sábado, 3 de janeiro de 2015

Será que vem aí uma nova encíclica (e novas polêmicas) do papa Francisco?

Jornal diz que texto vai abordar a mudança climática, 
mas Vaticano ainda não se pronunciou

A mudança climática tratada como tema na próxima encíclica do papa Francisco pode gerar novas controvérsias no seio da Igreja, de acordo com um artigo publicado ontem no jornal britânico “The Guardian”.

O jornal diz que a primeira encíclica verdadeiramente de Francisco deverá ser lançada no primeiro semestre de 2015 e relacionará a "ecologia humana" com as preocupações ambientais, a fim de influenciar uma crucial reunião da ONU sobre o clima, prevista para acontecer em Paris no segundo semestre. Os países membros esperam concluir vinte anos de negociações nesse encontro da ONU e assinar um compromisso universal para reduzir as emissões de poluentes.

Em seu artigo, “The Guardian” cita o bispo argentino dom Marcelo Sanchez Sorondo, chanceler da Pontifícia Academia das Ciências: recentemente, em um discurso em Londres, ele declarou que o papa espera influenciar a reunião da ONU para "conscientizar todas as pessoas sobre a situação do nosso clima e sobre a tragédia da exclusão social".

O Vaticano até agora não deu nenhuma pista de que a encíclica vá abordar de fato as mudanças climáticas; o que foi informado é que a "ecologia humana" será um dos temas centrais.

De acordo com observadores do Vaticano, espera-se que Francisco aproveite a sua visita à sede das Nações Unidas em Nova Iorque para promover os temas levantados na encíclica. A visita está agendada para setembro.

É provável que a nova encíclica do papa conquiste apoio generalizado, opina “The Guardian”, mas o jornal também especula que Francisco vá encontrar resistências duras dentro da Igreja. Em particular, menciona-se o cardeal George Pell, prefeito da Secretaria de Economia do Vaticano, que tem se mostrado cético em relação à mudança climática.


O artigo do jornal britânico espera ainda uma possível oposição dos grupos evangélicos norte-americanos, também muito críticos quanto ao real embasamento científico das mudanças climáticas.


Diana Montagna
Fonte: Aleteia

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