" (BBC, 29 de novembro).

O Estado Islâmico não é o islã

Ishak Kizilaslan, imã da mesquita de Sultanahmet, conhecida como a Mesquita Azul de Istambul, transmitiu uma mensagem em sintonia com a fala do papa: "O islã é paz. A própria palavra ‘islã’ significa paz e submissão", disse ele pouco antes da chegada do papa Francisco à Turquia. Para Kizilaslan, os meios de comunicação ocidentais passam uma imagem errada do islã ao identificá-lo com as atrocidades cometidas por grupos extremistas como o Estado Islâmico (EI), ativo no Iraque e na Síria. "Mas eles não representam o mundo islâmico". O EI, afirmou a autoridade muçulmana, "não está agindo por causa de objetivos religiosos", mas por causa de "questões fundamentalmente políticas" (Adnkronos, 27 de novembro). 

Encontro Mundial das Famílias abre inscrições


Com o tema "O amor é a nossa missão: a família plenamente viva", o Encontro Mundial das Famílias acontecerá na Filadélfia, de 22 a 25 de setembro próximo. As famílias e grupos de peregrinos que desejam participar do evento, com o papa Francisco, já podem se inscrever pelo site oficial.

O Encontro Mundial contará com dois grandes Congressos, sendo um para adultos e o outro para jovens entre 6 e 17 anos. Serão oferecidos programas interativos para os jovens, buscando favorecer reflexões sobre a missão de amor em uma família.

A expectativa da organização é receber 15 mil delegados de mais de 150 nações. Cerca de 100 palestrantes de diferentes partes do mundo irão contribuir com o debate dos temas. De acordo com o arcebispo do Filadélfia, dom Charles J. Chaput, o Encontro Mundial das Famílias será uma oportunidade de debater questões da família, buscando oferecer caminhos pastorais para enfrentar as dificuldades da vida familiar.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Papa no primeiro Angelus de 2015: 'A oração é a raiz da paz'


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Quinta-feira, 01 de janeiro de 2015

Queridos irmãos e irmãs, bom dia e feliz ano novo!

Neste primeiro dia do ano, no clima de alegria - embora frio - do Natal, a Igreja nos convida a fixar o olhar de fé e amor na Mãe de Jesus. Nela, humilde mulher de Nazaré, “o Verbo se fez carne e habitou entre nós"(Jo 1,14). Por isso, é impossível separar a contemplação de Jesus, o Verbo da vida que se tornou visível e tangível (cf. 1 Jo 1.1), da contemplação de Maria, que lhe deu seu amor e sua carne humana.

Hoje ouvimos as palavras do apóstolo Paulo: "Deus enviou seu Filho, nascido de mulher" (Gl 4,4). Aquele "nascido de mulher", diz de forma essencial, e portanto, ainda mais forte, a verdadeira humanidade do Filho de Deus. Como afirma um Padre da Igreja, santo Atanásio: “o nosso Salvador foi verdadeiramente homem e disso veio a salvação para toda a humanidade” (Carta a Epiteto: PG 26).

Mas São Paulo também acrescenta: "nascido sob a lei" (Gl 4,4). Com essa expressão enfatiza que Cristo assumiu a condição humana libertando-a da fechada mentalidade legalista. A lei, de fato, privada da graça, se torna um peso insuportável, e em vez de fazer-nos bem nos faz mal. Jesus dizia: “O sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado. Eis então o motivo pelo qual Deus manda o seu Filho sobre a terra para tornar-se homem: uma finalidade de libertação, mais ainda, de regeneração. De libertação “para resgatar aqueles que estavam sob a lei” (v. 5); e o resgate aconteceu com a morte de Cristo na cruz. Mas, especialmente, de regeneração: “para que recebêssemos a adoção de filhos” (v. 5). Incorporados Nele, os homens tornam-se verdadeiramente filhos de Deus. Esta passagem maravilhosa acontece em nós com o Batismo, que nos enxerta como membros vivos em Cristo e nos atrai para a sua Igreja. 

Homilia do Papa Francisco na Solenidade de Maria, Mãe de Deus (2015)


HOMILIA
Santa Missa na Solenidade de Maria Santíssima,
Mãe de Deus e Dia Mundial da Paz
Basílica Vaticana
Quinta-feira, 1º de janeiro de 2015


Hoje voltam à mente as palavras com que Isabel pronunciou a sua bênção sobre a Virgem Santa: «Bendita és Tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?» (Lc 1,42-43).

Esta bênção está em continuidade com a bênção sacerdotal que Deus sugerira a Moisés para que a transmitisse a Aarão e a todo o povo: «O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te favoreça. O Senhor volte para ti a sua face e te dê a paz» (Nm 6,24-26). Ao celebrara solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, a Igreja recorda-nos que Maria é a primeira destinatária desta bênção. N’Ela tem a sua realização perfeita: na verdade, mais nenhuma criatura viu brilhar sobre si a face de Deus como Maria, que deu uma face humana ao Verbo eterno, para que todos nós O pudéssemos contemplar.

E, para além de contemplar a face de Deus, podemos também louvá-Lo e glorificá-Lo como os pastores, que regressaram de Belém com um cântico de agradecimento depois de ter visto o Menino e a sua jovem mãe (cf. Lc 2, 16). Estavam juntos, como juntos estiveram no Calvário, porque Cristo e sua Mãe são inseparáveis: há entre ambos uma relação estreitíssima, como aliás entre cada filho e sua mãe. A carne de Cristo – que é charneira da nossa salvação (Tertuliano) – foi tecida no ventre de Maria (cf. Sal 139/138,13). Tal inseparabilidade é significada também pelo facto de Maria, escolhida para ser Mãe do Redentor, ter compartilhado intimamente toda a sua missão, permanecendo junto do Filho até ao fim no calvário.

Maria está assim tão unida a Jesus, porque recebeu d’Ele o conhecimento do coração, o conhecimento da fé, alimentada pela experiência materna e pela união íntima com o seu Filho. A Virgem Santa é a mulher de fé, que deu lugar a Deus no seu coração, nos seus projectos; é a crente capaz de individuar no dom do Filho a chegada daque la«plenitude do tempo» (Gl 4,4) na qual Deus, escolhendo o caminho humilde da existência humana, entrou pessoalmente no sulco da história da salvação. Por isso, não se pode compreender Jesus sem a sua Mãe.